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  • Sonho recorrente que parou
    Iniciado por sg
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sg
Olá a todos.
Li muito e pensei ainda mais antes de começar a escrever este post.
Desde que me entendo como gente que tinha um sonho recorrente, e deixei de o ter quando... cheguei ao "final do filme".
Tal como já li por aqui, aprendi a retomar um sonho a partir de determinado ponto, daí que tenha voltado várias vezes ao sonho até ver tudo o que me fosse permitido ver.
Levei anos até ver tudo. Sempre que falei do sonho a alguém, era tido apenas como um sonho. Ninguém deu muito crédito aos avanços "da história", mas para mim foi tomando proporções reveladoras de algo.
Um dia partilhei este sonho em forma de conto e por algum motivo acharam que eu tinha o dom da escrita. Na verdade, apenas relato o que vi/senti.
No sonho sou eu quem corre.

Atravessou a correr os portões cobertos de ferrugem.
Seguiu pelo caminho que dava acesso à casa, completamente engolido pelas ervas altas, que deixavam adivinhar a ausência de passagens recentes. Apenas as secas ervas altas, a dançar ao vento.
Correu até casa, levantando as longas saias para auxiliar o passo. Em vão bateu na porta de pequenos vidros quadrados.
Ouviu som vindo de cima. Recuou dois passos, ergueu o olhar pelas paredes cobertas de hera, em perfeito desalinho selvagem, até à janela que se abria.
Um vulto. Apenas um vulto lhe fez sinal, conduzindo-a na direcção das traseiras da casa.
Atravessando mais ervas altas, que denunciavam um longo abandono, parou junto ao lago.
Na margem, perto de si, um pequeno pontão. Madeira e corda em tosca composição.
Virou a palma direita para baixo levando-a à testa, protegendo o olhar do sol.
Viu-os. As duas crianças vestidas com os seus bibes de marinheiro, como bonecos de porcelana e outro século qualquer, no pequeno barco de madeira, no meio do lago.
Tentou dizer algo.
As crianças olharam-na e em euforia estranha, ergueram-se. Não teriam tido noção do desequilíbrio que provocavam no pequeno barco e quando ela lhes gritou algo, como para os sossegar, o barco virou.
O seu corpo gelou, paralisou. A vontade de ir ao seu encontro debatia-se com o medo de avançar. Apenas conseguia assistir e processar a informação. Sem qualquer controlo sobre o seu corpo.
Quando viu as mãos desaparecerem através da água ligeiramente revolta, sentiu todo o peso do corpo ceder, não deixando nunca de focar aquele ponto na água, onde tudo desaparecera.
Este estado apenas foi interrompido pela suave voz de uma menina a seu lado, que lhe repetia calmamente:
"Culpa tua... Foi tudo culpa tua..."


Agora, voltando a mim:
- tenho pânico de água, barcos, tudo o que envolva água em quantidade que não possa controlar;
- nunca quis ter filhos, nem sequer ficar a tomar conta de qualquer criança.
Que me dizem a isto?
Continuo a tremer ao escrever como acontece sempre que relembro o sonho.

Boas,

Antes de mais, parabens pela excelente descrição do teu sonho, que eu chamaria antes de pesadelo.
Na minha opiniao, tudo isto poderá ter sido um episodio de uma Vida Passada.
Tenta falar mais acerca dessa menina que te culpou.
Como acaba realmente o sonho??

hoopsy

Boas,
também acredito que este sonho possa ter a haver com uma vida passada tua.
Aconselhava-te também a considerares fazer uma terapia de regressão para enfrentares esses medos.

Boa sorte!

To the well-organized mind, death is but the next great adventure.
Albus Dumbledore