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  • Cave Assombrada?
    Iniciado por Arph
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Depois de ler o post da Margarida, intitulado "Agora sim estou assustada", ocorreu-me colocar aqui um outro relato insólito que vivenciei.
Numa casa que os meus pais compraram, entretanto já vendida, de r/c e cave, há uns anos, e estando eu a preparar-me para uns exames, fui para lá viver durante 1 mês e meio. Fiquei no 1º andar, mas ia cozinhar à cave que dava para um logradouro. O terreno tem um grande desnível ficando o r/c ao nível da estrada e depois a cave directamente para o dito logradouro; de tal modo que quem está situado no logradouro é como se visse a cave como r/c e o r/c como 1º andar. Só a parede da cave que confronta com a estrada é que se encontra de facto enterrada e como cave.
Eu estudava até às tantas da madrugada, e sempre ouvia um barulho ou outro lá me baixo, cujo acesso se fazia por uma escada interior, bastando abrir a respectiva porta cá em cima. Mas não ligava, por me parecer natural. Tratava-se de barulhos tipo porta ou portadas das janelas a bater.
Bem, aquilo durante a noite e madrugada, logo após eu me recolher no quarto onde estudava, começava. E ia aumentando de actividade. Certas noites nada havia, mas noutras noites era muito barulho e eu várias vezes tive que me deslocar à cave para confirmar se as portadas das janelas estavam bem fechadas. E sempre estavam!
Nunca associei a isso qualquer actividade paranormal. Longe disso! Sempre pensei serem barulhos naturais duma casa.
No entanto, passado um mês, portanto a cerca de quinze dias de sair, passou-se algo muito insólito. Estava demasiado cansado e resolvi dormir nessa noite e não estudar durante a madrugada. Por isso fiz o jantar, comi e fui para a cama por volta das 22:30h. Estávamos em Julho, fazia muito bom tempo e não havia vento. Uma noite agradável e amena, típicas dessa época do ano. Como estava cansado adormeci rapidamente. Eram 3:10h da manhã quando acordei sobressaltado. Exactamente, sobressaltado! É que vinha um barulho medonho lá de baixo que me acordou. Acendi a luz e fiquei sentado na cama para ver se entendia o que se passava. Não é fácil acordar-se dum sono profundo e deparar-se com estranhos barulhos numa casa que só me tem como residente. Os barulhos eram nada mais nada menos que cadeiras e mesas a arrastarem-se em grande aparato. E ouvia vozes de surdina. Não eram vozes sonoras, mas vozes como que "apagadas", abafadas, de tal modo que se tornavam imperceptíveis, mas perfeitamente audíveis. Eram várias vozes. Comecei a raciocinar e a ponderar a hipótese de serem os meus pais, únicos, além de mim, que tinham chave da casa. De súbito, porém, ouviu-se um barulho ainda maior, duma porta a bater com grande estrondo, o que me fez estremecer. Nessa altura reagi convencido que a casa estava a ser assaltada. Visto uns calções à pressa, calço as sapatilhas, abro a porta do quarto e continuo a ouvir aquela confusão lá em baixo. Dirijo-me à cozinha, que ficava ao lado da porta da escada de acesso à cave, agarro em duas grandes facas na mão esquerda, sobrepostas, e na direita agarrei na vassoura. Encostei-me à porta e a confusão continuava e era mesmo lá de baixo. Abri com muito jeito a porta da escada, gritei "Quem anda aí?", acendi a luz e lancei-me numa correria maluca lá para baixo para me confrontar com a "multidão" que tanto espalhafato andava a fazer. Quando lá chego, e esperando ver tudo revirado e alguém a ser surpreendido por mim, nada vejo de anormal. Tudo estava no devido sítio. A porta estava fechada à chave por dentro. Corri para um quarto que lá existe com porta para o logradouro e também tudo no sítio e porta fechada à chave por dentro. Mais desconcertado, fui para uma sala que existe entre a cozinha e o quarto e que, no meu entender, seria o último reduto dos assaltantes: também tudo no devido lugar.
Fiquei aparvalhado, completamente desconcertado. As janelas todas fechadas. Também as portas. Porém, o barulho tinha sido de tal forma real que me acordou, e depois de acordado continuou e em maior intensidade. Ouvi nitidamente vozes de várias pessoas; porta a bater com estrondo, cadeiras e mesa a arrastarem. Algo tinha que ter acontecido! Assim, sai para a rua a ver se via algo de anormal, alguém. Nada vi de anormal. O portão lá em cima fechado e os cães da vizinha calados, e que ladram ao menor sinal.
Só depois é que vi o meu ridículo quando olhei para mim às 3h e tal da madrugada no logradouro da casa, em calções, com duas facas numa mão e uma vassoura noutra!
Ao entrar percebi que alguma coisa de anormal se tinha passado. Era indiscutível o que tinha ouvido; era indiscutível que tinha vindo lá de baixo. Por isso, entendi que era algo do "outro mundo", larguei as facas e a vassoura, apaguei as luzes e fiquei ali sossegado durante alguns minutos a harmonizar-me com aquele espaço, percorri a cozinha, o quarto e a sala, falando mentalmente com quem ali pudesse "viver" além de mim, e fui "dizendo" que naquele espaço todos nós podíamos coabitar respeitando-nos mutuamente e que não era minha intenção perturbá-los. Senti uma grande paz, adormeci serenamente e nunca mais ouvi barulhos nos últimos quinze dias que lá passei. Por vezes ia lá abaixo durante a madrugada comer qualquer coisa mas sempre tinha uma palavra de agrado para os "outros". E sempre me senti muito bem-vindo.

Sei que as pessoas que compraram a casa estão no estrangeiro.
Sei que quem construiu a casa foi para a Austrália e a vendeu a um casal que a venderam aos meus pais. Nada sei da sua história nem dos seus anteriores proprietários. A minha mãe, que tem dificuldades em dormir, também me disse que nos dias que lá passou ouvia barulhos na cave, mas nunca ligou.

O que quer que fosse, nunca mais se manifestou e ainda lá deve viver.

Provavelmente, quando "falas-te" com ele mentalmente fizeste-o sentir o que te desagradava e o que aceitavas e adquiris-te um mutuo respeito.
Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.»

Ó!, Arph, tu realmente és "tramado"! ;D ;D ;D Não tens calma nenhuma. ;D ;D ;D Em Lisboa quiseste andar à pancada com o vulto, nesse casa do relato de hoje muniste-te de duas  facas para dissuadir os intrusos vindos do outro mundo,  e depois "falaste" com eles na maior???!!! E,  ainda por cima,  eles ouviram-te!!!??? O respeitinho sempre foi e é muito bonito!

Beijinho e escreve sempre, porque tens em mim uma verdadeira fã.

Templa
Templa - Membro nº 708

Bem, que belo relato!
Admiro a tua coragem, foi do tipo "quanto são, venham eles!" :P Não ficaste com vontade de investigar mais?
ILYM

Citação de: Paraphenomenal em 15 novembro, 2010, 22:43
Bem, que belo relato!
Admiro a tua coragem, foi do tipo "quanto são, venham eles!" :P Não ficaste com vontade de investigar mais?

Bom, fiquei a saber que o primitivo dono já havia morrido na altura dos factos. Se foi ele que lá "andou" deve ter trazido uma data de cangurus lá da Austrália, porque sozinho não conseguia fazer tanta barulheira  ;D ;D