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  • Espiritismo e Interrupção Voluntária da Gravidez
    Iniciado por Faty Lee
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Espiritismo e Interrupção Voluntária da Gravidez

A interrupção voluntária da gravidez refere-se à remoção de um feto que pesará cerca de 500 gramas e com comprimento máximo de 16 cms. 

Eticamente existem duas atitudes perante o embrião. Uma, é a de quem o considera como uma coisa, algo descartável, sem dignidade intrínseca, e do qual se pode dispor sem problemas. Esta é a ideia do "embrião-coisa", que predomina na mente das pessoas que aceitam o aborto. A segunda, personifica o embrião, considerando-o como humano, um aspeto irredutível da sua personalidade, "o mistério de ser o seu fim em si mesmo".

Fica, assim, claro que as atitudes de "coisificação" ou de "personificação" do embrião vão determinar a aceitação, ou não, do aborto intencional.


Os estudos e pesquisas científicas recentes apontam para uma verdade cristalina: a vida é um bem outorgado e, portanto, indisponível. A "coisificação" do embrião é, assim, uma atitude errada que precisa de ser revista. Sendo a vida um bem outorgado por Deus, sempre que se interfere nela para a destruir, está-se a cometer um crime passível de penalidade.

Allan Kardec perguntou aos Espíritos se é racional ter para com o feto a mesma atenção que se tem para com o corpo de uma criança viva. Em resposta, os Instrutores Espirituais realçaram a importância do respeito a ter pela obra divina, mesmo quando ainda está incompleta, porque a mesma obedece aos seus desígnios e estes ainda são insondáveis para nós, seres imperfeitos. Salientam também que o aborto é um crime, porque a mãe, ou qualquer outra pessoa, estão a impedir aquela alma de passar pelas provas necessárias para o seu aperfeiçoamento, as quais lhe são concedidas pelo corpo físico. Os Instrutores só permitem a intervenção nos casos em que há perigo iminente de vida da gestante, quando há a intenção de salvar-lhe a vida e não a de destruir o feto, embora tal possa acontecer como consequência do ato de salvamento. No entanto, estes casos hoje em dia são cada vez mais raros, devido aos avanços da tecnologia médica.


Será que interromper voluntariamente uma gravidez, que tem elevada probabilidade de acarretar um atraso no bebé, é mesmo um "crime" aos olhos de Deus?

Não será um crime bem maior permitir que esse ser seja alvo de discriminação na presente sociedade?

Fonte: Reflexões Espíritas
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

sofiagov
Bem!!! isto vai colocar entre a espada e a parede...mas no caso de violação/incesto ??
::) ::)

Não Sofia. Uma paciente está grávida, ela tem 35 anos e a amniocentese assinalou a presença de Trissomia 21! Ela não sabe mesmo que fazer... Lá está, estas considerações de que se trata de crime, etc.... E gostava de saber o que vocês fariam nessa situação. Será mesmo crime?
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

sofiagov

A fonte desse texto já diz muita coisa: reflexões espíritas. E de facto é um tema muito delicado, que requer muita reflexão.
Quando se fez o referendo do aborto, é certo que era muito novinha, mas a minha opinião era esta: não concordava com o aborto em si, mas também não concordava que a mulher fosse presa e cumprisse pena por fazê-lo, muito menos fazê-lo nas condições clandestinas que nem me passa pela cabeça como deviam ser esses locais, e onde muitas perderam a vida por intervenções negligentes.
Hoje, e sim, hoje que leio este texto, penso: não concordo com o aborto em si? Porquê? Só porque se ficasse agora grávida, embora não esteja nos meus planos a curto prazo, não o faria? Só porque há mulheres que o fazem só porque sim, por razões fúteis como não querer estragar o corpo ou porque querem evitar escândalo familiar (isso ainda existe?)? E as outras? As outras histórias tão dramáticas, tragédias pessoais... o que leva as pessoas a fazer essa interrupção? Sabemos lá nós...
E se é por Deus? Se Deus tem isso guardado para esses seres? Se não existem coincidências, será que já tem de ser assim? Será que é o que está reservado para estas mulheres e fetos? Há quem diga que no período de gestação que hoje é legal interromper, o feto é apenas um aglomerado de células, não se considera um bébé... embora seja um ser vivo que se desenvolve... isto é tão complicado, acho que nunca me vou conseguir fazer entender, nem a mim mesma! :P

Por isso, acho que não deve haver descriminação na sociedade, porque não somos ninguém para o fazer. Se é crime aos olhos de Deus, também não sei, mas se ele pões estas provas no caminho das pessoas, por alguma razão será, independentemente de ser crime ou não...

