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  • os portugueses viram "bananas"?!
    Iniciado por pat.
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Citação de: Maria Winchester em 14 setembro, 2012, 04:28
Nã. Não é justificativa para o que aconteceu.
o.O Não o quê? Não regrediu? Também não concordo. Então agora achar correcto matar pessoas e torturá-las devido a questões de raça (e não só) não é uma regressão na evolução e desenvolvimento enquanto sociedade?
Não sou a favor do salazarismo, antes pelo contrário. Mas de que forma é que é melhor viver sob o jugo de Hitler, em vez de  sob o de Salazar? Estávamos mal, nessa altura, mas os amigos germânicos estavam piores.
Na verdade isso já remonta dos tempos da monarquia... Claro que uma crise não acontece de um dia para o outro. Já vem de trás. Mas agora é que as coisas se revelaram insustentáveis.

Não regrediu porque na altura do regime Nazi a sociedade alemã não era tida nem achada quanto à forma de funcionamento da nação. Quem mandava e ditava leis era exclusivamente um austríaco de seu nome Adolf Hitler. Além disso sempre considerei o regime Salazarista pior que o regime Nazi embora sejam tanto um como outro regimes que não desejava nem aos meus maiores inimigos. Ao dizeres que a crise portuguesa remonta aos tempos da monarquia ainda reforças mais o meu argumento em que digo que o Pais está desde à muitos séculos mergulhado numa profunda crise. O grande problema de Portugal não é conjectural mas sim estrutural.

#76
Voltar atrás no tempo é sempre uma regressão. A Alemanha regrediu em inúmeros aspectos, É um facto. Felizmente que se libertou.

Não estou reforçando o teu argumento. Dizer que o país está mal gerido é uma coisa, dizer que desde sempre esteve mergulhado numa profunda crise é outra...

CitaçãoO grande problema de Portugal (...)
Ora aí está. Disseste bem. Portugal tem um problema.
Chegámos ao cerna da coisa. ;D Até parece simples dito desta forma.
Portugal tem um problema. Ainda não reagimos violentamente. Mas não é por isso que somos bananas. :)
"There are three things all wise men fear: the sea in storm, a night with no moon, and the anger of a gentle man."

― Patrick Rothfuss, The Wise Man's Fear

Citação de: Maria Winchester em 14 setembro, 2012, 04:49
Voltar atrás no tempo é sempre uma regressão. A Alemanha regrediu em inúmeros aspectos, É um facto. Felizmente que se libertou.

Não estou reforçando o teu argumento. Dizer que o país está mal gerido é uma coisa, dizer que desde sempre esteve mergulhado numa profunda crise é outra...
Ora aí está. Disseste bem. Portugal tem um problema.
Chegámos ao cerna da coisa. ;D Até parece simples dito desta forma.
Portugal tem um problema. Ainda não reagimos violentamente. Mas não é por isso que somos bananas. :)

Não sei se somos bananas, nem me interessa. Mas sei que já devia-mos ter reagido violentamente a tudo isto. E digo eu que não sou um arruaceiro nem um criminoso.

#78
Ora bem, no meio de toda este debate, se me permitem, há aspectos que me parecem importantes referir: a Grécia é o único país a quem a Alemanha nunca reembolsou, nem as vítimas do nazismo, nem os tesouros que roubou durante a ocupação (estes ao menos podiam ser devolvidos não?). Os gregos têm tentado cobrar a dívida, mas a Alemanha recusa-se sequer a falar do assunto.

