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  • Animação sobre História da Melancolia
    Iniciado por SaraRS
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Pode ter razão mas a melancolia é um estado que não é permanente. Tem oscilações pois os tais "humores" não permanecem imutáveis.

sofiagov
Citação de: SaraRS em 23 abril, 2015, 10:56
Também não sei até que ponto o facto da pessoa ser soft a expressar os seus sentimentos fisicamente, não se deve também a um grande auto-controlo.

Mas Oculto, o que a Faty Lee dizia é que a melancolia pode ser uma forma de ser/estar na vida :)

A melancolia é associada ao signo de Capricórnio. A Lua é responsavel pela forma como sentimos as coisas, a nossa sensibilidade. Quando a Lua está em capricórnio, é visto como o auge astrológico da melancolia. Curiosamente, eu tenho essa posição :D

penso que o estado melancólico é transversal a todos...há momentos assim.
o facto de ser soft...pode advir de vários factores como o esse do auto-controlo, a subtileza da pessoa...entre outros tantos....

#17
É sem dúvida algo que tem que ver com o temperamento e personalidade. Kalinine distingue 4 tipos principais de temperamento, à luz que Gordon também aludia:

• Sanguíneo: onde os processos de excitação e inibição ocorrem no sistema nervoso de maneira forte, móvel e equilibrado, a sensibilidade tem nível baixo;

• Colérico: onde os processos de excitação e inibição ocorrem no sistema nervoso de maneira forte, móvel e desequilibrado, onde os processos de excitação prevalecem sobre os de inibição e a sensibilidade tem nível baixo;

• Fleumático: onde os processos de excitação e inibição ocorrem no sistema nervoso de maneira forte, porém inertes tendo o nível de sensibilidade baixo;

• Melancólico: onde os processos de excitação e inibição ocorrem no sistema nervoso de maneira fraca, tendo o nível de sensibilidade muito alto.

Nenhum dos temperamentos é melhor ou pior do que os outros, pois todos possuem vantagens e desvantagens. Há inclusivamente um teste psicológico que determina os 4 perfis de temperamento aqui assinalados.

Sofia, é verdade o que dizes, por isso se diferencia o "estado" e o "traço".
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

sofiagov
esse estado também pode exaltar a procura do próprio eu...
por isto já Freud encontrava nesta posição algo  como o próprio fala:

(...) Freud procurou explicitar a natureza da afecção melancólica com base em uma aproximação com o luto, situando o paradigma dessa afecção em torno de uma perda e da não realização do trabalho de luto. Partir do luto para dizer da melancolia é seu passo inicial na construção de uma justificativa metapsicológica que fosse capaz de clarear o escuro caminho pelo qual percorre um sofrimento marcado pela paralisação do desejo e da vontade de vida. Situar a perda como elemento característico da melancolia e sobre ela trabalhar o conflito ambivalente nas relações com o objecto, a identificação, a escolha objectal narcísica e os sentimentos de culpa e auto-agressão a que se submete o eu.

Ao analisar tais elementos, Freud define um campo próprio para essa forma de sofrimento psíquico na teoria psicanalítica, mas não elimina outras possibilidades de leitura e entendimento sobre ele. O que Freud fez foi abrir o caminho para a tentativa de compreensão de um adoecer ainda repleto de pontos obscuros e não uma imposição de verdade teórica.(...)
bvsalud


bom isto tudo para ser simples quererá dizer uma procura feita através do seu interior.

Muito interessante Faty.
Só para compreender melhor:
Podes dar exemplo ou ilustrar de como é "processos de excitação e inibição que ocorrem no sistema nervoso de maneira forte" e "processos de excitação e inibição que ocorrem no sistema nervoso de maneira fraca"?

Citação de: sofiagov em 23 abril, 2015, 11:13
esse estado também pode exaltar a procura do próprio eu...
por isto já Freud encontrava nesta posição algo  como o próprio fala:

(...) Freud procurou explicitar a natureza da afecção melancólica com base em uma aproximação com o luto, situando o paradigma dessa afecção em torno de uma perda e da não realização do trabalho de luto. Partir do luto para dizer da melancolia é seu passo inicial na construção de uma justificativa metapsicológica que fosse capaz de clarear o escuro caminho pelo qual percorre um sofrimento marcado pela paralisação do desejo e da vontade de vida. Situar a perda como elemento característico da melancolia e sobre ela trabalhar o conflito ambivalente nas relações com o objecto, a identificação, a escolha objectal narcísica e os sentimentos de culpa e auto-agressão a que se submete o eu.

Ao analisar tais elementos, Freud define um campo próprio para essa forma de sofrimento psíquico na teoria psicanalítica, mas não elimina outras possibilidades de leitura e entendimento sobre ele. O que Freud fez foi abrir o caminho para a tentativa de compreensão de um adoecer ainda repleto de pontos obscuros e não uma imposição de verdade teórica.(...)
bvsalud

bom isto tudo para ser simples quererá dizer uma procura feita através do seu interior.

