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  • Helena Blavatsky
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AndreiaLi
Helena Blavatsky

Helena Blavatsky ou Madame Blavatsky, foi uma prolífica escritora, filosofa e teóloga da Rússia, responsável pela sistematização da moderna Teosofia e co-fundadora da Sociedade Teosófica.

partiu em um longo período de viagens por todo o mundo em busca de conhecimento filosófico, espiritual e esotérico, e nesse intervalo alegou ter passado por inúmeras experiências fantásticas, entrado em contacto com vários mestres de sabedoria ou mahatmas e deles recebido na condição de discípula um treinamento especial para desenvolver seus poderes paranormais de forma controlada, a fim de que pudesse servir-lhes de instrumento para a instrução do mundo ocidental.


A controvérsia a acompanhou por todo o resto de sua vida e ainda hoje está acesa. Nos Estados Unidos estabeleceu uma duradoura aliança de trabalho e companheirismo com Henry Olcott, com quem fundou a Sociedade Teosófica, e em 1877 Blavatsky publicou sua primeira obra importante, Ísis sem Véu, já tendo escrito antes inúmeros artigos.

Pouco depois ela e Olcott transferiram a sede da Sociedade para a Índia, e passaram a viver lá, até que um incidente, o Caso Coulomb, abalou gravemente sua reputação internacional, quando foi declarada culpada de fraude num relatório publicado pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres. Voltou então para a Europa, onde continuou escrevendo e divulgando a Teosofia.

Blavatsky surgiu em um momento histórico em que a religião estava sendo rapidamente desacreditada pelo avanço da Ciência e da Tecnologia, e que testemunhou o nascimento de uma série de escolas de ocultismo ou de pensamento alternativo, muitas delas com base conceitual pouco firme ou desenvolvendo práticas apenas intuitivas, que ganhavam grande número de adeptos em virtude do fracasso do Cristianismo em fornecer explicações satisfatórias para várias questões fundamentais da vida e sobre os processos do mundo natural. A importância da contribuição de Blavatsky foi então reafirmar o divino, mas oferecendo caminhos de diálogo com a Ciência e tentando purgar a Religião institucionalizada de seus erros seculares, combatendo o dogmatismo e a superstição de todos os credos e incentivando a pesquisa científica, o pensamento independente e a crítica da fé cega através da razão. Lutou contra todas as formas de intolerância e preconceito, atacou o materialismo e o cepticismo arrogante da ciência, e pregou a fraternidade universal. Sem pretender fundar uma nova religião, sem reivindicar infalibilidade nem se intitulando proprietária ou autora das ideias que trouxe à luz, apresentou ao mundo ocidental uma síntese de conceitos, técnicas e interpretações de uma grande variedade de fontes filosóficas, científicas e religiosas do mundo, antigas e modernas, organizando-as em um corpo de conhecimento estruturado, lógico e coerente que compunha uma visão grandiosa e positiva do universo e do homem.

Blavatsky disse que escreveu tanto Ísis Sem Véu quanto a Doutrina Secreta com a ajuda dos mahatmas, que muitas vezes transferiam suas consciências e conhecimento para o seu corpo físico, em um processo chamado tulku. Esse processo tem sido comumente confundido com a mediunidade de transe, mas tem várias diferenças importantes, embora seja muito semelhante em aparência. O médium comum usualmente possui um psiquismo passivo, e fica à mercê de quaisquer influências invisíveis que estejam em seu redor, sendo "possuído" às vezes independentemente de sua escolha, sem manter maior controle sobre o fenômeno e muitas vezes não permanecendo sequer consciente enquanto ele se desenrola, não lembrando de nada após encerrado.

Blavatsky reconheceu que em sua juventude fora uma médium típica, mas afirmou que o treinamento que recebera dos Mestres a transformara em uma clarividente com completo controle sobre suas faculdades. Não obstante, seus próprios relatos são ambíguos e evasivos, às vezes contraditórios, e parece que pelo menos em parte de seu trabalho os fenómenos mediúnicos tradicionais também desempenharam algum papel.