Já agora, os alemães (e países nórdicos) com quem falo por questões profissionais, têm sim, dor de cotovelo do nosso clima, normalmente são pessoas com postura mais rígida, pouco tolerantes à burrice, preguiça e estupidez, menos brincalhões, mas também não quer isso dizer que não sejam alegres. Profissionalmente sim, prefiro de longe trabalhar com eles do que com os portugueses, são muito exigentes e responsáveis, mas exigem deles próprios, parece que estamos em formação contínua (aliás, coisa que na Alemanha apostam muito e em Portugal é uma vergonha), são extremamente profissionais e empolgam-se com trabalho, o que em Portugal pouco se vê já que a maior parte das pessoas prefere o marasmo e limitar-se a ganhar o ordenado e sabe-se lá o que estão dispostos a fazer para lixar o colega, porque o patronato "se esquece" que se as pessoas estiverem em bom ambiente rendem mais.
Nos países nórdicos, estes sim, têm uma mentalidade que não têm nada a ver: aquilo quando pára, pára tudo mesmo, até serem ouvidos. São pessoas que descontam muito, por isso exigirem também os direitos, não só do governo, mas também do próximo. Se estiverem a receber subsídios injustamente, mesmo que sejam familiares ou vizinhos, denunciam, porque sentem como se os estivessem a roubar e como uma obrigação. Mesmo em termos de conduta cívica e moral, nada tem a ver, aqui em Portugal, nem se pode ralhar com um garoto. A culpa por Portugal estar nesta vergonha é somente dos portugueses, que não punem nem responsabilizam, nem "arregaçar mangas" e ter trabalho, estão à espera que o outro faça para depois recolherem benefícios de igual forma. Um Sr. que foi preso político comentava que a grande maioria das pessoas de hoje em dia não tem ideais nem valores, não quer responsabilidades, não tem orgulho e prefere o caminho mais fácil.
A meu ver, o problema pode ser conjectural, estrutural... mas acima de tudo, é mental.

#79
Citação de: Antoine em 14 setembro, 2012, 02:46
Essas mesmas pessoas que dizes que foram lanchar a uma pastelaria em Lisboa depois da MANIF são as mesmas que se indignam e protestam se alguns tentarem alterar os estado de coisas recorrendo à violência contra a policia fascista que é de facto um dos garantes deste sistema corrupto e falido. Acredita que isto não vai lá pacificamente e vê-se por exemplo hoje o primeiro-ministro que inacreditavelmente não recuou em nenhumas das medidas de austeridade. Se os protestos e indignação fossem de outro cariz de certeza que ele não tinha atitude e inclusive alguns ministros já teriam sido demitidos.

Também tenho as minhas dúvidas que isto vá lá pacificamente.
Quanto ao que disseste sobre o Ministro da cultura, realmente houve algum alarido, mas como de costume quem manda são os politicos e não o povo. O ideal era ser o oposto, e nisso respeito os Franceses (uma das poucas coisas em que os respeito pra ser honesta).
E ainda vão fechar a RTP2, o único canal cultural generalista. Quase parece que além de nos quererem empobrecer também nos querem "analfabetos".

Citação de: Maria Winchester em 14 setembro, 2012, 04:28
Nã. Não é justificativa para o que aconteceu.
o.O Não o quê? Não regrediu? Também não concordo. Então agora achar correcto matar pessoas e torturá-las devido a questões de raça (e não só) não é uma regressão na evolução e desenvolvimento enquanto sociedade?
Não sou a favor do salazarismo, antes pelo contrário. Mas de que forma é que é melhor viver sob o jugo de Hitler, em vez de  sob o de Salazar? Estávamos mal, nessa altura, mas os amigos germânicos estavam piores.
Na verdade isso já remonta dos tempos da monarquia... Claro que uma crise não acontece de um dia para o outro. Já vem de trás. Mas agora é que as coisas se revelaram insustentáveis.

Por acaso é justificativa, o que fizeram a Alemanha quando perdeu a guerra foi considerado uma das piores consequências adoptadas para o país derrotado. E isso reflectiu-se nos anos seguintes como podes constar.

Considero que o Salazar fez muito pelo país a nivel cultural (no sentido de ter financiado alguns dos monumentos mais celebres do país e ter apoiado artistas) e económico. Mas realmente ficamos parados no tempo e não tivemos abertura para o desenvolvimento que se sentia lá fora. Sem falar na enorme pobreza no campo, os da cidade não sentiam tanto isso, se perguntarem aos vossos avós (se é que estes viviam na cidade) eles dizem todos praticamente o mesmo: muita censura, pouco dinheiro mas o pouco que recebiam chegava para as necessidades básicas e abundância de emprego. Já os do campo passaram como se diz.. as passas do Algarve.

