Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.509
Total de mensagens
369.625
Total de tópicos
26.967
  • Filosofia para freelancers - epistemologia
    Iniciado por marcvs
    Lido 1.636 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
Este parece-me ser um bom modelo para cépticos transcendetalistas. >:D

"Apenas a organização existe, nada mais."

Existem dois sentidos de organização formal (a coisa sobre ela mesma):
- Real: do "éter" ao objecto;
- Ideal: do objecto ao "éter".

O sentido real parte da não-existência polarizada (tudo enquanto uma coisa só que é e pode não ser nada).

O sentido ideal parte da existência dissociada (os objectos são considerados distintos e podem ser divididos em tantas partes quanto se pretenda).

Ambas estas visões estão correctas se considerarmos que são apenas pontos de vista diferentes de um fenómeno único.

Explicação:
Considere-se um "início" da realidade onde nada existe. Se considerarmos que isso permite uma possibilidade infinita, podemos começar a observar o potencial de tal situação. Se nada existe tudo pode existir. Isto sugere, aparentemente, um paradoxo. A existência de tudo através da não existência. Mas não se trata de um paradoxo, estamos a falar da polarização "inicial". Esta "realidade" torna-se dois pólos: "tudo" e "nada". Estes pólos não são objectos distintos da "realidade inicial" mas são partes dela. O pensamento "ideal" vai interpretar estes pólos enquanto elementos separados e antagónicos, daí a ilusão de paradoxo. Pela visão "real" temos dois pólos objectos que podem interagir. Das interacções possíveis entre estes objectos e o próprio objecto "original", assim como, com o resultado destas interacções vistas, neste sentido, enquanto objectos. As interacções possíveis são infinitas uma vez que a cada uma que surja o potencial de interacção é sempre maior, trata-se de um crescimento exponencial de possibilidades.

As possibilidades de interacção destes objectos abstractos seriam a associação (como no objecto "original", considerando os pólos enquanto elementos diferentes), a dissociação (a não interacção é uma possibilidade básica, como entre a interacção entre o objecto "inicial" e as interacções de terceiro nível, enquanto elementos separados – esta "interacção" apenas serve a visão ideal; na real, ela não pode acontecer porque o objecto "inicial" está presente em todos os outros derivados sob alguma forma, a bem dizer, os outros objectos são formas diferentes do objecto inicial), concorrência (quando a interacção significa a concretização de dois objectos similares ao nível formal, isto ocorre entre partes de formas complexas e formas mais simples que podem ser vistas enquanto partes desse objecto mais complexo) e antagónicas (quando a interacção concretiza um objecto polarizado, isto é, quando ambos os objectos são formalmente opostos, isto significa a concretização de um bloco polarizado como "tudo/nada").

Na prática é irrelevante que seja considerada uma situação "inicial" ou não. Estamos a falar de regras abstractas, isto serve apenas o propósito de se compreender o modelo de organização. Os sentidos "real" e "ideal" são duas formas possíveis de conceber o mesmo efeito, nada mais. São maneiras diferentes da concretização das transformações formais. Na prática, não interessa se recorremos ao pensamento dedutivo ou indutivo, são sempre o mesmo. As generalizações, não têm fundamento que não seja indutivo ou arbitrário como se vê pelo pensamento niilista. As organizações são constantes a toda a natureza ou apenas a nossa capacidade última de percepção. É irrelevante também esta questão, porque sendo esta a nossa capacidade última de pensamento não poderíamos conceber a realidade de outra forma que não esta.

Este pensamento está presente nas religiões, nas ciências e na filosofia, no geral, em todo o pensamento humano. Estas são as regras fundamentais da nossa natureza e da natureza que podemos conceber do universo. Tudo o que possa existir ou não existir segue estas regras, mesmo as ilusões e fantasias seguem estas regras. As metáforas, os conceitos, os objectos, tudo é organizada desta forma. Não há maneira possível de separar o concreto do abstracto, tudo é abstracto. Sendo tudo abstracto, todas as formas são flexíveis, o que usamos enquanto referência para a interpretação segue estas regras, tudo em que possamos pensar segue estas regras, tudo é formalmente dinâmico e flexível. Os conteúdos não são mais do que organizações também, é por esse motivo que podemos dissociar partes de um objecto. Apenas existe organização, nada mais.

Estas regras são simples e estão expressas na lógica, outras que se possam conceber não são mais do que organizações destas, estes são os aspectos abstractos elementares. Os objectos perceptíveis podem interagir da mesma maneira, a percepção é matematizavel. Os objectos intuídos podem interagir sobre estas regras, a intuição é matematizavel, a filosofia, a religião, a própria noção de organização, tudo é forma e tudo é matematizavel. Mas a matematização é apenas uma das possibilidades porque, se tudo segue estas regras, a própria matematização pressupõe estas regras, o resto são organizações destas regras em estruturas concretas. As estruturas concretas também seguem e são compostas por estas regras. A realidade ou as ideias não são estas regras apenas mas formações complexas destas quatro formas menores, a realidade existe mas é abstracta. A concretização é apenas uma ilusão como o tempo ou o espaço, são formas de compreender estas organizações complexas, o próprio observador também segue estas regras. Dizer que estes aspectos são "ilusões" é um recurso metafórico, tudo é abstracto, portanto não há necessariamente existência de qualquer um destes aspectos, falamos de algo próximo ao cepticismo, não o sendo.

As organizações em formas de "entidades" ou "objectos" são flexíveis, depende sempre da forma como são vistas. A forma "real" é determinista, a organização anterior pressupõe as possibilidades das organizações seguintes (como no "momento inicial") mas a forma "ideal" é determinante noutro sentido, mais arbitrário, é daqui que surge a capacidade de concretização de objectos abstractos e qualquer outra não determinista. Tomando estas formas enquanto um único bloco polarizado, o objecto aqui representado é o funcionamento do "tudo/nada" onde ambos os sentidos estão pressupostos para todo o potencial deste "objecto primordial". Falamos de um sistema dinâmico flexível – caótico. Onde as regras pressupostas não definem realmente o comportamento do objecto. Falar então em sentido "real" e "ideal" é apenas uma referência a dois efeitos distintos da maneira como as formas se organizam dinamicamente.

NÃO!
(só porque diz que tem sempre de haver alguém que diz isso...)

#1
Olá!

devias substituir: "Apenas a organização existe, nada mais."por:
"Apenas a informação existe,nada mais".In-forma-(ac)ção

...E não sabendo que era impossivel foi lá...e fez

Citação de: mysterium coniunctionis em 05 setembro, 2010, 17:44
Olá!

devias substituir: "Apenas a organização existe, nada mais."por:
"Apenas a informação existe,nada mais".In-forma-(ac)ção


Bem visto!
NÃO!
(só porque diz que tem sempre de haver alguém que diz isso...)