Fragmento do Muro de Berlim no Santuário de Fátima perpetua história

O fragmento do muro de Berlim patente no santuário de Fátima desde 1994 perpetua um acontecimento histórico para a Europa e para o mundo, considerou o director do Serviço de Estudos e Difusão do santuário.

O padre Luciano Cristino destacou a relação da queda do muro, em 9 de Novembro de 1989, com a mensagem mariana de "libertação dos povos sob a égide comunista", revelada na segunda parte do segredo de Fátima.

O responsável do Serviço de Estudos e Difusão destaca a inscrição colocada junto ao bloco do muro, da autoria do Papa João Paulo II, na qual agradece à Virgem de Fátima ter guiado "os povos para a liberdade".

O fragmento do muro de Berlim, que o santuário define hoje como símbolo da reunificação da Alemanha, foi adquirido através de uma subscrição de um grupo de portugueses, dirigidos por Virgílio Casimiro, um emigrante português a residir na Alemanha.

Chegou ao Santuário de Fátima, com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Frankfurt, a 05 de Março de 1991, tendo sido inaugurado junto da entrada nascente do recinto a 13 de Agosto de 1994, 33 anos depois do início da construção do muro de Berlim.

O bloco, que pesa 2600 quilos e tem 3,60 metros de altura por 1,20 metros de largura, está, no entender do sacerdote norte-americano Patrick Hardy, "no local apropriado".

"Fátima é um local de Paz e o derrube do muro um símbolo de esperança", afirmou, explicando que é por isso que faz questão de ver e rever o monumento sempre que visita o santuário.

Para Patrick Hardy, a destruição do muro de Berlim, na qual considera ter havido responsabilidade do Papa João Paulo II, "foi o princípio de uma mudança para o mundo" e a reunificação da Alemanha "o fim da segunda Guerra Mundial".

Já para a alemã Helga Hirschle, que revelou desconhecer a existência do fragmento no santuário, a queda do muro de Berlim tem o mesmo significado de "liberdade".

"Mostra que a vontade do povo é mais forte e que as nações criadas pela força não resultam", acrescentou, sem esconder admiração por um pedaço do muro se encontrar no santuário.

Nuno Oliveira, residente em Cabeceiras de Basto, adiantou que o espaço onde está o fragmento do muro de Berlim é de passagem obrigatória sempre que visita Fátima.

"Nasci em França, junto à fronteira com a Alemanha, e recordo-me de ver na televisão o povo a deitar abaixo o muro", contou à Agência Lusa.

Kasia Ziolkowska, polaca, aproveitou o momento para fotografar o que disse ser um "símbolo do comunismo".

"Estou a fotografar porque é histórico", declarou, recordando as imagens de "felicidade" da queda do muro de Berlim que viu pela televisão, em 09 de Novembro de 1989, cinco meses depois de a Polónia ter eleito o primeiro governo não comunista de um país da Europa de Leste.


In iinformação

interessante e eu não sabia que havia fragmentos do muro de Berlim em Fátima muito interessante