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  • A Minha Experiência.
    Iniciado por PedroSantos
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Muito boa tarde a todos, vou partilhar com vocês os acontecimentos de algumas situações que sempre se passaram comigo desde muito novo.

Nunca fui muito de sentir grandes coisas, ou se calhar ate sinto mas acabo sempre (ou na maioria das vezes) por desvalorizar e tentar entrar pela lógica.

Bem mas vamos lá.

A minha avó paterna vive numa aldeia chamada de Amioso Fundeiro que fica para os lados de Coimbra, é uma aldeia muito pequena actualmente com 7 ou 8 moderadores.

Na minha infância era o local onde habitualmente passava as minhas férias grandes da escola, devido a ser um local muito isolado (pelo menos para quem não tem carro) existia muito pouco que fazer, a televisão só captava o sinal da RTP e nem me lembro se os outros canais já existiam ou não, os meus dias eram invariavelmente passados a correr pelos campos, a jogar à bola contra as paredes e a brincar a coisas que já nem me lembro bem.

Uma tarde por volta dos meus 10 aninhos ou seja em 1997, andava eu descontraidamente a brincar lá nos terrenos da minha avó e ouço alguém a chamar-me ao longe.

A principio não estranhei, era comum as pessoas chamarem-se assim porque não existiam outras formas de contacto, e como a aldeia era muito sossegada, se alguém grita-se ouvia-se perfeitamente, e era assim que as pessoas "comunicavam" na altura.

Lembro-me ate de nem ter ligado quando me chamaram a primeira vez, mas depois de ouvir de novo prestei mais atenção, a minha avó mora mesmo no cimo da aldeia e a voz parecia vir de baixo, por isso segui o "chamamento" e fui andando para ver de onde vinha, eu na minha inocência ia calmamente seguindo a voz e nem reparava que a mesma não era propriamente um grito, nem ia aumentando de volume conforme me ia aproximando, o que já era estranho o suficiente, bem mas lá fui eu, desci a escadaria que passa ao lado dos 3 terrenos da minha avó e cheguei ao centro da aldeia, mas a voz continuava a parecer longe, continuei então a seguir e a descer mais ainda, cheguei á estrada principal que nos leva ás freguesias circundantes como Alvares, Amioso Cimeiro, Amiosinho etc.

Chegado a essa estrada a voz não me parecia mais perto, reparei então que parecia vir ainda de mais fundo, existe ainda hoje uma estrada de terra batida enorme, que nos leva para o ponto mais baixo possível da aldeia, mais fundo que aquela zona não existe, lá fui eu andando descontraidamente ate ao final da estrada.

No final da estrada existe a única coisa que eu adorava (e ainda adoro) naquela aldeia, uma piscina enorme e que normalmente não tem mais que 3 ou 4 visitantes o que faz com que seja um local fantástico para passar umas horas no verão abrasador do interior, a piscina é alimentada com água de uma ribeira que passa entre a piscina e um velho moinho meio degradado e abandonado, mas naquele dia não reparei na beleza do local, mas sim na voz, no final da estrada chegamos a uma espécie de miradouro, nesse miradouro tem então uns 20 degraus que levam à piscina, que como disse anteriormente é o local mais fundo da aldeia.

Chegando ao miradouro para minha surpresa não vi ninguém, percorri todos os cantos e recantos com os olhos e não vi nada de especial nem ninguém, uns 3 ou 4 minutos depois oiço a voz de novo a chamar o meu nome, agora já assustado tive a certeza que a voz vinha do centro da piscina, mas parecia não vir de dentro mas sim apenas de cima da piscina, foi aqui que o medo me venceu e desatei a correr aldeia a cima a chorar de medo ate chegar a casa da minha avó.

Quando cheguei fui a correr contar tudo à minha avó, ela primeiro riu-se mas ao ver a minha cara de medo lá fez algumas perguntas muito normais e que qualquer adulto que tivesse presenciado uma coisa destas teria pensado antes: Então e conhecias a Voz? Era uma voz de homem ou mulher? Ainda a estas a ouvir? eu disse-lhe que a voz não sabia se era de um homem ou mulher mas que nunca a tinha ouvido, e que desde que sai a correr da piscina nunca mais a ouvi.