Citação de: TinaSol em 14 setembro, 2012, 11:00
Ora bem, no meio de toda este debate, se me permitem, há aspectos que me parecem importantes referir: a Grécia é o único país a quem a Alemanha nunca reembolsou, nem as vítimas do nazismo, nem os tesouros que roubou durante a ocupação (estes ao menos podiam ser devolvidos não?). Os gregos têm tentado cobrar a dívida, mas a Alemanha recusa-se sequer a falar do assunto.

Já agora, os alemães (e países nórdicos) com quem falo por questões profissionais, têm sim, dor de cotovelo do nosso clima, normalmente são pessoas com postura mais rígida, pouco tolerantes à burrice, preguiça e estupidez, menos brincalhões, mas também não quer isso dizer que não sejam alegres. Profissionalmente sim, prefiro de longe trabalhar com eles do que com os portugueses, são muito exigentes e responsáveis, mas exigem deles próprios, parece que estamos em formação contínua (aliás, coisa que na Alemanha apostam muito e em Portugal é uma vergonha), são extremamente profissionais e empolgam-se com trabalho, o que em Portugal pouco se vê já que a maior parte das pessoas prefere o marasmo e limitar-se a ganhar o ordenado e sabe-se lá o que estão dispostos a fazer para lixar o colega, porque o patronato "se esquece" que se as pessoas estiverem em bom ambiente rendem mais.
Nos países nórdicos, estes sim, têm uma mentalidade que não têm nada a ver: aquilo quando pára, pára tudo mesmo, até serem ouvidos. São pessoas que descontam muito, por isso exigirem também os direitos, não só do governo, mas também do próximo. Se estiverem a receber subsídios injustamente, mesmo que sejam familiares ou vizinhos, denunciam, porque sentem como se os estivessem a roubar e como uma obrigação. Mesmo em termos de conduta cívica e moral, nada tem a ver, aqui em Portugal, nem se pode ralhar com um garoto. A culpa por Portugal estar nesta vergonha é somente dos portugueses, que não punem nem responsabilizam, nem "arregaçar mangas" e ter trabalho, estão à espera que o outro faça para depois recolherem benefícios de igual forma. Um Sr. que foi preso político comentava que a grande maioria das pessoas de hoje em dia não tem ideais nem valores, não quer responsabilidades, não tem orgulho e prefere o caminho mais fácil.
A meu ver, o problema pode ser conjectural, estrutural... mas acima de tudo, é mental.

Nós aqui temos muitas horas de trabalho para não fazer nenhum. Na Alemanha se for preciso saem as 3h ou 4h da tarde com o trabalho todo feito.

Citação de: TinaSol em 14 setembro, 2012, 11:00
Ora bem, no meio de toda este debate, se me permitem, há aspectos que me parecem importantes referir: a Grécia é o único país a quem a Alemanha nunca reembolsou, nem as vítimas do nazismo, nem os tesouros que roubou durante a ocupação (estes ao menos podiam ser devolvidos não?). Os gregos têm tentado cobrar a dívida, mas a Alemanha recusa-se sequer a falar do assunto.

Já agora, os alemães (e países nórdicos) com quem falo por questões profissionais, têm sim, dor de cotovelo do nosso clima, normalmente são pessoas com postura mais rígida, pouco tolerantes à burrice, preguiça e estupidez, menos brincalhões, mas também não quer isso dizer que não sejam alegres. Profissionalmente sim, prefiro de longe trabalhar com eles do que com os portugueses, são muito exigentes e responsáveis, mas exigem deles próprios, parece que estamos em formação contínua (aliás, coisa que na Alemanha apostam muito e em Portugal é uma vergonha), são extremamente profissionais e empolgam-se com trabalho, o que em Portugal pouco se vê já que a maior parte das pessoas prefere o marasmo e limitar-se a ganhar o ordenado e sabe-se lá o que estão dispostos a fazer para lixar o colega, porque o patronato "se esquece" que se as pessoas estiverem em bom ambiente rendem mais.
Nos países nórdicos, estes sim, têm uma mentalidade que não têm nada a ver: aquilo quando pára, pára tudo mesmo, até serem ouvidos. São pessoas que descontam muito, por isso exigirem também os direitos, não só do governo, mas também do próximo. Se estiverem a receber subsídios injustamente, mesmo que sejam familiares ou vizinhos, denunciam, porque sentem como se os estivessem a roubar e como uma obrigação. Mesmo em termos de conduta cívica e moral, nada tem a ver, aqui em Portugal, nem se pode ralhar com um garoto. A culpa por Portugal estar nesta vergonha é somente dos portugueses, que não punem nem responsabilizam, nem "arregaçar mangas" e ter trabalho, estão à espera que o outro faça para depois recolherem benefícios de igual forma. Um Sr. que foi preso político comentava que a grande maioria das pessoas de hoje em dia não tem ideais nem valores, não quer responsabilidades, não tem orgulho e prefere o caminho mais fácil.
A meu ver, o problema pode ser conjectural, estrutural... mas acima de tudo, é mental.


