Viagem estranha

Ao ler uns relatos acerca de uma estrada florestal perto de Aveiro lembrei-me de uma situação que até hoje não tenho a mínima ideia como aconteceu.

Foi mais ou menos em 85. Na altura o meu pai tinha uma empresa de distribuição de bebidas e nos meus tempos livres fazia umas entregas.

Na altura foi com um furgão Renault dos maiores que o meu pai tinha levar uma encomenda a uma discoteca a Mira, mais ou menos a 30kM de Aveiro. Fui na altura com um empregado do meu pai, nunca falei muito com ele, nem era uma pessoa que gostava, mas aquilo era trabalho e mais vale ir sempre com alguém, além disso ele só ia para ajudar a descarregar a mercadoria. Como o cliente só estava lá pelas 20horas, por volta das 21 estava tudo descarregado e quis logo ir embora. Como á vinda para Mira havia obras na nacional 109 para o Porto, decidi andar mais alguns KMs em direcção á praia e ir pela estrada florestal até Vagos e depois entrar na 109.



Quando virei para a estrada florestal notei algo estranho, apareceu um tipo de que ia atravessar a estrada, mas ia com uma espécie de impermeável para chuva preto com um capuz colocado e ao passar pelo tipo a cara parecia meio estranho, mas como era de noite e não abrandei não achei nada demais. O empregado do meu pai entrou em histeria e começou a dizer:

- Viste aquilo Não é normal....aquilo não é normal.

E começa a benzer-se. E eu disse-lhe:

- Deixa-te de paranóias, aquilo é mais um bêbedo a caminho de casa. Mais um pouco e levava um taralho que ia desta para melhor.

E apenas pensei que era estranho, não havia casas em lado nenhum, mas queria era ir para casa e tinha de aturar aquela melga ao meu lado. Mas a verdade é que o empregado do meu pai não falou mais nada o resto da noite.

A estrada limita-se a uma gigantesca reta, com árvores bem grandes dos dois lados e apenas é boa para carregar no acelerador á vontade. A viagem até ao cruzamento para Vagos demora cerca de 15 minutos, sem muita pressa, mentalmente sabia que não era mais de 20kms. Após 30 minutos comecei a notar que devia ter passado o cruzamento porque não o via. Além disso na estrada tinha algo estranho que me parecia nunca ter visto. Existia um muro de cada lado da estrada, talvez com um metro. Mas já tinha passado ali muitas vezes e nunca tinha visto nenhum muro. mas continuei a andar, sabia que inevitavelmente ia dar ás Gafanhas ou a Aveiro, porque a estrada não tem outra saida.

Após andar mais uns 30 minutos comecei a achar algo estranho, com a sensação que me perdi algures, mas nada preocupado porque havia de encontrar algo conhecido.
Entretanto só havia a estrada, muro de cada lado e a floresta e o tipo ao meu lado no mais completo silêncio. Eu bem tentava conversa mas o gajo ou não respondia ou dizia algo para acabar logo o diálogo.

Apenas comecei a achar estranho mesmo, quando a estrada começa a subir. Até aquele ponto tinha sido sempre recta, o que era normal naquela zona, quando começa a subir sei que devo estar a ir para o interior, mas a pensar sempre que fiz asneira algures e vou encontrar algo que conheça.

Ainda tentei encontrar os marcos que assinalam os Kms nas nacionais, mas não vi nada. E continuei sempre em frente, nunca vi nenhuma estrada secundária, nenhuma casa, nenhum carro, mesmo nada, só continuava a porcaria do muro, que era o que estava a meter-me confusão. Mas nunca levei para algo sobrenatural. Para mim as coisas eram muito lógicas e se alguém fala-se em bruxas começava a rir-me á força toda. Por isso continuei, gasóleo tinha com fartura e decerteza ia encontrar algo.

