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  • Racismo, Xenofobia, e Intolerancia Religiosa
    Iniciado por Mestre Juremeiro
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Citação de: F.Leite em 08 junho, 2020, 11:18



Falasse muito de racismo, mas ninguém se preocupa em desvendar as causas que no subconsciente exortam a ter este tipo de comportamento de aversão à diferença. E enquanto as pessoas não aprenderem a conhecerem-se a si mesmas a aos motivos de serem assim, continuarão a agir do mesmo modo para sempre. Continuarão sempre a atirar as culpas para os outros.

Tratasse de tudo com falinhas mansas, mas é preciso dar os nomes aos bois e depois deixar que a vergonha de cada um faça o resto. Só assim se mudarão as mentalidades.

Estes comportamentos estão enraizados no nosso subconsciente porque fazem parte da herança cultural e biológica que nos tem sido passada, geração após geração.

Cultura é a forma como nos relacionamos connosco próprios, o que leva a que, muitas das vezes, não percebendo ou não conseguindo ler, de uma forma compreensiva o suficiente, qual é a relação que temos com a nossa a ideologia identitária e como interagimos com a diferença.

Vou dar o exemplo do racismo que tão enraizado está no nosso país e as crenças sobre a inferioridade biológica, cultural e social que têm a sua origem na ideologia colonial e inscrevem-se num dos mitos do colonialismo português, o da missão civilizadora.

Segundo os teóricos da ideologia colonial cabia à Europa "salvar as populações indígenas da barbárie e primitivismo aproximando-os assim dos sabres da civilização europeia e ocidental"
Estes argumentos foram enunciados para justificar a exploração, a barbárie, a violência, a opressão e genocídio dos povos dos países ocupados do continente africano, asiático e americano, construindo uma narrativa que subalterniza, infantiliza e inferioriza as civilizações e populações de modo a legitimar as intervenções imperiais em curso.

A propaganda colonial associa a este conceito um outro mito, o de que a expansão Portuguesa foi benigna. A celebração dos chamados "Descobrimentos" alicerça-se no orgulho na expansão e que não enfermou da violência e opressão perpetradas por outros regimes colonialistas.

Esta retórica, promove a defesa acrítica da excepcionalidade do projecto colonial português, assente na fantasia de uma especial vocação dos portugueses para a miscigenação e adaptação às culturas dos trópicos. A narrativa que daí resultou, propagou e continua a propagar a ideia de que Portugal teve um colonialismo suave e de que promoveu um harmonioso encontro de culturas. Narrativa esta que impede o reconhecimento, não só da brutal violência sobre a qual foi erigido o projecto colonial português, mas também da luta determinada e da persistente resistência que lhe opuseram os povos negros desde o início do jugo colonial.

Portugal não tem, e nunca teve, uma só cor ou um único sotaque. A presença dos negros em Portugal é muito mais ampla no tempo do que aquela que a narrativa identitária portuguesa defende. No entanto, procura-se activamente associar negros a imigrantes e imigrantes a negros

Estas desigualdades evidenciam a dimensão do racismo institucional, menos visível mas tão destrutivo como o racismo individual, que dificulta o real acesso a direitos consagrados na Constituição Portuguesa e mantém à margem da cidadania plena e da participação um grande número de africanos e portugueses negros.

A ocultação do racismo, assim como a sua negação, permite a naturalização da discriminação e a culpabilização das vítimas, objectivando-se estereótipos e preconceitos.

Por isso digo e repito, se não mudarmos mentalidades e se não empenharmos em aceitar a diferença a história vai seguir e ecoar por muito tempo!
Amor incondicional é aquele que quer o bem do outro, independente do seu "eu" individual

#16
Citação de: MMFH em 08 junho, 2020, 12:30
Estes comportamentos estão enraizados no nosso subconsciente ( ... )

Portugal não tem, e nunca teve, uma só cor ou um único sotaque.

Concordo plenamente, ainda o ano passado estava a ler um livro de história e comércio mundiais, que falava que Lisboa sempre foi um porto internacional, bem antes ainda do tempo dos descobrimentos, e sobretudo no tempo dos descobrimentos, eram faladas todo o tipo de línguas e vistas pela cidade todo o tipo de culturas , povos e religiões, bem mais do que hoje em dia através do turismo, embora não nos apercebamos disso.

