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  • Homens Vítimas de Violência Doméstica
    Iniciado por sofiagov
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sofiagov
Citação de: incertus em 11 março, 2015, 22:55
nunca ninguem fala é da violencia contra os homens...  ::)


OS HOMENS
A violência doméstica praticada contra homens é um assunto pouco debatido .
Entretanto, estamos diante de uma dura e triste realidade, a cada dia mais e mais perceptível.
Há dificuldade para se identificar essa violência. Também há resistência e até mesmo vergonha de muitos homens para admitir serem vítimas dessa espécie de violência.
De fato, à semelhança do que ocorria com as mulheres, os homens tendem a esconder ou disfarçar essa situação.
Considera-se violência doméstica todo e qualquer tipo de agressão, seja ela física ou psicológica, ou ainda, conduta controladora, frases insultantes, frases depreciativas, ameaças, pontapés ou golpes.

Podemos citar, de forma não exaustiva, alguns exemplos de violência doméstica:
a) insultos, utilização de nomes vulgares atingindo a auto-estima do seu companheiro;
b) atitudes ciumentas ou possessivas;
c) ameaças, com violência ou grave ameaça;
d) agressões físicas (empurrões, estalos, choques ou quaisquer outras acções que possam machucar o companheiro, seu património, objectos, filhos, ou animais de estimação);
e) prática de relações ou actos sexuais contra a vontade do companheiro.

O homem, vítima de violência doméstica praticada pela sua companheira, em geral, apresenta pouco auto-estima, vergonha e até sentimento de culpa pelo acontecimento.
As consequências dessa espécie de violência são gravíssimas podendo, inclusive, devastar uma relação, face aos danos físicos e psicológicos que causa.
Alguns estudos apontam o ciúme como uma das principais causas dessa violência.

15,5% das vítimas de violência doméstica são homens.
Das mais de 26 mil vítimas de violência doméstica em Portugal que pediram ajuda no ano passado, cerca de 15,5% são homens, segundo números oficiais da Direcção-Geral da Administração Interna, referidos nesta segunda-feira durante a apresentação de um estudo universitário sobre o tema.
Um inquérito efectuado indica que embora 70% dos inquiridos afirmem ter sido vítimas de um comportamento abusivo nos últimos 12 meses, apenas 9% deles se afirmem vítimas de violência. Ainda existe uma relutância masculina em se admitir ser vítima de violência e o preconceito social é o principal motivo.

O inquérito incidiu sobre indivíduos de sexo masculino com mais de 18 anos e com relações heterossexuais. 60% dos inquiridos admitiu ser vítima de agressões psicológicas com impacto para a sua saúde mental, mas apenas 23% procurou ajuda. Destes, 83% relatam que os profissionais das forças de segurança "nada ajudaram".
O estudo da violência contra os homens está no patamar em que estava o estudo da violência contra as mulheres nos anos 70. A "feminização do fenómeno e a invisibilidade de outras faces do problema" conduz a que esta seja uma violência ainda não reconhecida socialmente no nosso país. Socialmente mas não só.

Quando um homem pretende apresentar queixa por violência, é quase certo que esbarra num "comportamento estranho". Diz ser necessário lutar contra a invisibilidade e a passividade das forças de segurança e da justiça e afirma ser difícil avançar-se para formalizações de processos. A razão, no seu entender, é uma: "sou homem".

Um quarto dos jovens agredido
A violência nos relacionamentos entre jovens foi analisada por Rosa Saavedra, assessora técnica da APAV, que citou um estudo que indica que, de 4667 estudantes do ensino secundário, profissional e universitário, 25% afirmou ter sido vítima e 30% agressor numa situação de violência entre jovens.

Para Rosa Saavedra, de uma forma geral "os jovens condenam a violência, mas tendem a desculpar". A banalização das formas ditas "menores" de violência e a desculpabilização da agressão em determinadas circunstâncias faz com que a maioria dos jovens não procure ajuda na solução dos seus problemas, muitas vezes  por falta de conhecimento dos recursos existentes. Os jovens precisam de ter mais informação acerca dos recursos formais de apoio. Para a especialista, "bater e pontapés é considerado agressão, mas muitos jovens pensam que controlar o telemóvel não é", o que constitui uma certeza de que é necessário haver um trabalho sobre o que caracterizou como os "níveis normativos de violência".

