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  • Grau de desenvolvimento mediúnico
    Iniciado por MystikScorpio
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Boa noite,

Alguém consegue explicar-me... como é que eu sei o (meu) grau de desenvolvimento mediúnico?

Obrigada.  :)

Puca
Nem sabia que existiam esses parâmetros. Como é que isso se mede?

MystikScorpio, antes de mais obrigada pela sua questão.

A sua questão é, no meu ponto de vista, muito complexa de se dar uma resposta. No entanto, posso dizer-lhe aquilo que entendo como "grau de desenvolvimento mediúnico" e depois fará a sua própria reflexão, concluindo se faz ou não sentido para si.

Todos nós temos mediunidade, de alguma forma. Uns mais desenvolvida do que outros. Não me parece que seja importante aferir o "grau" de mediunidade, pois parece quase um "nível" de alcance subjetivo. Para mim aquilo que se consegue fazer, na prática, com a sua mediunidade é muito mais importante do que saber se ela é "pouca" ou "muita". Vou dar-lhe um exemplo:

- Imagine uma pessoa com "muita" mediunidade a vários níveis, sensitivo, premonitório... mas que é simplesmente uma pessoa rude, angustiada e frustrada no relacionamento que mantém com os demais. Esta pessoa tem algo que deveria aproveitar para se desenvolver a si também e não o faz... de que lhe servirá a sua "muita" mediunidade ou sensibilidade se dela não faz proveito para a sua própria evolução?

- Agora, imagine uma outra pessoa com "pouca" mediunidade, mas que é alguém bastante empático no relacionamento que mantém com os demais. Sabe colocar-se no lugar do outro, é afável, dócil, carinhosa e ajuda os outros da melhor forma que sabe, na sua autenticidade...

Quem lhe parece, destas duas pessoas que terá um maior grau de "mediunidade"?

A minha resposta é claramente a segunda. A primeira pode "ter" mediunidade, mas a segunda saber "ser" instrumento da sua "pouca" mediunidade. E isso para mim é o mais relevante.

Por isso, creio que ninguém lhe saberá dar uma resposta concreta à sua questão. Idealmente, é você quem terá que se auto-analisar e determinar se aquilo que "tem" está em consonância com aquilo que você "é"... se aquilo que "dá" aos outros reflete aquilo que você "dá" a si mesma, na sua vida pessoal, como ser humano que é e nas relações que empreende com os outros. Se o balanço for equilibrado, então sim, você possui um elevado nível de mediunidade.  

Ter um elevado grau de mediunidade significa, para mim "saber-ser" e não apenas "saber-ter".

Espero tê-la ajudado na procura da sua resposta.

Bem-haja!
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Citação de: Puca em 24 junho, 2015, 22:55
Nem sabia que existiam esses parâmetros. Como é que isso se mede?

Li (hoje) um texto sobre "mediunidade"... e fiquei intrigada.

Citação de: MystikScorpio em 24 junho, 2015, 23:02
Li (hoje) um texto sobre "mediunidade"... e fiquei intrigada.

Posso questionar-lhe sobre o que dizia esse texto que a deixou "intrigada".

Obrigada.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

#5
Cara Faty Lee,

Agradeço a sua resposta completíssima e esclarecedora.

Apesar de hoje ser o primeiro dia no PP... confesso que li vários textos "assinados por si", uns como tópicos, outros como respostas... aos mesmos.

Permita-me que lhe diga... agrada-me a sua idiossincrasia. Nota-se que tem uma vasta sapiência, seguramente... uma "natural filantropa"!!? Bem-haja!

Não me dispersando do tema/da dúvida que apresentei... sim, de facto (e modéstia à parte), revejo-me no segundo exemplo.

Muito grata pela sua explicação e legado.

Citação de: Faty Lee em 24 junho, 2015, 23:04
Posso questionar-lhe sobre o que dizia esse texto que a deixou "intrigada".

Obrigada.

Foi num site. Se fizer questão posso lhe enviar o endereço (através de mensagem privada)!!??

Atenciosamente.

Bem vinda ao forum :)

Como a Faty Lee disse, é uma questão com resposta muito complexa porque depende do que se considera mediunidade e dos parâmetros para a medir.

Uma pessoa com muita mediunidade (muita sensitividade e capacidade de ver energias, dispersas ou entidades) mas que nao a "aproveita", respeita ou "explora" estará na minha opinião num grau mais baixo.
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Citação de: LilithP em 24 junho, 2015, 23:59
Bem vinda ao forum :)

Como a Faty Lee disse, é uma questão com resposta muito complexa porque depende do que se considera mediunidade e dos parâmetros para a medir.

