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  • "Equação de Deus" Ciência, provar a existência de Deus
    Iniciado por sofiagov
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sofiagov

"Quero saber como Deus criou este mundo".
Einstein.


Em "A Equação de Deus" encontramos uma boa tentativa de fundamentar a idéia que a Ciência, principalmente a partir das contribuições do físico alemão Albert Einstein (1859-1955) trouxe Deus para o centro de suas investigações e mais ainda tem instigado uma nova espiritualidade (.... )



o Autor do livro "A Equação de Deus: Como Einstein Transformou o Conceito de Religião.", de Corey S. Powell, reconhece que Einstein tinha uma concepção de Deus muito distinta da concepção judaico-cristã. Ele cita importante escrito do físico datado de 1932:

"Não consigo imaginar um Deus que recompensa e pune os objectos de sua criação, cujos propósitos são modelados por nossos próprios – um Deus, em suma, que não passa de um reflexo da fragilidade humana"

Para um bom término cito as palavras de Albert Einstein publicadas num manifesto datado de 1930 publicado no jornal New York Times:

"Aqueles cujo conhecimento da pesquisa científica deriva principalmente de seus resultados práticos desenvolvem com facilidade uma visão totalmente falsa da mentalidade dos homens que, cercados por um mundo céptico, mostraram o caminho para espíritos afins espalhados pelo mundo e pelos séculos. Somente quem dedicou sua vida a objectivos semelhantes pode ter uma percepção clara do inspirou esses homens e deu-lhes força para permanecerem fiéis ao seu propósito, apesar dos inúmeros fracassos. É o sentimento religioso cósmico que dá a um homem tal força. Um contemporâneo afirmou, com razão, que nesta nossa era materialista os trabalhadores da ciência sérios são as únicas pessoas profundamente religiosas".




Deus existe?No final do século passado, a ciência acreditava ter todas as chaves do conhecimento: decifrar os últimos mistérios da natureza era só uma questão de tempo. Agora, na entrada de um novo milênio, as certezas mais claras agonizam e os cientistas se perguntam...

Mecânica quântica e matemática do caos a gente até entende – com a ajuda de um bom professor, claro. Deus é outra história. É o infinito imponderável: aquilo que não dá para se pensar nem imaginar. É o infinito inefável: aquilo que não dá para se falar. Ou pelo menos essa é a maneira mais segura de abordar – e encerrar – o assunto sem cair no ridículo nem ofender ninguém.
Mas são os próprios cientistas que não param de falar em Deus. Os últimos dez anos em especial viram nascer um novo filão literário dedicado a discutir o Divino – aquele mesmo, um Criador Onipotente e Onisciente! – à luz da física e da matemática, da química e da biologia.



O culpado, ao que tudo indica, é o físico inglês Stephen Hawking, ocupante da cadeira que foi de Isaac Newton na ultra-prestigiosa Universidade de Cambridge e um dos principais teóricos dos buracos negros. Hawking, todo mundo sabe, realizou um milagre digno do Grande Arquitecto Celestial ao vender mais de dez milhões de cópias de um tratado de cosmologia e astrofísica, denso o suficiente para fritar o cérebro do público leigo. Publicado em 1988, Uma Breve História do Tempo tornou-se o mais inesperado best seller da história e até filme virou – não sem antes deixar no ar, bem no parágrafo final, uma sedutora insinuação de casamento entre ciência e religião:

"Se chegarmos a uma teoria completa, com o tempo esta deveria ser compreensível para todos e não só para um pequeno grupo de cientistas. Então, todo mundo poderia tomar parte na discussão sobre por que nós e o Universo existimos... Nesse momento, conheceríamos a mente de Deus."



Aviso importante: Hawking nunca se declarou religioso e usa essa ideia mais como uma frase de efeito, uma metáfora do conhecimento total do Universo. Mas não demorou para outro cientista inglês do alto escalão, o físico Paul Davies, extrair todo um livro – e mais um sucesso comercial de arromba! – levando ao pé da letra as palavras do colega. Acolhido com uma chuva de prémios destinados à divulgação científica, A Mente de Deus (1992) passa em revista a história da ciência e da filosofia para afirmar, com convicção, que tudo no cosmos revela intenção e consciência. Como o próprio Davies resumiu em uma entrevista: "Acredito que as leis da natureza são engenhosas e criativas, facilitando o desenvolvimento da riqueza e da diversidade na natureza. A vida é apenas um aspecto disso. A consciência é outro. Um ateu pode aceitar essas leis como um fato bruto, mas para mim elas sugerem algo mais profundo e intencional."