Não tenho a mínima ideia quanto tempo andei, mas a determinada altura começam a desaparecer as árvores e noto que estava num sítio com muitos montes, que aí sim comecei a ficar preocupado que me tinha perdido a sério, apesar de não saber como lá tinha parado. Mas pensava sempre que aquilo devia ter alguma lógica. Cheguei a um pequeno alto e parei o carro e saí fora do carro, foi quando o tipo que ia comigo começa a ficar em pânico. Ele saí começa a dizer que se está a sentir mal que aquilo era um bruxedo e cenas do género e que a culpa era do gajo que apareceu ao inicio. Aí passei-me com o tipo e com a situação anormal:

- Deixesse de mer***, qual bruxedo qual cara***. Está a dizer-me que fizerem um bruxedo ao furgão também, deixe de ser cromo. E se tivesse aqui o cab*** do gajo mandava-lhe com um ferro nos cor***.

E tipo passe de magia, vemos uma luz e era um taxi. Pedi ao tipo para parar e para não fazer figura de estúpido perguntei:

- Sabe me dizer  o melhor caminho para o Porto ? Ao que o motorista muito surpreendido diz:

- Mas vocês não vem de lá de baixo ? Passaram pela rotunda e estão lá as placas.

A única coisa que saiu foi: - Devia ir destraido que não vi nenhuma.

Desconfio que nunca entrei tão rápido dentro do furgão e dei a volta para ir atrás do taxi. E passado uns 100 metros estava lá uma rotunda com várias placas.
Para todos os efeitos tinha lá passado e não vi nada. Depois foi sempre a seguir as placas de Aveiro-Porto e eram umas 6 da manhã quando cheguei ao Porto, quando devia ter chegado antes das 22. Durante toda a viagem o tipo que ia comigo nem falou nada.

Quando cheguei, tentar explicar isto ao meu pai foi um pouco complicado, se bem que ele viu ainda a cara do tipo que estava comigo e acho que ficou convencido.

Nunca tive nenhuma explicação do que aconteceu, soube muito tempo depois que o tipo que estava comigo estava num processo de divorcio e uma das acusações mutuas eram que andavam a fazer bruxedos um ao outro. Mas isso não tenho a certeza.
As únicas certezas que tenho é que aquilo aconteceu. Que nunca tive medo e sinceramente só quando vi a rotunda achei que aquilo não era nada normal mesmo.

Nunca consegui explicar como se vai de um local ao outro sem passar por múltiplos locais que conhecia.
Tem aqui o link do GooleMaps com as marcações. Onde comecei, e onde acabei.

http://maps.google.pt/maps/ms?num=100&hl=pt-pt&client=firefox-a&ie=UTF8&msa=0&msid=101754383477033612134.000494184a254fb5e6749&ll=40.506229,-8.571396&spn=0.204394,0.444603&t=h&z=12


Coloquei esta imagem para verem a localização. Basicamente Mira e a estrada florestal fica numa "caixa". A sul tem a Figueira da Foz e o Rio Mondego, a Oeste o mar, a Norte Aveiro e mais uma quantidade grande de localidades e a Este tem a Nacional 109 e a Nacional 1 que percorrem desde Norte a Sul (na altura ainda não existia a A1). Por isso para sair dessa "caixa" é preciso cruzar sempre pontos de referência e existem muitas localidades. Como todas as semanas percorria essas estradas não tinha problema em saber onde estava e para onde ia. O quadrado ver é onde comecei, o vermelho onde "apareci".



Talvez exista alguma explicação mais fantasiosa é verdade, até poderia ser algo na minha mente, mas apesar disso tem um furgão de 2,5 Toneladas que não pode desaparecer aqui e aparecer ali.

Não estou á procura de soluções, apenas é um relato estranho que nem teve nenhuma consequência para além do gasóleo gasto.

Mas se alguém souber de casos parecidos que diga.

Foi na realidade uma viagem estranha. Já tentou, durante o dia, fazer o percurso e ver ou tentar reconhecer o local onde teve o encontro e o percurso que depois realizou? Ou seja, onde se desviou?

Passei no mesmo local onde vi aquele vulto estranho muitas vezes depois disso e nunca vi mesmo nada especial.

Boas!
É realmente estranho sim, mas já passou lá de noite de novo? De certeza que não ia só distraído?

Depois disso passei lá algumas vezes á noite, sempre acompanhado para depois não colocarem em causa seja o que for, mas nunca aconteceu mesmo nada.

