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  • Somos o Tempo e o Local onde Nascemos
    Iniciado por TiagoValis
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Os pais de uma criança são especiais para elas. Existe uma espécie de encantamento que leva a criança a aceitar as verdades dos pais e a rejeitar a dos estranhos. Para um Cristão é normal nunca ter lido o Alcorão e do mesmo modo um árabe nunca se interessou pela bíblia. São opções descartadas logo á partida.

Se somos filhos da família, tempo, cultura faz algum sentido dizer que uns estão mais certos do que os outros? Acaso se eu nascesse numa família inca teria espírito critico para mudar de religião? Com toda a pesquisa que isso procura?

Às pessoas que dizem "só a minha religião importa" pergunto: "quantas outras conheces?"
Devemos estar contudo aptos a criticar a nossa cultura, família e por ai adiante. O mais provável é a cultura estar distanciada da verdade. O facto de ser cultura, tradição, deve ser posto em causa. Com o tempo a criança aprende a separar-se dos ensinamentos dos pais, contudo investigar todas as religiões é algo que ninguém consegue fazer, por isso, pode sempre existir uma verdade preferível ou mais aproximada.

Olhando para o mapa. Os católicos são católicos porque nasceram em países católicos. Os muçulmanos são muçulmanos porque nasceram em países muçulmanos. Os budistas são budistas porque nasceram numa região budista.

Imaginando existia apenas uma religião certa, como todas afirmam, e que essa religião era o Taoismo. Uma pessoa nascida numa família taoista seria educada no caminho correcto. Pelo contrário as pessoas nascidas nas religiões erradas estariam em desvantagem, não por serem menos inteligentes ou bondosas mas porque simplesmente caíram na família errada. Para além da "família errada" temos também quem nasça no "tempo errado" e no "local errado". Antes de existir a "religião verdadeira" como é que as pessoas sabiam os princípios que devem saber?

Citação de: TiagoValis em 26 julho, 2017, 18:33
Antes de existir a "religião verdadeira" como é que as pessoas sabiam os princípios que devem saber?
E esse tempo terá alguma vez existido? O tempo em que não havia religião/ crença de nenhuma espécie?
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Ahm...a critica aplica-se apenas às religiões modernas.

Do meu ponto de vista, o problema que colocas é de hoje, ontem e é mais que certo que será de amanhã também. Aplica-se às religiões modernas e às antigas, porque não é uma questão de religião ou do correcto ou da verdade.

Partes do princípio que as pessoas se interessam realmente em saber se aquilo em que acreditam é ou não a verdade. Era bom, mas não é isso que acontece. A verdade entra pouco nas contas da religião, seja pelo prisma dos sacerdotes seja pelo prisma dos crentes.

Todas as pessoas têm um enquadramento, uma moldura que desde que são crianças lhes ensina o que é a "realidade" ou a "verdade". Aceitar a religião de familia para toda a vida depende muitas vezes de tropeçar noutras "verdades" ou "realidades" que lhes sejam mais favoráveis.

Ser-se de uma religião é pertencer a um grupo, a um clube. Tem a ver com o estabelecimento de uma identidade. O ser humano precisa disso, é uma coisa que ficou dos tempos em que pertencer a uma tribo implicava melhores probabilidades de sobrevivência. Pergunta a quem frequenta templos o que é que as pessoas vão lá fazer. Melhor, o que é que realmente vão lá fazer, para além de fingirem que vão comungar com deus.
Por outro lado, vamos ser honestos... a maior parte das pessoas não acredita realmente em deus, por isso para quê mudar ou questionar os velhos hábitos? Troca-se se houver algum ganho, mas isto tem pouco a ver com a descoberta da verdade ou dos princípios correctos.

A verdade interessa pouco, essa é que é a verdade. Porque a verdade é desconfortável e ninguém gosta de se sentir assim. Ou ser olhado de lado pelos outros porque não se segue a mesma cartilha. Ou sentir-se isolado. Não, as pessoas gostam de pertencer a algum lado e sentirem-se aceites.

A verdade é que não é preciso religião para se saber os princípios certos para viver. Quem procura, acha. Os princípios certos requerem apenas que a pessoa seja moral e é essa a sua desvantagem em relação à religião. A religião permite que a pessoa não seja moral, não tenha moral.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Imaginem que a ciência prova a existência de Deus e esse Deus é Inca. Aquilo que aconteceria é que todos aprenderíamos essa tradição, que ficaria massificada, e já não superior. Ainda é possível dizer que, nessa perspectiva, ainda existem pessoas mais inteligentes do que outras, mas o meu ponto é que eu não posso ser classificado numa competição onde nunca entrei, nem é justo classificar-me por nunca ter procurado todas as religiões. Apenas depois, quando tivermos todos a mesma cultura, será justo (ou não) algum tipo de hierarquia.

A questão é que essa hierarquia, bênção ou dom tem de existir com um propósito. Tem de haver quem defina o que é forte e fraco e esse alguém tem de ter um motivo. Uma hierarquia é uma coisa moralmente condenável tendo em conta os que ficam em último, então como se justifica? Porque irá alguém faze-la?

Atenção eu disse que Deus poderia ser Inca porque é uma religião morta. O Objectivo é exactamente colocar o crente na posição na qual ele nunca se coloca: um dos últimos

Citação de: TiagoValis em 02 agosto, 2017, 15:45
Imaginem que a ciência prova a existência de Deus e esse Deus é Inca.

É esta a tua convicção? Que deus tem um rótulo? Que uma das muitas religiões que existem ou já existiram é a verdadeira?
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Parece-me que não mas 99% das crenças se dizem as únicas verdadeiras, mesmo que não tenham um único Deus.