"Entre duas mulheres isso não acontece"
Só muito recentemente o código penal português passou a reconhecer como violência doméstica um acto de agressão ocorrido entre pessoas do mesmo sexo. Até 2007, a invisibilidade LGBT (lésbica, gay, bissexual e transgénero) tinha contornos legais. A violência entre mulheres lésbicas foi objecto de uma campanha por parte da APAV em 2008, mas para Ana Cristina Santos, investigadora do centro de estudos sociais da Universidade de Coimbra, ainda há muito por fazer naquilo que classificou como a "dupla discriminação das mulheres lésbicas e o duplo armário de que são vítimas".

Se já existe uma dificuldade numa relação heterossexual, esta dificuldade aumenta nas relações entre pessoas do mesmo sexo. Para a investigadora, o entender social das relações heterossexuais como a norma dificulta: "a heteronormatividade coloca as vítimas numa relação de fragilidade", diz. Para além do estigma da agressão, a invisibilidade das relações lésbicas acentua "a opressão e o isolamento". O envolvimento da academia, a consolidação do trabalho associativo e a formação de agentes institucionais educativos, de saúde, justiça e segurança poderá constituir a resposta necessária para pôr fim a esta dupla discriminação

Com o objectivo de proporcionar uma reflexão acerca das diferentes formas de vitimação, esta acção composta por um seminário e um debate constituiu aquilo que Catarina de Albuquerque, vice-presidente da APAV, afirmou serem "novas formas de actuação" da associação. A violência doméstica atinge todos os géneros, sexos e estratos da sociedade e é urgente lutar contra aquilo que definiu como o "amor que se transforma em controlo e medo".

A história do  professor sem medo
João Paiva Santos é professor no Instituto Politécnico de Beja e deu a cara pela sua história. Com 44 anos, João sabe bem o peso da violência que nem sempre é física. Durante cerca de 20 anos foi agredido várias vezes, perdeu a autoestima, a casa. E agora luta nos tribunais para poder continuar a ver os filhos .
Afinal, eles também choram

A cortina da vergonha, o preconceito de que um homem não chora e o tabu social que envolve o tema continuam a acalentar a ideia erradíssima de que a mulher é a única vítima de violência doméstica.




publico .pt / APAV e Expresso

É... eles também são tão vítimas, tão frágeis, sofrem tanto como elas... :(

Vou contar uma história que relata bem a veracidade do que foi relatado no tópico. Quem me contou foi um colega de faculdade, por isso vale o que vale:
Numa aldeia, havia numa casa cenas de violência doméstica. Ouviam-se os berros, coisas a partir, viam-se tachos a voar... só que, num meio pequeno que era e onde toda a gente sabe de toda a gente, o povo sabia perfeitamente que ali quem levava porrada... era o marido.
Depois de se ouvir aquela pouca vergonha toda, quando ele conseguia fugir para a rua (porque era mesmo assim, fugir!), chegava ao portão, virava-se para trás e gritava: "e para a próxima levas mais!!!". Claro que aquilo ainda era pior, pois quando regressava voltava a levar que era para aprender...

O que quero dizer com isto é que a vergonha dele era tanta, que preferia que pensassem que era ele o agressor e não o contrário. Também a mentalidade não ajudava muito, mas era assim que pensava...

Boa partilha. :)

até que enfim que alguém me acudiu...  ::)  ...já estou farto de levar porrada e ninguém me ajudava...

excelente tópico  ;)
a minha religião é a verdade...

Claro que acudimos incertus!!! Quantos são?! Venham eles!!! ;D ;D ;D

se fossem homens eu podia com eles... já com a mulher até a ponho de joelhos a gritar...

"-Sái já debaixo da cama ou levas mais..."  ::)
a minha religião é a verdade...

E cada dia será pior, já que a família está em desagregação e não há regras em coisa nenhuma.  E por causa disso mesmo  e que  os jovens serão no futuro, tanto rapazes como raparigas,  vitimas de violência.

E Incertos, ninguém te "bateu". A realidade,  contudo, é inquestionável, morrem muito mais mulheres do que homens às mãos da violência doméstica.
Templa - Membro nº 708

a amiga não me bateu...  :P ...nem eu disse o contrário... mas que já tou farto de "levar porrada" das mulheres... aí isso estou... desde pequenino...  ;)
a minha religião é a verdade...