Os gregos têm sem duvida mais do que razões para reivindicar todos os tesouros que foram roubados da segunda guerra mundial e também têm muitas razões para reivindicar o reembolso das vitimas do nazismo. Mas começando pelo segundo ponto, se os gregos analisassem melhor a situação veriam que quem deveria reembolsar as vitimas do nazismo era os EUA, a França e a URSS já que foi a estes países que a Alemanha pagou pesadas recompensas de guerra. Quanto ao primeiro ponto que foca os tesouros de guerra que naturalmente são propriedade grega e se forem realmente os alemães a possuírem esses tesouros sem duvida que os alemães deveriam devolver esses mesmos tesouros. Contudo, tenho as minhas duvidas quanto ao facto de serem os alemães a possuírem esses tesouros já que se bem nos lembra-mos os alemães ficaram sem quase nada depois da segunda guerra mundial devido à acção dos EUA, da França e da URSS.

#81
Citação de: Kieracrystal em 14 setembro, 2012, 13:44
Nós aqui temos muitas horas de trabalho para não fazer nenhum. Na Alemanha se for preciso saem as 3h ou 4h da tarde com o trabalho todo feito.

Tens razão é a maioria das empresas portuguesas é o trabalhar muitas horas é que é bom e não avaliam a qualidade do trabalho. Algumas chefias estão lá é para meter medo e demonstrar poder, e ser tratado nas palminhas, Sr. Dr para ali , ó Sr Eng para lá...porque é fácil ser chefe do "eu quero posso e mando" e sentirem-se muito importantes. Agora gerir pessoas, lidar com varias personalidades e manter a motivação, e recompensar os melhores, e humildade acima de tudo, isto dá trabalho meus amigos, e ser líder não é para todos é para quem tem talento, não é para qualquer casca grossa...Depois a produtividade, onde?!

"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

Inominado
#82
Citação de: Kieracrystal em 14 setembro, 2012, 13:44
Nós aqui temos muitas horas de trabalho para não fazer nenhum. Na Alemanha se for preciso saem as 3h ou 4h da tarde com o trabalho todo feito.

Quantos e quantos não estão no trabalho a ver o fórum do PP ou as novas fotos FB?  ;D

Quantos às manifestações são, na minha opinião, estapafúrdias pois limitam-se a ser do contra e não são contra nada em concreto, são sim contra algo genérico, amorfo, vago. E mais surreal ainda é que não propõem soluções. Que se lixe a troika? Sim, eu também quero isso! Mas e a seguir o que fazer?

As manifestações deviam deixar de ser apenas e só do contra, e passarem a ser uma espécie de assembleias populares, que funcionassem como incubadora de ideias para se conseguir mudar o estado das coisas.

Citação"Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!" é o lema desta convocatória que começou por ser um protesto convocado para a cidade de Lisboa no final de agosto e que se transformou já num movimento nacional com repercussões em cidades como Berlim, Barcelona, EUA e Canadá, Londres, Bruxelas, Fortaleza e Paris.

