Jovem de 12 anos desaparecido no rio Tua

Até custa a crer que, infelizmente, situações destas acontecem com mais frequência do que imaginamos  

Espero que já esteja tudo bem com o teu filhote, Margarida

O meu filhote está um menino saudável, inteligente e muito criativo, pois foi nessa altura que ele começou a escrever.

No ano seguinte se a presença dos outros colegas, ele manteve os cadernos limpos e organizados, as notas subiram quase até à lua e hoje qualquer problema que tenha na escola vem contar-me.

Ontem ao ver aquela noticia, fiquei de rasto, pois sei dar valor e caso não tivesse descoberto o que se passava com o meu filho poderia ter acontecido algo parecido e isso só me faz arrepiar.

Por isso dizem que sou super protectora, que não lhes dou espaço, dou sim, protejo? claro que protejo são os meus tesouros e o facto de poder ter a ideia de os perder por alguma razão, põe-me louca.

Ainda bem. Ao menos uma experiência tão má, acabou por resultar em algo positivo

no nosso caso foi...

como deves calcular nunca estou descansada

Claro. É compreensível... Quem passa por elas uma vez, faz os possíveis para evitar passar outra vez pela mesma situação.

Ainda ontem estava a fala com o meu rapaz sobre isso e ele contou-me a seguinte história:
Uma miuda que cresceu com ele, praticava artes marciais. Os colegas na escola sabiam e estavam constantemente a meterem-se com ela, até que um dia ela chega a casa com um olho pisado porque um dos miúdos bateu-lhe. A mãe indignada foi à escola falar com a directora e a resposta foi: ah, não vale a pena fazer queixa porque os pais são toxicodependentes e os pais nunca vêm às reuniões...
A sra nem disse nada, voltou costas e foi para casa. A filha quando chegou a casa, ela disse para a filha: olha é assim, eu ando a pagar-te aulas de artes marciais é para alguma coisa. Se tu voltas a chegar a casa assim e não fizeres nada, tiro-te da escolda de artes marciais.
A miúda não tem mais nada, quando na escola o rapaz lhe ia fazer a vida negra outra vez (como já tinha batido uma, depois é sempre a contar) teve a maior surpresa do mundo. Levou um trepa que não lembra nem ao menino Jesus.
A directora chama a mãe da miúda à escola e a sra educadamente foi. Chegou lá e a directora diz-lhe assim: olhe, eu queria participar que a sua filha ontem agrediu um colega cá na escola.... e a sra no fim do discurso bonito da directora disse: eu vim cá para lhe dizer que sou toxicodependente e vou deixar de vir às reuniões.

bem dito 

mas infelizmente, este menino, o Leandro e outros como ele não têm a mesma sorte.

E também devo dizer que a minha afilhada mais velha, na altura com 10 aninhos, também tinha um miúdo que lhe batia constantemente. Ela é assim gordinha e muito caladinha. Sempre boas notas e o diacho do rapaz batia-lhe. Foi apresentada queixa e o miúdo insistia. Um dia vi o miúdo e vi que a minha afilhada era quase o triplo dele. E disse-lhe assim: eu sei que a madrinha sempre te disse que não se devia bater em ninguém. Mas se aquela peste te volta a bater e tu não fazes nada, a madrinha fica mesmo muito triste contigo.
Tendo em conta e que segundo o psicólogo que ela frequenta eu sou a pessoa que ela mais admira ( muita baba neste momento) o miúdo também não estava à espera que no intervalo e ao contrário do costume, levar o maior estalo que alguma vez lhe tinham dado. E depois disto, até lhe vinha perguntar se ela estava bem 

Lilicas

Esses episódios, acontecem e às vezes resolvem o assunto.

Mas eu agora pergunto, embora o meu filho seja cinturão verde no karaté, o que é que isso lhe vale (ou valeu) quando eles era 1 e os outros eram 4?

Creio que era o que se passava com o menino que se atirou ao rio, eram vários!
o que me intriga são duas coisas...
1º se o menino foi hospitalizado devido a maus tratos de colegas, porque não tomaram medidas a respeito...

2º se forem descobertos os que eram as "criancinhas" que o levaram a tal situação, vão ficar impunes? porque coitadinhos são menores e inocentes? não pensaram? coitadinhossssssssss.....?

Estou para ver...

Olá Margarida,

eu percebo perfeitamente o que o teu bébé passou. O que eu acho estranho, não é os pais não perceberem, mas sim os funcionários, professores, auxiliares... Isso sim, é estranho.

E no caso do Leandro, tenho dúvidas que ninguém soubesse. Muitas dúvidas mesmo 

Em crianças pequenas, quando estas frequentam uma instituição com criança de várias idades, existem muitos casos semelhantes. Quando as crianças não se querem levantar para ir para a escola, muitas vezes dizendo que lhes dói a barriga ou a cabeça, os pais devem prestar atenção porque essa negação pode ser sintoma de que a criança tem medo de ir para a escola porque algum colega a persegue ou maltrata.