Segundo seu relato, através desses meios paranormais seus mestres lhe indicavam uma vasta bibliografia de obras antigas e modernas, à qual ela nunca teve acesso fisicamente.  Na maior parte das vezes apenas ela via esses livros com sua clarividência, mas em dois casos Olcott referiu que eles se materializaram para a consulta, após o que os volumes desapareceram.Sua própria descrição dos métodos que usava, em cartas a amigos e familiares, é de grande interesse:

"Estou escrevendo Ísis; não escrevendo, antes, transcrevendo e redigindo o que Ela pessoalmente me mostra. Na verdade, às vezes parece que a antiga deusa da Beleza em pessoa me conduz por todas as terras dos séculos passados que tenho de descrever. Estou sentada de olhos abertos e, ao que tudo indica, vejo e ouço tudo o que acontece ao meu redor, e ao mesmo tempo vejo e ouço o que escrevo... Lentamente, século após século, imagem após imagem destacam-se à distância e passam à minha frente como num panorama mágico; e, enquanto os reúno em minha mente, enquadrando-os em épocas e datas, sei absolutamente que não há nenhum erro. Raças e nações, países e cidades, há muito tempo desaparecidos na escuridão do passado pré-histórico, emergem e desaparecem, dando lugar a outros... mitos me são explicados por eventos e pessoas que existiram realmente... toda página recém-virada desse multicolorido livro da vida imprime-se em meu cérebro com nitidez fotográfica... Seguramente não sou eu que faço tudo, mas o meu Ego, o princípio mais elevado que vive em mim. E mesmo este o faz com a ajuda do meu Guru e instrutor que me ajuda em tudo"

A única coisa que sei é que agora, quando estou perto de chegar à velhice, tornei-me uma espécie de armazém do conhecimento de outro... Alguém vem e me cerca com uma nuvem indistinta e de repente me empurra para fora de mim e então não sou mais "eu" - Helena Petrovna Blavatsky - mas outro alguém. Alguém forte e poderoso, nascido em uma região do mundo totalmente diferente; e, quanto a mim, é quase como se eu estivesse adormecida, ou deitada e não inteiramente consciente - não em meu próprio corpo, mas perto, presa apenas por um fio que me amarra a ele. Todavia, às vezes vejo e ouço tudo de modo bastante claro: estou perfeitamente consciente do que o meu corpo está dizendo e fazendo - ou pelo menos o seu novo possuidor.

Os fenómenos paranormais que produziu ao longo de toda sua vida foram testemunhados por inúmeras pessoas, e se manifestavam em uma imensa variedade de formas. Perguntada por um repórter em Nova Iorque o motivo de ela produzi-los, disse que era uma das maneiras de provar a realidade do mundo espiritual e a existência dos espíritos. Seu próprio pai era céptico sobre seus poderes, até que ela o convenceu adivinhando o nome de um antigo soldado que somente ele conhecia. Produzia sons variados e música sem auxílio de instrumentos; podia saber o que diziam ou pensavam pessoas a quilómetros de distância; muitas vezes previu o futuro;

era capaz de materializar objectos vários, que às vezes dava de presente, e de alterar as propriedades físicas de objectos pré-existentes, como quando certa vez em uma reunião com grande número de familiares e amigos fez uma mesa pequena se tornar tão pesada que ninguém conseguiu movê-la.

Podia materializar desenhos sobre papéis em branco, no chamado processo de precipitação, descobriu a localização de pessoas desaparecidas, fez curas inexplicáveis pela ciência de então, levitava objectos, fazia aparecerem cenas e figuras em espelhos, fazia personagens de pinturas parecerem vivos e se mover. Outros fenómenos aconteciam em seu redor sem sua intervenção directa. A Condessa de Wachtmeister afirmou que ruídos como raspagens surgiam todas as noites de uma mesa de cabeceira junto ao leito de Blavatsky em intervalos regulares, outra vez uma vela voltou a acender todas as vezes que foi apagada.