Citação de: cepticooucrente em 26 fevereiro, 2015, 11:31
A fonte desse texto já diz muita coisa: reflexões espíritas. E de facto é um tema muito delicado, que requer muita reflexão.
Quando se fez o referendo do aborto, é certo que era muito novinha, mas a minha opinião era esta: não concordava com o aborto em si, mas também não concordava que a mulher fosse presa e cumprisse pena por fazê-lo, muito menos fazê-lo nas condições clandestinas que nem me passa pela cabeça como deviam ser esses locais, e onde muitas perderam a vida por intervenções negligentes.
Hoje, e sim, hoje que leio este texto, penso: não concordo com o aborto em si? Porquê? Só porque se ficasse agora grávida, embora não esteja nos meus planos a curto prazo, não o faria? Só porque há mulheres que o fazem só porque sim, por razões fúteis como não querer estragar o corpo ou porque querem evitar escândalo familiar (isso ainda existe?)? E as outras? As outras histórias tão dramáticas, tragédias pessoais... o que leva as pessoas a fazer essa interrupção? Sabemos lá nós...
E se é por Deus? Se Deus tem isso guardado para esses seres? Se não existem coincidências, será que já tem de ser assim? Será que é o que está reservado para estas mulheres e fetos? Há quem diga que no período de gestação que hoje é legal interromper, o feto é apenas um aglomerado de células, não se considera um bébé... embora seja um ser vivo que se desenvolve... isto é tão complicado, acho que nunca me vou conseguir fazer entender, nem a mim mesma! :P

Por isso, acho que não deve haver descriminação na sociedade, porque não somos ninguém para o fazer. Se é crime aos olhos de Deus, também não sei, mas se ele pões estas provas no caminho das pessoas, por alguma razão será, independentemente de ser crime ou não...

Concordo com o que diz. Mas aqui a questão é mais específica. Esta mãe sabe se deixar a criança nascer (pois tem trissomia 21), que irá ser estigmatizada pela sociedade.... será que isto não é um crime também por comparação à interrupção da gravidez?
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Ah sim, quando escrevi o meu comentário ainda não tinha lido o seu. Sim, concordo plenamente. este estigma é tão "criminoso", na minha opinião, quanto o da interrupção da gravidez. Tão criminoso que leva uma mãe a ter uma atitude dessas... Conheço pelo menos dois casos de filhos com trissomia 21. O drama dos pais é comum: o que será do filho quando eles já cá não estiverem... sabem que vão ser "encostados" por todos... é tão triste... :(

#7
Muito mesmo! Esta mãe estão desolada. Já tem uma menina e agora aconteceu isto. Perguntou-me o que fazer... eu disse-lhe que ela tinha que ser "prática", independentemente de moralmente ela o achar condenável... e ela perguntou-me: "porque razão Ele me dá um teste destes tão difícil?"...

É no mínimo conflituoso para uma mãe que tem o poder para decidir o que deve ou não fazer... não sei se também aqui a decisão de interromper será mais a pensar "nela" do que na própria "criança"... fiquei em dúvida... muita mesmo e não sei mesmo o que faria  :-[
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Membro nr. 34334

Citação de: Faty Lee em 26 fevereiro, 2015, 11:55
É no mínimo conflituoso para uma mãe que tem o poder para decidir o que deve ou não fazer... não sei se também aqui a decisão de interromper será mais a pensar "nela" do que na própria "criança"... fiquei em dúvida... muita mesmo e não sei mesmo o que faria  :-[

Sabe que estava precisamente a pensar nisso?... Uma criança diferente dá trabalho diferente, tem necessidades diferentes, etc... É de facto, uma enorme provação... :(

Imagine as mudanças que a criança não traria a esta família... talvez a decisão tenha muito que ver com a mãe pensar nisso e não tanto na criança. Pois independentemente de tudo, há crianças com trissomia 21 (pois depende do grau) que até são bem adaptadas...  :-[

Fiquei triste e sem saber como contornar a questão... mas é uma decisão individual mesmo. Sabe-se lá porque razão karmicamente esta difícil escolha emergiu na vida desta mãe...
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Membro nr. 34334

Exactamente... vamos lá saber nós porquê... espero do fundo do coração que tome a decisão certa, seja ela qual for, mas tenho a certeza que na hora saberá.

todo o tipo de interrupçao voluntaria da gravidez tras consequencias. Ao terminar a gravidez de forma voluntaria esta a por termino a missao do espirito em questao ou talvez a mexer no karma dos pais já que tanto pode ser uma provaçao para o novo encarnado ou para os pais...tenho um caso de um casal conhecido que os medicos aconselharam o aborto ja que a criança tinha probabilidades de nascer deficiente e no entanto agora com quase 10 anos é uma criança perfeita.
Abençoado seja o seu santíssimo nome em favor de todos nós Deus nosso Pai.

Puca
Está-se a falar do sofrimento da criança ou do conforto dos pais? Esta é uma das questões em que se deve pensar antes de tomar as decisões. Conheço várias crianças com Síndrome de Down que são perfeitamente felizes, adaptadas á vida e são a alegria dos pais.

Assim que o embrião é formado existe vida autônoma.  :)

Pois lá está a questão de nunca se virá a saber... se a interrupção ocorrer. Será que os marcadores não poderão ser falíveis? Ou seja, há um marcador que assinala a presença de trissomia 21, será que este não poderá ser um falso positivo?

Puca essa é a minha dúvida. Quando pensamos numa interrupção será que pensamos em nós ou realmente no ser que está dentro de nós??  :-\
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Membro nr. 34334

Atenção, existem muitos falsos positivos, neste exame. Tenho uma amiga que teve positivo e teve de fazer amniocentese para certificar a situação. E certificou-se, era falso positivo mesmo...