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  • Devaneios sobre a Lei do Retorno
    Iniciado por ASantos
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A Lei do Retorno, também conhecida como Lei das Bruxas ou Lei Tríplice, diz que tudo o que fizermos ser-nos-á devolvido multiplicado por três. Parece comprovar o célebre provérbio que diz que "o feitiço vira-se sempre contra o feiticeiro". Mas serão as coisas assim tão lineares?

Se o que fazemos retorna para nós em triplo como se explica que haja tantas pessoas boas a sofrer enquanto tantas pessoas más ganham cada vez mais dinheiro e poder? Ou aplica-se apenas a atos realizados através de magia?

E exatamente o que volta? É um "olho por olho" literal? Ou seja se eu, que neste exemplo sou um desportista de alta competição, faço um feitiço para um adversário ter diarreia no dia de uma prova isso quer dizer que vou ter diarreia durante três provas, ou o "retorno" pode afetar algo que não tem nada a ver com isso, como por exemplo a vida familiar ou os meus negócios?

E será que as nossas boas ações compensam as más? Por exemplo, imaginemos que uso a magia para fazer mal a um inimigo mas fora isso até sou uma pessoa bastante decente. Faço voluntariado, contribuo para peditórios, ajudo os outros, dou cobertores aos sem-abrigo e alimento os animais abandonados. A lei do retorno terá as minhas boas ações como atenuante no momento de me castigar pelas más?

O que me leva a outra questão, a da moralidade do ato vs a necessidade do fim. Um feitiço para separar um casal é visto como uma coisa má, para além de ser eticamente errado mexe com o livre-arbitrio de outrem. Mas e se o fizer para salvar alguém de uma relação violenta que poderá até acabar com a sua morte? E se, para adensar ainda mais o enredo, depois fizer uma amarração a um dos elementos desse casal, sendo que tenho como objetivo proporcionar-lhe a estabilidade e felicidade que não encontra com outra pessoa? Será que a boa intenção subjacente atenua os meios pouco ortodoxos utilizados?

Outro exemplo poderia ser o de um colega de trabalho que sistematicamente prejudica a vida dos outros colegas. O tipo de pessoa que é graxista, mandão e intriguista. Será legitimo utilizar um feitiço para que ele seja despedido sabendo-se que estamos a prejudicar um cretino egoísta para melhorar a qualidade de vida de 10 trabalhadores honestos? Será o "estava a pedi-las" um argumento válido?

A bola está do vosso lado e a discussão está lançada.

Edit:

Mais alguns pontos que seria pertinente discutir seriam, por exemplo:

E se for um trabalho encomendado quem sofre o retorno? O bruxo, o cliente ou os dois?

Então e nos casos de coisas feitas sem intenção ou no calor do momento, por exemplo o mau olhado (mal de inveja) ou uma praga lançada no trânsito. Terão a mesma punição de um ato premeditado?

Tu estas baralhado pelos vistos e pareces não ter a consciência tranquila , que fizeste?

Primeiro que tudo quando se faz magia prejudica-se sempre alguém , mesmo fazendo o bem. Tendo consciência disso andas tranquilo?

Custo aplicar um ditado simples e eficaz : "Um por muitos" /"um por mil"


Se me posso permitir o conselho, lê o grande azul, de Raymond buckland, um clássico quase indispensavel que te irá dar muitas respostas ;)
Como uma pedra na água, como um pássaro no céu, Como uma criança para o seu pai, tu nunca perguntas "porquê", apenas segues a corrente até morreres.

Hahaha a minha consciência está óptima.

A questão é mesmo essa, esta "lei do retorno" parece-me demasiado linear e redutora. Põe o mundo a preto e branco quando há uma enorme área cinzenta.

Mas obrigado pela sugestão de leitura. Vou dar uma vista de olhos.