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  • Livro sobre o jogo do copo
    Iniciado por Marcio Palermo
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Aqui no Brasil, saiu publicado, já há anos, um livro que versa sobre o assunto, baseado em uma história verídica, terrível. O livro tem como título "Copos que Andam".
Deveras interessante.

#1
Teria interesse que todos no fórum soubessemos quem  escreveu o livro e de que forma o escreveu.

Foi escrito pela médium Vera Lucia Marinzeck Carvalho, pelo espírito de Antonio Carlos.

Este livro aborda os perigos de invocar espíritos por meio de objetos como copos, pêndulos, tablados, etc. Muitas são as histórias entrelaçadas, destacando-se a da jovem Nely, que acaba sendo induzida por espíritos inferiores. Uma história real que nos leva a profundas reflexões.

Fenrir
Apresentação

Apresentamos aqui a história real da jovem Nely que utilizou-se da brincadeira do copo para invocar espíritos inferiores. Relato extraído do livro "Copos que Andam".

O Tablado

Os meninos tiveram no tablado um brinquedo interessante. Concentravam-se e invocavam um desencarnado. E diziam "qualquer Alma do outro mundo", "um morto", pois para eles não fazia diferença. Assim invocavam:

"Qualquer um que aqui esteja, venha atender-nos!"

Os negros observavam os meninos, curiosos, e sentiam-se invocados, e o mais inteligente deles, o líder, de nome João, passou a responder aos garotos e cognominou-se de Pai-João.

Pai-João e , consequentemente, os outros seis companheiros passaram a sentir-se à vontade na casa e, porque eram chamados e tratados com consideração, até simpatizavam-se com os meninos, pois para eles tudo era válido, desde que realizassem a vingança. A primeira recomendação feita aos garotos foi para esconderem dos pais a brincadeira do tablado, e eles assim o fizeram.

Léa, outra empregada, descobriu o brinquedo, e os meninos convidaram-na para participar, contanto que guardasse segredo. Tornaram-se assim quatro encarnados e sete negros, ex-escravos revoltosos, um grupo a realizar o intercâmbio mediúnico.

Os desencarnados passaram a fazer favores aos garotos e também à Léa, contando parte de suas vidas, quando estavam encarnados, para assim ganharem a confiança deles e, aos poucos, foram fazendo os quatro odiarem Narcisa.

Pai-João falou que o pai dos meninos era amante de Narcisa, e eles acreditaram piamente, passando a tratar a empregada negra com rancor, e assim também o pai. De adolescentes dóceis, tornaram-se revoltados, sendo compreendidos somente pelo suposto amigo, Pai-João. Narcisa sentiu-se triste e magoada com o tratamento que passou a receber dos jovens, e isso fez com que seus pensamentos baixassem a vibração. Seus inimigos, então, puderam influenciá-la e começaram a obsedá-la, dando-lhe a sugestão de que deveria suicidar-se.

Faziam ao seu antigo feitor, na pessoa de Narcisa, o que ele lhes fizera. Diziam-lhe sempre: "Deve matar-se a si mesma. Nada é pior do que ser negro! Pessoas de cor não merecem viver! Não seja covarde, suicide-se, mate-se a si mesma, negra imunda!"

Os meninos acabaram contando à mãe que o pai era amante de Narcisa; porém, não contaram como souberam, e então a mãe deduziu que eles haviam visto. Por isso, o casal desentendeu-se e o lar, antes sossegado, tornou-se um caos. Todos souberam da calúnia e acusavam Narcisa, que foi expulsa da casa pela senhora.

Narcisa desesperou-se. Sentindo que ninguém acreditava nela e não tendo para onde ir, saiu correndo de casa, atravessou as plantações, entrou nas terras vizinhas onde havia um grande reservatório de água e, atendendo aos chamamentos dos desencarnados, suicidou-se.

A tragédia abalou a todos. O pai dos garotos não se conformava por ter sido difamado, e a esposa por ter sido traída. Os negócios começaram a ir de mal a pior e o senhor faliu. Por isso, venderam a chácara e mudaram-se.

Os negros, após o suicídio de Narcisa, sentiram-se vingados e, vendo-a sofrer desesperada pelo ato que cometera, desinteressaram-se dela. Resolveram, assim, mudar com a família, porque se julgavam amigos dos garotos, considerando certo tudo o que fizeram. Os meninos, porém, desiludiram-se da brincadeira com os Espíritos, ficaram chateados com a mudança e com as brigas dos pais, por isso não quiseram levar o tablado, deixando-o aqui, no porão.

A família foi morar em uma outra cidade, onde residia uma irmã da mãe dos garotos, que era espírita e médium. Logo que ela os viu, percebeu também os negros, e explicou-lhes o fato, convidando-os para ir ao Centro Espírita que frequentava. O casal, achando que deveria mesmo ter algo que os atrapalhava, foi a uma sessão de desobsessão e os mentores da casa trouxeram os negros, orientando-os através de incorporações, e eles contaram toda a história.

