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  • Promessas e Penitências
    Iniciado por misticopt28
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PROMESSAS E PENITÊNCIAS

Desde as eras mais remotas, instituíram-se as oferendas para agradar a Deus e aos santos a fim de obter benefícios de ordem material.

Tais atos, por exemplo, eram habituais no Templo de Jerusalém e, por sua inutilidade, foram objeto de censura do próprio Jesus.

Por isso a recomendação do Cristo que, antes de fazer a oferenda, deveríamos nos reconciliar com o adversário.

As promessas tiveram uma razão de ser, devido à falta de esclarecimento espiritual das pessoas que as praticavam.

Segundo o dicionário da língua portuguesa, a palavra penitência faz referência a arrependimento, remorso de haver ofendido a Deus.

Já o sacrifício tem o sentido de fazer "alguma coisa sagrada".

De um modo geral as penitências são caracterizadas por provações que aproximam, de alguma forma, o homem de Deus.

Os amigos espirituais em "O Livro dos Espíritos" quando perguntados em que consiste, segundo os ensinamentos cristãos, a verdadeira penitência, nos responderam o seguinte:

"....A penitência, tal como a entendia Jesus, não consiste na reclusão em claustros, nos cilícios e em outras tribulações materiais. Ela consiste no arrependimento sincero e profundo e no propósito firme em que a criatura se coloca de não tornar a cometer faltas e, ao mesmo tempo, esforçar-se por reparar as já cometidas."
Quanto às promessas, observa-se que o pagamento delas quase sempre está condicionado a despesa ou sacrifício das pessoas. Só depois de recebido o favor é que vem o pagamento, ou seja, ofertando ao santo todos os tipos de velas entre outras coisas ou fazendo penitências de todas as formas. Se para nada se aproveita, que sentido pode ter para as divindades a despesa ou o sacrifício das pessoas? Poderíamos fazer uma trova dizendo: "A luz que ilumina a alma é somente a da oração, porque a luz da vela acesa, só gera mais poluição".

Até que ponto as penitências são válidas?

Buscando a resposta em O Livro dos Espíritos, na pergunta 720, no Capítulo V – "Da Lei de Conservação", temos:

- São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?

"Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis."
Analisando as afirmativas contidas em "O Livro dos Espíritos", observamos que a visão do Espiritismo com relação às penitências, difere de outras religiões. Para a Doutrina dos Espíritos, as privações somente são válidas quando afastam o homem das futilidades materiais que nada acrescentam na evolução do Espírito, entretanto, deve ser um exercício contínuo na busca pelo progresso moral.

A conclusão a que nos leva o Espiritismo é que a energia e o dinheiro gastos em rituais, privações, flagelos deveriam ser usados para a ajudar o próximo, pois que essa energia tem seu gasto recompensado porque se fundamenta na caridade sem egoísmo e sem esperar retribuições.

Você está grato a Deus por algo bom que lhe aconteceu, por uma conquista que considera ter alcançado em virtude do amparo da Espiritualidade Superior?

Por que não demonstra a sua gratidão fazendo caridade a alguém que esteja necessitado?

Os "santos e santas" das diversas igrejas espalhadas pelo mundo moderno, foram homens e mulheres que existiram de verdade, mas que souberam conduzir bem sua vida na Terra com atitudes de caridade que deveriam servir de exemplo aos seus devotos.

Entretanto, a maioria não segue esses exemplos de amor ao próximo, lembram-se deles apenas para pedir: emprego, curas, resolução de problemas financeiros , problemas no casamento, pedir, pedir..., etc.

É comovente ver a fé das pessoas mais simples, mas os que já conseguem entender o verdadeiro sentido da fé (..."a fé sem obras é morta"...), devem mudar seu modo de pensar e agir para que possamos mudar séculos de ignorância. Só assim cresceremos e ajudaremos os que convivem conosco a crescer. Enquanto isso, muitos continuam comercializando diversos objetos em nome dos "santos".