O físico brasileiro Ricardo Galvão, da Universidade de São Paulo – que se diz "bastante religioso" – completa o quadro: "A partir das equações da mecânica de Newton e da teoria do electromagnetismo de Maxwell, a ciência clássica dava a impressão de que, conhecendo essas leis matemáticas, conseguiríamos descrever todo o Universo. É o que se chama de conceito determinístico, segundo o qual se acreditava que, conhecendo as condições iniciais de um evento ou sistema, poderíamos prever toda sua evolução futura. Mas já no final do século passado, o matemático e físico francês Henri Poincaré (1854-1912) tocou no problema de que essas condições iniciais nunca são bem conhecidas. Ele mostrou que mesmo a mecânica de Newton não era determinística no sentido que se pensava. Aí, veio a mecânica quântica e introduziu o conceito de que é impossível se conhecer simultaneamente a posição e o movimento de uma partícula. Esse é o Princípio da Incerteza de Heisenberg, que realmente derrubou aquela atitude científica do tipo 'conhecemos tudo e podemos prever o futuro' ".



Foi justamente o Princípio da Incerteza que fez Einstein soltar, em protesto, sua frase mais famosa: "Deus não joga dados!". A imprevisibilidade quântica era demais para ele aceitar. Einstein, como se sabe, falava o tempo todo em Deus – até o dia em que o encostaram na parede e perguntaram se ele acreditava mesmo no Dito Cujo. "Acredito no Deus de Spinoza, que se revela na harmonia e na ordem da natureza, não em um Deus que se preocupa com os destinos e as acções dos seres humanos", respondeu o criador da teoria da relatividade, citando o filósofo holandês do século XVII para quem Deus e o Universo seriam a mesma "substância". Tal entidade, para Spinoza, só poderia ser acessível à mente humana em dois de seus infinitos atributos: o pensamento consciente e o mundo das coisas materiais.

A definição de Einstein decepcionou muita gente – John Polkinghorne, inclusive – por excluir o que costuma se chamar de "Deus pessoal". Assim, até um ateu convicto como Carl Sagan aceita a divindade.
"A ideia de Deus como um gigante barbudo de pele branca, sentado no Céu, é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que rege o Universo, então claramente existe um Deus. Só que é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!", disse o famoso astrónomo americano.



Sagan foi um dos raros cientistas a se declarar ateu. A grande maioria prefere o termo "agnóstico", criado em 1869 pelo biólogo inglês Thomas Huxley – apelidado "buldogue de Darwin" pela sua incansável defesa da teoria da evolução em um dos maiores conflitos da história entre ciência e religião. Há uma grande diferença entre as duas posições: dizer-se ateu é recusar a existência de um Deus, enquanto o agnóstico ("sem conhecimento", em grego) admite que nada sabe sobre dimensões sobrenaturais no Universo – e que o mais provável é que seja impossível superar tal ignorância. É essa combinação exemplar de humildade e a diplomacia – nada a ver com o cão-de-guarda que usaram para batizar Huxley! – que define até hoje a postura de quase todos os cientistas não-religiosos.



Mesmo assim, o americano Allan Sandage – um dos astrónomos mais respeitados mundialmente, hoje com 74 anos – considerava-se ateu com todas as letras, até os 50 anos. Sua conversão ao cristianismo veio de repente, provocada pelo "simples desespero de não conseguir responder só com a razão perguntas como 'por que existe algo ao invés de nada?'."

"Foi o meu trabalho que me levou à conclusão de que o mundo é muito mais complicado do que pode ser explicado pela ciência. Só através do sobrenatural consigo entender o mistério da existência", afirma ele.

"A ciência torna explícita a incrível ordem natural, as interconexões em vários níveis entre as leis da física e as reações químicas encontradas nos processos biológicos da vida. Por que será que os elétrons têm todos a mesma carga e a mesma massa? A ciência só pode responder questões bem específicas, do tipo 'o que?', 'quando?' e 'como?'. O seu método de investigação, por mais poderoso que seja, não pode responder ao 'por que?'."