Tia Margarida, li o teu relato e deu-me um aperto no peito... O lobito (vi o miúdo na apresentação do livro e pareceu-me um puto de ouro!) Um abraço bem apertado para ele, aqui do tio/sobrinho/primo dele

Em crianças pequenas, quando estas frequentam uma instituição com criança de várias idades, existem muitos casos semelhantes. Quando as crianças não se querem levantar para ir para a escola, muitas vezes dizendo que lhes dói a barriga ou a cabeça, os pais devem prestar atenção porque essa negação pode ser sintoma de que a criança tem medo de ir para a escola porque algum colega a persegue ou maltrata.

pois o problema está quando os putos não fazem nada dessas queixas......

pois o problema está quando os putos não fazem nada dessas queixas......

Exacto! Normalmente quem está de fora é super fácil diagnosticar o problema... Eu próprio fui vítima de perseguições (crescer sendo gordo não é fácil... talvez por isso pareça cruel e insensível...)

Margarida, fiquei com o coração apertado com a historia do teu filho. 
nenhuma criança devia passar por coisas tão violentas.
nem imagino o teu desespero quando descobriste o que se passava...
espero que o teu filho agora esteja bem e que já tenha ultrapassado esses momentos tão traumaticos.
bjs 

Meus amores...

Todos vocês já me vão conhecendo aos poucos.

Sabem que sou brincalhona, às vezes diplomata, outras agressiva e irónica, mas...
Mas quando uma das minhas crias fica em perigo eu viro uma fera, fera mais perigosa que possam imaginar.
Eu quase deitei aquele colégio abaixo... mais eu mesma fui aluna desse colégio em criança, colega dos actuais donos, por isso imaginem o que não foi nesse dia.

O meu filho está bem, graças a Deus, os episódios ficaram para trás e ele é hoje uma criança sociavel e simpatica.

Saõ águas passadas, apenas descrevi o que se passou porque é um facto actual ao qual não se pode ignorar e tal como eu muitas mães não sabem o que se passa com os seus filhos.

não por não estarem atentas mas pela carga psicológica a que eles estão sujeitos ao ponto de representarrem tão bem uma normalidade que nem mais os atentos desconfiam que seja representação.

Li há pouco esta notícia:

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Tua: Amigo de menino desaparecido é vítima de «bullying»

A mãe de uma criança de 10 anos de Mirandela queixou-se à Lusa que o filho está a ser vítima de bullying, motivo pelo qual a criança se recusa a ir à escola e está a ser medicada e acompanhada por um psicólogo.

Esta quarta-feira, Graça Caldeiras não foi trabalhar para acompanhar o filho em mais uma consulta no psicólogo que, segundo disse, conseguiu arranjar no centro de saúde, já que «a psicóloga da escola não tinha tempo para o atender».

O filho de Graça Caldeiras frequenta a mesma escola da criança que está desaparecida no rio Tua e cujo caso foi associado a uma situação de agressões não confirmadas.

As autoridades, no entanto, apontam para acidente, nomeadamente pelo facto de a criança se ter despido antes de entrar na água.

A família do menino desaparecido diz que este também foi vítima de bullying.

Graça garante, todavia, que há na escola «alguns casos de agressões dos mais velhos (alunos dos CEF, cursos de formação e educação) aos miúdos» e que o filho é uma das vítimas, situação que se arrasta desde Janeiro, no início do segundo período escolar.

«Chega ao portão da escola e parece que muda, é outra pessoa», disse, sobre o «medo» que diz que o filho tem e que tem provocado que falte às aulas, como aconteceu nos últimos dois dias.

A mãe sustenta que «com medo de que lhe voltassem a bater», o filho não lhe quis contar o que se passava, mas que desconfiou numa ocasião em que lhe deu, como habitualmente dinheiro para comer e a criança depois já não o tinha.

Segundo disse, «bateram-lhe para lhe tirar o dinheiro e ameaçaram-no», tendo, por isso, chegado a receber tratamento hospitalar.

Graça disse também que a polícia tomou conta da ocorrência no hospital como «agressão».

Jovem desaparecido no rio Tua

Contactada pela Lusa, fonte da PSP nada adiantou em relação a este caso concreto, avançando apenas que «as agressões entre miúdos nas escolas são frequentes e a polícia tem registado várias».

A presidente da Comissão de Protecção de Crianças de Jovens (CPCJ) de Mirandela, Manuela Teixeira, disse que este organismo «não tem referenciado nenhum caso de bullying».

Contactada pelo tvi24.pt, a mesma responsável revelou ter deixado de ter condições para se pronunciar sobre o caso. «Gostaria muito de ajudar, mas já prestei uma declaração e agora está tudo a cair-me em cima», explicou Manuela Teixeira.

A mãe que se queixa das agressões ao filho de 10 anos afirma que já falou com elementos do conselho executivo, «mas estes não fazem nada». A Lusa tentou contactar o conselho executivo do Agrupamento Luciano Cordeiro de Mirandela, que se encontra incontactável desde o acidente com uma outra criança no rio Tua.

Associação de Pais nega

O presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas Luciano Cordeiro de Mirandela garantiu que «não há qualquer registo» de que a criança desaparecida no rio Tua ou outros alunos da escola tenham sido vítimas de bullying.

O presidente da associação de pais lembrou que num estudo realizado pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) há um ano e meio sobre esta problemática, a Luciano Cordeiro «foi das mais bem classificadas com inexistência deste tipo de fenómenos».

«Não estamos perante um quadro de violência generalizada», afirmou.
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Fonte: TVI 24