O cuco de um relógio que possuía se comportava às vezes como se estivesse vivo, cantando de várias maneiras diferentes e imprevisíveis, e às vezes suspirava ou grunhia; uma coruja empalhada que manteve em seu apartamento nova iorquino foi vista a piscar por várias pessoas, e cartas e bilhetes dos mestres se materializavam com frequência para ela e outros. Às vezes apareciam luzes em torno de objectos ou elas pairavam no ar, e davam um choque eléctrico quando tocadas Os fenómenos psíquicos que sempre a acompanharam foram a principal causa das inúmeras acusações de charlatanismo que sofreu. É preciso dizer que a maioria dessas acusações não puderam ser comprovadas, mas ela própria reconheceu que em alguns casos de facto se valeu de métodos fraudulentos para fazer valer suas proposições ou autenticar os fenómenos psíquicos que produzia. O problema maior para sustentação de sua credibilidade, desta forma, é a impossibilidade de se distinguir onde terminavam as fraudes e onde começavam as manifestações autênticas, cuja linha divisória permanece, para os pesquisadores modernos, uma incógnita.


Obras mais conhecidas:

Ísis sem Véu

é uma revisão enciclopédica de seus artigos anteriores sobre Religião, Filosofia, Mitologia e Ciência. No prefácio a autora disse que "nosso trabalho, assim, é um apelo pelo reconhecimento da filosofia Hermética, da antiga e universal Religião-Sabedoria, como a única chave possível para o Absoluto na ciência e na teologia". Em dois volumes, a obra foi também um grande desafio à ciência materialista de seu tempo. O primeiro volume, Ciência, abre com um ataque frontal à obra de Charles Darwin, Thomas Huxley e David Hume, combatendo seu materialismo, mas não negando a existência de um processo evolutivo. Os capítulos seguintes abordam os fenómenos psíquicos, Espiritismo, Mesmerismo, Cabala e as conquistas intelectuais e espirituais dos povos antigos, ressaltando seu conhecimento avançado em várias áreas e dando-o como evidência contra o cepticismo e orgulho da ciência moderna. O segundo volume, Teologia, é um ensaio comparativo entre o Hinduísmo, o Budismo e o Cristianismo, de onde este último emerge desfavoravelmente. Traz uma série de dados sobre as formas primitivas do Cristianismo esotérico, que dizia possuírem muito conhecimento valioso que foi descartado ou perdido no curso da institucionalização da Igreja e da dogmatização da doutrina. O texto prossegue discutindo novamente a Cabala e as sociedades secretas antigas e modernas, incluindo os Jesuítas e os Maçons.
O tema recorrente do livro é a declaração da existência de um corpo de conhecimento universal chamado de Religião-Sabedoria, ou Ciência Secreta, da qual todas as religiões do mundo derivaram. Também apresentou a teoria da evolução cíclica do homem, uma centelha divina, partindo de uma origem puramente espiritual, descendo por estágios sucessivos a encarnações cada vez mais densas, até que, chegando ao ponto de involução mais baixo, a encarnação física na Terra, passa a buscar a volta à sua origem, até conquistar seu objectivo aprendendo tudo o que diz respeito aos planos inferiores de existência e sendo fisicamente espiritualizado.

A Doutrina Secreta

é o livro mais ambicioso e difícil de Blavatsky. Segundo o que declarou no prefácio da obra, a sua intenção inicial era oferecer uma versão revisada de Ísis sem Véu, mas percebendo a quantidade de assuntos ainda por tratar, optou por fazer um livro inteiramente novo. Também voltou a se apresentar como uma compiladora de conhecimentos já divulgados há milénios entre os orientais e também entre os primitivos europeus, não pretendendo trazer nada de essencialmente novo ou pessoal. Os objectivos centrais da obra, para ela, eram demonstrar que a Natureza não é um aglomerado fortuito de átomos, assinalar ao homem um lugar que por direito lhe compete no plano do universo, evitar que fossem desvirtuadas as verdades arcaicas que constituem a base de todas as religiões, descobrir a unidade subjacente a todas elas e mostrar que a ciência moderna ainda não havia sido capaz de desvelar o lado oculto da Natureza. Segundo Josephine Ransom, o livro mostra que é possível obter uma percepção das verdades universais mediante o estudo comparado das cosmogonias antigas, proporciona um caminho alternativo para o entendimento da história da raça humana, esclarece as obscuras alegorias e símbolos das lendas e mitos antigos e é uma proposta de estudo para os cientistas.

Fonte: Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Blavatsky (não coloquei tudo aqui ou o post ainda teria o dobro do tamanho).

já leram algo dela? quem leu o que achou

Eu ainda não li, mas confesso que fiquei curiosa para ler!  :)