A última cidade a confirmar a adesão ao protesto foi Nisa. Em Lisboa, perto de 50 mil pessoas já aderiram ao evento no facebook. A manifestação na capital terá início na Praça José Fontana, pelas 17h, e terminará na Praça de Espanha. No facebook, os organizadores da iniciativa pedem a "todas e todos os participantes que no dia 15 tragam tachos e colheres de pau para a manifestação, para realizarmos a maior caçarolada da história do país e que a nossa indignação e a nossa força ecoem bem alto nas ruas do país". O protesto no Porto, que já conta com mais de 23 mil adesões terá lugar na Avenida dos Aliados, também pelas 17h.

Para quem não puder participar diretamente em nenhuma das manifestações também há um apelo para uma participação "em trânsito". "Cole-se um cartaz à janela (de casa, do carro, no chapéu de sol na praia) com o slogan "Que se Lixe a Troika! Queremos as nossas Vidas", sugere quem promove este evento.

"Se nos querem vergar e forçar a aceitar o desemprego, a precariedade e a desigualdade como modo de vida, responderemos com a força da democracia, da liberdade, da mobilização e da luta. Queremos tomar nas nossas mãos as decisões do presente para construir um futuro", lê-se no apelo subscrito por um grupo de cidadãos e cidadãs de várias áreas de intervenção e quadrantes políticos.

Na página Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas! estão a ser publicados vários apelos individuais à mobilização para a manifestação de amanhã, entre os mesmos encontra-se um vídeo do rapper português Chullage, no qual o músico interpreta o tema "Que se lixe a troika!".

Esta quinta feira, e apesar da enorme onda de contestação contra as políticas de austeridade impostas pelo governo, o primeiro ministro já veio afirmar que não está disposto a rever as novas medidas anunciadas ao país na semana passada e que não governa "em função das reações da rua".

Fonte: Esquerda.net

Alguém viu neste texto alguma sugestão decente para se mudarem o estado das coisas? Eu nem vi uma sugestão sequer, quanto mais uma boa sugestão...

Citação de: Inominado em 14 setembro, 2012, 19:08
Quantos e quantos não estão no trabalho a ver o fórum do PP ou as novas fotos FB?  ;D

Quantos às manifestações são, na minha opinião, estapafúrdias pois limitam-se a ser do contra e não são contra nada em concreto, são sim contra algo genérico, amorfo, vago. E mais surreal ainda é que não propõem soluções. Que se lixe a troika? Sim, eu também quero isso! Mas e a seguir o que fazer?

As manifestações deviam deixar de ser apenas e só do contra, e passarem a ser uma espécie de assembleias populares, que funcionassem como incubadora de ideias para se conseguir mudar o estado das coisas.

Fonte: Esquerda.net

Alguém viu neste texto alguma sugestão decente para se mudarem o estado das coisas? Eu nem vi uma sugestão sequer, quanto mais uma boa sugestão...

Não, geralmente é a esquerda do costume, não querem fazer nenhum e é só reivindicar, mas dar soluções está quieto.  ;)
"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

Citação de: Kieracrystal em 14 setembro, 2012, 13:44

Nós aqui temos muitas horas de trabalho para não fazer nenhum. Na Alemanha se for preciso saem as 3h ou 4h da tarde com o trabalho todo feito.

Os Alemães devem ter as mesmas horas de trabalho que os Portugueses, a única diferença é que eles começam a jornada de trabalho muito cedo, salvo erro, os operários entram às seis da manhã (de inverno a essa hora nem quero imaginar). ::) Por isso também saem cedo.
A nível de trabalho os Portugueses não são malandros, pois quando imigram são bons trabalhadores, e conseguem singrar em qualquer lado. O problema aqui em Portugal é mesmo a mentalidade do empresário, que quer o maior lucro com o menor investimento possível, o que faz com os operários não se sintam motivados (uma pessoa a ganhar o ordenado mínimo sente-se motivada para trabalhar?), querem é que o dia passe rápidamente e que as férias venham depressa. ;D

Citação de: Inominado em 14 setembro, 2012, 19:08
Quantos e quantos não estão no trabalho a ver o fórum do PP ou as novas fotos FB?  ;D

Quantos às manifestações são, na minha opinião, estapafúrdias pois limitam-se a ser do contra e não são contra nada em concreto, são sim contra algo genérico, amorfo, vago. E mais surreal ainda é que não propõem soluções. Que se lixe a troika? Sim, eu também quero isso! Mas e a seguir o que fazer?