Ao inicio da viagem, até posso colocar como hipótese ir destraido, mas após ter achado que não encontrei a estrada para virar para Vagos apartir desse ponto não me distraí mais e acho mesmo que a minha atenção cada vez aumentava para tentar ver onde estava. E mesmo quando parei para depois ao voltar na mesma estrada para trás e aparece uma rotunda, isso tenho mesmo a certeza que não estava lá quando passei.

Mas claro que coloquei logo essa opção. Por isso e como ia para aquele local várias vezes, tentei ver se era possível fazer o mesmo, mas não dá, passas sempre pelo menos por umas 10 povoações, tens de passar algures numa ponte pela ria de Aveiro (que é bem grande) e atravessar duas nacionais que na altura tinham sempre muito transito, a 109 e a 1. E a maior parte do percurso que fiz foi uma longa recta, como é a estrada florestal. Se vires pelo link do Google vês isso.

Mas sei e admito que é muito estranho.

Pois, e pelo que percebi foi como tivesses sempre na mesma estrada durante muito tempo. Realmente é estranho, e não sei o poderá ser porque nunca ouvi tal coisa. Deixa ver se alguém já ouviu falar de algo.

Foi na realidade uma viagem estranha. Já tentou, durante o dia, fazer o percurso e ver ou tentar reconhecer o local onde teve o encontro e o percurso que depois realizou? Ou seja, onde se desviou?

Esse encontro foi logo no ínicio, mal começa a estrada florestal. Nunca mais vi lá nada estranho. Onde me desviei, ou perdi, acho que foi logo também muito perto do ínicio. Na altura notei que existiam muros, mas os muros não existem na estrada, como notei isso se calhar após uns 15 minutos de ter começado acho que nessa altura já não devia estar na mesma estrada, se bem que não imagino onde desviei, visto que aquilo é apenas uma recta bem grande.

realmente....eu cunheço essa estrada, bem até porque sou dessa zona, e sim essa estrada n tem nada que enganar... e uma reta...com mato..é muito estranho...e de mira a vagos e um tirinho... dizem uns velhotes q a zona de vagos tem uma zona de floresta que se diz ter bruxas e coisas do género...mas pronto n sei se é verdade... mas isso foi muito exqesito....

Por favor! João não se esqueça do corrector ortográfico.

ok ok peço desculpa

Vou divagar.. vale o que vale 

Quando virei para a estrada florestal notei algo estranho, apareceu um tipo de que ia atravessar a estrada, mas ia com uma espécie de impermeável para chuva preto com um capuz colocado e ao passar pelo tipo a cara parecia meio estranho, mas como era de noite e não abrandei não achei nada demais. O empregado do meu pai entrou em histeria e começou a dizer:

- Viste aquilo Não é normal....aquilo não é normal.

E começa a benzer-se. E eu disse-lhe:

- Deixa-te de paranóias, aquilo é mais um bêbedo a caminho de casa. Mais um pouco e levava um taralho que ia desta para melhor.

E apenas pensei que era estranho, não havia casas em lado nenhum, mas queria era ir para casa e tinha de aturar aquela melga ao meu lado. Mas a verdade é que o empregado do meu pai não falou mais nada o resto da noite.

Até aqui tudo bem! Certo? A Estrada Florestal era a que querias apanhar... o que aconteceu de "anormal" é o tal homem "com uma espécie de impermeável para chuva preto com um capuz colocado e ao passar pelo tipo a cara parecia meio estranho,", gente estranha é que não falta por ai. Continuamos sem nada de anormal!

A estrada limita-se a uma gigantesca reta, com árvores bem grandes dos dois lados e apenas é boa para carregar no acelerador á vontade. A viagem até ao cruzamento para Vagos demora cerca de 15 minutos, sem muita pressa, mentalmente sabia que não era mais de 20kms. Após 30 minutos comecei a notar que devia ter passado o cruzamento porque não o via. Além disso na estrada tinha algo estranho que me parecia nunca ter visto. Existia um muro de cada lado da estrada, talvez com um metro. Mas já tinha passado ali muitas vezes e nunca tinha visto nenhum muro. mas continuei a andar, sabia que inevitavelmente ia dar ás Gafanhas ou a Aveiro, porque a estrada não tem outra saida.

