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  • O que é o Comunismo
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Lunática


O Comunismo (do latim communis = "comum") é um sistema económico, bem como uma doutrina política e social, cujo objectivo é a criação de uma sociedade sem classes, sem Estado, baseada na propriedade comum dos meios de produção, com a consequente abolição da propriedade privada e caracterizada pelo controle dos meios de produção pelos trabalhadores através de associações livres de produtores.

O Comunismo tenta oferecer uma alternativa aos problemas que são entendidos como inerentes à economia capitalista e ao legado do imperialismo e do nacionalismo. De acordo com a ideologia comunista, a forma para superar esses problemas seria a derrocada da rica burguesia, tida como classe dominante, em prol da classe trabalhadora - ou proletariado – para estabelecer uma sociedade pacífica, livre, sem classes, ou governo.

O pensamento comunista é normalmente considerado parte de um mais amplo movimento socialista, originário nos trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e Revolução Francesa, que remontam às obras de Karl Marx. As formas dominantes do comunismo, como o Leninismo, o Trotskismo e o Luxemburguismo, são baseadas no Marxismo; mas versões não-Marxistas do comunismo (como o Comunismo Cristão e o Anarcocomunismo) também existem e estão a crescer em importância, desde a Queda da União Soviética.

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Socialismo e Comunismo

Muitas vezes socialismo e comunismo são empregadas erradamente como sinónimos, porém, na concepção original de Karl Marx, elas seriam duas etapas diferentes do processo revolucionário que deveria acabar com as estruturas capitalistas. Segundo Marx, na primeira fase - o socialismo, teria necessidade de existência de um Estado controlado pelo proletariado para organizar o funcionamento da sociedade. A próxima fase seria o comunismo, na qual o Estado passaria a ser desnecessário e seria extinto, sendo substituído por livres associações de produtores, e cada pessoa seria remunerada de acordo com suas necessidades, sendo que o consumismo e a acumulação de dinheiro não existiriam.

Muitos historiadores e teóricos afirmam que de acordo com as teorias marxistas originais, o socialismo nunca foi superado e por consequência, o comunismo nunca existiu de facto. Por outro lado diversos especialistas defendem que o comunismo original foi alcançado, mas com algumas modificações, necessárias porque as forças políticas mudaram desde a época de Marx.

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#2
Conceito

No seu uso mais comum, o termo "comunismo" refere-se à obra e às idéias de Karl Marx e, posteriormente, a diversos outros teóricos, notavelmente Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Leon Trotsky, Vladimir Lenin, Antonio Gramsci, entre outros. Uma das principais obras fundadoras desta corrente política é O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels e a principal obra teórica é O Capital de Marx.

As principais características do modelo de sociedade comunal proposto nas obras de Marx e Engels são:

- A inexistência das classes sociais;
- As necessidades de todas as pessoas supridas;
- A ausência do Estado.

Para chegar a tal estado, Marx propõe uma fase de transição, com a tomada do poder dos meios de produção pelos proletários para abolir a propriedade privada destes e a consequente orientação da economia de forma planeada e controlada pelos próprios produtores, com o objectivo de suprir todas as necessidades da sociedade e seus indivíduos. Marx entende que, com as necessidades supridas pela abundância promovida pelo desenvolvimento atingido pela produtividade do trabalho (isto é, das forças produtivas), as classes sociais deixam de existir e, portanto, não existe mais a necessidade do Estado, visto que este existe somente em decorrência da existência de classes.

Algumas vertentes do socialismo e do comunismo, identificadas como anarquistas, defendem a abolição imediata do Estado. Tornam-se mais visíveis as diferenças entre estes grupos quando se sabe que a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) terminou como resultado da cisão entre marxistas (que acreditavam na necessidade de tomar o poder do Estado para realizar a revolução) e bakuninistas (que acreditavam que não haveria revolução a menos que o Estado fosse abolido em simultâneo com o capitalismo, além da defesa do terrorismo como prática de luta).

