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  • Historia do Espiritismo
    Iniciado por misticopt28
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Irmãs Fox

A História do Espiritismo teve início em 1848, nos Estados Unidos, especificamente na cidade de Hydesville, Estado de Nova York, quando foi registrado e pesquisado o caso das Irmãs Fox (Lia, Margareth e Kate), médiuns de efeitos físicos.

Em sua residência elas fizeram contato com o espírito Charles B. Rosma, através de pancadas (tiptologia) ouvidas nas paredes.

O espírito deu provas da sobrevivência após a morte, provas essas que foram constatadas como verdadeiras.

A imprensa noticiou o fato, as irmãs começaram a fazer demonstrações públicas da mediunidade de efeitos físicos e várias comissões de análise atestaram a veracidade dos fenómenos.

A partir disso outros médiuns começaram a se destacar e os fenómenos de efeitos físicos se multiplicaram, chegando à Europa.

Mesas Girantes

Um dos fenómenos mais populares era o das Mesas Girantes, que invadiram os salões da aristocracia europeia.

Consistia num grupo de pessoas reunidas em torno da mesa, com as mãos sobre a mesma, e ela se punha a movimentar independente da vontade das pessoas, chegando a subir até o teto, andar pela sala e fazer outras manobras.

O fenómeno das mesas girantes percorreu os Estados Unidos, o Canadá, a França, a Alemanha, a Itália e a Inglaterra, sendo pesquisado por vários intelectuais e cientistas, principalmente na França.

A Codificação


O Espiritismo é uma doutrina de cunho científico-filosófico, estabelecida no século XIX, por Denizard Hippolyte Leon Rivail, mais conhecido como Allan Kardec.

Diferentemente do que se imagina, Kardec não foi algum tipo de místico ou excêntrico que sempre se dedicou ao mundo imaterial.

Grande parte de sua vida foi dedicada às aulas ministradas na escola gerenciada por Johann Pestalozzi.

Suas primeiras experimentações com o mundo dos espíritos aconteceram durante seus estudos envolvendo o magnetismo.

Foi nesse período em que realizou as sessões de "mesas girantes", onde acontecia a movimentação de objetos sem algum tipo de intervenção perceptível.

O interesse por esses fenómenos aprofundou seu interesse pelo mundo dos desencarnados, dando origem à obra "O Livro dos Espíritos".

O livro, que hoje fundamenta os ensinamentos do espiritismo, foi o primeiro passo de uma vida inteiramente dedicada ao conhecimento e à explicação dos fenómenos espíritas.

Interessado em divulgar seus conhecimentos, Kardec cria a "Revue Spirite" (Revista Espírita) e funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espirituais.

A via impressa e a fundação foram meios eficazes para que a nova crença religiosa se difundisse pela França, ganhando diversos adeptos.

Uma parte significativa desses seguidores fazia parte das classes trabalhadoras que viviam a efervescência da exploração da força de trabalho capitalista e os impactantes ideais do socialismo.

Fundando diversos dos pontos da prática espírita, Allan Kardec foi fortemente influenciado pelo cientificismo e o pensamento evolucionista.

De fato, sua ação doutrinária estabelece no espírita uma relação na qual o homem pode e deve compreender, por meio da razão e do diálogo, os fenômenos que outras religiões assumem de maneira misteriosa e resignada.

Por isso que os espíritas são bastante conhecidos como consumidores assíduos da literatura espírita.

Estes livros geralmente relatam a experiência de algumas pessoas com o mundo dos espíritos, legitimando a importância do conhecimento deste outro mundo.

Uma vertente da literatura espírita é voltada para a reprodução do conhecimento repassado por espíritos.

Esta atividade é mais conhecida como psicografia e atrai a curiosidade de pessoas dentro e fora da religião espírita.

Entre outros autores, o brasileiro Chico Xavier tem grande destaque na produção deste tipo de literatura.

Outra característica marcante do espiritismo envolve a realização dos passes em que um membro dotado de maior sensitividade procura harmonizar o estado psíquico e emocional de outros praticantes.

Este tipo de procedimento também possuiu outro desdobramento no qual alguns espíritas conseguem intervir sobre alguns males físicos por meio da cura espiritual.

Além de empreender esse tipo de ação religiosa, o espiritismo também tem uma prática social arraigada entre seus membros.

Segundo os princípios espíritas, o indivíduo deve praticar a caridade como uma forma de estabelecer a melhora de sua condição espiritual presente e de suas posteriores reencarnações.

Este princípio se baseia na ideia de que a humanidade faz parte de um estágio de evolução espiritual.

Este princípio se sustenta na premissa de que o mundo terreno integra outra infinidade de mundos onde os espíritos habitam graus de evolução superior e inferior.

Esse mesmo princípio evolucionista também fundamenta a explicação para o sofrimento humano, sendo este compreendido como resultado da intervenção de espíritos ou das ações ruins praticadas em outras reencarnações.

No Brasil, o espiritismo encontrou um grande espaço de divulgação ocupando o atual posto de maior nação espírita do mundo.

Diferindo-se das demais religiões que praticam este contato direto com os espíritos, o espiritismo é comumente chamado de "kardecismo", estabelecendo apenas um elemento distintivo em relação a outras crenças como a umbanda, o candomblé e a santeria.

Abrindo portas para a doutrina cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos.

Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual.

Concomitantemente, a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido na história de vida de outros indivíduos iluminados.


Combinando fé, razão e caridade, o espiritismo pautou uma nova experiência religiosa marcada pela experiência e a investigação.