Uma pessoa com muita mediunidade (muita sensitividade e capacidade de ver energias, dispersas ou entidades) mas que nao a "aproveita", respeita ou "explora" estará na minha opinião num grau mais baixo.

Agradeço a sua simpatia e testemunho.

Bem-haja!

Bem vinda ao PP :)

Mas sim, tal como a Faty disse... Classificar por grau de mediunidade é estranho, complexo e até algo ilusório e sem grande valor.. Para um telepatia pode ser mais "elevada" que contactar alguém... Dando exemplos.

Tal como foi dito por várias pessoas, a mediunidade acaba por depender das pessoas. Eu próprio não gosto de usar esse termo, está conotado de um certo elitismo, do género que só os escolhidos ou especiais podem desenvolver tais capacidades... Mas isso é um engano... Eu prefiro chamá-lo de capacidades, algo que está latente em todos nós, manifesta-se de alguma forma e poderá ser trabalhado através de muitas artes e muitos caminhos...

Eu por mim próprio gosto de investir na empatia, na intuição e em trazer felicidade aos outros; uma capacidade que pode ser alimentada e fomentada seguindo mantras por exemplo..

Posto isto, onde eu quero chegar é que na verdade não interessa de todo o "ponto" onde estamos, não interessa comparar.. Apenas aperfeiçoarmo-nos e descobrirmos novas capacidades.. Para ajudarmos aqueles em nosso redor e para contribuirmos para a nossa felicidade e a daqueles que nos rodeiam.

Tudo de bom :)
"To have faith is to trust yourself to the water. When you swim you don't grab hold of the water, because if you do you will sink and drown. Instead you relax, and float." - Alan Watts

Acho que o mais importante é saber que tipo de mediunidade temos, e desenvolver com estudo e evangelho para não sermos enganados,não o seu grau porque mediunidade temos todos uns mais que outros e raras as exepções de quem não sinta nada. Nem acho que isso se possa medir, pelo menos pra nós.
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

MystikScorpio, acho que a sua questão foi muito pertinente. Aposto que muitas outras pessoas perguntam o mesmo!

E ainda bem que fez a pergunta! Pessoalmente, a resposta da Faty esclareceu-me muito! Eu não questionava o mesmo, mas o facto de "ser" e o "ter", o ajudar as pessoas... isso diz muito! :)

Bem haja!

Pelo que tenho vindo a perceber, quanto mais espirituais mais as pessoas tendem a abandonar a necessidade de definir e classificar/dar graus as coisas.
http://esotericbjarkan.blogspot.pt/
"Men have enslaved each other... since they invented gods to forgive them for doing it."
"Compassion for animals is intimately associated with goodness of character, and it may be confidently asserted that he who is cruel to animals cannot be a good man."

Boa Tarde!

Penso que este texto, editado pela Casa do Espiritismo pode responder à sua questão:

GRAU DA MEDIUNIDADE

Existiria uma escala de graus mediúnicos, no tocante ao poder ou capacidade dos médiuns? Poderíamos, como na Psicologia Experimental, medir a intensidade das percepções mediúnicas nos médiuns e determinar o limiar das sensações? Vários sistemas foram criados para esse fim e alguns são adotados no meio espírita por dirigentes sistemáticos. A leitura da aura é uma técnica de avaliação das condições espirituais das pessoas através da vidência. Mas é ponto pacífico no Espiritismo que a vidência não oferece nenhuma condição de segurança para servir de instrumento de pesquisa. Quanto a aura trata-se de uma irradiação perispirimal, extrapolação de eflúvios de energias que, segundo as pesquisas atuais da efluviografia, através das câmaras kirlian de fotografias, em campos imantados por alta freqüência elétrica, revelam constantes variações.

Essas variações correspondem aos vários estados emocionais da criatura, que podem alterar-se de uma maneira ou de outra pela simples tentativa de observá-las. Não há, até o momento, nenhum meio científico de se verificar objetivamente os graus de percepção mediúnica ou o grau de espiritualidade de uma pessoa. Além disso, o vidente que examina a aura de alguém sofre as mesmas variações provenientes da instabilidade psica e emocionais. Na Psicologia experimental avalia-se o grau das sensações e percepções no plano material concreto. Mas a mediunidade escapa inteiramente ao campo sensorial. Suas relações não são com a epiderme, mas com o espírito, o que vale dizer com as condições subjetivas do indivíduo. Essas tentativas de avaliação e classificação mediúnicas não passam de pretensões sem fundamento.

