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  • Fronteiras do desconhecido
    Iniciado por Mephisto
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Mephisto
Deixo uma sugestão que acompanhou toda a minha infância. Não recordo ao certo que idade tinha quando o meu pai adquiriu este livro, mas certamente era muito novinho. A edição é de 1983. Embora pareça despropositado esta referência, faço-a, carinhosamente, pois vejo-o como um pequeno tesouro dos tempos em que a informação e livros do género era escassa. Apesar de velhinho na idade (novo na aparência), continua actual nas matérias abordadas. Quase intemporal. 
Aquilo que lhe devo, talvez um sentimento de gratidão por ter despertado a enorme paixão que nutro pelos temas. Há, efectivamente, livros que nos marcam e acompanham ao longo da vida.



INTRODUÇÃO

O estranho e o bizarro, o revolucionário e o escandaloso, o factual e o fraudulento, o antigo e o moderno, todos suscitam e mantêm o interesse, embora por curto espaço de tempo, por esse vasto campo que é o desconhecido. No entanto, existe neste notável repositório, tão rico em estranhas ocorrências, teses invulgares e teorias excitantes, uma presença constante. Essa presença é a mente humana. Pois praticamente tudo quanto é abarcado pelo desconhecido, por mais fantástico que seja, relaciona-se de certo modo com as percepções do homem e com o conhecimento que o mesmo possui da sua consciência individual e da sua mortalidade.

Assim, se alguns dos relatos que se seguem parecerem exigir aceitação - - ou rejeição — instantânea, seja tolerante na formulação de um juízo. O desconhecido é um mundo ilusório e enganador, cuja abordagem é em muitos casos mais correcta se se focarem ideias em vez de provas, perguntas em vez de respostas. Embora as respostas faltem frequentemente e as provas sejam muitas vezes inconvincentes, as ideias e as perguntas abundam; e, quando apreciadas globalmente, formam um retraio notavelmente rico da condição humana.

Não surpreende, pois, que muitas das tentativas do homem com vista ao aprofundamento do inexplicável tenham sido consideravelmente egocêntricas. As intrincadas permutações astrológicas, por exemplo, sugerem que os céus estão interessados no destino individual, e a adivinhação nas suas muitas formas postula uma íntima correspondência entre o homem e a Natureza. Da mesma maneira, a crença na reencarnação expressa uma insistência na imortalidade do homem, tal como o espiritismo, à sua maneira, é um protesto contra o fim que representa a morte. Que objectos voadores não identificados possam ser naves espaciais de outros mundos não passa para muitos de mera possibilidade; no fim de contas, não valerá a pena viajar pelo Universo para ter uma visão do homem?

O homem primitivo pré-literato era menos egocêntrico nas suas especulações, estabelecendo relativamente poucas distinções entre si próprio e o Universo ou entre os fenómenos naturais e os espirituais. Mesmo à medida que as civilizações se desenvolviam, as numerosas vias para o conhecimento interpenetravam-se frequentemente de modo confuso. E esta situação prolongou-se quase até aos tempos modernos; respostas a perguntas sobre o lugar que o homem ocupa no Universo ou as razões da sua breve estada na Terra eram procuradas simultaneamente pela ciência, filosofia, religião e magia. Os magos da Idade Média eram de facto cientistas que procuravam activamente explicações do mundo físico. O facto de, diferentemente do homem moderno, esperarem encontrar respostas em fórmulas cabalistas ou procurarem atingir o âmago da vida através da alquimia reflecte uma alteração sofrida pelo homem que se processa apenas ao nível da forma, e não da essência.

Actualmente, o homem estabeleceu com carácter muito mais definido as vias apropriadas e as impróprias para atingir o conhecimento e, tal como nas épocas passadas, criou as suas próprias certezas. Sendo a sociedade humana actual essencialmente tecnológica, as certezas de hoje são, na sua esmagadora maioria, de ordem prática; para a grande generalidade das pessoas, o real é o que pode ser provado em laboratório, fornecido por computador ou matematicamente calculado.^0s fenómenos que não condizem ou que parecem desafiar leis e princípios vigentes são frequentemente banidos para o mundo do oculto ou do anomalístico. O campo da parapsicologia, examinado ao longo destas páginas, tem sido relegado por alguns, ignorado por muitos e frequentemente criticado por falta de uma teoria convincente e impossibilidade de experimentação.

Poucos defenderiam um regresso à ignorância ou abjurariam seriamente de uma abordagem científica dos problemas, mas nenhuma destas atitudes é necessária para lamentar a omissão dessa relação mais íntima entre o homem e o seu meio ambiente. Qualquer prova, mesmo a que poderia ser chamada prova científica, é frequentemente relativa: teorias outrora apoiadas pelas provas mais válidas ruíram, hipóteses aparentemente impossíveis transformaram-se nos dogmas mais críveis.

