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  • [Outro] A Irmandade Secreta dos "Assassinos" e a História de Hasan-I Sabbah
    Iniciado por Hammurabi
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  Esta seita, que serviu como fonte de inspiração para o jogo "Assassins Creed" (sem intenção publicitária) surgiu em finais do séc. XI, cuja acção dos seus seguidores, assassinatos e atentados políticos de primeira Ordem, nomeadamente dois atentados contra Saladino (um deles quase com sucesso) o que lhes valeu uma fama de homicidas implacáveis, cujo termo "assassino" teve aí origem, nome pelo qual os conheciam os ocidentais, que mais tarde se converteria no sinónimo para designar indivíduos que matam com premeditação.
  Quem se tornava alvo da organização poucas hipóteses teria de escapar, dado o fanatismo dos seus seguidores, munindo-se de disfarces a fim de os apunhalar ou até mesmo deixar uma adaga na almofada, a fim de as atormentar.
  O fundador desta organização foi Hasan-I-Sabbath. Pouco se conhece da sua infância e juventude, a fonte credível que se possui consiste numa obra biográfica que foi salvaguardada das chamas em Alamut, o "quartel-general dos assassinos, aquando da conquista mongol. Contudo, as suas origens parecem remontar á cidade Persa de Qom, a meados do séc. XI, de uma família proveniente do Iémen, e diz-se que já em idade muito prematura Hasan se decidiu dedicar a matérias teológicas, uma actividade que distava de ser algo contemplativo no mundo islâmico que atravessava.
  Teólogo fervoroso, e decidindo-se opor aos Califas de Bagdad, enfrentando simultaneamente a principal autoridade religiosa, os selêucidas, principais apoiantes do califado. Acabou por se dirigir para a região de Daylam, a qual constituía um dos focos de descontentamento político e religioso, numa área situada a sul do mar Cáspio, situando-se aqui o célebre castelo de Alamut, que Hassan conseguiu comprar ao seu senhor, por cerca de 3 mil dinares de ouro, e o qual povoou com muitos adeptos da causa de Ismael (que não irei apresentar aqui a fim de não desviar do tema principal), tornando-se o centro nevrálgico da causa de qaim al-qiyama (aqueles que esperavam os ismaelitas, o imã da ressurreição) bem de um Estado tendo á sua cabeça o próprio Hasan.

  A Irmandade Secreta
  Equuiparados aos templários, pela sua hierarquia restricta e rígida, , os nizaritas (ou seguidores da causa Ismaelita) dividiam-se em «missionário» (day), «amigos» (rafiq), «serventes» (lassik)  e os famosos fidai ou «devotos», aqueles que sem qualquer contestação executavam as ordens de assassinato de Hasan. Entrando na ordem logo na infância, aprendiam línguas, adoptavam o modo de vida de monge ou mercadores e estudavam as suas vítimas, infiltrando-se muitas vezes nas fileiras inimigas durante meses esperando o momento perfeito para as executar. O secretismo deste movimento e o seu recurso aos atentados eram fruto da pressão por parte dos seus rivais político-religiosos sunitas: «Matá-los é tão lícito como recorrer á água da chuva" (segundo uma fonte histórica da época). De aí também se escolheram fortalezas inexpugnáveis para estabelecer o seu dawa (missão). Todo este contexto inspirou histórias, nomeadamente o Livro das Maravilhas de Marco Polo, onde relata um Velho da Montanha , senhor de uma fortaleza, que drogava os seus jovens seguidores, e em troca de promessas de Paraíso os enviava a cumprir as suas ordens de atentados contra os seus opositores.
  Muito se discute a ténue linha que os separa de drogados  de crentes cegos na sua causa: na verdade, o termo assassino deriva de hashshashin, e que significa "consumidor de haxixe", substância a que Hasan recorreria para administrar nos seus seguidores com fins iniciáticos. Contudo, é da opinião de muitos investigadores que tal facto se tratava apenas de uma forma de tratamento prejurativa utilizada por parte dos sunitas. O escritor e investigador Aamin Malouf,propõe uma teoria: que Hasan denominaria os seus adeptos de Asasiyum, e que esta palavra, mal compreendida por elementos exteriores  , o relacionou incorrectamente com haxixe.




Fig1. Hassan-I Sabbah





Fig. 2. Alamut



Fonte: MARTÍN, A. B.; Hasan-i Sabbah, el Líder de los asesinos, Historia National Geographic, nº 86, pp. 12-16