Precisamos nos lembrar que Jesus repreendeu o comércio no templo religioso, entretanto, estamos marcando passo há séculos porque nos acomodamos com certos dogmas e rituais religiosos, acreditando que possam agradar a Deus sem perceber que o que agrada a Ele é a nossa mudança de atitude no dia a dia!

Que nossa penitência seja sempre a de esforçarmo-nos para melhorar e combater os nossos defeitos e, nossa promessa, a de trabalhar pelo semelhante para ajudar na harmonia do mundo.

O resto é tempo perdido e pura ilusão.

A evolução espiritual é o objetivo e sem o conhecimento continuaremos fazendo barganha com Deus, Jesus, Maria e outros, através das promessas: "se eu te der isso, espero que você me dê aquilo", nas caminhadas com cruzes nas costas, com os dízimos absurdos e mal administrados, com as promessas pagas, ao invés de retribuir o bem recebido fazendo bem ao próximo e a nós mesmos, procurando mudar nossas atitudes, crescendo e amadurecendo de forma consciente para sabermos lidar com a vida e seus desafios em nosso dia a dia!

Para finalizar, devemos, entender que quem deseja progredir, que trabalhe e estude sempre e muito. Quem deseja ter felicidade, que modifique sua maneira de ser e de pensar.

Convém recordar a passagem da mãe que pediu ajuda ao preto velho para seu filho passar nos exames escolares.

O bom homem orientou: "Fala pro menino enfiar a cara nos livros, dia e noite, que preto velho vai ajudar".

Receita simples para o sucesso! Imaginar que podemos comprar nossa reforma íntima com uma vela acesa, um buquê de flores ou uma penitência sem proveito é pura tolice.

Que possamos trocar a "promessa" pelo "compromisso", ou seja, ao invés de prometer algo a Deus ou ao "santo" por um favor recebido, que consigamos nos comprometer com Deus a conquistar, pelo esforço próprio o nosso aprimoramento e nossa felicidade, colaborando dessa maneira, para o nosso próprio bem, do próximo e de um mundo feliz.

Jesus já ensinava: "Ajuda-te e o Céu te Ajudará".

Quem quer receber o bem, faça o bem!!!

Não há outro caminho!!!!


Escrito por Maria Izilda Netto
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

BlackMiau
Nunca percebi a "história" das penitências. Lembro-me de, em pequenina, levar chapadas e puxões de cabelo da minha mãe sem saber porquê, para depois a ver atar uma corda grossa na barriga e nas pernas e apertar muito, enquanto rezava muito depressa. Sempre me fez confusão quando esta situação acontecia. E ainda hoje continuo sem perceber...

Castigava-se por te bater?
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

BlackMiau
#3
Pelos vistos...

A história é um bocado complicada de contar... a minha mãe nunca esteve presente na minha vida e quando nos visitava a primeira coisa que fazia era bater-me. Depois ia agarrar-se à corda, como expliquei acima.

Fez me lembrar os seguidores da Opus dai. sabes eu acho que isso não resolvia nada, mas ela acreditava que sim. Realmente não são episódios muito bonitos de se recordar, mas agora não vale a pena pensares nisso. Esquece e perdoa.
Quando se faz um pedido a um santo, oferecer-lhes bens materiais para que? Eles estão no plano Espiritual e não necessitam disso. Não seria melhor fazer uma doação a uma pessoa necessitada?
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

BlackMiau
#5
Está perdoado há muito tempo, só não está esquecido apenas por gostar de perceber...

É como as promessas... a maioria das pessoas faz uma promessa de ir a Fátima colocar uma vela se evento A ou B se realizar. Mas ir a Fátima especificamente porquê? A Igreja local não é a mesma coisa? Eu sei que Fátima é O centro religioso em Portugal... Continuo sem entender, mas isso sou eu que devo ser mesmo alienada destas coisas...

E sim, uma doação seria bem melhor, seja de roupa, alimento ou até o nosso tempo.

