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  • Dez coisas que os seres da sombra gostam que você faça.
    Iniciado por Puca
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Que lindo este tópico. Não me revejo em nenhum dos pontos e não "perfeita", mas todos eles são coisas que faço sempre presentes em minha vida.

O primeiro, confesso que me deixou a pensar. Por exemplo, um tio meu morreu no sábado passado. Tenho duas tias mais velhinhas e uma delas em específico, achei por bem não se dizer nada. Não deixa de ser uma mentira é verdade, mas é no sentido de a proteger. Será que se pode assumir isso como "mentira"?
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Isso Faty Lee, são chamadas as mentiras piedosas...Se bem que até essas devem ser evitadas..Mas nestes casos em que mexe com a saude das pessoas...concordo.
Também tenho essa situação na familia e muitas vezes tem de se mentir para evitar males de saúde...

#17
Sara, mas não deixa de ser uma mentira... tive que o fazer, mas fiquei mal por isso. Porque na verdade, a minha vontade era dizer abertamente o que aconteceu. Era o irmão mais novo dela, compreendes? E mentira para mim, é sempre mentira... mesmo sendo piedosa... quando usamos uma mentira piedosa será que estamos a proteger as pessoas ou a nós mesmas? compreendes onde quero chegar?

É exatamente aquilo que se defende, que "omitir não é mentir"....:(
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Membro nr. 34334

Não conheço o caso especifico. Mas por exemplo, no meu caso, também se trata do irmão das minhas tias..e elas são idosas e enervam-se e já foram parar ao hospital várias vezes por isso.
Dizer a verdade e elas ainda terem um enfarte por causa disso? Eu não corro riscos desses.
Não deixa de ser uma mentira mas é por Bem e por elas (pelo menos neste caso). São as raras excepções.

Mas não deixa de ser uma mentira, certo?... mesmo pensando nós que é para o bem delas. Neste caso, uma das velhinhas já com oitenta e muitos já sabe... ficou mal. Telefono-lhe todos os dias para a animar e falar de coisas giras que o irmão fazia... a outra, ainda não sabe pois tem muitos problemas de saúde... e o receio está ai precisamente. Depois, vive sozinha e não tem ninguém por perto caso lhe aconteça alguma coisa...

Enfim, é como é. Mas o primeiro ponto, deixa-me com muitas dúvidas morais! :)
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Membro nr. 34334

O facto de deixar dúvidas acaba por ser bom sinal.
Na verdade, todos nós temos sempre algo a melhorar em cada um dos pontos.
É uma evolução constante.

Contar a verdade SEMPRE. Mesmo que nos magoe ou magoe os outros emocionalmente.
Agora, quando há problemas de saúde envolvidos, já se tem de ponderar. É a minha opinião.
:)

I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

Tópico bastante interessante. Revejo-me em alguns pontos, e parcialmente noutros. Creio que os pontos 2 e 9 são aqueles com os quais me identifico melhor.

Faty, os meus sentimentos. :(

Levantou uma questão que já há uns dias ando a matutar nela: a mentira e a sua contribuição para o carma. Sobretudo as mentiras piedosas. E será que essas mentiras não podem de certa forma atenuar o carma pois, apesar de serem mentiras, acabam por evitar o sofrimento alheio? Até que ponto temos que ser brutalmente honestos?
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
"O que é Deus?" - indagou ela. "Deus é Amor." - respondi-lhe.
"Está aqui!" - disse ela, envolvendo-me no abraço mais delicioso do mundo!

Pois é... essa é outra questão que penso bastante :(

Em conversa com algumas pessoas das áreas espirituais, dizem-me que tudo se prende com a intenção com que se faz. Se for para beneficiar um ser e poupá-lo do sofrimento, porque não? :(

Nem sei o que pensar sobre isso... eu defendo a verdade acima de tudo e isso não significa ser brutalmente honesto. Lembro-me de cenários mais complicados em que tínhamos que anunciar a morte de alguém a familiares próximos e a postura era sempre a transparência e a frontalidade, porque estas ajudam no processo de luto. Não dizer, olha x morreu... não! É dizer que foi feito tudo, mas que não adiantou porque x morreu... quando alguém constata a realidade de uma perda, poderá ser o primeiro passo para fazer o luto. Eu questiono, e se, algum dia destes a minha tia diz, liguei para o meu irmão e ele não me atendeu, o que aconteceu? Não será pior ela saber disso e ainda por cima saber que o funeral já foi na terça e que a missa já aconteceu? Sei lá... é muito complicado mesmo. Eu para mim, não olhando a nada, era apenas prepará-la e dizer-lhe, pronto.

