Bem-vindo ao Portugal Paranormal. Por favor, faça o login ou registe-se.
Total de membros
19.452
Total de mensagens
369.528
Total de tópicos
26.929
  • Podemos ser Livres? (Teoria Determinista)
    Iniciado por Neo_Blue
    Lido 1.533 vezes
0 Membros e 1 Visitante estão a ver este tópico.
Podemos ser Livres?
(c.f.f. Teoria Determinista de Taine)




Com certeza muitos de vocês já se levantaram com uma vontade de comer alguma coisa, eu por exemplo tenho sempre uma vontade nata para bolacha Maria e/ou flocos de trigo.

Mas enquanto penso nisso, eu pergunto-me: Porquê que ao longo dos anos essa vontade foi mudar e também, poderia realmente ir comer outra coisa? Claro, se me desse uma vontade radical de comer outra coisa qualquer era só por as mãos na massa ou dar ao dente que o faria.

Mas se pensar nisso com outros olhos, a vontade "radical", só chegou porque eu lembrei-me, a certa altura, ou de que queria comer aquilo, ou que já não comia à muito tempo esse alimento, etc... é possível chegar sempre a uma origem dessa vontade radical. Sendo assim não é uma vontade radical, está dentro do normal, pois normal seria eu arranjar uma razão para comer outro tipo de alimento.

Então nesse caso, eu não fiz uma escolha, eu fui influenciado pelo mundo e pela minha personalidade, como tal, serei mesmo livre, sendo que, não segui a minha própria vontade mas uma vontade que originou de acontecimentos posteriores?

Não falando de objectos inanimados mas falando de pessoas.

Imaginemos que o Jorge (personagem) ama a Isabel (personagem) e esse sentimento não é recíproco, nesse caso, Jorge não é livre de a fazer amar-lo.

Apesar disso de dentro desses limites Jorge é livre, visto que, este pode fazer com que a Isabel ganhe algum sentimento por ele. Mas neste caso, estaria a Isabel a amar-lo porque escolheu amar Jorge, ou porque Jorge, simplesmente usou as palavras certas nos momentos certos?

É, de facto assustador pensar na nossa realidade dessa forma, talvez até, para alguns, nada saudável. Por outro lado é uma forma de ver a nossa realidade. Claro, não usando a desculpa de que se tudo está determinado não há nada a fazer, porque nesse caso, estaríamos a alterar o que está determinado com essa atitude.

Agora pergunto-me, será que foi escolheste ler isto até ao fim?  ::)
"Foste tu quem passou dos limites. Esmagaste-os e no seu desespero, eles tornaram-se em homens que eles nunca foram capazes de compreender. Percebes? Alguns homens não procuram nada de lógico. Eles não podem ser comprados, ameaçados ou negociar. Alguns homens, simplesmente gostam de ver o mundo a arder." - The Joker, O Cavaleiro das Trevas

sofiagov
O medo de ser livre escraviza...na de toma de decisões mudamos...e somos influencias e influenciados a tomar posições...a ir e escolher caminhos... a esconder ou expandir vontades...tal como o universo se contrai e expande assim nos influencia no que agora queremos e porque assim é ...e nao de outra forma ou escolha...

Bom topico com boas questões. :)

nao me importo se sou livre ou nao desde que eu seja feliz

Olá,

   Ver Psicologia cognitiva.
   Mas mesmo assim falta algo... o que será? ;)

Abraço,
   

sofiagov
Citação de: lawliet em 14 maio, 2015, 03:56
nao me importo se sou livre ou nao desde que eu seja feliz

preso fisicamente / sentir liberdade mental...ai pode ser bem feliz. :)

A velha questão entre o determinismo e o livre-arbítrio.

O determinismo, ao questionar se realmente somos livres ou se essa liberdade é ilusória, acaba por trazer algumas falácias sob o ponto de vista da humanidade. Se ele for verdadeiro, todos os nossos conceitos de responsabilidade, culpa, bem e mal, heroísmo, etc... perdem o sentido. Nesse sentido, nenhuma ação teria início em nós, já que elas dependeriam necessariamente de causas anteriores, elas próprias seriam consequências necessárias de outras e por ai adiante. Nós, seriamos apenas veículos das cadeias de causa e efeito e o seu encadeamento nada teria que ver connosco... mas com fatores externos. E, se assim for, também a diferenciação do ser humano das plantas, animais, máquinas e toda a realidade inanimada, não faria qualquer sentido. E esta seria uma ideia contrária àquela que se tem do ser humano. E também contraria esta ideia se aceitarmos que o determinismo tem exceções em forma de desejos, vontades, decisões e ações humanas independentes das causas anteriores. Se assim é, então como explicaria a existência de massacres, torturas, atos de má fé perante os outros? Seria determinado? Por quem? Quem determinaria o caos e o cosmo do universo?

Naturalmente que a questão do livre-arbítrio na sua pureza, também aporta outras considerações, será que somos realmente livres quando vivemos em plena roda samsária, que supostamente nós próprios criamos? Onde está a liberdade de escolha de participar num jogo, quando se "esquecem" as regras?

Por isso escolho o caminho do meio. Somos parcialmente livres, apesar das nossas ações decorrerem de decisões conscientes, outros fatores podem influenciá-los (que se assumem como condicionantes da ação), sem que tenhamos consciência disso. Por exemplo, muitas das nossas decisões são influenciadas por condições físicas, biológicas e psicológicas, pelo património genético, pelo ambiente, personalidade, pelos aspetos históricos, sociais e culturais...

Os radicalismos de pensamento não nos levam a lado nenhum! Apenas limitam a expressão da nossa verdadeira consciência.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Independentemente das nossas acções decorrerem de acções conscientes ou provenientes de factores condicionantes, sermos LIVRES de as tomarmos é um bem precioso!