As manifestações deviam deixar de ser apenas e só do contra, e passarem a ser uma espécie de assembleias populares, que funcionassem como incubadora de ideias para se conseguir mudar o estado das coisas.

Fonte: Esquerda.net

Alguém viu neste texto alguma sugestão decente para se mudarem o estado das coisas? Eu nem vi uma sugestão sequer, quanto mais uma boa sugestão...

O mais interessante nesse texto é o facto dos EUA e do Canadá serem considerados cidades.

Citação de: romi em 14 setembro, 2012, 20:57
Os Alemães devem ter as mesmas horas de trabalho que os Portugueses, a única diferença é que eles começam a jornada de trabalho muito cedo, salvo erro, os operários entram às seis da manhã (de inverno a essa hora nem quero imaginar). ::) Por isso também saem cedo.
A nível de trabalho os Portugueses não são malandros, pois quando imigram são bons trabalhadores, e conseguem singrar em qualquer lado. O problema aqui em Portugal é mesmo a mentalidade do empresário, que quer o maior lucro com o menor investimento possível, o que faz com os operários não se sintam motivados (uma pessoa a ganhar o ordenado mínimo sente-se motivada para trabalhar?), querem é que o dia passe rápidamente e que as férias venham depressa. ;D

Romi, claro os portugueses são tão bons como os outros, o problema aqui em Portugal são as chefias e a maneira como são promovidos sem olhar para as qualidades que devem ter. Remeto ao meu post anterior.
"Don't become a monster in order to defeat a monster" - Bono Vox U2

#87
Citação de: romi em 14 setembro, 2012, 20:57
Os Alemães devem ter as mesmas horas de trabalho que os Portugueses, a única diferença é que eles começam a jornada de trabalho muito cedo, salvo erro, os operários entram às seis da manhã (de inverno a essa hora nem quero imaginar). ::) Por isso também saem cedo.
A nível de trabalho os Portugueses não são malandros, pois quando imigram são bons trabalhadores, e conseguem singrar em qualquer lado. O problema aqui em Portugal é mesmo a mentalidade do empresário, que quer o maior lucro com o menor investimento possível, o que faz com os operários não se sintam motivados (uma pessoa a ganhar o ordenado mínimo sente-se motivada para trabalhar?), querem é que o dia passe rápidamente e que as férias venham depressa. ;D

Também é por aí. Não há recompensas para quem trabalhe horas extras, aliás, horas extras aqui em Portugal é considerado uma obrigação (ao que me parece). O patrão pede, o funcionário faz e não ganha mais por isso. E obviamente que não estou a falar sem saber, tenho vários exemplos, um deles familiar.

Achei por bem pôr este texto de Miguel Esteves Cardoso aqui, já que é uma caracterização do nosso povo, insere-se no tópico... :)

Ser Português é Difícil

Os Portugueses têm algum medo de ser portugueses. Olhamos em nosso redor, para o nosso país e para os outros e, como aquilo que vemos pode doer, temos medo, ou vergonha, ou «culpa de sermos portugueses». Não queremos ser primos desta pobreza, madrinhas desta miséria, filhos desta fome, amigos desta amargura. Os Portugueses têm o defeito de querer pertencer ao maior e ao melhor país do mundo. Se lhes perguntarmos "Qual é actualmente o melhor e o maior país do mundo?", não arranjam resposta. Nem dizem que é a União Soviética nem os Estados Unidos nem o Japão nem a França nem o Reino Unido nem a Alemanha. Dizem só, pesarosos como os kilogramas nos tempos em que tinham kapa: «Podia ter sido Portugal...» E isto que vai salvando os Portugueses: têm vergonha, culpa, nojo, medo de serem portugueses mas «também não vão ao ponto de quererem ser outra coisa».