De certa forma já deveriamos nos ter adaptado um pouco mais uns aos outros, mas ainda assim no nosso sub-consciente subsiste aquela ideia do " é diferente de nos " e a relação já desde logo fica um pouco dificultada, a não ser que já se esteja muito bem adaptado a lidar com gente diferente, eu por acaso tive sorte nesse aspecto, nascido e sempre vivi em Portugal, mas com raízes e familia espalhada pelo mundo, Espanha, França, Suiça, Brasil, Estados unidos, Inglaterra e até mesmo Rússia, também tive a sorte de que como os meus pais sempre viveram no comércio, e eu como costumo dizer a brincar " nasci detrás de um balcão " sempre fui acostumado a viver com todo o tipo de gente e culturas diferentes, e sempre tentei me focar mais nas coisas positivas, do que nas coisas que depressa catalogamos como " negativas " só por nos serem estranhas ou diferentes a nós.

As pessoas são apenas diferentes, e nada mais do que isso, nasceram em seus próprios hábitos, meios e costumes, há culturas com raízes culturais mais fortes, até mesmo dentro do nosso país, e outros mais flexiveis e se adaptando melhor ou com uma mente um pouco mais receptiva, em vez de se fechar demasiado dentro do seu próprio circulo, como se fosse uma protecção aos " invasores exteriores ", mas claro sempre houve, há e sempre haverá gente boa e menos boa, tanto neste mundo, como neste continente, como dentro do nosso país, como até na minha cidade, na minha rua, e até dentro do meu prédio, e não importa a cor , costumes ou tradições, já conheci negros do mais humilde e simples que há, e também já os conheci como sendo uns bons sacanas, assim como brancos e tudo o mais, eu distingo sim uns dos outros pela educação, simplicidade, paz, humildade, e todos aqueles que tiram a minha paz, ou me fazem baixar a um nível de agressividade ou de baixa vibração, simplesmente me vou afastando ou então corto de vez.

A educação é importantissima e começa bem no berço, não importa se é pobre ou rico, ou a sua cultura,
já vi gente de rua super humildes e coração genuino, assim como já vi gente abastada muito mal educada e arrogante,
a educação depende somente daquilo que se ensina a ter na cabeça,
e principalmente se ensina a sentir pelo coração.

A minha namorada é Brasileira, mas não parece se-lo,
tens traços nórdicos,
antes de ela abrir a boca pensam que é lá daqueles países,
mas ao verem que é brasileira, alguns se afastam de imediato,
e isso me irrita, confesso..porque vejo que os prenconceitos ainda são fortemente enraizados,
principalmente em cidades mais pequenas e com menos contacto com pessoas do exterior,
mas também não demonstra aquele "patriotismo" que eu poderia supor ao início,
pois se ela fosse nórdica ainda receberia mais simpatia do que se fosse portuguesa, enfim!!
ainda há muito que aprender...
pode haver histórias, sim conheço todas elas.. mas não são as pessoas de má índole que podem definir todo um povo
de milhões e milhões de pessoas, até porque nos portugueses também não somos nenhuns santos,
bem longe disso,
mesmo admirando e ter orgulho de ser Português,
mas confesso que dou Graças a Deus,
por ter familia espalhada e sempre ter convivido com gente de fora,
isso me fez crescer a mente, e sobretudo o coração.
 
Eu sinto-me bem com gente de bem,
e mal com gente de mal, a esses evito, para eu mesmo não me tornar ainda bem pior do que eles.
Simplesmente isso.
A psicologia é um grão de areia. A espiritualidade a praia inteira.

Boa tarde,

Eu creio que para entendermos o que é "Racismo, Xenofobia e Intolerância" deveriamos começar pelo principio do "ser humano".
Quando digo o principio do "ser humano", refiro-me a Milhares de anos atrás, onde não existiam "cores de pele", no entanto, éramos peludos e toscos (Ou seja primitivos).
Nessa época, não existiam palavras que nos fizessem bem, nem palavras que nos fizessem mal, porém, existiam sentimentos e emoções que esses primitivos trocavam entre si.
Como acham que esses grupos primitivos reagiram quando começaram a surgir crias diferentes?
Houve primitivos que aceitaram a mudança (normalmente os pais dessa cria, devido aos laços sentimentais que os uniam) e houve primitivos que rejeitaram por completo, inclusive, guerreavam entre si porque não queriam essas crias naqueles grupos.
Vários primitivos foram obrigados a abandonar os seus grupos por causa das crias diferentes. Foram obrigadas a serem nómadas pelo mundo todo para sobreviverem.
Essas crias diferentes deram origem ao homem e mulher que há hoje.
À medida que esses seres diferentes evoluiam e se tornavam mais inteligentes e hábeis, isso gerou um enorme sentimento negativo às espécies menos evoluidas e com isso criavam mais guerras entre si porque queriam obter o que as espécies mais avançadas construiam mas não conseguiam fazer.

