Encontro com o lobisomem...

Por mais que digam que não existem, que não passa de uma lenda, ou da loucura de quem se julga um lobo, ou ainda, uma doença que cobre o corpo de alguém, de pelos, a ponto de parecer mesmo um animal, existe sempre algum relato que não encontra explicação...
Este relato verídico corre na minha família há já bastantes gerações e desde pequena que o escuto como sendo real, já que a minha avó materna, conheceu as pessoas envolvidas ...
A minha avó tinha uma casa no campo no Alentejo e conhecia muitas pessoas que lá viviam permanentemente...conversava com elas para passar o tempo e um dia, uma mulher com quem falava, contou-lhe uma estranha ocorrência ...
Contou que uma noite estava a dormir e de repente acordou e verificou que o marido já não estava deitado ao seu lado, que já se tinha levantado...pensou que já era mais tarde e que se deixara dormir e que o marido já tinha saído par ir trabalhar... levantou-se a correr, pois tinha de ir para o rio lavar roupa...assim que chegou à rua, ficou confusa, pois ainda estava muito escuro, verificando que se enganara na hora e que ainda era muito cedo ...mas já que estava ali, era melhor aproveitar e despachar a tarefa... e foi para o riacho onde começou a lavar a roupa...então, vindo sabe-se lá de onde, apareceu um enorme cão de pelo preto eriçado, que começou a rosnar e a mostrar uma enorme dentuça em direção a ela  ... pernas para te quero, a mulher correu pela vida, mas o cão ainda lhe apanhou a saia com os dentes... Conseguiu entrar em casa e trancar a porta, apesar de estar estafada da correria e sem fôlego, atirou-se para cima da cama, pensando que nunca mais sairia de casa tão cedo e na escuridão  ... só então sentiu um vulto na cama e foi com espanto que viu que era o marido que dormia tranquilamente  ... aproximou-se dele para lhe contar o sucedido... só então reparou que o marido dormia e sorria e que, por entre os dentes dele, apareciam os restos dos fios da saia que envergava e que fora apanhada pelos dentes do lobo!!! 

Xiça, que história! digna de um filme!
Excelente post!

Este relato verídico corre na minha família há já bastantes gerações e desde pequena que o escuto como sendo real, já que a minha avó materna, conheceu as pessoas envolvidas ...

Pois é, devem ser mesmo muitas gerações. Muitas, muitas, muitas, muitas, muitas...

Só assim se explica que este relato verídico tenha dado a volta ao mundo, já que eu li e ouvi variações desta história em diferentes suportes, em diferentes alturas da vida, vindas de diferentes partes do mundo... incrível, hein?? Ou para entrar no espírito: 

Na minha terrinha ouvi esta. Antigamente os almocreves e os lavradores andavam muitos quilómetros para chegar aos mercados, partiam de casa às 3 da matina ou mais cedo. Um lavrador terá encontrado um bezerro na estrada, apanhou e pô-lo ao pescoço para o levar enquanto a mulher puxava a mula com a carga. Sucede que subitamente o bicho começa a ficar muito pesado e de repente transforma-se no vizinho do lavrador, que tinha fama de ser lobisomem!

Também conheço essa     

O nosso folclore é rico nestas histórias. Umas contam factos estranhos que aconteciam, outras são formas de falar de algo que está oculto. É pena que com o passar do tempo os sentidos originais se percam.
Essa história parece-me ser o segundo caso, isto é, uma forma de falar de algo e não um relato de um fenómeno bizarro. Mas posso estar enganada.

E então seres que andam por esses campos longinquos e recondidos e que tomam forma fisica de animais?...metade do corpo em forma de um animal e a outra metade em forma de outro animal? alguém já ouviu alguma história parecida?

Isso são as chamadas quimeras... um grande mistério oculto.

nunca vi...mas não acho impossível, seria hipócrita dizer não creio só por não ver, pois já vi várias coisas tb muito esquisitas, e se umas coisas existem, porque não existirão tb outras?

Ainda a pouco calhou em conversa este tema com a minha avó. Vivo numa aldeia, meio pequeno muitas histórias e ela tem muitas de contar. Li em cima a história do cão preto e lembrei-me do que a minha avó contou. Quando os meus avós se juntaram, naquela altura a minha avó com 15 aninhos alugaram uma casa na última rua da aldeia a roçar o cemitério. Ali perto havia uma taberna onde o meu avô ia beber uns copos e cantar as modas. A minha avó andava farta com trabalhar de dia e à noite aproveitava para limpar a casa e ficou acordada até tarde. O meu avô nessa noite atrasou-se e devia ser já uma da manhã quando ele voltou pra casa. No caminho pra casa tinha de passar em frente ao cemitério. O meu avô contou que naquela encruzilhada saltou um cão tão grande e preto na frente dele que metia medo. O cão começou a fugir tanto tanto que o meu avô nunca mais o viu. O susto foi tanto que ele nunca mais ficou tão tarde na taberna.