Seremos seres inacabados?

     Trago o assunto para aqui para não fugir ao tema do outro tópico.

    Serão os humanos uma obra inacabada como um membro referiu aqui no fórum?

    Em minha opinião não. Quando nascemos, todos trazemos em nós a capacidade de sermos génios, exceto quando por deficiência de gestação o cérebro nasce reduzido nas suas funções. O que um recém nascido vier a ser no futuro, será o resultado da educação que lhe for ministrada desde tenra infância.

    O nosso problema maior está em não nascermos com livro de instruções e cada pai se achar o maior conhecedor dos mistérios da vida e nada mais fazer do que condicionar os filhos a ter uma visão mesquinha do mundo que esse mesmo pai não soube observar e no qual não sabe viver.

    Enchemos a cabeça dos nossos filhos com os nossos erros e a com a visão do nosso triste viver e depois queremos que eles sejam alguém na vida. Não é isto um contrassenso?

    Quando em crianças fazem asneiras ouvem-nos dizer-lhes que "não vão ser ninguém na vida, que não vão passar da cepa torta". Se lhes transmitimos a imagem de que vão ser uns fracassados como é que eles no futuro poderão singrar na vida?

    O ser humano nasce perfeito e completo, tão perfeito que é capaz de aprender e tão completo que aprende observando os semelhantes, imitando a sua forma de viver e testando a toda a hora os seus limites. Antes de os julgar, seria bom aprimorarmos a nossa relação com a vida para que de nós não copiem os exemplos que nós mesmos criticámos nas atitudes que eles tomam.

    É tão fácil julgar os outros, mais difícil é julgar a imagem que o espelho reflete de nós mesmos. Até a esconder de nós a nossa verdadeira verdade somos perfeitos.

   

   

Não. O ser humano é perfeito. Tão perfeito que até pode fazer as suas escolhas e o caminho que quer seguir.
O problema é a vaidade, a falta de humildade. Se todos formos humildes e começarmos a pensar nos outros em vez de "o mundo rodar à nossa volta" tudo seria diferente.
Quanto à educação, não acredito que isso nos defina no futuro. A educação é a nossa base, mas com a vivência, em adultos conseguimos perceber se o que nos ensinaram é correcto ou não.

O problema é a vaidade, a falta de humildade. Se todos formos humildes e começarmos a pensar nos outros em vez de "o mundo rodar à nossa volta" tudo seria diferente.
Quanto à educação, não acredito que isso nos defina no futuro. A educação é a nossa base, mas com a vivência, em adultos conseguimos perceber se o que nos ensinaram é correcto ou não.

     Não serão a vaidade e a falta de humildade, também elas, questões de educação?

     Definição de educação segundo o dicionário: "No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se formando através de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida".

     A psicologia prova que é pela forma como interiorizamos o mundo quando crianças que vamos reger a nossa vida de adultos.

     Quando adultos só vamos perceber se o que nos ensinaram é correto ou não, se esse conceito de observação e de mudança nos foi ensinado e demonstrado como útil. 

     Há casos e muitos são, em que um adulto muda a mentalidade e a forma de agir, mas se observar os relatos dos que mudaram, só acontece quando a pancada que a vida lhes deu começou a doer a sério e a mudança era a única alternativa.

     Outros mudam pela necessidade de se integrarem num grupo que embora professe ideias diferentes, é a única forma de os aliviar da solidão mental e física de que padecem ou de libertar a adrenalina que não foram "ensinados" a controlar.

Quantas pessoas conhecemos que tiveram infâncias terriveis, cheia de violência fisica e psicológica que agora são adultos e não seguem a realidade em que cresceram?
Quantos irmãos tiveram exactamente a mesma educação e em adultos são completamente diferentes?
Não podemos atribuir aos pais e à educação que deram todos os erros que são cometidos.
As nossas experiências de vida é que nos vai moldar.
A educação é a nossa base mas não nos define em adultos, fazemos as nossas próprias escolhas.

