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  • Uma estranha casa
    Iniciado por StoneColdDeath
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AndreiaLi

#92
Bom, pessoal... Mais umas histórias. Para além de uns barulhitos nada casa, nada digno de nota... Pelo menos, físico. Há, no entanto, uns sonhos. Nada de paranormal, mas interessante, julgo eu. Vou aproveitar para contar mais um. Há uns anos, morreu uma pessoa da minha família que não era, e digo isto sem rancores, boa peça. Como ela emitiu uns comentários pouco respeitosos à memória dos meus avós, nem sequer ao funeral fui. Teria brevemente, aliás, uma frequência para a qual tinha de estudar bastante. Uns dias depois do enterro, tenho um sonho aterrador. Tinha acabado de chegar de viagem e preparava-me para me dirigir à cozinha, onde vou sempre para deixar os alimentos que costumo comprar para as férias, para abrir as portadas e a janela. Ao entrar, tudo ainda na penumbra, vi uma figura encolhida ao canto da lareira, balançando-se com movimentos catatónicos. Vestia roupa e xaile pretos (quem foi a aldeias portuguesas saberá exactamente como são essas vestimentas). Continuando a baloiçar para trás e para diante, pediu-me perdão por tudo o que de mal havia feito em vida. A voz, embora perfeitamente audível, surgia-me como por telepatia. Ciente de que aquilo era um sonho, ainda que bastante assustado, refira-se, mandei-a para todos os sítios possíveis e imagináveis (que consistiam principalmente em designações vernáculas de partes íntimas do corpo humano, masculino e feminino - neste último caso, de origem materna, se é que me entendem...), disse-lhe que nunca mais me entrasse na cabeça e que fosse arder para o inferno, onde, se houvesse alguma justiça, pertencia. Tenho muitas vezes sonhos nos quais estou plenamente consciente de que tudo não passa disso mesmo, note-se. Voltei, por três ou quatro vezes, a ter sonhos muito parecidos com o que descrevi até que, um dia, bem acordado e sem estar sequer a pensar no assunto, me apercebi de que a tinha perdoado. Os sonhos pararam. No entanto - e continuo a afirmar não haver nada de paranormal nisto, apenas um caso de sugestão psicológica - aconteceram coisas um pouco estranhas naquela casa. Perdi umas chaves, andei mais nervoso do que é costume, tive insónias (também mais do que é costume), entrei em discussões violentas com a minha mãe... tudo o que possa contribuir para o meu bem-estar mental, como vêem. Acabei por fazer um pequeno ritual de descarga de energias negativas, que resultou perfeitamente. Julgo que isto foi apenas sugestão, mas aqui fica a experiência.

Aproveito também para contar um mito muito interessante que ouvi há uns anos. Certa noite, voltava um homem a casa depois de uma noite de farra, viu, caminhando em frente à capela adjacente ao cemitério que referi há alguns posts atrás, a figura de uma mulher de branco que ia tangendo as cordas de uma lira. No dia seguinte, alguém da sua família havia morrido...

Ah, temos também as histórias que a minha avó me contava, tudo passado ali na aldeia. Querem?

Um abraço para todos,

Stone

Citação de: StoneColdDeath em 31 maio, 2010, 02:43
Ciente de que aquilo era um sonho, ainda que bastante assustado, refira-se, mandei-a para todos os sítios possíveis e imagináveis (que consistiam principalmente em designações vernáculas de partes íntimas do corpo humano, masculino e feminino - neste último caso, de origem materna, se é que me entendem...), disse-lhe que nunca mais me entrasse na cabeça e que fosse arder para o inferno, onde, se houvesse alguma justiça, pertencia.

esta é sempre a melhor parte destes sonhos aterradores.  ;D
não leves a mal, mas até que é libertador.
"Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana." Teilhard de Chardin

:) Sim, pelo menos ajudou-me a assentar ideias. Se ela, realmente, me queria pedir perdão, obteve-o. Não gosto de guardar rancores. Quero é paz e sossego, tanto para mim como para os outros.

Caro Stone, fez bem em perdoá-la porque talvez se não o fizesse, provavelmente ela continuava a atormentá-lo nos seus sonhos...
Quanto ao mito, penso que esse tal homem viu a chamada "mulher de branco" ou "mulher chorosa", são espíritos de mulheres que se suicidaram, e que muitas vezes simbolizam a morte de algum familiar ou até mesmo da pessoa que a viu.

Cumprimentos,

Giles.