Enxergar Deus na inteligência com que a natureza se organiza – manifesta através de leis matemáticas – não é só a porta de entrada da religião para contemporâneos como Sandage e John Polkinghorne, como uma tradição que vem desde a própria a raiz do conhecimento científico. Nem o ateísmo confesso de Bertrand Russell – lógico, matemático e filósofo reconhecido como um dos pensadores mais brilhantes do século XX – o impediu de valorizar essa linha peculiar de devoção: "A combinação de matemática e teologia, que começou com Pitágoras, caracterizou a a filosofia religiosa na Grécia Antiga, na Idade Média e chegou à modernidade com Kant. Tanto em Platão como em Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Descartes, Spinoza e Leibniz há essa ligação íntima entre religião e razão, entre aspiração moral e admiração lógica do que é atemporal."

        



Fritjof Capra
Mais ou menos na mesma época – começo dos anos 70 – um jovem físico chamado Fritjof Capra estava sentado na praia quando teve uma espécie de êxtase místico, provocado pela visão das ondas em sincronia com sua respiração. O resultado dessa sua experiência está em O Tao da Física, best seller que, apesar de desprezado pela comunidade científica, ajudou a lançar o movimento new age, explorando paralelos entre a física quântica e as principais religiões orientais: hinduísmo, budismo e taoísmo.


O conceito chinês do tao, destacado no título do livro – algo como fluxo ou ritmo universal – não espelha apenas a "dança cósmica" que Capra vê na física quântica. Pode igualmente ser associado aos padrões da natureza revelados nas fractais. Mas sua inspiração inicial mostra uma das principais limitações da ciência nesse tipo de comparação: ela não pode depender de experiências pessoais e intransponíveis, como o transe de Capra à beira-mar.

O físico Guimarães Ferreira, da Unicamp – outro cientista brasileiro religioso – acredita que esse é um bom motivo para não se misturar as duas coisas: "Deus é um Ser que gosta de ser pessoal", diz ele. "É muito mais fácil encontrá-lo em nossas experiências de vida do que no laboratório. O maior pensador do mundo ocidental, Santo Agostinho, já dizia que é mais fácil achar Deus dentro de si do que no mundo exterior."





No outro extremo está o físico Frank Tipler, crente de que a ciência pode – e deve – ser utilizada para provar a existência de Deus, como princípio criador, organizador, onisciente, onipotente etc, como rezam as escrituras. Tipler escreveu todo um livro, The Physics of Immortality (1994), apresentando a versão mais radical de uma visão compartilhada com mais cautela por John Polkinghorne, Paul Davies e os cientistas que apóiam o chamado princípio antrópico – a mais surpreendente teoria dos últimos tempos. Para eles, o modo como o caos espontaneamente gera ordem e todo o cosmo parece conspirar a favor da existência de vida revela atributos divinos como consciência e intenção.



A vida, assim, deve ser vista como nada menos que um milagre; e a vida consciente, um milagre maior ainda. O princípio antrópico postula que o Universo foi criado da maneira que nós o percebemos justamente para ser observado por criaturas inteligentes (nós mesmos!) e que é nossa consciência que selecciona uma realidade entre todas as probabilidades quânticas.


Fred Hoyle

Tem mais: a teoria mais aceita para explicar a origem do Universo – a explosão de uma bola de energia – também vale para esses estudiosos como sinal de uma criação intencional e inteligente. Como diz o próprio astrónomo que baptizou essa teoria de Big Bang, o inglês Fred Hoyle:

"Uma explosão num depósito de ferro velho não faz com que pedaços de metal se juntem numa máquina útil e funcional!"

E o que teria existido, então, antes do Big Bang? Os físicos são unânimes em dizer que é impossível saber. Enquanto houver mistérios intransponíveis para a mente humana, idéias de divindade não só sobrevivem, como proliferam – e até são atualizadas cientificamente.

Quando Stephen Hawking fala de uma "teoria completa" que nos permitiria conhecer a "mente de Deus", está se referindo à busca principal da física no século XX: um modelo que unifique a teoria da relatividade, que explica o movimento dos corpos celestes, e a mecânica quântica, que descreve o outro extremo: energia e matéria no nível subatômico. Aqui reside um dos mais chocantes enigmas quânticos: ondas de energia podem se comportar como partículas de matéria e vice-versa.