No fundo, esse sentimento nunca nos abandonou. Podemos ganhar outras formas fisicas, mas acredito que esse sentimento sempre irá estar presente na nossa espécie.
A diferença na espécie humana, nunca será aceite a 100%. Poderá haver tolerância mas a tolerância nem sempre durará. O mal estará sempre presente e o ódio fará parte do ser humano até à sua extinção total.
Por mais que digam (Eu não sinto ódio nem raiva), quando surgirem os gatilhos emocionais, notarão que nunca passámos de seres primitivos.
O ódio pode ser camuflado e disfarçado, mas as raízes estão lá presentes desde os nossos ancestrais peludos.

Cumprimentos
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

#18
índigo, se tiveres oportunidade lê o livro " O clã do urso das cavernas " de Jean M. Auel, fala precisamente de uma menina branca e loira ( provavelmente já do tipo homo sapiens ) encontrada quase à beira da morte por um clã de uma raça humana ainda bastante primitiva, apesar de tudo abrigaram-na para o seio do clã, mas consideravam ela frágil, e provavelmente nem iria durar muito tempo, não tinha a mesma força que os outros membros do clã , não era peluda para se abrigar do frio e etc era considerada inferior, e como tal era alvo de escárnio e de tentativas de violação por parte de outros membros do clã, não fosse a protecção da "mãe" adotiva e pelo xamã do clã que era venerado e respeitado por todos, esse feiticeiro era o único que via ela como alguém superior já À sua própria raça, mas sabia que se dissesse isso provavelmente a matariam fosse por receio ou por ódio a ela.
Adorei esse livro, foi um dos primeiro que li ainda bem jovem.
Hoje em dia sei que se encontra pelo menos por encomenda pela Bertrand ou Fnac,
ou até mesmo para baixar por e-book por algum site pirata.

Caso não te interesse ler, pode-se procurar o filme na Internet,
o filme é bom, mas achei o livro ainda muito melhor e mais completo para quem se interesse realmente
pelo tópico sobre racismo, preconceitos e evolução das espécies.

Trailer é fácil de encontrar até no youtube

http://www.youtube.com/watch?v=N4LfBQkuJTg
A psicologia é um grão de areia. A espiritualidade a praia inteira.

Miguel Fernandes

Parabéns pela sugestão de leitura.
Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente

Boa noite,

Caro Miguel Fernandes, agradeço pela informação. Certamente será um livro que vou querer ler e se possivel ver também o filme.
Acredito que seja uma histórias interessante, no entanto, acredito que os nossos antepassados animalescos tenham sido bem mais "brutais".

Deixo aqui uns videos para encontrar-mos semelhanças com os nossos antepassados:

http://www.youtube.com/watch?v=HrS_mRDKLes


A nossa espécie actual:

http://www.youtube.com/watch?v=ltrihX5VZQ0


Conseguem encontrar alguma semelhança entre primitivos e homo sapiens?

Cumprimentos
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

Saudações.

Está tudo certo o que todos falaram, no entanto e em minha opinião, foi feito aqui neste debate menção quase primordial ao enraizamento cultural, espaço temporal, sociedade e até mesmo ao subconsciente humano. E isso está tudo certo.
Mas, com o decorrer deste debate, de forma muito ténue foi mencionado as experiências de vida.
É certo que racismo, xenofobia, intolerância religiosa ocorre muitas vezes de forma gratuita, mas também muitas vezes advém de experiências de vida.

Deixo aqui alguns exemplos pessoais.

Racismo: Com 10 anos fui cercado por uma "manada" de ciganos. Não só me assaltaram como ainda levei uns bons socos.
Onde eu moro, um ciganito insurgiu-se contra o funcionário da Galp porque não lhe fiava 10€ de gasolina. O ciganito não só deu uns peros no funcionário como ainda correu á facada que tentou parar o assunto.

Xenofobia: Durante alguns anos fui ludibriado monetariamente por uns camaradas brasileiros.

Intolerância religiosa: Regularmente, e apesar de ter demonstrado o meu desinteresse, sou incomodado por testemunhas de Jeová.

Isto são só algumas experiências que passei. Decerto que vós aqui no forum também têm as vossas. E alguns muito piores que as minhas.

Meus caros, é certo que cada povo, cada raça, cada credo tem pessoas ditas "boas" e outras "más", mas perante as minhas experiências de vidas quando alguém acima citado se aproxima, eu já estou de pé atrás.

Mas há algo que eu tenho que sublinhar e que acima foi dito. Em cada acto de racismo, xenofobia e intolerância, faz sentido não olhar para o acto em si, mas sim procurar encontrar a causa e a origem do acto.