PS: Que venham as histórias da sua avó :)



Eu também conheço uma muito gira da minha terriola, foi no terramoto de 68, toda a gente foi para a rua e uma tia minha com vestido de noite branco, foi para a porta da igreja (zona centro da aldeia), meio ensonada sem se aperceber porque (dado que a luz dos candeeiros era fraca) as pessoas não viam bem e eis que todos se ajoelham!

"é a nossa senhora da boa viagem!! É nossa senhora da boa viagem!!"  ;D ;D ;D

Resumindo: o terramoto ocorreu foi um castigo de Deus!  :D :D

Citação de: StoneColdDeath em 31 maio, 2010, 02:43


Ah, temos também as histórias que a minha avó me contava, tudo passado ali na aldeia. Querem?

Um abraço para todos,

Stone

O que achas? Claro. Conta!
Lendas antigas são deliciosas.
Se souberes muitas ai da tua zona, porque não as escreves?
Não digo para editares um livro, mas pelo menos fica o registo para futuras gerações, é uma coisa que podes deixar como legado aos teus descendentes.


Beijokas
Quando sou boa, sou boa, mas quando sou má, sou melhor ainda.

Concordo com a karoxa

Citação de: karoxa em 31 maio, 2010, 14:42
O que achas? Claro. Conta!
Lendas antigas são deliciosas.
Se souberes muitas ai da tua zona, porque não as escreves?
Não digo para editares um livro, mas pelo menos fica o registo para futuras gerações, é uma coisa que podes deixar como legado aos teus descendentes.


Beijokas


é uma optima ideia, adorava as historias que a minha avó e tios me contavam, quando eu era pequena, sobre o que tinham visto e vivido.
é um belo presente para os teus filhos e netos, e para nós também.  :laugh:
"Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana." Teilhard de Chardin

Sim e é também uma bela maneira de os teus filhos e netos cresçam com interesse na área da paranormalidade :)

Ok, ok... à noite, já ponho aí uma ou duas. Até lá!

Óptimo, até lá! :)

Olá StonecoldDeath...
adoro ler as tuas histórias, ou digamos, os teus momentos passados com as entidades...
espero que sempre que possas as contes... ;)

Quanto ao expulsar as entidades, isso não, como tu dizes nunca te fizeram mal, muito pelo contrário e quem sabe ainda te ajudem a decifrar os teus antigos sonhos  ;) isso, com o tempo, claro.
:-* :-*
I belive....

#104
Olá, meus caros,

Estou de volta com uma (e só uma, que as insónias já começam a dissipar) história da minha avó. Quando ela ainda era jovem, a aldeia (que terei todo o prazer em lhes dar a conhecer, provavelmente em Setembro, repito) era, como todas as outras, um sítio algo assustador quando anoitecia. Não havia luz eléctrica, apenas candeias (estou a contar isto como ela, olha que engraçado...) e as pessoas, com as sombras, viam tudo o que era fantasmas e demónios. Devo dizer que a minha avó não acreditava muito em fantasmagorias, embora fosse extremamente religiosa. Adiante. Uma noite, tinha ido, ainda a mãe era viva, cozer pão ao forno comunitário, tarefa que, normalmente, se fazia noite dentro. A minha avó, tendo-se sentido com sono, decidiu regressar a casa. No caminho, ouviu passos que pareciam de cavalo, embora o ruído fosse o de algo bípede e ainda mais maciço... Ora os cavalos e os bois, caso fosse essa a hipótese, que eu, irreflectidamente, coloquei logo à minha avó, não andam apenas sobre duas patas. Verdade será que o som se começou a aproximar cada vez mais e a minha avó... pernas para que te quero! Disparou, aterrada, a correr. Mais aterrorizada ficou quando confirmou que estava realmente a ser perseguida. Tendo olhado, por um breve instante, para trás, viu apenas um vulto gigantesco... Se era ou não um lobisomem, não sabe. Lá conseguiu escapar à besta e entrar em casa, aferrolhando logo a porta, a qual, acto contínuo, vibrou umas poucas vezes com pancadas brutais. Nunca me lembrei de perguntar qual foi a sua reacção quando a minha bisavó voltou a casa. Um bom susto deve ela ter apanhado ao ouvir passos em casa (ou um alívio, não sei...) Só sei que, na manhã seguinte, repararam que a porta estava sulcada por garras....

Na noite em que a minha avó me contou a história, lembro-me de ter descido umas duas ou três vezes para me certificar de que estava tudo bem trancado. Bela infância... :)