Hikikomori

Hikikomori é um termo de origem japonesa que designa um comportamento de extremo isolamento doméstico. Os hikikomori são pessoas geralmente jovens entre 18 a 34 anos que se retiram completamente da sociedade, evitando contacto com outras pessoas. Em geral, moram sozinhos ou com os pais e se dedicam à internet, animes e videojogos como forma de preencher o tempo e viver num mundo isolado fantasiando a realidade. Os individuos têm o seu desenvolvimento social paralisado afectando o processo natural de amadurecimento.

Japão

Este tipo de comportamento é actualmente tido como problema de saúde pública no Japão onde milhares de jovens encontram-se nesta situação devido ao alto grau de perfeição exigido das pessoas em tarefas diárias e à pressão acarretada por tal exigência, o que acaba por levar muitas pessoas a problemas psicológicos de baixa auto-estima e em alguns casos extremos tendências sociopáticas graves. Há casos extremos onde filhos chegam aos 40 anos ainda dependentes dos pais e sem experiência profissional.

O Ministério da Saúde no Japão estima que cerca de 50 mil japoneses são vítimas deste fenómeno. Dados do psicólogo Saito Tamaki, criador do termo e pioneiro na pesquisa sobre tal fenómeno, indicam um quadro muito mais sombrio: um milhão de jovens do sexo masculino são vítimas deste distúrbio, o que leva ao assombroso quadro de 20% da população adolescente masculina (ou 1% da população do país inteiro) a viver em reclusão quase que total. É um tanto óbvio que graças ao comportamento isolacionista ao extremo das vítimas, o número exacto de Hikikomori existentes actualmente não pode ser medido com exactidão, e provavelmente está entre um dos dois extremos propostos pelos dados fornecidos. Há informações de que Tamaki teria posteriormente admitido na sua autobiografia (Hakushi no kimyo na shishunki) que este número não tem base factual e foi empregado apenas para chocar e chamar atenção para o problema.

Mundo

Não apenas no Japão, os Hikikomori podem ser encontrados em qualquer grande centro urbano do mundo com incidência em famílias onde o poder aquisitivo é maior. Com o recente avanço tecnológico e aumento do poder financeiro, a família moderna propicia aos filhos conforto e tecnologia, impedindo de enfrentarem o mundo, buscar o seu espaço, seguirem o seu caminho e dando a eles ocupação permanente nos seus lares. Estima-se que nos EUA a incidência é alta, o que fez o sistema de saúde elaborar uma cartilha aos psicólogos e psiquiatras. Uma pesquisa no Reino Unido mostrou que os hikikomori britânicos são centrados na cultura de massa japonesa - os animes e videojogos estimulariam jovens a entrar neste estado de isolamento.

Tratamento

Em 2007 o governo Japonês implantou um programa de assistência aos hikikomori - assistentes sociais estabelecem contacto com eles através de cartas, telefonemas e depois convidam-nos a sair para cinema, praças, shoppings, estimulando o contacto social e consequentemente melhorando o estado de isolamento. Estas assistentes sociais são chamadas de "Super Irmãs" por serem do sexo feminino e conseguirem reerguer muitos jovens masculinos nesta situação.

O tratamento é feito estimulando o jovem a actividades sociais, culturais e desportivas, porém a companhia constante de outra pessoa apoiando é fundamental, visto que os hikikomori são extremamente sensíveis a interacções humanas. Na Inglaterra, grupos de apoio dos que sofrem o mesmo problema mostraram-se bastante eficientes.

muito bom post 

não tinha a noção da gravidade deste problema, a mim parece-me uma espécie de autismo virtual... é de ter pena desses indivíduos 

Conhecia mas só assim por alto.
Obrigado pela info