O casal pasmou com a afirmação dos filhos sobre o tablado, reconheceu o perigo a que ficaram expostos e reconciliou-se, tornaram-se espíritas. Hoje estão bem.
– Como soube disso tudo! – exclamou Cibeli.
– O dirigente espiritual desse Centro é meu amigo e já havia comentado o fato comigo. Ao ter o endereço desta chácara, achei que poderia ser a mesma, e fui confirmar com ele: realmente era.
– E Narcisa, sabe dela? – perguntou Leila.

Foi socorrida pelos antigos obsessores, então já doutrinados, e pelos trabalhadores espirituais. Vagava desesperada perto de onde se suicidara, e atualmente recupera-se em local de socorro apropriado para os que tiram a vida física, através do suicídio.

Continuando sempre tranquilo, Carlos, após uma pequena pausa, aduziu: Um agiota da região comprou a chácara para revender; porém, por causa dos comentários sobre o suicídio de Narcisa e a infelicidade do casal, as pessoas supersticiosas da redondeza não se interessaram em adquiri-la, ficando por muito tempo fechada. Carlos indaga Toninha –, locais de acontecimentos trágicos podem vir a prejudicar outras pessoas, futuros moradores?

–Dependendo de muitos fatos, os locais de fluidos pesados podem prejudicar, se não forem eliminados e trocados por outros, benéficos. E também podem estar no local moradores desencarnados e, se os futuros moradores não souberem conduzi-los, orientá-los, pode se estabelecer uma obsessão. Tudo o que ocorre fica registrado no Plano Espiritual, e pode transformar-se em más influências às pessoas. Há sensitivos que conseguem ver o ocorrido, através da psicometria.

Tempos depois, o agiota colocou o anúncio de venda num jornal da capital e convenceu Noel Leocádio, pai de Nely, a se interessar e a comprar o imóvel. Foi mais precisamente Noemy, mãe da jovem, quem quis vir para o interior, na tentativa de salvar seu casamento. Noel e Noemy não se entendiam, porque ele era mulherengo, jogador, e ela achou que no interior o marido poderia se interessar pela terra e vir a ser bom esposo. Havia também interesse que a filha crescesse numa cidade pequena. Assim, tentando recomeçar, compraram a Chácara do Jardim Torto e se mudaram.

Todos gostaram do lugar, principalmente Nely. Contrataram-se empregados e, entre eles, Léa, a moça que trabalhou com os antigos donos e participava da brincadeira do tablado. O casal continuou a brigar e Nely vivia isolada. Por isso interessou-se pelo tablado, logo que o achou no porão e, por não saber como manuseá-lo, indagou aos empregados e Léa a ensinou.

Fez tudo como Léa falara, inclusive invocar o Pai-João, Nely não desistia, embora sem resultados. Certo dia Raquek, Espírito que vagava, passava pelas redondezas, ouviu a invocação, aproximou-se e, porque não houvesse ninguém a impedir sua entrada, resolveu por curiosidade responder à menina. Assim, amigos, uma invocação sem reconhecimento do assunto, por brincadeira, deu início ao que vimos. Raquek procurava um local para trazer Ana, que estava prestes a desencarnar, porque não queria que ela ficasse no Umbral, depois da morte do corpo físico. Achou aquele local ideal, com uma família sem religião, vibrando mal, e com mais um detalhe a seu favor: fora chamado e convidado por Nely a permanecer e a responder sempre a ela. Raquek, atualmente, passou a obsedar Nely, que nada fez sem seu consentimento.

– Mas agora o tablado parece-me abandonado! – disse Leila.
– Sim, está. No início, o obsessor e a jovem conversaram através do tablado. Sabemos, porém, que o tablado é um objeto neutro, pois são as mentes, os Espíritos, é que se comunicam, e Raquek sabe disso. No momento, comunica-se com Nely telepaticamente, e ela o vê e sente, além de conversar com ele normalmente.

– E Léa onde está? Não trabalha mais na casa? – pergunta Toninha.
– Trabalhou pouco tempo aqui, mas foi dispensada, por não ser boa empregada.
– Nely também chama Raquek de Pai-João? – perguntei.
– Não, logo ele identificou-se, dando o nome certo – responde Carlos bondosamente, diante do nosso interesse.
– Nely escondeu também o tablado dos pais? – indagou Mauro.
– Não. Chegou até a fazer a seta andar, para os pais verem.

O pai ficou indiferente, como sempre fazia diante dos acontecimentos do lar. E, se aquele brinquedo fazia a menina aquietar-se, deveria ser bom. A mãe achou linda a filha, com dez anos na época, saber concentrar-se, ter poderes mentais a ponto de mexer sozinha e com habilidade a seta, formando frases inteligentes e rápidas. O companheiro espiritual que ela dizia ter e que a atendia, com o nome exótico de Raquek, seria tudo uma invenção da mente privilegiada de sua filha bem-dotada. Sentia-se orgulhosa ao vê-la encontrar objetos perdidos, responder às perguntas dos empregados, através da concentração sobre o tablado. Sei disso, amigos, porque pesquisei sobre a antiga família e como teria começado essa estranha obsessão ou possessão, e também lendo a projeção astral do tablado. Mas, para ajudar, teremos que saber mais, muito mais. Entretanto, é hora de sair daqui.