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  • Portugal depressivo
    Iniciado por PouPou
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Ora vamos lá beber sprite quando ressacadas da tristeza ;D ;D
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Citação de: Faty Lee em 31 março, 2015, 13:44
Ora vamos lá beber sprite quando ressacadas da tristeza ;D ;D

Agora com o calor uma Sprite fresquinha até cai bem :)
"Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber." - Albert Einstein

Sempre é melhor que Primperan ou Gurosan. ;D

Citação de: Puca em 31 março, 2015, 13:26
Portugal não é depressivo, o negócio da "depressão" é que vai de vento em popa. 

Haja telenovelas e futebol, que as ''depressões'' desaparecem num ápice!
Tempus fugit!

Citação de: PouPou em 31 março, 2015, 10:56
Portugal é o segundo país com maior taxa de depressões... triste é.

Portugal é o país da Europa com maior taxa de depressão e o segundo maior do mundo, mas estima-se que um terço das pessoas com perturbações mentais graves não esteja tratada.
Segundo os dados revelados à Lusa pelo coordenador português da Aliança Europeia Contra a Depressão, o psiquiatra Ricardo Gusmão, os Estados Unidos é o único país que fica à frente de Portugal em taxa de depressão e perturbações mentais no geral.

"Parece que a conhecida melancolia portuguesa tem uma tradução psiquiátrica", reconhece Ricardo Gusmão.

Mas, apesar de o consumo de antidepressivos ser muito mais elevado em Portugal do que noutros países, continuam a existir muitos doentes graves sem tratamento.

"A mais grave consequência do não tratamento da depressão é o suicídio e a maioria dos suicídios ocorre no contexto de depressão", recorda o médico, em entrevista à Lusa, a propósito do Dia Europeu da Depressão, que se assinala sábado.

Uma das razões para a ausência de tratamento pode ser o estigma relacionado com a doença mental, que parece ser maior em Portugal do que noutros países, e existe não só entre os doentes, como na classe médica.

"Ainda é frequente haver médicos que acham que a depressão não é uma doença. Mas as doenças mentais são doenças do cérebro, e não do espírito, e o cérebro é o órgão que regula todos os outros. Em dois terços das pessoas com depressão, o primeiro sintoma que surge é físico", explica o psiquiatra.

Para retirar o peso do estigma, Gusmão defende uma alteração dos currículos universitários de medicina, colocando o foco destas doenças no cérebro e no modelo médico e não no psicológico.

Há também muito estigma em relação aos próprios antidepressivos, que o médico garante não causarem dependência, ao contrário das benzodiazepinas, fármacos para a ansiedade.

A dificuldade de acesso a cuidados de saúde adequados pode ser outra das causas para que tantos portugueses com doença mental não tenham tratamento.

Ricardo Gusmão assume que, com os níveis atuais de consumo de antidepressivos, seria de esperar que a saúde mental em Portugal estivesse melhor.

Pode acontecer que as pessoas tomem mal a medicação, abandonando-a ou não a seguindo pelo período de tempo necessário, e até que haja quem a toma sem ter grande necessidade. Mas há, seguramente, diz o psiquiatra, quem está a ficar sem tratamento.

Entre 1995 e 2009, as vendas de antidepressivos aumentaram 300%. A Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal diz que estes remédios têm ficado cada vez mais baratos, permitindo maior acesso.

"Mas se nem todos estão a ser tratados o que há a fazer é racionalizar a prescrição destes fármacos", defende Ricardo Gusmão.

A prevalência global das doenças mentais em Portugal é de 22%. Em cada ano, 7% da população sofre de depressão e o suicídio é responsável anualmente por mais de mil mortes, sendo a causa de morte prematura mais evitável de todas.

Diário de Notícias.

Os cuidadores de pessoas dependentes em Portugal sofrem de depressão, são na maioria mulheres (92%), têm uma média de idade de 62 anos, muito baixa escolaridade e não recebem apoio formal do Estado português, concluiu um estudo.

As principais características dos cuidadores de pessoas dependentes, sejam doentes mentais ou com doença física, é que não têm absolutamente nenhuma formação para cuidar desses doentes no domicílio, são mulheres (principalmente filhas ou noras do doente), têm, em média, 62 anos, são domésticas (maioria) ou abandonaram a sua profissão (32%), têm "muito baixa escolaridade" e podem sentir-se tristes até deixarem de comer.

O estudo "Familiares Cuidadores de Pessoas Dependentes", cujo responsável é Carlos Sequeira, professor na Escola Superior de Enfermagem do Porto e presidente da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, conclui também que o "Estado dá muito poucas ajudas" aos cuidadores e que mais de 70% dos cuidadores sofrem de uma "sobrecarga de trabalho", que abrange tanto trabalho físico, como trabalho emocional.

Para fazer face à inexistência de formação junto dos cuidadores de pessoas dependentes em Portugal, Carlos Sequeira anunciou à Lusa que em março vai iniciar-se a aplicação de um programa piloto que vai comparar os resultados entre 100 cuidadores que vão receber formação e outros cuidadores que não vão ter qualquer formação.

A primeira fase do projeto foi a construção de um programa base de capacitação por peritos.

A segunda fase do projeto arranca em março próximo e vai ser aplicada a cuidadores afetos a instituições do norte, como por exemplo, o hospital de São João e Santo António, do Porto, o hospital de Matosinhos ou à Associação Alzheimer Portugal.

Os cuidadores vão aprender coisas tão simples como saber de que lado se deve alimentar um doente que sofreu um AVC, que exercícios deve praticar para estimular a cognição de um doente que sofre de Alzheimer, aprender como mobilizar na cama para a casa de banho, ou saber qual a quantidade de ingestão de água por dia se deve dar a um acamado, revela o especialista.

O objetivo é que o programa de capacitação dos cuidadores familiares seja adotado em todas as entidades em Portugal junto de todos os cuidadores, refere Carlos Sequeira, que é também coordenador do Grupo de Investigação de Inovação e Desenvolvimento em Enfermagem -- CINTESIS, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Segundo Carlos Sequeira, o Estado português devia "promover a manutenção dos cuidadores no domicílio", mas tornando-os "mais ativos" para que os doentes precisem cada vez menos de internamento e de menos fármacos.

Uma maioria dos cuidadores estudados sente-se triste ao final de alguns anos a tomar conta dos doentes em casa. Os cuidadores sentem-se também sem vontade de comer, começam a achar que a vida não faz sentido e assumem que só se mantêm vivos, porque precisam de cuidar de alguém, esquecendo-se de cuidar de si próprios, conta Carlos Sequeira, argumentando que a formação servirá também para que os cuidadores aprendam técnicas para cuidar dos outros "mas não se esquecendo deles próprios".

Dos 200 cuidadores estudados, mais de metade (124) cuidam de pessoas com doença mental (esquizofrenia e demência vária), ou seja têm de estar a cuidar 24 horas desses doentes e, por isso, também precisam de ser apoiados e precisam de tempo livre.

Se os cuidadores soubessem, por exemplo, que existem colchões próprios para prevenir feridas ou que perguntas formular para estimular a cognição, poderiam facilitar muito o seu dia-a-dia e ajudar mais o doente, sugere Carlos Sequeira.

RTP online
Bom topico