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Terminologia

O comunismo é o modo de produção em que a sociedade se libertaria da alienação do trabalho, que é a forma de alienação que funda as demais, onde a humanidade se tornaria emancipada, tendo o controle e consciência sob todo o processo social de produção. Noutras palavras, o comunismo é o "trabalho livremente associado", nas palavras do próprio Karl Marx. Enquanto no capitalismo o trabalho é livremente comercializado, enquanto mercadoria, na sociedade comunista, com a socialização dos meios de produção, o trabalho deixaria de ser um aspecto negativo e passaria a ser positivo, isto é, o trabalho seria a afirmação do prazer, dado a abundância de produtos e o desenvolvimento da produtividade do trabalho, que faria com que pudéssemos trabalhar cada vez menos, com processos de mecanização e controle racional, levando em consideração a questão da natureza.

Numa sociedade comunista não haveria governos estatais e não haveria divisão de classes, pelo contrário, a sociedade seria auto-gerida democraticamente, entretanto não na forma política e sim através da actividade humana consciente. No Marxismo-Leninismo, o Socialismo é um modo de produção intermediário entre capitalismo e comunismo, quando o governo está num processo de transformar os meios de produção de privados para sociais.

Então seria possível para as pessoas acreditarem numa sociedade comunista sem necessariamente utilizar a proposta de Karl Marx, por exemplo utilizando o comunismo-religioso ou Anarcocomunismo. Mas obviamente, para alcançar a emancipação humana há os obstáculos promovidos pela classe dominante, no caso, a burguesia, que detém todos os meios contra a revolução socialista.

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#4
História do comunismo

Teorias e correntes do Comunismo

Utópicos

As idéias comunistas desenvolveram-se a partir dos escritos dos chamados socialistas utópicos, como Robert Owen, Charles Fourier e Saint-Simon.

Robert Owen foi o primeiro autor a considerar que o valor de uma mercadoria deve ser medido pelo trabalho a ela incorporado, e não pelo valor em dinheiro que lhe é atribuído. Charles Fourier foi o primeiro a defender a abolição do capitalismo e sua substituição por uma sociedade baseada no comunismo. E o Conde de Saint-Simon defendeu que a nova sociedade deveria ser planeada para atender o bem-estar dos pobres. Todos estes autores, entretanto, propunham a mudança social através da criação de comunidades rurais auto-suficientes por voluntários. Estes autores não consideraram que a sociedade estaria dividida em classes sociais com interesses antagónicos.

O socialismo científico

Karl Marx foi o responsável pela análise ecoóômica e histórica mais detalhada da evolução das relações económicas entre as classes sociais. Marx procurou demonstrar a dinâmica económica que levou a sociedade, partindo do comunismo primitivo, até à concentração cada vez mais acentuada do capital e o aparecimento da classe operária. Esta, ao mesmo tempo seria filha do capitalismo, e a fonte de sua futura ruína. Marx se diferenciou dos seus precursores por explicar a evolução da sociedade em termos puramente econômicos, e se referir à acumulação do capital através da mais-valia de forma mais clara que seus antecessores.
Marx considerava, ao contrário de muitos dos seus contemporâneos e de muitos críticos actuais, o comunismo um "movimento real" e não um "ideal" ou "modelo de sociedade" produzido por intelectuais. Este movimento real, para Marx, se manifestava no movimento operário. Inicialmente ele propôs que a classe operária fizesse um processo de estatização dos meios de produção ao derrubar o poder da burguesia, para depois haver a supressão total do Estado. Após a experiência da Comuna de Paris, ele revê esta posição e passa a defender a abolição do Estado e o "autogoverno dos produtores associados". No entanto, também diferentemente dos outros autores, Marx acreditava que a sociedade era regida por leis económicas que eram alheias à vontade humana. Para ele, tanto as mudanças passadas, quanto à Revolução socialista que poria fim ao capitalismo, eram necessidades históricas que fatalmente aconteceriam.

