40 anos sem John Lennon

Chapman, o cristão, não gostou de ouvir cantar que deus é um conceito através do qual medimos a nossa dor.
Deus para Chapman é Jesus Cristo. Jesus Cristo para os cristãos como Chapman não é apenas um conceito de medida, é também causa final e inicial de todas as coisas.
Terá sido inspirado por Jesus Cristo que o assassino se deu ao trabalho delicado de serralharia de cortar em cruz e limar cada uma das balas com que carregou a sua pistola.  Foi Jesus Cristo quem o acompanhou ao jardim onde esperou umas horas pelo cantor. Foi Jesus Cristo quem o ajudou a disparar. Foi Jesus Cristo que o fez falhar o primeiro tiro e acertar os outros quatro. Foi Jesus Cristo quem desfez o peito do cantor como retaliação porque ele próprio, o seu pai e o espírito santo são os três um único deus e não apenas um conceito. Foi Jesus Cristo que impediu os médicos de salvarem o baleado porque não gostou que o cantor tivesse dito que era mais famoso que ele.
Também foi para junto de Jesus Cristo que o cantor regressou encomendado por orações. É juntinho a Jesus Cristo onde o cantor repousa eternamente e canta para deus apenas e só o amor.
Foi a Jesus Cristo  a quem os filhos se agarram a chorar.
E era o próprio deus, Jesus Cristo e espírito santo, os três juntinhos, o pó castanho que a viúva ferveu na colher com limão antes de injectar na veia, incapaz de encontrar o conceito para medir a própria dor.
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Jonh Lenon foi assassinado por um evangélico faz hoje 40 anos.
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Cuidado com os fanáticos religiosos que acham que o deus deles é melhor que os deuses dos outros.
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Fiquem bem. Fiquem em Paz