A Estrada que deverias apanhar é assim? A descrição que dás... "estrada limita-se a uma gigantesca reta" a diferença é que te pareceu ter mais klm que o normal! É isso?

Vou supor que sim...

Após andar mais uns 30 minutos comecei a achar algo estranho, com a sensação que me perdi algures, mas nada preocupado porque havia de encontrar algo conhecido.
Entretanto só havia a estrada, muro de cada lado e a floresta e o tipo ao meu lado no mais completo silêncio. Eu bem tentava conversa mas o gajo ou não respondia ou dizia algo para acabar logo o diálogo.

Só aqui começaste a ter consciência que estavas perdido, bem...
Eu vou atirar a minha "ideia" do que possa ter acontecido...

O que pode ter acontecido foi teres sido "possuído" (detesto este termo, demasiado forte), perdeste a noção, vai ser difícil explicar vou dar o meu melhor.

Nunca perdeste a "consciência" ou pelo menos julgas tu, foste levado...

cheguei, tentar explicar isto ao meu pai foi um pouco complicado, se bem que ele viu ainda a cara do tipo que estava comigo e acho que ficou convencido.

Que conta o tipo que ia contigo dessa viagem? Do que se lembra ele?
É importante saber.
Seja como seja, a ideia não era fazer mal, mas assustar, isso foi conseguido.
Quanto ao homem do impermeável, pode ser um bêbedo como dizes ou a entidade que te levou, aqui dificilmente irás ter certezas. O tipo que ia contigo, pela reacção dele talvez já o tivesse visto noutras ocasiões. Questiona-o.
Em todo o caso acho que não te deves preocupar com o que aconteceu nessa viajem, foste apenas uma peça num jogo! 

Como te disse de inicio, estou só a divagar, vale o que vale

Que conta o tipo que ia contigo dessa viagem? Do que se lembra ele?
É importante saber.
Seja como seja, a ideia não era fazer mal, mas assustar, isso foi conseguido.
Quanto ao homem do impermeável, pode ser um bêbedo como dizes ou a entidade que te levou, aqui dificilmente irás ter certezas. O tipo que ia contigo, pela reacção dele talvez já o tivesse visto noutras ocasiões. Questiona-o.
Em todo o caso acho que não te deves preocupar com o que aconteceu nessa viajem, foste apenas uma peça num jogo! 

Como te disse de inicio, estou só a divagar, vale o que vale

O tipo que foi comigo lembra-se do mesmo que eu. Tanto que depois foi preciso explicar ao meu pai onde passei a noite e ele tinha a mesma versão. Em nenhum ponto o vi dormir ou tipo hipnotizado. Mesmo após estes anos, se falar com ele ele diz o mesmo, só que a versão dele mete bruxas e bruxedos pelo meio.

Não me preocupo, isto foi á mais de 20 anos.

Divagando, porque acho acho que é a única maneira mesmo, acho que foi algo principalmente dirigido a quem ia comigo, para mim aquilo nunca meteu medo nem receio. E apenas foi apanhado no meio, e na única vez que desatinei (porque estava a ficar mesmo preocupado) aquilo simplesmente acabou.

Divagando novamente, até podíamos estar "iludidos" com a estrada e ter feito o caminho e passado por tudo normalmente.

A estrada tinha sempre o muro, a mim, era como se fosse alguma barreira para não se passar para o outro lado, como se aquele fosse o único caminho.

Mas até posso imaginar que tivéssemos "possuidos", não estou a ver outra maneira. Afinal os Kms foram feitos, o gasóleo gasto e até o tabaco que tinha acabou.

O que mais me custa é como é possível fazer isto, ou o que foi necessário para o provocar.

Procura um relato da lilybety, que foi a um lugar que não existia!!!! Não sei qual é o relato, uma vez que ela tem vários. Mas lê-o e depois diz qualquer coisa.

Bom relato 
Essa zona é muito estranha. Aliás, a maior parte dos relatos insólitos que aqui tenho postado passaram-se precisamente nessa área. Há ali "qualquer coisa" de especial.

Bom relato 
Essa zona é muito estranha. Aliás, a maior parte dos relatos insólitos que aqui tenho postado passaram-se precisamente nessa área. Há ali "qualquer coisa" de especial.

Então gente, toca a investigar!