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  • Do Xamanismo à bruxaria
    Iniciado por Xteila
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Xteila
O grande feiticeiro primitivo

Desde o início do século XX, que a etnologia tem o costume de chamar xamã, homem-medicina, grande feiticeiro e até mago, a indivíduos dotados de poderes mágico-religiosos baseados no êxtase, o que lhes confere um papel essencial nas sociedades primitivas.
Há um xamanismo siberiano, indonésio, oceânico, norte e sul-americano. Apesar desta diversidade geográfica, o essencial é comum, podendo-se mesmo integrar no estudo das religiões de povos evoluídos, falando-se de um xamanismo chinês, indiano, iraniano ou germânico, para designar o conjunto dos elementos primitivos e mágicos que ainda subsistem nas religiões ou folclores destes povos.
Mas o xamanismo é, sobretudo, um fenómeno do Centro da Ásia (do tungue, shaman) que se pode definir como «a técnica do êxtase», que implica o «transe», mas não a «possessão ordinária».
O xamã é um escolhido, chamado por vocação. Mas é também um místico, um sacerdote, um poeta, um responsável pelas almas e pela vida religiosa da comunidade. Todavia, embora o xamã seja um mestre do transe, não deve ser confundido com o epiléptico.


Os poderes do xamã

Na vida do xamã ocorrem muitos êxtases, doenças e sonhos, quer «vindos do céu», quer provocados. Começa por entrar numa «doença-iniciação», em que aprende a discernir as almas dos mortais, para segui-las quando deixam o corpo (no sono ou na morte) e devolva-las ao corpo; a descer aos Infernos para resgatar as almas de acidentados ou de doentes e roubá-las aos demónios; a subir ao céu e a conversar com os deuses. O êxtase dá-lhe poderes espantosos: levitação, voar nos ares, invisibilidade, domínio sobre o fogo, desmembrações iniciáticas... Doma os elementos, compreende a linguagem secreta dos deuses e demónios, toma formas animais, domina o calor e o frio e é capaz de provocar «suores mágicos».
É capaz de «chamar a alma», isto é, de curar.
Mesmo actualmente, é impossível, controlar cientificamente as actividades do xamã.
Do xamanismo derivaram os faquirismos árabes e hindus.


A feitiçaria ou bruxaria ocidental

Ao lado do xamã, o nosso feiticeiro, ou bruxo, não passa de um desajeitado aprendiz. Também não pode reivindicar o estatuto de ciência para a magia. O mago afirma-se um mestre que comanda as forças do mal. O feiticeiro, ou bruxo, nem sequer domina as forças que desencadeia. Por isso, é perseguido. A feitiçaria parece ter duas origens: como filha do paganismo moribundo revolta-se contra a religião triunfante e tem também a necessidade de caricaturar a ordem social. Como o próprio Diabo é a «inversão», o feiticeiro, ou bruxo, quer ridicularizar a civilização. Mas muito mediocremente. A bruxaria é uma revolta miserável contra o espiritual e o temporal.


Síntese histórica da feitiçaria

A bruxaria é tipicamente feminina. Já na Grécia Antiga eram as mulheres que a exerciam; em compensação, os homens dedicavam-se à magia-ciência.
É em 589 que aparece, pela primeira vez, o termo «feiticeiro» com estas características essenciais: paganismo de pouca qualidade, ignorância, diabolismo e hostilidade às ordens estabelecidas. Sempre que há um flagelo, ressurge a bruxaria.
Até ao século XIII, na Europa, os casos de bruxaria eram relativamente raros. No século IX, o Concílio de Paris pede a ajuda de Luís, o Bondoso, para castigar os feiticeiros. Mas a verdadeira repressão s+o começa com a Inquisição, instituída em 1220.
Dois casos trágicos: o processo dos Templários (1325) e o de Joana d'Arc (1431), em que a magia e a feitiçaria são apenas pretextos, para Filipe, o Belo, e para os Ingleses, respectivamente. Depois, a história horrível de Gilles de Rais, marechal de França, enforcado por diabolismo, em 1440, desencadeou a epidemia de feitiçaria e de repressão que já vinha dos Valdenses.
O Renascentismo não abrandou a repressão. Pelo contrário.
O século XVII, a «Idade da Razão», não traz a calma. Até detém, com o século XVI, o recorde de violência de repressão. O Diabo chega aos conventos: Gaufridi, em 1609; Loudun, em 1634; Louviers, em 1634-1643. Até a América tem as suas execuções, em 1645 e 1692 com os processos de Salém.
No século XVIII, as «possessões» continuam; mas a bruxaria torna-se um passatempo de alguns grandes senhores franceses: o duque de Olonne, a marquesa de l'Hôpital, Madame Pompadour, etc.
Com a revolução, o feiticeiro perde o seu prestígio e não passa de um trapaceiro. No século XIX, a Igreja torna-se mais prudente e circunspecta do que a Inquisição.




(Transcrito do livro "Ciências Ocultas")

Tento ser o que sou, sempre a descobrir o que poderei vir a ser.

Alguém aqui já praticou exercícios Xamânicos?  :-\
Não exercícios ligados à feitiçaria ocidental, mas antes exercícios de cura usada pelos aborígenes australianos por exemplo....
Alguém?

Mas afinal o que é o xamanismo?

Parece ser um sistema baseado no princípio de que o universo está vivo e que é constituído por espíritos, divinos ou não (quer dizer do bem ou do mal, consoante o que se pretende) e que interagem com a humanidade.
O xamã alcança o transe através do rufar de tambores, entoação de cânticos, a dança, ou narcóticos de modo a entrar em sintonia com os tais espíritos, os quais procuram controlar (??).
Realizam curas, espiolham o passado e dão uma piscadela ao futuro. Quer dizer: são videntes, curandeiros, mágicos, médiuns e outros (depende do que se pretende).
Quanto a mim são pau para toda a obra, versáteis e interdisciplinares!!!

Será que estou errada ou o xamanismo é algo que não consigo perceber?
"Somos seres espirituais com corpo físico, e não seres humanos que buscam a condição espiritual." (Sara Marriott).