Andei o resto do dia, e mesmo os dias seguintes cheio de medo, felizmente faltavam poucos dias para voltar para Lisboa, nos dias restantes nada de especial se passou mas o medo era muito, quando a minha mãe me foi buscar contei-lhe tudo mas ela também não deu grande importância. Escusado será dizer que nas férias seguintes fiz uma birra e recusei-me a voltar à terra.

26 de Janeiro de 2005

Esta foi a data em que regressei à terra, prestes a completar 18 anos, a minha avó queria fazer-me uma festa de aniversário diferente, chamou os vizinhos e organizou uma festa especial, eu levei também os meus amigos de Lisboa e organizámos uma festa à grande, com churrasco e todo o encanto que só as festas nas aldeias sabem ter, vinho caseiro, comida caseira etc etc etc.

Nesta altura o medo que sentira à 7 anos atrás estava mais dissipado, ate quase que na minha cabeça se levantava a dúvida se não teria sido a minha imaginação a funcionar. No dia 26 quando cheguei e tudo estava normal, tudo com a mesma calma de sempre daqueles locais onde ate parece que o tempo passa mais lentamente.

Passou-se o dia 26, o dia 27 estava a meio, começava o sol a esconder-se e aproximava-se as 00H42 que é a hora do meu nascimento, a festa ia no seu ponto alto porque estava a chegar a hora de abrir o champanhe, ali bem perto o relógio da torre da aldeia estava a começar a música que antecedia as 12 badaladas da meia noite, lá para a 4º ou 5º badalada o pavor foi imenso, ouço de novo a mesma voz a chamar por mim, fiquei completamente imóvel, cheio de medo, e a voz chamava por mim ao ritmo de cada badalada do relógio da igreja, quando bateu a meio noite exacta todas as luzes da nossa casa e do quintal e terrenos que eram da minha avó se apagaram e acenderam de novo, mas desta vez a minha avó também ouviu, também ela ficou apavorada, quase que desmaiou.

Mais ninguém ouviu nada, apenas viram as luzes a apagar e acender mas ninguém associou nada ás vozes, só depois quando lhes contámos é que se aperceberam que algo estranho se tinha passado, aliás alguns ainda hoje pensam que foi uma brincadeira minha e que nada se passou a não ser uma falha de luz, a verdade é que foi algo mais, ate hoje nunca soube o que raio foi aquilo, nem o porque de ter acontecido, no entanto depois de tudo ter estabilizado eu estava estranhamente calmo e sem qualquer vontade de fugir dali como na primeira vez, ate hoje voltei várias vezes à terra sem qualquer receio e nunca mais nada de estranho aconteceu por lá.

Este relato é totalmente verdade, vou ate deixar aqui algumas fotos do local para poderem situar melhor o relato com o que aconteceu, e se conhecerem alguém de lá dessa zona perguntem pelo neto da Aurora Henriques e vão ver se eles não falam nisto.



Esta foto é do centro da aldeia, onde se tem acesso à tal estrada principal que falei, aquele espaço ali com um portão é onde actuam os grupos tradicionais nas festas da aldeia



Esta é a tal ribeira que separa a piscina e o moinho abandonado



Esta é a vista geral da aldeia



Esta é a vista do tal miradouro, lá em baixo é bem visível a piscina e a ribeira, foi precisamente deste local que eu fugi quando percebi que a voz vinha do centro da piscina.



Aqui mais uma vista da ribeira agora do lado contrário e uma foto da piscina vazia





Aqui a capela/igreja onde toca o tal sino que falei



Aqui é mais uma vez a visão geral da aldeia, mas com uma marca branca a assinalar onde é a casa da minha avó




E pronto foi isto que se passou, peço desculpa pelo longo post mas quando conto estas coisas gosto de detalhar as coisas.