Isto não deixa de ser verdade, mas a questão da melancolia sob o ponto de vista psicanalítico (tal como Freud a sustentava) não reconhece muitas âncoras na presente realidade, ou seja, outros autores vieram contrapor a melancolia como um "traço" que faz parte da personalidade do sujeito, independentemente dos processos de luto, isto é, podem ter "aprendido" o traço pelas situações familiares, por imitação de um dos pais, etc... E é por isso que nem sempre ela deve ser vista como "negativa".

É exatamente como a ansiedade. Esta é que garante a sobrevivência do indivíduo. O seu lado patológico é assumido, quando o sujeito deixa-se dominar por ela e não a domina.

Sara, tudo tem que ver com a forma como o "clique" interior ocorre. Por exemplo, em termos comportamentais numa situação de crise, imagina um acidente:

- um colérico ou sanguíneo poderá responder de maneira expansiva, berrando, gritando, chorando compulsivamente, etc...

- um sujeito melancólico poderá apenas ficar prostrado, parado e isso não significa que não esteja a sentir tal como expressa o colérico ou sanguíneo. A sua expressão é lenta e precisa de tempo... pode até ter um momento de "expansão" das emoções, mais tarde, dentro de um contexto dele próprio que lhe seja securizante. Estava aqui à procura do teste, que o tenho, se tiveres interesse em fazê-lo.

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Citação• Melancólico: onde os processos de excitação e inibição ocorrem no sistema nervoso de maneira fraca, tendo o nível de sensibilidade muito alto.

Estimada FatyLee,

Penso que a sua mensagem anterior não responde totalmente a esta questão.

Oculto, o processo de passagem de informações emocionais através das sinapses (sistema nervoso), quer ao nível excitatório ou de inibição de um determinado comportamento, ocorre de forma mais lenta, tal como disse, ao seu ritmo ao seu tempo, no caso de um melancólico por comparação a um colérico ou sanguíneo.

Dai que perante uma situação de crise (que por acaso falei de acidente, mas poderá ser outra qualquer), este processamento poderá apresentar-se mais lento, pelo que melancólico se apresentará mais prostrado, parado, sem grande reação, o que não significa que não esteja a "sentir" a situação, pois a sua sensibilidade ficará extrema numa situação assim.

Clarifiquei?
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Cara Faty Lee,

eu não necessitava de explicação mas pensei que nem toda a gente compreenderia da forma como explicou,. Se a Faty não o fizesse eu tomaria a liberdade de o fazer.

Citação de: Faty Lee em 23 abril, 2015, 11:25

Estava aqui à procura do teste, que o tenho, se tiveres interesse em fazê-lo.


Obrigada pela clarificação Faty Lee :)
venha o teste...adoro testes :D

Citação de: Faty Lee em 23 abril, 2015, 11:44
Clarifiquei?

A mim sim. :)

Já agora, gostava de colocar aqui uma questão a ver se entendo estas reacções:

Houve aqui há uns anos um suicídio na minha rua. A senhora da frente chegou a casa (provavelmente eu fui das últimas pessoas a vê-la com vida), passou pela filha, enfiou-se no quarto e matou-se. Durante todo aquele processo de INEM, polícia, fazer a "múmia", trazer num saco, etc, confesso que fiquei perplexa quando vi os filhos à janela, como se nada fosse, a conversar e a ver quem entrava, saía, passava, etc. Tanto que me levaram ao engano e demorei algum tempo a perceber que era naquela casa e que era a senhora que eu tinha visto a entrar no prédio! Não queria acreditar!
No dia seguinte, estava a chegar a casa e chamou-me a atenção no silêncio da noite ouvir umas gargalhadas e olhei: eram o marido e os filhos... que vinham do velório!
Sendo o mais honesta possível, nunca consegui compreender esta reacção dos filhos, mas também custou-me "julgá-los", pois graças a Deus não passei até à data por semelhante. Mas que custou, custou. Terá alguma coisa a ver com o que foi dito neste tópico?... ::)

Uma pessoa melancólica não fica a rir a gargalhada após um velório, muito menos de um familiar próximo. Sofre e sofre muito, mas para dentro, em silêncio e sem grandes exibicionismos.

Por vezes, em situações dramáticas e de extremo stress, o sistema nervoso está de tal modo descontrolado que pode provocar o riso.

#28
Citação de: SaraRS em 23 abril, 2015, 12:44
Uma pessoa melancólica não fica a rir a gargalhada após um velório, muito menos de um familiar próximo. Sofre e sofre muito, mas para dentro, em silêncio e sem grandes exibicionismos.

Sim, melancolia também não me parece, mas outro estado? Eu acho impossível que não estivessem a sofrer! :o

Citação de: oculto em 23 abril, 2015, 12:47
Por vezes, em situações dramáticas e de extremo stress, o sistema nervoso está de tal modo descontrolado que pode provocar o riso.

Sim, realmente parece-me plausível... na altura é que fiquei mesmo chocada...

Há pessoas que são simplesmente insensiveis.
Ou nem têm laços estabelecidos com as pessoas do seio familiar..mas mesmo assim.

Quantas e quantas vezes, vejo na tv entrevistas com mães ou filhos de pessoas que faleceram no dia anterior ou no próprio dia e a pessoa está a falar como se nada fosse? Fico chocada.