Libertários

Em 1840, Pierre-Joseph Proudhon publica o seu livro Que é a Propriedade?, em que, baseando-se em informações históricas, jurídicas e económicas, procura demonstrar que toda a propriedade tem em sua raiz um ato de "roubo". Proudhon ataca o conceito de renda, o qual compreende como sendo o direito de exigir algo a troco de nada. E pela primeira vez, identifica uma parcela da população como produtores de riqueza (os trabalhadores) e uma outra como os usurpadores dessa riqueza (os proprietários). Conclui que a propriedade é impossível, e só pode existir como uma ficção jurídica imposta pela força, através do Estado. Proudhon então conclui que os cidadãos só estarão livres da imposição da propriedade numa sociedade onde o Estado não exista.

Diferente dos seus precursores, Proudhon desprezou a religião e procurou basear sua análise económica apenas em fatos e lógica. Acredita que a mudança através da violência representaria apenas uma mudança de governo, nada modificando nas relações sociais. Estas, portanto teriam que ser reformadas gradativamente, pelos próprios cidadãos. Além disso, identificou parte do mecanismo pelo qual as contradições do capitalismo se intensificavam. Em Sistema de Contradições Económicas ou Filosofia da Miséria (1846), Proudhon afirma que depois de ter provocado o consumo de mercadorias pela abundância de produtos, a sociedade estimula a escassez pelo baixo nível dos salários, uma ideia que se popularizaria com o nome de "crise de superprodução-subconsumo".

Após ter travado contacto com Proudhon e descrito sua obra de forma lisonjeira em A Sagrada Família (1845), Marx passa a criticá-lo em Miséria da Filosofia (1847). O embate se intensifica na AIT contra Bakunin, outro anarquista, e leva a associação ao seu fim. O principal ponto de discordância era que, para Proudhon e Bakunin, a Revolução só seria possível com a abolição imediata do Estado. Já Marx acreditava que o Estado poderia ser instrumental no processo revolucionário. Os anarquistas também rejeitavam a autoridade, e Marx não. Após o fim da AIT, os adeptos de Proudhon e Bakunin passam a se chamar "comunistas libertários" para se diferenciar dos marxistas, que permanecem usando a denominação de comunistas. A partir daí, essas duas correntes do comunismo se separaram e seguiram trajectórias independentes.

Pós-marxismo

Revisionismo

O movimento comunista, a partir do início do século XX, passou a se dividir em diversas correntes. Inicialmente, o surgimento do chamado "revisionismo", também chamado reformismo, proposto por Bernstein, que considerava que o aburguesamento da classe operária tornava a possibilidade de uma revolução socialista quase nula e que o socialismo deveria adaptar-se a esta realidade lutando não pelo socialismo, mas pela reforma do capitalismo em bases puramente éticas. Inicialmente rejeitada pelo movimento socialista, que então recebia o nome geral de social-democracia, o reformismo acabou consolidando-se como prática política geral dos partidos socialistas de massa após a Primeira Guerra Mundial, quando o assentimento dos partidos socialistas da Alemanha, França e Itália em votar a favor dos créditos de guerra nos seus parlamentos revelou sua aceitação geral da legalidade burguesa e sua recusa do "derrotismo revolucionário" (isto é, a busca da revolução socialista mesmo em detrimento dos interesses do Estado Nacional) praticada pelos bolcheviques de Lenin.

Comunismo de Partido

Na esteira da Revolução Russa, criar-se-ia uma divisão entre a Extrema Esquerda do movimento socialista, liderada por Lenin, que promoveria o retorno da expressão "comunismo", adoptada por Marx para definir-se a si mesma, distinguindo-se das correntes socialistas reformistas, que retiveram o nome de social-democracia. A concepção "bolchevista" ou "leninista" (nas suas diversas correntes) que compreendia que o comunismo fosse precedido por um período de transição chamado socialismo, no qual haveria a estatização dos meios de produção, permaneceria existindo a lei do valor e o uso do dinheiro, entre outras características do capitalismo. Este período de transição desembocaria, pelos menos teoricamente, na extinção gradual do Estado e das demais característica do capitalismo, constituindo assim o comunismo. As obras que desenvolvem esta tese são os escritos de Lenin após a revolução bolchevique, o livro de Joseph Stálin "Problemas Económicos na União Soviética" e em vários escritos posteriores dos seguidores desta corrente, tanto na Rússia quanto no resto do mundo.

