Oliveira, mitos, lendas e narrativas

Todos conhecemos os efeitos medicinais (e não só) benéficos da Oliveira (e do azeite), por exemplo, a folha da Oliveira é utilizada na hipertensão arterial, mas desconhecia tantas referências míticas e religiosas feitas a esta árvore.
 
Mitos, Lendas e Narrativas

Desde sempre, a oliveira tem estado associada a práticas religiosas, a mitos e tradições, a manifestações artísticas e culturais, a usos medicinais e gastronómicos. Na antiga Grécia, as mulheres, quando queriam engravidar passavam longos períodos de tempo à sombra das oliveiras. Da madeira das oliveiras faziam-se ceptros reais e com o Azeite ungiam-se monarcas, sacerdotes e atletas. Com as folhas faziam-se grinaldas e coroas para os vencedores.

A oliveira era considerada símbolo de sabedoria, paz, abundância e glória.

Os egípcios, há seis mil anos, atribuíam a Ísis, mulher de Osíris, Deus supremo da sua mitologia, o mérito de ensinar a cultivar a oliveira. Na lenda grega Palas Atenea, Deusa da paz e sabedoria, filha de Zeus, era para os Gregos a mãe da árvore sob a qual teriam nascido Remo e Rómulo, descendentes dos Deuses e fundadores de Roma, tendo feito brotar a oliveira de um golpe e, na sua grande bondade, ensinado o seu cultivo e o seu uso. Por sua vez Minerva oferece aos romanos este presente divino, asilo também da divindade.

São várias as lendas sobre o nascimento das oliveiras. O azeite está presente em inúmeros mitos e lendas, principalmente das eras Egípcia, Grega e Romana.

Os gregos têm uma curiosa explicação para a origem da oliveira. A lenda diz que essa árvore foi o resultado da disputa por um pedaço de terra entre os deuses Poseidon (deus do mar) e Atena (deusa da sabedoria). Para resolver o problema, o Tribunal dos Deuses decidiu que ficaria com a terra quem criasse a mais fantástica obra. Mais do que depressa, Poseidon bateu com seu tridente numa rocha e criou o mar. Nada intimidada, Atena fez a oliveira brotar da terra e, assim, foi eleita pelos 12 juizes, a vencedora da batalha.

Para os gregos é Aristeo, filho de Apolo e da ninfa Cirene, e Acropos, fundador de Atenas, que ensinaram o processo de extracção do azeite desta "árvore invencível que renasce de si mesma"(Sófocles), cujo cultivo Hércules propaga nos rios de Mediterrâneo.

Cantaram a oliveira Homero, Ésquilo, Sófocles, Marcial, Virgílio, Ovído e Plínio.

Em quase todas as religiões se fala da oliveira, árvore de civilizações longínquas, que tem lugar nos textos mais antigos:

ð     no "Génesis": a pomba de Noé traz no bico um ramo de oliveira para lhe mostrar que o mundo revive.

  ð     No "Êxodo", Yaveh prescreve a Moisés a "Santa Unção" na qual o Azeite se mistura com perfumes raros.

  ð     Segundo a Bíblia, o rei Salomão enviava azeite a Hiram I, rei de Tiro, em troca dos materiais e dos artesãos utilizados na construção do Templo.
 
ð     Noutra passagem da Bíblia, Josué e Zorobabel entregam azeite às populações fenícias de Sídon e de Tiro em troca da madeira dos cedros do Líbano. Sabe-se que as azeitonas que ficavam nos ramos eram deixadas para os indigentes, enquanto o azeite de primeira qualidade era utilizado, por exemplo, na preparação dos bolos das oferendas.

  ð     No horto de Getsemani vivem ainda oito grandes oliveiras que viram rezar, chorar e morrer Cristo.
 
ð     Também o Corão canta a árvore que nasce no monte Sinai e refere-se ao óleo que dela se extrai para ser transformado em luz de candeia "que parece um astro rutilante".

  Foi sempre património dos países mediterrâneos, mas hoje em dia encontra-se disseminada um pouco por toda a parte.

Fonte:http://esec-ponte-sor.drealentejo.pt/azeite/aplica.HTM

Bom Post Tinasol 

De facto já tinha ideia de alguns aspectos sobre a Oliveira, outros são "novidade".

