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  • Velório
    Iniciado por Anitacleo
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Quando comparecemos a um velório cumprimos sagrado dever de solidariedade, oferecendo conforto à família. Infelizmente, tendemos a fazê-lo pela metade, com a presença física, ignorando o que poderíamos definir por compostura espiritual, a exprimir-se no respeito pelo ambiente e no empenho de ajudar o morto.

Superada a longa fase das carpideiras, em que obrigatoriamente a presença da morte era encarada como algo terrível e inspirar compulsórios sentimentos de dor, com a participação de lágrimas abundantes, fomos parar no extremo oposto em que, excetuados os familiares, os circunstantes parecem estar em oportuna reunião social, onde velhos amigos se reencontram, como o ensejo de "por a conversa em dia". Contam-se piadas, fala-se e futebol, política, sexo, modas... Ninguém se dá ao trabalho sequer de reduzir o volume da voz, numa zoeira incrível, principalmente ao aproximar-se o horário do sepultamento, quando o recinto acolhe maior número de pessoas.

O falecido é sempre lembrado, até com palavras elogiosas (em princípio todo morto é bom, conforme velha tradição humana, mas fatalmente as reminiscências desembocam em aspectos negativos de seu comportamento, gerando chistes e fofocas.

Imaginemos a situação desconfortante do Espírito, ainda ligado ao corpo, mergulhado num oceano de vibrações heterogêneas, "contribuição" lamentável de pessoas que comparecem em nome da amizade, mas agem como indisciplinados espectadores a dificultar a tarefa de diligente equipe de socorro no esforço por retirar um ferido dos escombros de uma casa que desabou...

Preso à residência temporária transformada em ruína pela morte, o desencarnante, em estado de inconsciência, recebe o impacto dessas vibrações desrespeitosas e desajustantes que o atingem penosamente, particularmente as de caráter pessoal. Como se vivesse terrível pesadelo ele quer despertar, luta por readquirir o domínio do corpo, quedando-se angustiado e aflito.

Num velório concorrido, com expressivo acompanhamento ao túmulo, comenta-se:

"Que belo enterro! Quanta gente!"

No entanto, nem sempre que nos parece agradável é bom, principalmente quando confrontamos a realidade física com a espiritual. Quanto maior o número de pessoas, mais heterogêneas as conversas, mais carregado o ambiente, maior o impacto sobre o falecido.

Há algum tempo estive num hospital providenciando o sepultamento de um indigente. Acertada a documentação necessária, o morto partiu para o cemitério no carro fúnebre, sem nenhum acompanhamento. Eu próprio não pude fazê-lo em virtude de obrigações profissionais.

"Que tristeza! Velório vazio! Enterro solitário!"

Espiritualmente, melhor assim. Não havia ninguém para atrapalhar e os benfeitores espirituais puderam realizar mais tranqüilamente sua tarefa, libertando o prisioneiro de acanhada prisão de carne para reconduzi-lo aos gloriosos horizontes espirituais.


Fonte:Espiritismo na rede
Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é irrelevante!

às vezes menos é melhor que mais
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Detesto ir a velórios e funerais devido à carga negativa que se sente. Fui recentemente a um por questões familiares. Foi impossível escapar. Apesar de acreditar que ali só ficou o corpo depois de usado e que a vida continua depois da morte física considero muito complicado todo o processo...
E sim...as conversas que se geram num velório são por vezes inacreditáveis. Mas penso que acaba por ser uma defesa que as pessoas arranjam para não pensarem tanto na morte. Porque é definitivamente nestas alturas que nos lembramos que pode chegar a nossa vez ou à dos nossos :(

Sinceramente o que considero mais triste é a hipocrisia porque de repente aquele ser que terminou a sua missão cá passa a ser um anjo sem defeitos...quando em vida tantas vezes somos criticados e sentimos falta de apoio ... Por isso parece que quem está morto já pode ser amado sem condições. Onde estava esse Amor quando ele tanto precisou em muitos momentos da vida?
Dá que pensar... :-[

E se fosse hoje? Se soubéssemos antes que a morte viria... Teríamos amado mais? Escolheríamos a vida que queríamos? Teríamos falado mais de amor e menos de rancor? Teríamos escolhido ser felizes mais vezes? Teríamos sido fiéis a nós próprios, ao invés de sermos quem os outros esperavam que fossemos? Teríamos seguido o mesmo caminho, com as mesmas pessoas? Teríamos deixado partir aquela pessoa especial?

E se a malvada viesse com a foice hoje, agora mesmo atrás de nós, sem aviso, como quem corta ervas daninhas pela base?O que diríamos a Deus ou aos que já tivessem partido antes e nos viessem acompanhar na jornada?

O que diriam de nós os que ficavam? Aposto que todos nós teríamos imensa curiosidade em saber quem nos acompanharia à última casa. Quem nos choraria somente de dor e saudade e não pela lembrança da sua própria mortalidade? Quem se lembraria de facto de nós, uma anedota, uma lágrima, um gesto, um abraço, uma palavra, e não apenas que também um dia estaria ali estendido com o mesmo ar pálido e ausente?

Se fosse hoje... O que deixamos para trás? Um milhão de euros para a família brigar ou um milhão de beijos e abraços que serão lembrados por outras vidas?

Na nossa vida ceifada abruptamente, tivemos algo ou alguém por quem estaríamos dispostos a morrer? Dissemos "amo-te" mais vezes do que "o raio que te parta"?

Será que alguém nos vai perguntar estas e outras coisas do lado de lá do rio da vida? Temos respostas?

Estamos a viver como quem sabe que a malvada pode nos ceifar daqui por um minuto ou como se fossemos eternos e donos do tempo?

Tenhamos a coragem de viver, já que qualquer um pode morrer!
"Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio. Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega à minha porta....
Que o lugar onde habito seja como uma floresta. Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, todos conhecidos e por mim reverenciados com amor." A Bruxa, Rae Beth