Desafio: Jogo das Quadras

Mas quem julgam que sou eu?
uma tia simplesmente lerda
na prosa, dom Deus me deu
na poesia sou um zero à esquerda

eu? obrigar nunca obriguei!
nem nunca poderei obrigar
apenas um desafio eu lancei
para esta gente, na brincadeira rimar

oh meninas não se zanguem
que por isso não vale a pena
vamos brincando a rimar
para a coisa estar serena

Se um dia apetece rimar
mas no outro dia nem por isso,
sempre podemos fazer outra coisa:
olha 'bora assar um chouriço

Hoje dói-me a cabeça,
o puto não me deixou dormir
o que vale é vir ao fórum
para ler-vos e sorrir

Mas eu não estou zangada
nem nada que se pareça
até estou animada
com esta rica peça

Uns menos, outros mais
a brincadeira vai andando
as rimas não são demais
e lá se vai poetando

devagar ou devagarinho
tem correspondido a gosto
sempre reconheço o carinho
e fico com um sorriso no rosto.

Não te preocupes Nita
é apenas desgarrada
sorri, cara bonita
aqui não há gente zangada.

Olha quem fala e quem  falou e disse
Por aqui só anda gente  do bem
Margarida, cúmulo da  traquinice
A Templa é uma traquina também

são engraçados estes ditos
de rimas e de poesia (?)
sem nunca haver conflitos.
tudo na paz! já a minha avó dizia...

O amanhã já chegou
Eu já cheguei ao trabalho
Não vi a revelaçãoprometida
ou sou eu que me baralho?


Não a esperávamos p`ra Hoje?
Não seria o grande dia?
Conte-nos o que vai fazer
Diga-nos lá, oh Tia!

Conte... conte... bem contado
Pois desta já não se escapa
O prometido é devido
Não se esconda com uma capa

O senhor Administrador
Também se comprometeu
A Tia já se esqueceu?
ou quem inventou fui eu?


No meio das suas tarefas
Que são muitas com certeza
Arranje um minutinho
P`ra nos contar as surpresas

De pedra e cal ficarei
à sua espera Tiazinha
Conte lá, não seja má
Pois sei que é boazinha

não fique chateado
surgiu um imprevisto
o projecto foi adiado
por isso lá vai disto

a supresa só para a semama
terça pelas 21 hora
por favor não reclama
que o projecto virá sem demora.

Não tenho culpa
caso grave infelizmente
só peço desculpa
mas trata-se de um familiar doente.

Pode ou não acreditar
está no seu direito
agora vou terminar
pois o mal já está feito

não se admirem porém
durante o dia, não estar
este assunto outra prioridade tem
e vou ter mesmo de me ausentar

não sei que vos diga mais
apenas deixo-vos o meu carinho
miminho nunca é demais
e aqui têm o meu beijinho.

A saúde está primeiro
Eu não vou reclamar
Tudo tem um tempo certo
E ninguém vai protestar

Que tudo corra bem
Com muita paz e amor
Desejo-lhe as melhoras
E um bom senhor doutor

Como vai a Tia Margarida?
Já tratou do doentinho?
Espero as suas melhoras
e que o trate com carinho


Que o mal passe como o vento
Que a saúde permaneça como o Sol
Que a Tia o ajude com tento
Se ele for da sua prole

Olá meu  querido vovô
estou um pouco recomposta
vim dar um simples allô
pois pr'á doente ainda não ha resposta.

è caso já de muita maluquice
muitos anos de solidão
é o fim da velhice
que me parte o coração.

Ainda bem que as coisas
pelo menos, não estão mal
Saúde p`ro doentinho
E para a tia, igual

Veja lá se arrebita
Não se deixe descambar
A vida tem destas coisas
Mas temos de continuar

solução não vejo em nenhum lado
a segurança social lava as mãos
o caso está muito complicado
tenho de tomar uma drástica solução

Mantenho a cara alegre
como se nada fosse
não sei o que se segue
ai mas se eu pudesse..........

não é justo, estou revoltada
uns filhos de Deus, outros do Diabo?
quem tem €€€ está bem encaminhada
quem não tem, não tem nada!

Não me venho falar de apoio social
para TODOS não é de certeza
é uma sem vergonhice sem igual
a gozarem sem escrúpulos da pobreza.

não consigo esconder a mágua
revolta por tanta injustiça
é claro como àgua
por não haver para todos a mesma justiça

Ó tia, não fique triste
Tente a injustiça suportar
A humanidade é do pior que existe
O mais fácil é se conformar.

Há uma autêntica utopia
Cujo nome é Justiça
Para cada um ela varia
De acordo com sua carteira.

A Justiça é uma senhora
Com uma balança representada
A sua mão aponta sem demora
Mas está sempre vendada.

Desde o início sempre foi assim
Os influentes ganham perdão eterno
Quem não tiver um xelim
Não tem lugar nem no inferno.

Até na morte dinheiro se gasta
No enterro e no caixão
A vida é mesmo madrasta
Uns prosperam, outros têm vida de cão.

Na vida não há igualdade
Nem todos têm a mesma sorte
Contudo há tanta maldade
Mas ninguém compra a Morte.

Neste mundo há decência
Vinda dos puros de coração
Contudo só se vê clemência
Nos trilhos da corrupção.

Há que ter fé e esperança
Sem ela não somos nada
Viver em decência e temperança
Deus e justiça andam de mão dada.

Atrás do tempo, tempo vem
Depois da tempestade a bonança
É preciso acreditar
e nunca perder a esperança.

O vento leva as nuvens
a chuva lava a poeira
O Sol seca os campos
E esperamos a vida inteira

Num eterno voltear
A vida não tem paragem
E para nela passar
Precisamos de coragem

A coragem fica a um canto
quando somos maltratados
tirando a paciência a um santo
gozando como se fossemos atrasados.

De assunto é bom mudar
e novas quadras fazer
onde está essa gente para poetar
ou com o meu chinelo vou ter de bater?