A mediunidade não depende de fatores orgânicos e não pode ser avaliada materialmente. Não está condicionada a peso nem medida. Determinar-lhe o grau sem esses dados é impossível. Espiritualmente não existe meios para sua avaliação. Ela escapa a todo critério quantitativo, pois não se constitui de quantidades de energia, mas de qualidade espiritual. No entanto, o método qualitativo não se aplica a ela, pois não há um fator espiritual único e permanente em suas manifestações. Estas são extremamente variáveis, pois dependem dos espíritos comunicantes. A diversidade de condições desses espíritos só poderia ser avaliada após verificações exaustivas e submetidas a cálculos diferenciais minuciosos. Mas acontece ainda que essa variabilidade não indica nada quanto ao grau da evolução do méédium.

Nenhum especialista criou ainda um sistema fundado em fatores seguros para qualquer avaliação. Tudo quanto se tem feito nesse campo é puramente hipotético. Por outro lado, há problema das condições circunstanciais do observador, em casos de vidência. O vidente joga sempre com probabilidades improváveis. Ele mesmo não pode ter certeza do que vê, pois numerosas formas de interferência podem perturbar a sua visão, como a sua maneira de encarar o ato mediúnico e a própria mediunidade, a sua posição individual no tocante aos critérios arbitrários de avaliação, as suas idiossincrasias e os seus desejos e esperanças com relação ao médium avaliado. Há outros vários fatores psicológicos e afetivos que podem também interferir no caso.

Insistimos nesses pormenores para que o leitor tenha uma idéia a respeito das dificuldades dessas tentativas que vêm sendo levadas a sério. Imagine-se ainda as questões de vaidade, de competição que fatalmente surgirão desses Processos imaginários e sem nenhuma utilidade. Os critérios psicológicos de avaliação da personalidade não podem também ser aplicados a este caso, pois na mediunidade as personalidades são multipias e inconstantes, havendo ainda o problema das personalidades anímicas, projeções de situações anteriores do médium em encarnações passadas. Onde a competência, é de quem, em nosso meio espírita, para superar todas essas dificuldades? E como entregar-se o caso a um especialista em avaliações que não conhece a doutrina nem dispõe de experiências mediúnicas?

Só poderíamos estabelecer uma escala de graus da mediunidade pelo critério objetivo da produtividade qualitativa. Os médiuns de graus mais elevados seriam os que apresentassem produção qualitativa superior, com maior proveito para o desenvolvimento do Espiritismo e maior influência no movimento doutrinário e, atingindo, ao mesmo tempo, maior interesse do público leigo. Mas então estaríamos também considerando um tipo de manifestação mediúnica como superior aos demais. Esse é o critério natural estabelecido pelo consenso do meio espírita. Essa avaliação natural dispensa medidas formais e judicativas, sempre sujeitas a enganos, erros e injustiças. Embora ocorram nele ou possam ocorrer injustiças, não se trata de um julgamento formal e pretensamente técnico.

O critério possível já foi estabelecido naturalmente, sem criar os graves problemas de excitação da vaidade dos médiuns e promoção de rivalidades no campo mediúnico. Mas como poderíamos atender, num critério formal, às numerosas áreas de serviço das manifestações mediúnicas, muitas das quais, importantíssimas, escapam ao conhecimento da maioria, ficando restritas a pequenos grupos? A alegação de que um critério de mensuração dos graus mediúnicos facilitaria o trabalho dos grupos e centros e o aproveitamento maior dos médiuns mais aptos ou flexíveis é também inútil e desnecessário. Os médiuns, como ensinou o Apóstoolo Paulo, têm suas missões específicas, seus campos próprios de trabalho.

Todos contribuem igualmente, cada qual no seu setor, para realização dos objetivos do Espiritismo, que são a elevação moral e espiritual da Humanidade, para que a Terra possa entrar no concerto dos mundos superiores. Nos centros e grupos, os médiuns tomam naturalmente os seus lugares e uns suprem, discretamente, as deficiências dos outros, segundo o critério dos guias espirituais. Essas qualificações pretensiosas de médiuns em maiores e menores, melhores e piores, a cargo de instituições supostamente dirigentes do movimento espírita, é uma invasão indébita da área que não nos pertence.

Já tivemos a oportunidade de saber o que ocorreu num centro de grande atividade, quando alguém teve a idéia pretensamente estimuladora de consultar os mensuradores de mediunidade sobre as condições dos médiuns do centro. Logo que chegaram os resultados falíveis das pesquisas das auras, surgiram desgostos e rivalidades. Ninguém perguntou pela validade desse veredicto implacável, nem se lembrou de também examinar, pelos dados comuns e informações naturais do meio espírita, qual o grau de conhecimento doutrinário, de moralidade e de fidelidade à doutrina que caracterizava os possíveis avaliadores. Pois também existe esse problema: quem, e com que autoridade moral e espiritual, está em condições de julgar o valor dos outros, e quem dispõe de autoridade espiritual para escolher os que vão fazer o julgamento?

J. Herculano Pires


Fonte: Casa do espiritismo