Mas também ficamos sempre na dúvida. Tentamos protegê-la e se acontece algo depois dela saber, vai dar ao mesmo não? E não havendo "bola de cristal" nestas situações, eu prefiro agir pelo seguro, que é a mentira piedosa (mea culpa!). :(
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Membro nr. 34334

Pois, não é uma situação fácil, Faty. Há muita coisa em jogo; tentamos proteger os outros, mas talvez os outros tenham mais força para lidar com o luto (neste caso específico) do que imaginamos.

Conheço o caso dum rapaz que enviuvou repentinamente aos 40 anos; a esposa tinha 38 e deixou duas filhas pequenas. As filhas presenciaram o desmaio da mãe e a situação foi extremamente devastadora; o viúvo no desespero dizia que se iria matar. Enquanto a esposa esteve no hospital, houve alguma esperança, mas ela acabou por partir. E o viúvo foi honesto com as filhas e disse-lhes que a mãe tinha morrido. Não sei de que forma isto foi-lhes dito, mas o facto é que as crianças sabem a verdade. E esta situação choca-me pelo carácter inesperado e por envolver crianças. E como lidar com elas numa situação semelhante? De que forma suavizamos o que é quase incompreensível e devastador? Um adulto, pelas experiências de vida, acaba por ter outra compreensão da morte e do luto. E as crianças, que se vêm privadas duma figura fundamental em tão tenra idade? Como transmitir a verdade neste caso se nem a conseguimos entender?
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
"O que é Deus?" - indagou ela. "Deus é Amor." - respondi-lhe.
"Está aqui!" - disse ela, envolvendo-me no abraço mais delicioso do mundo!

Excelente caso que partilha. Eu teria a mesma atitude, se fosse com os meus filhos. Porque apesar de "doer" é melhor que saibam do que não... eu não gostaria que me ocultassem isso de mim :(
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Membro nr. 34334

Exactamente o que diz o meu pai! Ele diz que não se deve mentir a uma criança, principalmente num caso destes. Acho apenas que se deve ser cuidadoso com a forma como comunicamos a verdade à criança. Eu confesso, iria dizer a verdade, mas iria pensar um milhão de vezes sobre a forma de dizê-la... :(

Outra coisa que o meu pai diz, é que não devemos ameaçar as crianças com histórias do bicho-papão, porque criam-lhes medos infundados que podem ser adubo para outros piores. Neste caso, acho que também acaba por ser uma desonestidade emocional em relação a elas, porque há formas de se "dar a volta à criança", sem ser necessário ameaçá-las. Acho que essa também é uma atitude sombria, que pode criar carma.
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#27
Isso fez-me lembrar de quando era puto perguntar onde estavam os meus pais e eles respondiam tu não tens pais eles morreram...
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Citação de: Littlelight em 09 abril, 2015, 23:46
Outra coisa que o meu pai diz, é que não devemos ameaçar as crianças com histórias do bicho-papão, porque criam-lhes medos infundados que podem ser adubo para outros piores. Neste caso, acho que também acaba por ser uma desonestidade emocional em relação a elas, porque há formas de se "dar a volta à criança", sem ser necessário ameaçá-las. Acho que essa também é uma atitude sombria, que pode criar carma.
Lol esta agora fez-me lembrar o típico comentário das mães: " olha que vem ai o cigano" ou "olha que o homem do saco vem ai"... que coisa! A minha alma fica parva com estas coisas. Eu nunca ameacei os meus filhos com essas patetices, porque isso sim, cria inseguranças e fantasmas interiores, escusados. :)
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Citação de: cody sweets em 10 abril, 2015, 07:32
Isso fez-me lembrar de quando era puto perguntar onde estavam os meus pais e eles respondiam tu não tens pais eles morreram...

Que triste... :'( Há formas mais suaves de se dizerem as coisas... :(

Citação de: Faty Lee em 10 abril, 2015, 07:47
Lol esta agora fez-me lembrar o típico comentário das mães: " olha que vem ai o cigano" ou "olha que o homem do saco vem ai"... que coisa! A minha alma fica parva com estas coisas. Eu nunca ameacei os meus filhos com essas patetices, porque isso sim, cria inseguranças e fantasmas interiores, escusados. :)

É horrível, não é? Acho uma enorme desonestidade emocional um adulto tratar uma criança assim... >:(
"Onde está Deus?" - perguntei à minha sobrinha de três anos.
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