No entanto, em épocas recentes, alguns homens e mulheres, especialmente em questões de saúde e filosofia pessoal, conseguiram olhar para além das provas existentes e das realidades aceites na sua procura de respostas para problemas aparentemente insolúveis. Como é que o leitor pode utilizar este livro nessa procura? Primeiro, deve lê-lo cuidadosa e pacientemente, prestando atenção a ideias e perguntas, as quais formam a essência do desconhecido. Segundo, deve tomar em consideração palavras e frases como «suposto», «segundo o relato» e «segundo narra a história». Estas expressões são qualificativos importantes e aparecem neste livro porque são vitais para uma apresentação correcta e equilibrada de uma matéria temática complexa e controversa. Quando aparecem, por mais convincente que seja o material que qualificam, significam que as histórias e relatos não foram totalmente verificados. Terceiro, deve apreciar os prós e contras da viabilidade dos factos narrados. É assombrosa a enorme quantidade de casos de ovnis; é igualmente impressionante o facto de os investigadores poderem oferecer explicações para quase todos eles. Quarto, quaisquer que sejam as provas a favor e contra, o leitor deve decidir por si próprio. Uma vez que as percepções e experiências humanas variam enormemente, cada viajante faz uma viagem única e pessoal através do desconhecido.

Qualquer que seja a via que escolha, o leitor estará em boa companhia. Curiosidade sobre uma vida no além, deleite na observação de formas inexplicadas no céu, o instinto de perguntar porquê - - e porque não —, caracterizaram os espíritos mais brilhantes da História. O progresso deve muito à constância com que homens e mulheres obstinados como Newton, Darwin, Mme Curie e Einstein perseguiram pensamentos impensáveis percorrendo vias aparentemente inexistentes. Perante o desconhecido, a sua reacção não foi procurarem precipitadamente um abrigo, mas lançarem-se em frente, na busca de uma explicação. De facto, uma das mais razoáveis abordagens do inexplicado foi talvez sugerida, há mais de 150 anos, pelo matemático e astrónomo francês marquês Pierre Simon de Laplace. Laplace escreveu: «Estamos tão longe de conhecer todas as forças da Natureza e os seus vários modos de acção que não seria digno do filósofo negar fenómenos simplesmente por serem inexplicáveis no estado actual do nosso conhecimento. Quanto mais difícil é reconhecer a sua existência, tanto maior é o cuidado com que devemos estudar esses fenómenos.» É neste espírito que o livro é oferecido ao leitor que transpõe as fronteiras do desconhecido.


Os Editores
Sumário
INTRODUÇÃO 6

MISTÉRIOS DA ANTIGUIDADE  8
Desde os tempos mais remotos que o homem tem utilizado símbolos e rituais nas suas tentativas para explicar e controlar os muitos fenómenos que ultrapassam a sua compreensão.

SANTUÁRIOS DA TERRA  26
Dos pilares de Stonehenge às linhas de Nazca, no Peru, os misteriosos monumentos deixados pelo homem suscitam temor e admiração.

ATLÂNTIDA  44
De todas as lendas de terras perdidas, a mais intrigante continua a ser a crónica grega do paraíso destruído.

A ARTE DA MAGIA 60
Durante séculos a magia foi o reino de homens cultos em busca da verdade.

BRUXARIA 74
Barbarismo, temor e fanatismo religioso, todos desempenharam um papel na caça às bruxas que durou 300 anos, responsável pelas mortes de milhares de homens e mulheres.

MONSTROS  90
Serpentes-marinhas, vampiros, lobisomens, dragões — existem realmente?

ADIVINHAÇÃO  114
Um sonho antigo do homem — prever o seu destino nas cartas e adivinhar o que o futuro lhe reserva.

ASTROLOGIA 134
A crença numa correspondência entre os movimentos dos corpos celestes e o destino humano intrigou a Humanidade durante séculos.

REENCARNAÇÃO  150
Embora reflictam uma necessidade de acreditar no retorno da alma, os assombrosos casos de reencarnação não conseguem oferecer provas do fenómeno.

FANTASMAS E ESPÍRITOS 166
Com base'em numerosos relatos, as únicas pessoas a recear fantasmas são aquelas que ainda não encontraram nenhum.

ESPIRITISMO  184
A ideia de que o ser vivo pode, de algum modo, comunicar com os mortos continua a fascinar os que nela acreditam.

PSI E CIÊNCIA  202
Termos contraditórios para muitos, psi e ciência foram reunidos no laboratório por J. B. Rhine.