Conforme definido por Luiz Gonzaga de Souza "espiritismo é amor, é felicidade, é abnegação, é labuta pelo bem, é autoconsciência das verdades absolutas, é caridade e, é, sobretudo, igualdade, com fraternidade e liberdade entre os povos".

Espiritismo em Portugal

A génese do movimento espírita no país remonta a reuniões familiares de experimentação e a livros e revistas adquiridos por portugueses com contatos com a França desde a segunda metade do século XIX.

As primeiras edições dos primeiros livros da Codificação Espírita de Allan Kardec vieram a público em Portugal em 1882, como parte da "Biblioteca Ilustrada de Estudos Psichológicos", lançada pela Tipografia Modesto & C., na Calçada do Tijolo nº 39, em Lisboa.

No ano de 1896 já existiam associações nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, e nas regiões do Alentejo e do Algarve. O primeiro periódico a circular no país foi a "Revista Espírita do Porto", editada naquela cidade entre 1896 e 1910, ano da Implantação da República Portuguesa.

Esse período é marcado ainda pelo impacto, junto à opinião pública do país, das mensagens psicografadas pelo médium português Fernando de Lacerda, que haviam dado lugar à publicação dos três primeiros volumes de "Do País da Luz".

No início de 1910 um grupo de jovens constitui-se em Lisboa para o estudo e discussão de temas ligados ao Espiritismo, ao Ocultismo e ao Hipnotismo.

Desejoso de repetir as experiências com as chamadas "mesas falantes", os jovens reuniram-se em torno de uma pequena mesa "pé-de-galo" mas, ao fim de oito meses de tentativas infrutíferas, quando a mesma começou a movimentar-se, um dos componentes do grupo adoeceu, e o grupo passou a reunir-se em um banco de jardim, no Campo de Ourique.

A 1 de Janeiro de 1911, o grupo que se denominava "Universala Scienca Instituto" (em esperanto) passou a ter sede própria e, denunciados à polícia política, foi investigado pelas autoridades.

Esclarecido que não se tratava de um grupo de conspiradores políticos, mas apenas de "espiritismo", o incidente valeu-lhes publicidade nos periódicos da capital à época, e o grupo contou com a adesão de outros jovens, vindo a abrir uma filial, na cidade do Porto.

Devido à intensa agitação política e social vivida naquele momento crítico da Proclamação da República Portuguesa, e à diversidade de interesses entre os participantes, em fins desse mesmo ano tanto o grupo de Lisboa, quanto o do Porto, haviam encerrado as suas actividades.

Alguns de seus elementos, porém, fundaram o Instituto Internacional de Psicologia, que iniciou as suas actividades (1912) na conhecida rua Áurea, na Baixa de Lisboa.

A entidade possuía secções para o estudo do Espiritismo, para o de Ocultismo e para o Hipno-Magnetismo.

O dinamismo do grupo, que tinha como órgão de divulgação a revista "Novos Horizontes", contagiou muitas pessoas, não apenas em Portugal continental, mas também nas suas então colónias.

Desse modo, o país fez-se representar no II Congresso Espírita Internacional de Genebra (1913) com delegações da Aliança Neo-Espiritualista Portuguesa, do Instituto Internacional de Psicologia, e do Centro Espírita "Amor e Caridade", da ilha de São Vicente, em Cabo Verde.

A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou à dissolução do Instituto Internacional de Psicologia, com a suspensão da circulação de sua revista.

O dinamismo do grupo, que tinha, a par do espiritismo, uma secção de Ocultismo e outra de Hipno-Magnetismo, havia contagiado muita gente, por todo o país, ilhas adjacentes e Colónias. As publicações espíritas vicejavam, e fora feito o necessário contraponto aos ideais materialistas, bem como aos dogmas religiosos que já não satisfaziam os que necessitavam de uma fé raciocinada.

Em termos de periódicos, entre os pioneiros destaca-se ainda "O Espírita", que se intitulava como o "órgão mensal de estudos psíquicos e propaganda doutrinária, propriedade do Grupo Espírita Luz e Caridade, do Barreiro", editado em 1920 (impresso em Leiria), que tinha como por diretor António Xavier Gorina e por editor J. M. Quintela Paixão.

A fundação da Federação Espírita Portuguesa

A 26 de maio de 1926 constituiu-se a Federação Espírita Portuguesa, com a condução do processo legal a cargo de António Joaquim Freire.

Os seus propósitos estatutários eram os de promover a divulgação da Doutrina Espírita, a união dos espíritas portugueses, e o combate aos charlatães oportunistas que já então usavam indevidamente o qualificativo de "espírita" para iludirem os incautos e que faziam da mediunidade paga, e de outros expedientes, o seu modo de vida.

A instituição foi inaugurada em sessão solene a 31 de Julho de 1926, sendo António Freire o responsável pela nomeação do seu primeiro presidente, o Dr. Afonso Acácio Martins Velho.

A entidade organizava cursos de ciências psíquicas, conferências e saraus, e editava a "Revista de Espiritismo" ("Revista de Metapsicologia" ), seu órgão oficial, fundada ainda em 1926 Editava ainda o jornal "O Mensageiro Espírita".

Implantou um laboratório de estudos meta-psíquicos e uma biblioteca aberta ao público, com uma sala de leitura e empréstimo domiciliar de obras.

Aos sócios admitidos era cobrada uma quota mensal, e a sua organização era constituída por uma Direcção, um Conselho Fiscal, uma Junta Consultiva, um Conselho Superior Deliberativo e uma Assembleia Geral.

Fontes: brasilescola , Wikipédia, Orientação Espirita
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.