Gente Dessa

As únicas pessoas que me assustam são as que não batem portas. As que não dão murros na mesa. As que nunca se excedem. As que se tornam um cocktail Molotov de ressentimentos à medida que a vida as engoma. As que não choram nem riem alto, não sentem nem (se) deixam sentir. As que não arriscam e nunca perdem, porque nunca entenderão o mundo dos que não querem buracos na areia onde esconder a cabeça medrosa. Às vezes há que dar o pescoço à guilhotina de podermos estar errados, decidir mal, apostar ainda pior, e rir disso – chama-se VIDA e todos sofremos dessa maleita de vez em quando.

Gosto de pessoas que são apenas isso, pessoas, e não cabides de luxo. Gente que não se hipoteca por dentro. Gosto de gente desconhecida, que surpreende com gestos incríveis, amigos por uns segundos apenas ou para uma vida inteira. Não gosto de gente embutida em muros de vaidade, de pé sempre pronto a pisar quem mostra fraquezas como a de gostar de gente assim.

Gosto de gente que bate portas, e bate com a porta, e luta, e sobrevive, e soma, e segue, e tem história, e faz história(s) acontecer(em), com ou sem cartão de crédito dourado. Gente que planta bandeiras noutras vidas, e dá grandes passos como pequenos raios de luz, dourados eles também, mas de outra alquimia, desse metal que nos torna sólidos à medida que a vida nos faz crescidinhos.

Gosto de gente que defende o que pensa, mas que ouve e não se entrincheira na razão. E que sabe que há que tratar bem e sempre primeiro os que estão mais perto e mais frágeis. Não gosto de gente de açúcar glacé, porque esses só azedam os dias de outros, que acabam "adquiridos" por essa gente que calcula demais, pensa demais, estratega demais, que empurra quando se sabe a cair, apenas por maldade, porque detesta essa fraqueza de gostar de gente.

Gosto de quem (se) perde por vezes e (se) recomeça.  Porque quem nunca teve de se levantar jamais poderá escolher como e quando cair, com classe, com estilo, para amanhã tentar de novo e errar melhor.


Elisabete Melo Coutinho



É preciso bater portas e dar uns murros na mesa de vez em quando!!! É preciso VIVER!!!

Apoiado a 100%! Até dei um murro na mesa só para concordar com isso!



Muito bom texto e excelente partilha!

Apoiado a 100%! Até dei um murro na mesa só para concordar com isso!

Vê se ainda te perguntam se estás bem! Hahahaha

já sabem que não "jogo com o baralho todo" aqui....

Apoiado vamos mas é viver!

Vamos criar um movimento chamado #ummurronamesa

Vamos criar um movimento chamado #ummurronamesa

Olha  ...apoiado...e não é que isso assim até faz sentido...bolas até que enfim...bater com a mão na mesa não é de todo assim tão mau....
Bravo ...gostei do tópico.