Fico à espera dos vossos comentários e já agora agradeço que alguém se tiver uma teoria do que poderá ter acontecido que a partilhe comigo, ate hoje nunca descobri o que se passou.



Gostei muito do seu relato. Infelizmente, não tenho uma teoria sobre o que aconteceu.

Mas tenho uma pergunta: chegou a falar com a sua avó sobre o sucedido? Ela reconheceu a voz, ou tinha alguma explicação?
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

sofiagov
Muito, mas mesmo muito resumidamente poderia dizer que há entidades ligadas à água... também a água é considerada "sagrada" carregada de espiritualismo pode levar/trazer/transportar energias ... :-\

Mas posso perguntar-lhe se alguém poderia ter morrido no local? poderá estar impregnado dessas energias residuais de uma ou mais pessoas que possam ter ai perdido a(s) sua (s) vida(s)?? :-\ :-\
Bem haja

#3
Citação de: Cassandra em 12 novembro, 2015, 17:20
Gostei muito do seu relato. Infelizmente, não tenho uma teoria sobre o que aconteceu.

Mas tenho uma pergunta: chegou a falar com a sua avó sobre o sucedido? Ela reconheceu a voz, ou tinha alguma explicação?

Ela contou-me que parecia a voz do meu pai, ou seja do filho dela, mas eu sinceramente não me recordo da voz dele, porque ele faleceu quando eu tinha 4 anos e tenho muito poucas memórias, a verdade é que é uma possibilidade já que a morte do meu pai não foi propriamente em paz.

No entanto a mim tal como disse não me parecia uma voz muito familiar nem sequer muito acolhedora, por isso nunca acreditei muito nessa teoria da minha avó, mas se calhar ate teria a sua razão.

Citação de: sofiagov em 12 novembro, 2015, 17:43
Muito, mas mesmo muito resumidamente poderia dizer que há entidades ligadas à água... também a água é considerada "sagrada" carregada de espiritualismo pode levar/trazer/transportar energias ... :-\

Mas posso perguntar-lhe se alguém poderia ter morrido no local? poderá estar impregnado dessas energias residuais de uma ou mais pessoas que possam ter ai perdido a(s) sua (s) vida(s)?? :-\ :-\
Bem haja

Não conheço nenhuma história de mortes ali, nem se quer é uma aldeia com histórias de coisas fora do comum, aquele episódio é o único que eu saiba que saiu da normalidade, pelo menos as pessoas que lá vivem nunca falaram em nada, e se existe coisas que se faz nas aldeias é contar histórias.

Eu acredito mais que seja algo relacionado comigo ou com a nossa família, se bem que nem sempre as entidades escolhem pessoas conhecidas para enviar sinais.

Talvez tivesse, sim. Afinal, só você e a sua avó é que ouviram a voz.

Imagino que não hajam outras histórias mais antigas (de "fantasmas", digamos assim) nessa ribeira, ou mesmo na aldeia? Digo iso por as pessoas terem duvidado como duvidaram.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

Citação de: Cassandra em 12 novembro, 2015, 18:04
Talvez tivesse, sim. Afinal, só você e a sua avó é que ouviram a voz.

Imagino que não hajam outras histórias mais antigas (de "fantasmas", digamos assim) nessa ribeira, ou mesmo na aldeia? Digo iso por as pessoas terem duvidado como duvidaram.

Eu desconheço qualquer tipo de relatos naquele local, é verdade que eu também não vou lá muitas vezes, mas quando vou a única coisa que existe para fazer é conversar, e acredito que esse tipo de assuntos a existirem já teriam sido abordados.

Da primeira vez só eu é que ouvi, apenas na segunda é que a minha avó também ouviu, coitada ainda me lembro da cara dela depois das luzes se acenderem, se bem que a minha também não devia estar muito melhor.

PS - Não precisa de me tratar por você.

Num meio assim pequeno à partida sim, já terias ouvido histórias dessas, contadas e recontadas várias vezes.

E se assim é também se percebe porque é que a tua avó ficou tão assustada, não está habituada a ouvir, quanto mais a lidar com essas coisas  ;)


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