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  • História verídica
    Iniciado por F.Leite
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Joana era uma criança de 4 anos alegre e viva como qualquer outra. Vivia com os pais na casa dos avós e era a menina querida do bisavô que lhe fazia todas as vontades.

As voltas da vida fizeram com que fosse necessária a mudança e Joana viu-se a mudar de casa e de localidade. Sentiu a falta dos avós e principalmente do bisavô que morreu pouco depois da mudança, tinha ela 6 anos, começando a notar-se nela apatia em relação a outras crianças. Era como se no seu intimo receasse criar laços de amizade que a vida pudesse romper de novo.

Joana esperava sempre impaciente pelo momento em que iria visitar o bisavô e falava dele regularmente, mas a partir do dia da sua morte, nuca mais voltou a falar dele, assim como se o tivesse esquecido totalmente, coisa que os pais não valorizaram na altura.

Os professores notaram que Joana se afastava dos colegas e passava os intervalos sentada nos degraus da escada, inventando brincadeiras em que só ela mesma participava e os pais, crentes do espiritismo, entendiam que era o bisavô que com ela andava por não se conseguir afastar da bisneta.

Joana começou a ouvir vozes que chamavam por ela e falou mesmo de um índio que lhe aparecia quando se fechava no quarto, nos momentos de maior solidão. Entendiam os pais que era a mediúnidade a aflorar e para que essa mediúnidade não fosse estorvo na relação com os colegas de escola, quis Joana aos 14 anos fazer o que chamam de "fechar a morada". Uma médium, amiga dos pais, fez esse trabalho com sucesso e durante 15 anos Joana voltou a ter uma vida normal. Notava-se contudo que a sua personalidade e carácter, assumiram características que se impuseram na sua forma fechada de conviver e de aceitar os outros como amigos.

Bem perto dos 30 anos a mediúnidade voltou-lhe a afluir (tal como a médium dissera que iria acontecer), não somente como médium auditiva mas também como médium de incorporação. Frequentou centros e fez parte de trabalhos espíritas até que um dia, por suspeitas de que algo de estranho se movia por traz de tudo isso e que de alguma forma se estava a sujeitava a um qualquer controlo, criou um bloqueio em si mesma e nunca mais permitiu que dela se usassem para comunicações.

Joana não tem a mínima ideia do bisavô, nem de como ele era nem da atenção especial que dele recebia. Para ela é como se ele nunca tivesse existido.

Tudo isto aconteceu, só o nome é que é fictício e relato isto para demonstrar os erros de avaliação que fazemos de coisas normais, por via das nossas crenças, deixando que acabem por influenciar toda a nossa vida.

Joana tem uma capacidade mental herdada de família, capacidade esta que se manifestou cedo demais por conta da solidão provocada pela falta do bisavô. A dor da perda fez o subconsciente assumir o esquecimento como forma de defesa pessoal. Não guardando memórias dele não iria sofrer a sua falta, mas arranjou um substituto para preencher essa lacuna, criando as vozes de amigos imaginários. E a Joana brincava com esses sonhos que se sobrepunham à realidade. E tudo se foi tornando um hábito.

Esse medo intimo de voltar a acontecer uma perda, gerou no subconsciente uma defesa e então passou a escrutinar com toda a minúcia quem quer que se apresentasse com pretensões de criar amizade e ainda hoje assim continua a fazer. Tornou-se fria no avaliar dos outros.

Vive constantemente a mudar pois nunca nada está no sitio certo ou ideal. O trauma criado pela mudança de casa quando ainda criança, em que se viu no desconforto de viver num mundo diferente do que até aí era o seu mundo ideal, faz com que o seu subconsciente nunca aceite as mudanças como as ideais. Há sempre algo que falta nessa mudança, consequência do seu subconsciente ter criado uma amnésia selectiva da figura do bisavô. Somente retrocedendo no tempo e reavivando essas memórias escondidas, ela aceitará o que aconteceu e passará a ter equilíbrio nas suas mudanças e nos seus relacionamentos.

Uma capacidade Joana não perdeu. Ela quando quer, consegue saber o que vai na mente das pessoas com quem convive, desde que sejam pensamentos que incomodam quem os pensa. Já não lhe surgem como vozes a dizer o que se passa com essas pessoas, mas sim como se ela mesma vivesse esses pensamentos.

Tivessem-se os pais apercebido dos verdadeiros motivos do comportamento da Joana quando era ainda criança e Joana hoje poderia ser uma senhora diferente. Mas foi a crença e a ignorância dos pais que contribuíram para que ela hoje seja tal como é.

Citação de: F.Leite em 29 maio, 2020, 12:01
Joana era uma criança de 4 anos alegre e viva como qualquer outra. Vivia com os pais na casa dos avós e era a menina querida do bisavô que lhe fazia todas as vontades.

As voltas da vida fizeram com que fosse necessária a mudança e Joana viu-se a mudar de casa e de localidade. Sentiu a falta dos avós e principalmente do bisavô que morreu pouco depois da mudança, tinha ela 6 anos, começando a notar-se nela apatia em relação a outras crianças. Era como se no seu intimo receasse criar laços de amizade que a vida pudesse romper de novo.

Joana esperava sempre impaciente pelo momento em que iria visitar o bisavô e falava dele regularmente, mas a partir do dia da sua morte, nuca mais voltou a falar dele, assim como se o tivesse esquecido totalmente, coisa que os pais não valorizaram na altura.