A meu ver, a par da Oliveira em assuntos mistícos, só o Carvalho ... 

Bom tópico. Sim Seth o carvalho está para os países do norte da Europa como a oliveira está para o Mediterrâneo. Poderíamos perguntar o que é que o carvalho dá em termos de económicos, porque aparentemente é uma árvore estéril...
Mas dá muita coisa: madeira, bolotas com que se alimentavam os animais domésticos, da bolota fazia-se ainda uma espécie de pão, folhas para os cortumes, dos rebentos faziam-se cabos de alfaias e armamento etc.
Infelizmente é uma árvore em declínio em Portugal, que perdeu terreno para as de crescimento rápido, como o eucalipto e o pinheiro bravo. Outrora, os carvalhais cobriam grandes extensões de território ao ponto de no séc. XII a cidade de Beja ser rodeada por uma floresta destas árvores!

A meu ver, a par da Oliveira em assuntos mistícos, só o Carvalho ...  

O carvalho, pois é, por ser uma planta monóica, ou hermafrodita.

o carvalho está para os países do norte da Europa como a oliveira está para o Mediterrâneo.

O carvalho é mais ligado à Europa e à América do Norte, o norte da Europa é rico em pinho nórdico, esta é uma madeira muito boa para a construção.

O carvalho, pois é, por ser uma planta monóica, ou hermafrodita.
O carvalho é mais ligado à Europa e à América do Norte, o norte da Europa é rico em pinho nórdico, esta é uma madeira muito boa para a construção.

Sim , quando digo Norte da Europa é tudo o que fica para cima dos Pirinéus e não é mediterrânico . Pois, claro a Escandinávia está mais associada ao pinho nórdico. És bióloga, Tina?

Sim , quando digo Norte da Europa é tudo o que fica para cima dos Pirinéus e não é mediterrânico . Pois, claro a Escandinávia está mais associada ao pinho nórdico. És bióloga, Tina?

Quem me dera mas infelizmente não.Trabalho na área da utilização de madeiras e derivados, tenho tido oportunidade de conhecer espécies que nem sabia que existiam, principalmente exóticas, africanas e brasileiras, e são um espetáculo, quer pela cor, textura, e o cheirinho... faz parte do trabalho mas sempre que posso pesquiso mais um bocadinho... Já agora, como disse, o pinho nórdico é muito bom para a construção, existem edifícios feitos nestes países que são verdadeiras obras de arte, pena que Portugal ainda não esteja virado para este tipo de construção.

Quem me dera mas infelizmente não.Trabalho na área da utilização de madeiras e derivados, tenho tido oportunidade de conhecer espécies que nem sabia que existiam, principalmente exóticas, africanas e brasileiras, e são um espetáculo, quer pela cor, textura, e o cheirinho... faz parte do trabalho mas sempre que posso pesquiso mais um bocadinho... Já agora, como disse, o pinho nórdico é muito bom para a construção, existem edifícios feitos nestes países que são verdadeiras obras de arte, pena que Portugal ainda não esteja virado para este tipo de construção.

Que fixe!! Sim, parece que a incursão do pinho nórdico se resume neste momento aos móveis da IKEA e alguns elementos de forro. Estás a referir-te à casquinha, não? Os caixilhos e as janelas da casa dos meus pais eram desta madeira. Tiveram de ser substituídos quase 100 anos depois porque já não aguentaram a falta de tratamento. Se tivessem sido convenientemente tratados, aguentavam outro tanto... Enfim Epa, mas voltando ao teu trabalho, nunca tiveste vontade de experimentar fazer coisas com essas madeiras? Epa fui eu que recuperei e fiz alguns dos móveis da minha casa. Fui arranjando as coisas com partes de outros móveis que deitavam fora. Algumas dessas mobílias eram feitas de madeiras que nunca tinha visto e fui guardando religiosamente bocadinhos daqui, bocadinhos dali. Têm realmente texturas e cores surpreendentes. Uma vez deram-me um bocado de uma madeira brasileira que era laranja-vivo, nunca tinha visto tal cor numa madeira. Guardei-a religiosamente até que a usei para fazer embutidos num instrumento musical. Enfim...