Conselhismo

Os comunistas, no entanto, logo se viram diante de uma nova divisão: por um lado, os comunistas de partido - os adeptos das teses de Lenin de que o partido de vanguarda seria um instrumento necessário para a revolução comunista - e, por, outro, os "comunistas de conselhos", que consideravam os conselhos operários ou "sovietes" como a forma de organização revolucionária dos trabalhadores. A concepção conselhista, retomava Marx e concebia o comunismo como um modo de produção que substituía o capitalismo, abolindo o Estado, a lei do valor etc., imediatamente, através da autogestão dos conselhos operários. Assim, esta corrente questionava a ideia de um período de transição, colocando-a como sendo contra-revolucionária e produto de um projecto semi-burguês no interior do movimento operário. As principais obras que expressam este ponto de vista são: "Princípios Fundamentais do Modo de Produção e Distribuição Comunista", do Grupo Comunista Internacionalista da Holanda e "Os Conselhos Operários" de Anton Pannekoek, e vários outras obras posteriores que desenvolveram estas teses até os dias de hoje, assumindo o nome contemporâneo de autogestão.

Cisões posteriores

Esta divisão seria seguida por várias outras divisões, principalmente dentro da corrente hegemónica, o "comunismo de partido" - também chamado bolchevismo, leninismo ou marxismo-leninismo, criando diversas tendências, como o maoísmo, o stalinismo, o trotskismo, entre outras. Esta divisão dentro da própria teoria acabaria por minar muitas das iniciativas do Comunismo e causar várias lutas ideológicas internas.

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#5
Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa foi uma série de eventos políticos na Rússia, durante os quais os operários e camponeses sucessivamente derrubaram a autocracia russa, o governo provisório e expropriaram campos, fábricas e demais locais de trabalho. Estes eventos aconteceram durante o ano de 1917 e início de 1918, e resultaram numa guerra civil que durou de 1918 a 1921.

Durante este processo, o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lenin e Leon Trotski, se transformou na única força política capaz de restabelecer a ordem. Ele criou um poderoso exército, que submeteu igualmente a classe operária e os demais partidos, ao mesmo tempo que adoptou o discurso socialista, o qual utilizou como justificativa para a imposição de uma ditadura do proletariado.

A burocratização

Ainda durante os seus últimos anos de vida, Lenin empreendeu uma vigorosa luta contra a burocratização do Partido e a concentração de poder nas mãos de Stálin, sugerindo que Trótski, "o mais capaz do Comité Central", assumisse o comando do partido. Além de ter exercido papel decisivo como reorganizador do Exército Vermelho, Trotsky havia proposto a teoria chamada de "Revolução Permanente", e que fora adoptada por Lenin em suas Teses de Abril - quando este admitiu que a Revolução Russa colocaria em curso o transcrescimento ininterrupto entre revolução burguesa (Fevereiro) e proletária (Outubro).

Estalinismo

As perseguições se agravaram pouco tempo depois da morte de Lenin, em Janeiro de 1924, quando uma luta interna pelo poder estabeleceu-se entre Trótski e Stálin. Ela terminou com a vitória de Stálin, que implantou um regime de terror e intrigas, exterminando dois terços dos quadros do Partido Comunista, de forma a prevalecer incontestado. Durante seu regime a União Soviética saltou de um país arruinado pela guerra civil, para uma superpotência, mas ao custo de pelo menos 7,5 milhões de mortes devidas à grande fome de 1923-1933, somando-se ao seu regime de total e absoluto terror ditatorial, com a expansão dos antigos Gulags (campos de concentração construídos na Sibéria para punir dissidentes políticos) e perseguição política sem precedentes, culminando com o fim da liberdade de expressão e repressão ferrenha contra homossexuais, jornalistas e cientistas da academia no geral, durante e após o Grande Expurgo.