Os professores notaram que Joana se afastava dos colegas e passava os intervalos sentada nos degraus da escada, inventando brincadeiras em que só ela mesma participava e os pais, crentes do espiritismo, entendiam que era o bisavô que com ela andava por não se conseguir afastar da bisneta.

Joana começou a ouvir vozes que chamavam por ela e falou mesmo de um índio que lhe aparecia quando se fechava no quarto, nos momentos de maior solidão. Entendiam os pais que era a mediúnidade a aflorar e para que essa mediúnidade não fosse estorvo na relação com os colegas de escola, quis Joana aos 14 anos fazer o que chamam de "fechar a morada". Uma médium, amiga dos pais, fez esse trabalho com sucesso e durante 15 anos Joana voltou a ter uma vida normal. Notava-se contudo que a sua personalidade e carácter, assumiram características que se impuseram na sua forma fechada de conviver e de aceitar os outros como amigos.

Bem perto dos 30 anos a mediúnidade voltou-lhe a afluir (tal como a médium dissera que iria acontecer), não somente como médium auditiva mas também como médium de incorporação. Frequentou centros e fez parte de trabalhos espíritas até que um dia, por suspeitas de que algo de estranho se movia por traz de tudo isso e que de alguma forma se estava a sujeitava a um qualquer controlo, criou um bloqueio em si mesma e nunca mais permitiu que dela se usassem para comunicações.

Joana não tem a mínima ideia do bisavô, nem de como ele era nem da atenção especial que dele recebia. Para ela é como se ele nunca tivesse existido.

Tudo isto aconteceu, só o nome é que é fictício e relato isto para demonstrar os erros de avaliação que fazemos de coisas normais, por via das nossas crenças, deixando que acabem por influenciar toda a nossa vida.

Joana tem uma capacidade mental herdada de família, capacidade esta que se manifestou cedo demais por conta da solidão provocada pela falta do bisavô. A dor da perda fez o subconsciente assumir o esquecimento como forma de defesa pessoal. Não guardando memórias dele não iria sofrer a sua falta, mas arranjou um substituto para preencher essa lacuna, criando as vozes de amigos imaginários. E a Joana brincava com esses sonhos que se sobrepunham à realidade. E tudo se foi tornando um hábito.

Esse medo intimo de voltar a acontecer uma perda, gerou no subconsciente uma defesa e então passou a escrutinar com toda a minúcia quem quer que se apresentasse com pretensões de criar amizade e ainda hoje assim continua a fazer. Tornou-se fria no avaliar dos outros.

Vive constantemente a mudar pois nunca nada está no sitio certo ou ideal. O trauma criado pela mudança de casa quando ainda criança, em que se viu no desconforto de viver num mundo diferente do que até aí era o seu mundo ideal, faz com que o seu subconsciente nunca aceite as mudanças como as ideais. Há sempre algo que falta nessa mudança, consequência do seu subconsciente ter criado uma amnésia selectiva da figura do bisavô. Somente retrocedendo no tempo e reavivando essas memórias escondidas, ela aceitará o que aconteceu e passará a ter equilíbrio nas suas mudanças e nos seus relacionamentos.

Uma capacidade Joana não perdeu. Ela quando quer, consegue saber o que vai na mente das pessoas com quem convive, desde que sejam pensamentos que incomodam quem os pensa. Já não lhe surgem como vozes a dizer o que se passa com essas pessoas, mas sim como se ela mesma vivesse esses pensamentos.

Tivessem-se os pais apercebido dos verdadeiros motivos do comportamento da Joana quando era ainda criança e Joana hoje poderia ser uma senhora diferente. Mas foi a crença e a ignorância dos pais que contribuíram para que ela hoje seja tal como é.

É um relato bem interessante, diferente do que costuma passar por cá. Identifiquei-me também em alguns pontos, agradeço a partilha.

kronos
Realmente é uma pena. Um grande amigo meu sempre me disse que os pais são a prisão de todos nós quando nascemos. Fazendo nos pensar como eles e se pensarmos diferente somos loucos.

#3
Obrigado a F.Leite pelo relato, para termos consciência que nem tudo é espírito, ás vezes são problemas somente psicológicos, não que isso me agrade, confesso que psicologia já na faculdade me dava sono, felizmente alguns anos depois comecei a acordar, ou o tão conhecido " despertar espiritual ". Mesmo assim, não podemos descurar, nem tudo é ciência e nem tudo é paranormal, nem tudo é medicina, psicologia, e psiquiatria, assim como também nem tudo é espiritualidade ou mediunidades a aflorar, nem sempre é fácil distinguir uns casos dos outros, embora vivemos numa sociedade em que dá maior razão à ciência e ao racionalismo, mas e os casos onde isso não funciona? onde as provas são demasiadas para evitar tantas coincidências ? eu acho que o humano do futuro vai conviver com ambos os lados, e de forma equilibrada, espírito e mente, sem terem que ser antagónicas uma da outra, mas sim complementares e criando algo mais completo do que o paradigma que vigora com imensa supremacia ainda na Europa ( e infelizmente desprezando ainda muito a espiritualidade, mas sem ele jamais seremos completos  )
A psicologia é um grão de areia. A espiritualidade a praia inteira.