Que fixe!! Sim, parece que a incursão do pinho nórdico se resume neste momento aos móveis da IKEA e alguns elementos de forro. Estás a referir-te à casquinha, não? Os caixilhos e as janelas da casa dos meus pais eram desta madeira. Tiveram de ser substituídos quase 100 anos depois porque já não aguentaram a falta de tratamento. Se tivessem sido convenientemente tratados, aguentavam outro tanto...

Casquinha é pinho, nós é que damos este nome, a vermelha é ainda mais resistente, se for fabricada por camadas desencontradas, o chamado lamelado, ficam muito resistente mesmo. Em Portugal é utilizada para fazer os vigamentos em casa que estão a ser recuperadas, também já vi numa piscina municipal e o pavilhão Atlântico teambém tem deste material, e ficam tão bonitas que muitas pessoas optam por deixar à vista em vez de colocarem forro.

Enfim Epa, mas voltando ao teu trabalho, nunca tiveste vontade de experimentar fazer coisas com essas madeiras? Epa fui eu que recuperei e fiz alguns dos móveis da minha casa. Fui arranjando as coisas com partes de outros móveis que deitavam fora. Algumas dessas mobílias eram feitas de madeiras que nunca tinha visto e fui guardando religiosamente bocadinhos daqui, bocadinhos dali. Têm realmente texturas e cores surpreendentes. Uma vez deram-me um bocado de uma madeira brasileira que era laranja-vivo, nunca tinha visto tal cor numa madeira. Guardei-a religiosamente até que a usei para fazer embutidos num instrumento musical. Enfim...

Então não? Quem me dera ter espaço e tempo para isso, podes crer que ainda fazia uma formação em restauração, mas tenho feito pequenos arranjos, e com os novos produtos que há que conferem cores e tonalidades nas madeiras é preferível fazermos nós, fica mais barato, ao nosso gosto, é "destressante", além de que fica com a n/ assinatura
A madeira que falas é provável que seja tatajuba...

Talvez seja essa, embora a que vi na net tenha uma cor mais desmaiada... Olha no que deu este post: da sacralidade da oliveira, passamos às propriedades da madeira...

Olha no que deu este post: da sacralidade da oliveira, passamos às propriedades da madeira...

Só falta para completar falar no bicho da madeira ... 

Só falta para completar falar no bicho da madeira ... 

Talvez seja essa, embora a que vi na net tenha uma cor mais desmaiada... Olha no que deu este post: da sacralidade da oliveira, passamos às propriedades da madeira...

Pois, e pode não ser essa (é necessário ter vários factores em conta, a idade, oxidação, se esteve exposta, se foi tratada, ...)
É verdade, falávamos nós da Oliveira, é o que têm de bom estes fóruns, troca de ideias e de aprendizagens, e tenho que dizer que tenho aprendido bastante contigo 

Só falta para completar falar no bicho da madeira ... 

  felizmente para essas bichezas já há tratamentos

Pois, e pode não ser essa (é necessário ter vários factores em conta, a idade, oxidação, se esteve exposta, se foi tratada, ...)
É verdade, falávamos nós da Oliveira, é o que têm de bom estes fóruns, troca de ideias e de aprendizagens, e tenho que dizer que tenho aprendido bastante contigo 

Ó Tina todos aprendemos aqui, estou farto de aprender com vocês. É a vantagem de trabalharmos todos em áreas diferentes e termos diferentes experiências. Acho que aprender e ensinar é mais transcendental do que qualquer fenómeno de paranormalidade.

Ó Tina todos aprendemos aqui, estou farto de aprender com vocês. É a vantagem de trabalharmos todos em áreas diferentes e termos diferentes experiências. Acho que aprender e ensinar é mais transcendental do que qualquer fenómeno de paranormalidade.

Concordo com ambos.
A vossa troca de ideias é o que me faz vir aqui quase todos os dias, embora tenha uma atitude mais passiva porque tenho pouco tempo para estrutura um post ao nível dos vossos. 
Mas, permitam-me que diga, isto só acontece dentro de um pequeno cluster.

Abraços
parsifal