O PODER DOS SONHOS  222
No mundo do sono, a mente inconsciente enche-se de estranhas visões, de ocorrências inexplicáveis e mensagens do ego.

PSI ANIMAL  238
Possuirão os animais capacidades especiais que lhes permitem apreender pensamentos humanos e pressentir desastres?

O PODER DO ESPÍRITO SOBRE A MATÉRIA  252
Poderá a mente humana influenciar fisicamente objectos inanimados e complexos engenhos electrónicos?

EXPERIÊNCIAS EXTRACORPORAIS  270
Existem milhares de relatos pormenorizados sobre experiências extracorporais. Serão tais experiências reais ou apenas alucinações?

CURA  286
Fé, imposição das mãos e biofeedback, todos parecem estimular a extraordinária capacidade que o organismo possui de se curar a si próprio.

O ENIGMA DOS OVNIS 304
Durante séculos os homens registaram e procuraram explicar a presença de objectos estranhos no céu.

O PSI E O CÉREBRO 326
Se os fenómenos paranormais são genuínos, a chave para a sua compreensão pode residir, segundo algumas opiniões, no estudo do cérebro humano.

MISCELÂNIA  334
BIBLIOGRAFIA 342
ÍNDICE GERAL  344
AGRADECIMENTOS  351



TEMAS ESPECIAIS:
A pirâmide de quéops — túmulo de mistério  16
Os antigos poderes dos modernos xamãs 22
Vodu: os aspectos secretos da magia  24
Saltos xá criação — anomalias  40
Veukovsky: teorias em colisão 58
A alquimia e a sua misteriosa procura da perfeição  66
Os perversos artifícios da grande besta   72
A moderna bruxaria e a sua procura de poder  88
Monstros maravilhosos do cinema 106
Câmaras e sonar à procura de nessie  112
O inexplicável sucesso do vedor  126
Profecias de êxitos e malogros 130
A complexa arte de traçar horóscopos  142
A enigmática influência lunar 148
Charles fort e forteana: porque não?  164
Fotografias de espíritos  174
Philip — um fantasma feito pelo homem 182
Os misteriosos poderes de mme blavatsky  194
Pioneiros do desconhecido  200
Como testar a capacidade pés  216
Os psíquicos e a criminologia 220
A mente do sonhador: o objectivo da
Telepatia 232
Coincidências bizarras 236
É possível comunicar com as plantas? 250
Grandes feitos: a arte arcana de caminhar sobre o fogo 266
A estranha aura das fotografias kirlian 284
Possessão — e exorcismo  302
Esboços do desconhecido: desenhos de ovnis 318
O triângulo das bermudas: mito ou realidade?  324

esse livro marcou me também
como você disse, na altura a informação era escassa
e ter esse livro foi assim algo interessante pois livros de ovnis/paranormal não os tinha ainda
Para mim um bom livro apesar de algumas partes que eu acho menos relevantes, a astrologia por exemplo
fotos muito bem escolhidas do ínicio ao fim

#2
Citação de: Mephisto em 16 fevereiro, 2012, 17:06
Deixo uma sugestão que acompanhou toda a minha infância. Não recordo ao certo que idade tinha quando o meu pai adquiriu este livro, mas certamente era muito novinho. A edição é de 1983. Embora pareça despropositado esta referência, faço-a, carinhosamente, pois vejo-o como um pequeno tesouro dos tempos em que a informação e livros do género era escassa. Apesar de velhinho na idade (novo na aparência), continua actual nas matérias abordadas. Quase intemporal.  
Aquilo que lhe devo, talvez um sentimento de gratidão por ter despertado a enorme paixão que nutro pelos temas. Há, efectivamente, livros que nos marcam e acompanham ao longo da vida.

Este livro é um clássico! :) Subscrevo tudo que mencionaste, com a única excepção de, no meu caso, ter sido a minha mãe a comprá-lo. Adorei a experiência de o ler, o entusiasmo com que o folheei em tenra idade. Acredito que muitos dos membros do fórum partilhem esse carinho por este autêntico clássico.  :)

P.S. Tive de editar o post porque esqueci-me de acrescentar algo: Já disse que este livro é um clássico?
;D
"What we do in life echoes in eternity"

Também tenho o Livro: uma preciosidade.
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

Também tenho esse livro.  ;D Muito bom!
Outro que recomendo, não sei se ainda se encontra a venda, (penso que é dos anos 70) é este:




Tenho este exactamente, e adoro mesmo.



Foi dado a mim e à minha irmã por mero acaso e nós adorámos. Tinha eu uns 13 anos... =)
Aude id scire, memento, ut obliviscatur!
https://www.facebook.com/tutuga.fotografia.7?fref=ts