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  • "melhoras da morte"
    Iniciado por VCris
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#15
Citação de: DeepGirl em 21 abril, 2019, 18:33
Tema interessante.

É intrigante a experiência do João, porque eu também já trabalho há 11 anos com o fim da vida, e nunca assisti a melhoras antes da morte.

Mas há algo que já constatei, e muitas vezes tenho esta discussão com as famílias: morre-se como se vive. Ou seja, quem teve uma vida serena e em plena consciência, tem também uma morte serena. Se pelo contrário, viveram uma vida atormentada e na revolta, vivem os últimos suspiros tremendamente ansiosos, dolorosos.

Olá DeepGirl

Obrigada pelo teu contributo ao tema! :)
O tema surgiu, porque frequentemente surge a situação de pessoas irem visitar os familiares ao hospital, e quando regressam dizem "está melhor, hoje até estava com boa cara" (claro que isto dentro do possível das doenças). E no dia seguinte, ou nessa noite as pessoas acabam por morrer.

Já aconteceu com pessoas próximas e talvez a maioria tenha conhecimento de situações semelhantes.

Depois, a sabedoria popular acaba por dizer:" eram as melhoras da morte".

Todas as experiências são bem-vindas!! :)


Annabel Lee Olá!

Lamento o sucedido! Talvez ele os ouvisse falar e chorar, aí dependerá, penso eu, do seu estado de consciência.



Citação de: VCris em 21 abril, 2019, 19:14
Olá DeepGirl

Obrigada pelo teu contributo ao tema! :)
O tema surgiu, porque frequentemente surge a situação de pessoas irem visitar os familiares ao hospital, e quando regressam dizem "está melhor, hoje até estava com boa cara" (claro que isto dentro do possível das doenças). E no dia seguinte, ou nessa noite as pessoas acabam por morrer.

Já aconteceu com pessoas próximas e talvez a maioria tenha conhecimento de situações semelhantes.

Depois, a sabedoria popular acaba por dizer:" eram as melhoras da morte".

Todas as experiências são bem-vindas!! :)


Annabel Lee Olá!

Lamento o sucedido! Talvez ele os ouvisse falar e chorar, aí dependerá, penso eu, do seu estado de consciência.



Eu acho que segundo os médicos e a ciência, corrijam-me se estiver errada, era impossível no estado em que estava, ouvir-nos. Chegou mesmo por um fio. Obrigada pelas palavras.

#17
Citação de: VCris em 21 abril, 2019, 17:01
João :)

Permite-me apenas discordar com algo que referiste. Refiro-me concretamente a esta frase:
" Algumas pessoas permanecem num estado de revolta, desesperança e não-aceitação e aí, a meu ver, é um sinal de que quem as acompanha não está a dar o acompanhamento e a resposta adequados. "

Considero que isso poderá acontecer por não ter sido feito um trabalho interno do próprio moribundo ao longo da vida, e não propriamente de quem está à sua volta e o acompanha. Colocaremos a situação em termos de saúde, que poderão fazer os profissionais de saúde para diminuir esta revolta? Parece-me, e desde já peço desculpa se for um conhecimento erróneo da minha parte, que numa situações dessas não haverá nada que seja dito por outrem que afaste dessa revolta.

Obrigada! :)


Se calhar expressei-me mal! Óbvio que essa situação acontece pela não preparação da própria pessoa, mas o que queria dizer era que, se ela não está preparada, cabe aos que a acompanham ajudá-la no processo de aceitação. Sempre respeitando a liberdade da pessoa de não querer essa ajuda, claro.

Os profissionais de saúde (e não só) podem fazer muito. Não consigo expor aqui tudo, claro. Mas em linhas gerais... controlar sintomas físicos (dor, agitação, falta de ar, enjoos, etc). Depois ajustar a esperança para um foco atingível. Reforçar o benefício de aceitar apoio psicológico e emocional. Conhecer bem a história e a família/pessoas significativas. Incluí-las nos cuidados. Recorrer à regra dos 3 P's: Pouco, pequeno e possível, para satisfazer últimos desejos. No fundo, dar sentido ao resto daquela vida, dentro dos limites da pessoa e ajustando tudo.

Dá trabalho? Dá. E mesmo assim, mesmo com tudo bem feitinho, nem sempre se consegue, porque há pessoas que simplesmente não querem essa abordagem ou serem ajudadas... Mas faz-se o que se pode para que a pessoa.morra em paz. Consigo, com a vida, com os outros, com Deus (ou com o que acreditar).

:)


«Três velas que iluminam qualquer escuridão: a Verdade, a Natureza e o Conhecimento».
/|\ Antiga tríade irlandesa

Citação de: Annabel Lee em 21 abril, 2019, 19:09

O meu pai sofria do coração mas apesar da idade, vivia uma fase mais ou menos estável. Numa noite levantou-se porque se sentiu mal e ficou-se. Foi reeanimado pelo inem e o que nos disseram no hospital foi que foi embolia pulmonar. Ainda ficou 1 dia e meio no hospital e quando o iamos ver fazia barulho, respiração estranha , como se nos ouvisse chorar e falar

E quando não lá estavam, não fazia barulho ? Ele estava em coma ?
DeepGirl

Citação de: João Luís Aguiar em 21 abril, 2019, 20:16


Se calhar expressei-me mal! Óbvio que essa situação acontece pela não preparação da própria pessoa, mas o que queria dizer era que, se ela não está preparada, cabe aos que a acompanham ajudá-la no processo de aceitação. Sempre respeitando a liberdade da pessoa de não querer essa ajuda, claro.

Os profissionais de saúde (e não só) podem fazer muito. Não consigo expor aqui tudo, claro. Mas em linhas gerais... controlar sintomas físicos (dor, agitação, falta de ar, enjoos, etc). Depois ajustar a esperança para um foco atingível. Reforçar o benefício de aceitar apoio psicológico e emocional. Conhecer bem a história e a família/pessoas significativas. Incluí-las nos cuidados. Recorrer à regra dos 3 P's: Pouco, pequeno e possível, para satisfazer últimos desejos. No fundo, dar sentido ao resto daquela vida, dentro dos limites da pessoa e ajustando tudo.

Dá trabalho? Dá. E mesmo assim, mesmo com tudo bem feitinho, nem sempre se consegue, porque há pessoas que simplesmente não querem essa abordagem ou serem ajudadas... Mas faz-se o que se pode para que a pessoa.morra em paz. Consigo, com a vida, com os outros, com Deus (ou com o que acreditar).

:)




olá again :D

Compreendo o que referes. No entanto, parece-me "fácil" aos profissionais de saúde controlar os sintomas físicos, no entanto, a nível psicológico, por muito acompanhamento que haja não será tão fácil. Até porque sejamos honestos, uma pessoa que não aceita que o fim esteja próximo, e esteja revoltada com a situação, não quererá ouvir ninguém, por muito boa vontade que haja.

Obrigada pela partilha! :)

Citação de: DeepGirl em 21 abril, 2019, 20:26


E quando não lá estavam, não fazia barulho ? Ele estava em coma ?
Não sei, calculo que sim, estava com vida suportado pelas máquinas mas muito fraco. Estava entubado, sim calculo que estaria em coma mas o estado não era pacífico ou silencioso.