Revela-se aqui o que nós temos de mais insuportável e de comovente: só nos custa sermos portugueses por não sermos os melhores do mundo. E, se formos pensar, verificamos que o verdadeiro patriotismo não é aquele de quem diz "Portugal é o melhor país do mundo" (esse é simplesmente parvo ou parvamente simples), mas, sim, de quem acredita, inocentemente, que Portugal «podia ser» (ou ter sido) o melhor país do mundo e (eis a parte fundamental, que separa os insectos dos cicofantas) «tem pena que não seja», uma pena daquelas que ardem para toda a vida nos peitos profundos das pessoas boas.

Ser português não é nem a sorte com que sonhamos (não queriam mais nada — nascer logo uma coisa boa!) nem o azar com que vamos azedando. Ser português é um «jeito que se aprende». Não é coisa que vá à bruta ou à má fila. Não é bem que vá a bem (precisa de ser ajudado), mas também não é mal que vá à bruxa. Ser português não é tanto ser feito à imagem de Deus, como os outros povos (todos eles felizes), como estar, à partida, «feito». Cada vez que nasce um ser humano e olha para o bilhete de identidade e verifica que calharam os pedregulhos e os pêsames da portugalidade, diz logo "Pronto — estou feito — sou português". Devia ter juízo. A única coisa que o absolve é ter, também, razão.

Ser português é «difícil». O resto do mundo não compreende que os Portugueses são especiais, diferentes, bastante giros, bem-educados, antigos, espertos, casos sérios. O resto do mundo acredita sinceramente que o mundo seria exactamente o mesmo sem os Portugueses. Para a grande maioria da população da Terra, a própria «existência» de Portugal é uma surpresa. E não se julgue automaticamente que se trata de uma grande surpresa ou, sequer, de uma surpresa «boa». É mais uma surpresa do género "Ah, sim?". Como quem aprende que o «baseball» teve origem nos «rounders ingleses». Ah, sim? Que giro! Agora sai da frente do televisor que eu quero ver se este Babe Ruth era tão bom como diziam. Para o resto do mundo, os feitos dos Portugueses não pertencem à história fundamental do Universo. Pertencem, quando muito, à secção dos passatempos, do "Não me digas!" e do "Acredite se quiser". Ser português é um ser delicado. Ser português não é «ser humano». É ser que tem muito para fazer só para ser «vivo».

Os políticos dizem que é preciso andar para a frente, modernizar, desenvolver, «mudar» Portugal, presumivelmente para melhor, porque este (nisto estão todos de acordo) não presta. Os poetas sonham com países que nunca existiram ou existirão, ou que já existiram e jamais existirão outra vez. Ninguém está contente com o que é, ou com onde está, ou com o que tem. Os Portugueses, o povo, a nação, os ditos, os implicados, envolvidos e lixados, esses nem ideia têm ou fazem — para eles a própria noção de Portugal foi um raio de ideia para começar. Mas o que é preciso não é nem tão drástico nem tão espectacular. O que é preciso é «continuar» Portugal.

Continuar Portugal não é uma acção delicada, ou uma campanha urgente, ou uma tarefa que exija o sacrifício de todos os cidadãos. É simplesmente continuar a perguntar, a barafustar, a amaldiçoar o dia em que se nasceu desta cor, nesta pele, com este coração mole e fácil de apertar e espremer. Continuar Portugal é acreditar que a vida seria pior sem ele, pior se a Europa começasse pela Espanha, pior se fôssemos suíços ou belgas ou finlandeses. Continuar Portugal é ser português e dizer "Pronto, que se lixe, o que é que eu hei-de fazer?". E acreditar na diferença que faz a nossa maneira de ser, e de sermos portugueses, como um cardiologista acredita que o coração foi feito para continuar a bater.
E foi. E, o que é mais engraçado, continua!


Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'
"É sinal de uma mente educada, ser capaz de entreter uma ideia sem necessariamente aceitá-la."-Aristoteles

Não é duplo post, o anterior foi já há algum tempo....

Concerteza já viram este video, não?

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=OB8pKYZmkqI#!

lol
"É sinal de uma mente educada, ser capaz de entreter uma ideia sem necessariamente aceitá-la."-Aristoteles