Apesar das críticas, alguns poucos do ocidente viam com admiração o regime socialista da URSS, sendo notório o apoio de um pequeno grupo de intelectuais de extrema-esquerda do ocidente ao governo de Stálin.

A oposição de esquerda

Túmulo de Leon Trótski em Coyoacán, bairro da cidade do México, no jardim da casa onde morou durante seus últimos anos de vida.

Após a morte de Lenin, seguiu-se um período de conflitos, tendo como pano de fundo interno as disputas sobre a colectivização da agricultura e a burocratização do aparato partidário, Stálin deu um golpe contra Trótski e a velha guarda bolchevique, mandando para a cadeia, para o exílio ou para a morte centenas de milhares de comunistas e anarquistas russos.
Leon Trótski, expulso, permaneceu lutando pelo comunismo e construiu um novo reagrupamento internacionalista, a IV Internacional, que foi o bastião do marxismo-revolucionário nos negros anos do stalinismo. Trótski foi assassinado, em Coyoacán, México por Rámon Mercader, agente catalão em serviço para a polícia secreta de Stálin (GPU, depois KGB).

Autocrítica

Quando Nikita Khrushchev assumiu o poder da URSS denunciou os crimes de Stálin e campos de concentração (gulags), porém isso pouco mudou a acção do estado socialista repressor.

Nem mesmo a publicação do livro Arquipélago de Gulag do ganhador do Prémio Nobel de Literatura de 1970, Aleksandr Solzhenitsyn, mudou alguma coisa, pois ninguém dentro da União Soviética sabia da existência do livro. Este livro foi escrito entre 1962 e 1973, somente foi publicado no ocidente em 1973. O livro foi publicado oficialmente na Rússia apenas em 1989.
Segundo a descrição do livro, os "gulags" eram campos de trabalho penoso, bastante próximo de uma situação de escravatura, para intelectuais opositores ou eventuais traidores do regime, cujas condições de chegada foram descritas e comparadas, por muitos dos seus sobreviventes, às de deportação para campos de extermínio. Segundo algumas descrições, os campos mais desumanos encontravam-se na região da Sibéria.

Glasnost

Após a Segunda Guerra Mundial, em que a Alemanha nazista foi derrotada pelas forças aliadas (Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética), iniciou-se uma fase de revisão dos fundamentos do estalinismo, o que resultou, nos anos 90, na revisão do Estado Soviético que foram então conhecidos como "Glasnost" e "perestroika". Para alguns, isto significou uma volta ao capitalismo e uma reaproximação à política dos Estados Unidos, enquanto, para outros que qualificavam a sociedade russa como um capitalismo de estado, tratava-se de uma volta ao capitalismo privado.

A queda do muro de Berlim


Muro de Berlim
Após a queda do muro de Berlim, o comunismo foi considerado morto por vários pensadores, intelectuais e pela média. O marxismo manteve-se sob outras formas, como na China, com o maoísmo, em Cuba, com Fidel Castro e, mais duramente, na Coreia do Norte, com Kim Il-sung e o seu filho Kim Jong-il. Segundo alguns pensadores, mais como uma referência filosófica e política geradora de alguma polémica do que propriamente um ente político de largo espectro, pois ter-se-ia limitado ao nível de Governo, deixando o povo com relativa liberdade de acordo com cada norma vigente no respectivo país. O marxismo mantém-se, contudo, como uma referência filosófica e política, (polémica, é certo), que não deve ser desprezada no contexto da globalização.

Os seguidores desta doutrina política defrontam-se, entretanto, com as novas realidades históricas que têm originado movimentos reformadores que pretendem repensá-la. O projecto de instauração de uma sociedade comunista ainda é defendido por diversas correntes e pensadores, alguns mantendo a concepção que inspirou a Revolução Bolchevique, o leninismo (para quem as "renovações" são apenas sinal de subjugação ao capitalismo), e outros, fazendo revisão ou aderindo às correntes comunistas antileninistas. O socialismo continuou de outra maneira em diversos países do mundo.

