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  • Uma biblioteca na floresta
    Iniciado por Cassandra
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Tenho uma série de cadernos e folhas espalhados por aqui. De vez em quando tropeço num sonho que escrevi. É giro como ao reler o sonho se consegue ver as imagens do sonho outra vez.

Fica aqui um desse sonhos:

Estou numa floresta densa, mas esta não é uma floresta escura. Estão duas pessoas comigo, julgo que são minhas irmãs. Na verdade, não me lembro do sexo dessas pessoas, nem tenho a certeza de serem minhas irmãs. São pessoas com quem tenho muita familiaridade.

Há uma casa nessa floresta, um casarão enorme de madeira escura, com muitas divisões, escadas, patamares. Há pó e teias de aranha por todo o lado. A casa parece estar em ruínas, mas não está, eu sei que a casa é mesmo assim.

Esta casa confunde-se com a floresta, e como se fosse feita pela floresta. Uma das salas abre-se para uma clareira – é uma biblioteca, enorme, cheia de calhamaços velhos e empoeirados. A biblioteca tem vários níveis, várias estantes, prateleiras aqui e ali, há muitas escadas e corredores para se poder chegar aos livros. Esta biblioteca não tem tecto e vê-se a copa das árvores por cima das estantes.

Ando com as outras duas pessoas pela casa e chegamos a esta biblioteca. Entretanto, aparecem na biblioteca 3 cães enormes. A princípio tenho medo, mas as outras duas pessoas dizem-me para não ter medo e um dos cães dá-me um "abraço", sendo que depois disso desaparecem os três.

Entretanto, aparecem dois seres que parecem estar em sofrimento. Um de nós faz qualquer coisa para os "libertar" desse sofrimento, mas os dois seres acabam por se revelar malignos.
Exigem um dos livros da biblioteca. Esse livro que eles querem tanto dá para os ajudar a alcançar o que quer que seja que eles querem, como para os expulsar dali.
Perguntam-me pelo livro, respondo-lhes que não sei qual é. Eles acreditam em mim, porque no meio daquela biblioteca enorme é difícil saber onde está um determinado livro. Nisto, tenho um insight e sei qual é o livro. É como se o livro brilhasse numa das prateleiras.

Alcanço o livro, leio uma passagem e os dois seres ficam como se estivessem em stand by, paralisados. Uma das outras pessoas que está comigo faz um gesto e diz umas palavras, há coisas brilhantes à volta das mãos dela. Depois disto, os dois seres tornam-se inofensivos e desaparecem.

Acordei.
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)

#1
Cassandra, obrigada pelo seu relato.

Adorei ler o que escreveu e foi de tal ordem que acho que até consegui "visualizar" tudo o que descreveu.

Relativamente à interpretação, vou dar a minha opinião, pois como sempre, vale o que vale. O que importa é que o insight (como você própria refere) seja seu, pois é nele que reside o verdadeiro sentido do seu sonho.

Todo o descritivo que faz, fez-me lembrar os diversos relatos de pessoas com quem fui cruzando ao longo da vida e que acederam aos Registos Akáshicos (ou Livro da Vida), de forma espontânea, durante os sonhos.

Pois é bem isso que me parece, tendo em conta alguns símbolos que referiu e que passo a enumerar:

- O facto de estar acompanhada com alguém que sente familiaridade. Há quem sinta anjos ou outros seres de "proteção".

- Casarão de madeira escura, divisões e escadas, bem como o pó, teia de aranha e casa que parece em ruinas que simbolizam o tempo.

- Presença da biblioteca, que simboliza a localização do saber, do conhecimento, com calhamaços velhos e empoeirados, várias estantes, escadas, corredores... (supostamente os descritores comuns de onde se encontram os registos akáshicos)

- Guardiões da biblioteca (personificado pelos 3 cães enormes). Há quem visualize guardiões humanos, dragões e inúmeros outros seres. Se não tivesse permissão para lá entrar, os cães teriam tido uma outra reação. O abraço, significou "bem-vinda" e a autorização simbólica de que poderia lá estar.

-  Seres que se transformam em algo maligno e com intenção de aceder a um dos livros. Ou seja, a tentação pelo controlo pois com o livro poderiam alcançar o que quisessem. Podem ser os medos, os receios, as inseguranças, ou dúvidas da altura em que sonhou.

- Mesmo dizendo que não sabe qual era o livro, você intuitivamente sabe, pois significa que o conhecimento, o saber, está lá, bem dentro de si... o livro brilhante já foi relatado por diversas pessoas (isto é muito interessante, talvez inconsciente coletivo de Jung, quem sabe?)

- O poder de transformar coisas "malignas" em algo "positivo", ou seja, o poder está dentro de si para transformar tudo aquilo que precisa de ser transformado.

Não sei se tem alguma recordação relativamente à altura em que sonhou. Se sim, procure ver se procurava alguma resposta ou lidava com alguma situação que lhe trouxe algum "desequilíbrio" interior  que era importante ser resolvida.
O sonho mostrou-lhe que se você acedesse ao seu íntimo, você lidaria de forma bem-sucedida com a situação. Foi como que uma lembrança dos seus próprios recursos interiores. Um aviso para se lembrar de quem realmente "é" e do que é capaz.

Espero que lhe faça algum sentido.

Tudo de bom.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Muito obrigado pela interpretação, Faty!  :)

Este sonho tem talvez uns 15 anos. O que me tinha dado jeito era ter lido a sua resposta nessa altura.   :laugh:

Este foi um daqueles sonhos que me marcou. Na altura eu até nem era muito dada a escrever os sonhos que tinha, mas este deixou uma impressão tão grande que não só o escrevi como achei que talvez não fosse mal pensado começar a fazer isso com mais frequência.

Citação de: Faty Lee em 10 julho, 2015, 22:31
Todo o descritivo que faz, fez-me lembrar os diversos relatos de pessoas com quem fui cruzando ao longo da vida e que acederam aos Registos Akáshicos (ou Livro da Vida), de forma espontânea, durante os sonhos.

Pessoas que não se conhecem relatam coisas semelhantes, coisas que se passam apenas nas suas cabeças e que são fruto da sua imaginação (supostamente)

Inconsciente colectivo? Eu acredito nisso.  ;)
"Cedo ou tarde você vai perceber, como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho". 
(Morpheus, The Matrix)