As pessoas seguem a religião católica  a muito tempo e já vem ensinadas pela família desde pequenas. Pensam que se for lá o efeito surge mais rápido, mas não é assim. A nossa Senhora não está permanentemente para atender as pessoas e receber oferendas, como foi dito eles não precisam nada disso. Eu não sigo o catolicismo embora tivesse sido educado nesse sentido , mas gosto de visitar igrejas mas quando estão vazias. Sente-se uma paz interior muito grande, não visitar para adorar santos, mas é um local silencioso e calmo.
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

#7
Citação de: misticopt28 em 31 março, 2015, 13:12
Até que ponto as penitências são válidas?


Boas,

Até que se possa dar esta resposta, há outras muito mais importantes a fazer,
como por exemplo...

Até que ponto a Religião é válida ?

Qual a Religião "melhor/mais correcta/verdadeira/pura/imutavél" de todas ?

Até que ponto se pode confiar nas escrituras religiosas de forma cabal, uma vez que nada foi escrito directamente por Deus ?

Será que para haver um caminho pessoal recto a seguir, sem dúvidas de espécie alguma, podemos confiar em textos,
que são completamente opostos nos ensinamentos descrições e dogmas ?

Só após isto, tendo consciência de pensamento isento, poderemos explicar, aceitar ou desmentir todo e qualquer,
dogma religioso.

Para mim pessoalmente, e acreditando que somos responsáveis pelo que acreditamos e pelo que compreendemos,
creio que as penitências não tem mais validade do que qualquer outro dogma, desde que se acredite neles, ainda assim,
não quer dizer que sejam funcionais.

Cumprimentos
Causa Debet Praecedere Effectum -  ( Não há efeito sem causa )

De Nihilo Nihil - ( Nada vem do nada )

Eu também gosto de ir à igreja quando não está ninguém, acho que até renovo energias com a paz que se sente. :)

Eu acho que devemos seguir sempre aquilo que nos faz bem e nos transmite paz. O problema nestes casos é o fanatismo, para ver quem tem razão e quem é dono da verdade. Se fossemos criados numa religião que depois não nos disse-se nada porque seguir? Para ficar bonito perante as pessoas? Há religiões que pregam a bíblia mas depois fazem exatamente o contrario, quando se tem consciência e se estuda outro tipo de religiões, se faz comparações, só temos que seguir aquela que o nosso bom senso diz ser a correta.
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Gostei bastante do tópico misticopt!!!

Parabéns!
I see now that the circumstances of one's birth are irrelevant, is what you do with the gift of life that determines who you are"

BlackMiau
Muito boas questões, Seth...

Misticopt28 as promessas existem e há muitas. Eu não sou contra as "promessas" no âmbito espiritual, pois elas assumem-se como um "contrato espiritual" que a pessoa faz com os seres divinos. Acho isso legítimo. Quantas mães, que têm os seus filhos pequenos a morrer, fazem promessas a Deus para que nada aconteça e aliviarem o seu sofrimento. Acho que as promessas prendem-se com os momentos de angústia e desânimo que norteiam a vida das pessoas.

As penitências podem decorrer dessas promessas, mas não só. Eu já vi mulheres médiuns (leia-se de trabalho) a fazerem penitências, de joelhos por pessoas que estavam a sofrer... o que é certo é que resultam algumas. Não me choca nada essas coisas das promessas e penitências, pois enquanto o fazem, não andam a fazer mal a ninguém, compreendes? Se isso fortalecer a sua fé, que assim seja.

É como aquele ritual que se faz a uma santa (desculpem que não recordo o nome dela), em que se pede um desejo e tem que se esconder a mão da Santa e apenas se devolve quando ela fizer o desejo ser atendido  :-\ Do género, fazes o que te peço e devolvo-te a mão.... isto custa-me a aceitar.
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

sofiagov
#13
as promessas podem dar em belas penitências... ::)