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#6
Comunismo versus Anarquismo


Símbolo do anarquismo

Os movimentos anarquista e marxista surgiram e ganharam forte actuação no século XIX, em meio aos efeitos sociais da Revolução Industrial. Foram ambos contestadores da ordem liberal burguesa e do Estado garantidor das condições trabalhistas da época, coincidindo, também, quanto ao ideal comunista: o fim das divisões de classes, da exploração e até mesmo do Estado.

A despeito dessas semelhanças (de origem, alguns alvos de actuação e objectivos finais), divergiam quanto ao caminho a ser seguido para alcançar o comunismo. Para os marxistas, deveria haver uma fase intermediária socialista — a ditadura do proletariado —, um Estado revolucionário que construiria as condições viabilizadoras do comunismo, tais como lidar com os movimentos contra-revolucionários que viessem a surgir na transição. Os anarquistas, ao contrário, pensavam em erradicar não apenas as classes, as instituições e as tradições, mas sobretudo o Estado.

Na segunda metade do século XIX, durante o século XX, e ainda no século XXI as diferenças prevaleceram sobre as semelhanças, promovendo entre os dois movimentos socialistas uma convivência de choques e divergências, nas suas lutas contra a ordem estabelecida.

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Críticas ao comunismo

Desde a sua difusão, o comunismo marxista-leninista recebeu oposição, tanto da esquerda quanto da direita política. Vários críticos atribuem ao comunismo episódios de violação de direitos humanos observados durante o século XX, como o genocídio ucraniano na União Soviética ou o massacre de um quarto da população do Camboja sob o regime de Pol Pot. Há críticas ainda ao funcionamento da economia comunista, considerada por Mises ineficiente e por Hayek inevitavelmente ligada à tirania.

As principais críticas ao comunismo se assentam essencialmente na ideia de que quanto maior é a intervenção do Estado, mais negativa é. Porque:

•   Interfere com a liberdade individual e livre iniciativa das pessoas e empresas, que são quem sustentam involuntariamente o Estado através dos impostos e taxas;
•   Ao deslocar recursos dos mais produtivos para os menos produtivos, retirando produção aos primeiros para alocar aos segundos, o Estado contribui para uma diminuição da eficiência global do sistema económico e social. Isto porque é intuitivo que a pessoa que não vê uma recompensa maior pelo seu esforço, tem tendência a produzir menos, dessa forma todos ficam mais pobres.

Bernard-Henri Lévy, Karl Popper, Ludwig von Mises, Max Weber, Michael Voslensky, Milovan Djilas, Milton Friedman, Václav Havel são alguns eminentes críticos do comunismo. A ideologia comunista também é fortemente criticada pela Doutrina Social da Igreja Católica.

eu só li o primeiro post mas acho o comunismo bonito em termos de ideologia acho que na realidade nao é praticavel, porque a ideia de uma humanidade sem lideres, so os trabalhadores a comandar, acho demasiado utopica, para alem de em nenhumm dos paises em que o comunismo se instalou nao me parecer que tenham tido grande sucesso, mas isto sou eu a dizer que nao percebo nada de politica...
"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco."  François La Rochefoucauld

não sei se percebes ou não de política, mas o que disseste tá muito bem dito  ;)
O possível faz-se, o impossível demora mais um bocado.

"Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam connosco."  François La Rochefoucauld

AbelhaMaia
excelente post e dou-t pos meus parabéns pelo tema  :P
ainda não o li todo, estou a analisar com atenção mas fica aqui desde ja o comentário

Lunática
Citação de: AbelhaMaia em 02 outubro, 2009, 15:41
excelente post e dou-t pos meus parabéns pelo tema  :P
ainda não o li todo, estou a analisar com atenção mas fica aqui desde ja o comentário

Ui que bom =) Muito obrigada =)