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  • Os nats- espíritos irrequietos
    Iniciado por sofiagov
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sofiagov
Nat Pwe é um festival místico-religioso que ocorre anualmente, em todo o território de Mianmar ou Birmânia, na Ásia.
Nats são espíritos que fazem parte da crença popular de Mianmar desde a sua fundação pelo seu primeiro imperador.
Os festivais Nat Pwe precedem até mesmo ao budismo que foi introduzido na região desde a vizinha Índia e que se trata da religião predominante no país hoje em dia.
Acredita-se que os espíritos, almas ou nat têm a capacidade de ajudar as pessoas ( provendo dinheiro, saúde, amor e outros) ou podem servir para atrapalhar a vida das pessoas, até mesmo chegando a lhes causar a ruína.
Os festivais Nat Pwe são conduzidos para apaziguar estes espíritos e para trazer o bem à vida das pessoas.
Muitos budistas conservadores acham que o consumo de álcool e o espírito de abandono que prevalece nessas reuniões populares não estão muito em sintonia com os propósitos originais do budismo.

E quem são os nats, afinal?
Os nats são espíritos idolatrados no Myanmar - uma crença pagã mais antiga que o Budismo e que conseguiu resistir até aos dias de hoje.
Há trinta e sete Grandes Nats e dezenas ou centenas de outros menos importantes, que podem até ser espíritos de árvores, animais, plantas, rios - mas os principais trinta e sete, esses foram quase todos humanos.
E têm uma coisa em comum: todos morreram de formas especialmente violentas.
Por causa disso, são espíritos irrequietos, que de certa forma não fizeram as pazes com o mundo dos vivos. Ou porque foram injustiçados, ou porque não entendem a razão da sua morte - enfim, há que apaziguá-los.
Isto não quer dizer que os nats sejam espíritos maus. Nada disso. Mas precisam de ser constantemente "apaparicados", para que se consiga uma certa paz entre o mundo dos espíritos e o dos vivos. Ou seja, os crentes fazem oferendas com frequência. Aliás: antigamente até era costume fazerem-se sacrifícios, mas com o crescimento do Budismo na Ásia algumas práticas mais violentas das crenças pagãs e animistas foram aos poucos abandonadas.
Assim sendo: toca a dar presentes. Muito dinheiro (há sempre notas nas mãos das estátuas, no colo, à volta), muita fruta e alguma comida (porque um nat que se preze gosta de estar sempre bem alimentado) e até cigarros, álcool, roupa, acessórios e muito mais.





Em Popa quem manda é uma senhora que tinha dois filhos que também morreram de forma trágica, como ela. A senhora é uma espécie de Nossa Senhora de Fátima, a Rainha do Deserto.



O exótico Monte Popa

Monte Popa, um dos lugares mais estranhos de Burma.

Desde tempos imemoriais, o monte tem sido cultuado por animistas, que crêem que o local é a morada dos nats, espíritos da natureza. Diariamente, centenas de peregrinos vindos das mais distantes regiões do país chegam ao Monte Popa para realizar uma longa subida até o seu cume. Eu não pude resistir à tentação de acompanhar alguns destes religiosos até o alto da montanha e me juntei a um pequeno grupo que iniciava a subida. O culto aos nats é a mais antiga das crenças do sudeste asiático.

No século III antes de Cristo, o poderoso imperador indiano Asoka adotou o budismo e tratou de propagar a religião através de emissários enviados para diversas regiões da Ásia. Alguns destes emissários foram enviados para a Ásia Central, chegando aos atuais Afeganistão e Paquistão (as irrecuperáveis estátuas de Buda, tragicamente destruídas em Bamian pelo Taliban, são fruto destas expedições religiosas patrocinadas por Asoka). Outras embaixadas foram enviadas para leste, propagando o Budismo Theravada pelo sudeste asiático (Mianmá, Laos, Camboja, Tailândia).

Apesar do crescimento da nova religião, a crença aos nats jamais foi abandonada, sendo até mesmo incorporada por muitos burmeses. A caminhada até o topo do Monte Popa é cansativa, mas proporciona uma rica experiência cultural.
Durante toda a subida, encontramos pequenos templos instalados nas encostas dos paredões, onde os peregrinos realizam alguns atos simbólicos. Centenas de macacos barulhentos pulam de árvore em árvore acompanhando o ritmo da subida, excitados em recolher o maior número possível de amendoins jogados pelos viajantes. No mês de outubro o Monte Popa é invadido por milhares de animistas que, "possuídos pelos espíritos", realizam o mais impressionante festival de Mianmá.


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