Quantas pessoas conhecemos que tiveram infâncias terriveis, cheia de violência fisica e psicológica que agora são adultos e não seguem a realidade em que cresceram?
Quantos irmãos tiveram exactamente a mesma educação e em adultos são completamente diferentes?
Não podemos atribuir aos pais e à educação que deram todos os erros que são cometidos.
As nossas experiências de vida é que nos vai moldar.
A educação é a nossa base mas não nos define em adultos, fazemos as nossas próprias escolhas.

Ora nem mais

Quantas pessoas conhecemos que tiveram infâncias terriveis, cheia de violência fisica e psicológica que agora são adultos e não seguem a realidade em que cresceram?
Quantos irmãos tiveram exactamente a mesma educação e em adultos são completamente diferentes?
Não podemos atribuir aos pais e à educação que deram todos os erros que são cometidos.
As nossas experiências de vida é que nos vai moldar.
A educação é a nossa base mas não nos define em adultos, fazemos as nossas próprias escolhas.

O contrário também se aplica, pessoas a quem os pais se dedicam para os educar da melhor forma, e que se tornam em adultos uns crápulas insensíveis e sem coração. Falo por exemplo de filhos que basicamente se borrifam nos pais (inclusive mesmo que os pais passem fome e outras necessidades).
A educação não é tudo, mas também tem uma forte importância naquilo que nos tornamos (nem sempre essa educação é dada pelos pais, pode ser um irmão mais velho, um amigo, um marido até, seja para o bem ou para o mal).



Mensagem alterada devido à reincidência de erros ortográficos (acentuação).

Concordo com as questões relacionadas com a educação e o modo como podem definir personalidades, seja de que forma for.

De qualquer forma, coloco a questão um pouco mais além. Na minha opinião, o problema do ser humano é a dualidade da sua natureza. Para simplificar, digamos que há uma parte que é perfeita e há outra que não é. Elas influenciam-se e potenciam-se, para o melhor e para o pior.

A parte perfeita quando é valorizada, quando é escolhida, lidera naturalmente a parte imperfeita que não tem outro remédio senão submeter-se; mas a imperfeita é bruta e tendo oportunidade, irá tentar sobrepor-se pelo embotamento da outra, embarcando em experiências e estímulos "ruidosos" que proporcionam gratificação imediata. Tal como ontem, hoje quem é que quer esperar pelo que quer que seja?
As experiências que temos, o meio em que vivemos, as pessoas que nos rodeiam, a educação, tendem a valorizar ou uma ou outra parte. Na maior parte das sociedades é a imperfeita que é estimulada, valorizada, acarinhada.
Infelizmente, isso não produz resultados positivos para os seres humanos, que vivem vazios e infelizes, enganados pelo sistema que lhes jura que se seguirem pelo caminho da imperfeição, um dia serão perfeitos e completos. Não vendo o alcance desta contradição, a humanidade segue a toda a velocidade rumo a lado nenhum.

As questões educativas levantadas, expressões da sociedade em que vivemos, a meu ver são todas do foro da parte imperfeita. Não vivemos numa cultura que promova a descoberta e expansão da nossa parte perfeita. Sejamos boas ou más pessoas, bem ou mal sucedidos, há sempre um vazio por preencher. A felicidade quando surge é em momentos e parece que nunca vem para ficar, há sempre algo que falta.
A maioria tentará soterrar o vazio com qualquer coisa: comida, sexo, trabalho/dinheiro, exercício físico, prestígio, likes no facebook. Ilusões há muitas e para todos os gostos. Outros procuram, seguem por estradas sinuosas e serão provavelmente enganados por um qualquer guru da moda - há muitos por aí e a tentação de nos entregarmos nas mãos de alguém que nos "salve" é grande.

Não somos inacabados, somos enganados.

Eu sou inacabado e vivo feliz assim.

Eu sou inacabado e vivo feliz assim.

Não duvido que seja isso que sentes.
A maioria pensa e afirmará de forma convicta o mesmo que tu. No entanto as suas acções revelam outra realidade.