Newton Bernardes

A própria mente humana – acreditam psiquiatras, neurologistas e companhia – guarda talvez mais mistérios que o Universo lá fora. Como afirma o físico brasileiro Newton Bernardes, sem nenhuma crença religiosa: "A ciência depende da linguagem. A religião, não. Ela está no campo do indizível e aí temos que abandonar a razão: só resta a fé. Mas pode existir, sim, conhecimento sem linguagem. Essa é uma limitação da ciência."

Enquanto isso, no Instituto de Física Aplicada da USP, Ricardo Galvão pondera a localização exata de um conhecimento sem linguagem: a criatividade, presente tanto nas artes como na ciência mais exata. "A própria teoria da relatividade, é difícil imaginar como o Einstein chegou a ela – não foi por dedução. Idéias científicas precisam ser formuladas matematicamente, mas na hora surgem muitas vezes de um estalo." E de onde, então, vêm essas magias chamadas intuição e inspiração? Existem hipóteses, é claro, como o inconsciente de Freud. Mas, por enquanto, só Deus sabe!

Fontes: super.abril; philothanatos e Considerações Sobre "A Equação De Deus". O Livro De Corey S. Powell.

A ciência tem muitas limitações no que tange a compreensão do ser humanos e do universo, porque parte de princípios que considera comprovados e a partir deles, elabora leis gerais. Haverá um tempo, brevemente espero, que estes princípios caiam por terra e se comece novamente a olhar para o ser humano e universo sem dados a priori, pois estes deturpam a compreensão das coisas.

Um dos meus filósofos preferidos é Karl Popper, austríaco que partiu em 1994. Ele defendia que o método da ciência é o falsificacionismo, assegurando que as teorias científicas não são verdadeiras, mas apenas falsas. Se aparece um novo caso ou situação que confirme a teoria em vigor, não significa que essa teoria seja verdadeira, apenas permite que ela se mantenha como verdadeira por mais tempo. No entanto, se aparece um novo caso ou situação, que não confirme a teoria, então a teoria é refutada, perdendo o estatuto de teoria científica.

E esta é a natureza das próprias teorias científicas, ou seja, o facto de estarem sujeitas à possibilidade de refutação. Por isso, a ciência não chega à verdade, mas faz apenas uma aproximação da verdade (é verosímil!). Para Popper, não há verdades eternas nem demonstradas, há apenas teorias corroboradas que se mantêm enquanto não forem refutadas!

Assim, qualquer teoria verdadeiramente científica poderá "cair por terra", mais dia menos dia! Quando os cientistas descobrirem que um dos graves problemas é a forma como aceitam e justificam o ADN... talvez consigam dar um novo passo no conhecimento!

Excelente tópico, como seria de esperar :)
..."no woman no cry... cause when one door is closed, many more is open"...
Membro nr. 34334

Citação de: Faty Lee em 04 fevereiro, 2015, 10:09
Para Popper, não há verdades eternas nem demonstradas, há apenas teorias corroboradas que se mantêm enquanto não forem refutadas!

É aquela "história" do "até que se prove o contrário"... ;)

Na minha maneira simplória de ver e entender as coisas penso que: toda a ciência, toda a descoberta, todas as polémicas à volta dela... Quem é que deu inteligência a estas pessoas para a questionarem, descobrirem, provarem... Quem lhes deu o dom do pensamento lógico, matemático, filosófico que os fez alcançarem grandes feitos... Foi Deus! Então, quem criou tudo? Deus!  :angel:

Dúvidas? :D

Citação de: cepticooucrente em 04 fevereiro, 2015, 10:31
É aquela "história" do "até que se prove o contrário"... ;)

Na minha maneira simplória de ver e entender as coisas penso que: toda a ciência, toda a descoberta, todas as polémicas à volta dela... Quem é que deu inteligência a estas pessoas para a questionarem, descobrirem, provarem... Quem lhes deu o dom do pensamento lógico, matemático, filosófico que os fez alcançarem grandes feitos... Foi Deus! Então, quem criou tudo? Deus!  :angel:

Dúvidas? :D

É nos raciocínios "simplórios" que se encontram grandes verdades :) Subscrevo completamente! :)
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