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  • Vampiros, Lobisomens e outros.
    Iniciado por Corvo
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RR
Realmente existe uma doença que pode estar na origem do mito(?) dos lobisomens, a hipertricose.
Entretanto, na aldeia de Monsanto da Beira, onde passo algum tempo, e que por várias razões é um verdadeiro tesouro no que toca a locais assombrados, demónios (o meu preferido é o homem do barrete vermelho), etc., também se fala nos tais "asininohomens", que percorriam as ruas da aldeia a galope. Qualquer pessoa que fosse mordida por um ficava também amaldiçoada e apenas seria curada pela tal picada de alfinete, queima das roupas, etc.
É interessante que o sétimo filho de um sétimo filho tinha o futuro como lobisomen assegurado, se fosse uma sétima filha de uma sétima filha esta tornar-se-ia bruxa. A única forma de evitar que tal acontecesse (para ambos os casos), era baptizá-los com um nome específico de que não me recordo agora.
Cheguei a falar com uma senhora (hoje falecida), que jurava ter ainda conhecido um homem condenado a "correr o fado"!
VIR PRUDENS NON CONTRA VENTUM MINGIT !

AndreiaLi
#31
Citação de: Lunática em 26 abril, 2009, 18:10
Está provado que existem vampiros. Mas não como os fantasiamos. Existem "seitas" vampíricas. São grupos de culto ao vampirismo. São pessoas normais que, como tal, vestem-se de negro, afiam os dentes caninos e bebem sangue. Já assisti a alguns documentários sobre eles.

Tal como este famoso "vampiro":

Vampires: Is It Real?

Na minha opinião nao passa dum poser psicótico o gajo desse video.  :-X


gabrielcron sou de perto do Porto e nunca tinha ouvido isso de passar o fado por cá :o mas é bom saber.

Citação de: gabrielcron em 24 maio, 2009, 13:00
De todos os comentarios que vi aqui, o que mais me chamou a atenção foi o do zuhl...
eu sou do norte de portugal...e na zona do grande porto...ha umas historias a que as pessoas chamam "correr o fado"...
isto é...certas pessoas por diversas razões em determinadas noites... transformam-se em animais dos mais variados tipos: lobos, cavalos, burros, bois...
tudo isto pode ser fantasioso..mas da minha parte ouvi essas historias de pessoas que afirmam terem visto animais, a altas horas da noite a terem comportamentos anormais...
isso incluiam estar a "proteger" peças de roupa...
a irem até certas casas...e a ficarem de guarda...como se estivessem à espera de algo ou de alguem...
e tudo isto terminava com os primeiros raios de sol...
sei que numa cidade "grande" como o porto...é dificil acreditar nisto...ou ate mesmo imaginar isto a acontecer em plena cidade...





A minha avó contava-me que, na terra dela - junto a Vila Real, haviam duas irmãs que, em determinados dias, durante a noite, transformavam-se em cavalos e percorriam a aldeia, completamente descontroladas. Nessas alturas, as pessoas não se atreviam a sair de casa de noite, com medo que os cavalos as atacassem. As pessoas sabiam quem eram, mas segundo soube, nunca se curaram da "maldição". Acabaram por morrer, julgo, sozinhas.
"Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana." Teilhard de Chardin

ZeM
Boas,

A minha mãe, que é natural de uma aldeia alentejana no concelho de Mértola, afirma acreditar em lobisomens, pois a sua mãe (minha avó portanto) que tinha fama de ser uma mulher credível e verdadeira, afirmava ter testemunhado várias vezes um vizinho na aldeia transformar-se em noites de lua cheia, tal como os mineiros da aldeia afirmavam ter visto o mesmo indivíduo transforma-se em noites de lua cheia, durante turnos nocturnos nas minas.

Bem, o que é facto (e eu não cheguei a conhecer esta minha avó), é que ela tinha fama de ser muito credível e verdadeira, sincera, e que não tinha sido a única pessoa a presenciar tal fenómeno com o mesmo sujeito. Pelo que sei, esse homem já morreu à muitos anos. Cumprimentos

reprotek
#34
o tipo do vídeo e uma das muitas pessoas que fazem parte do culto do vampirismo, sendo ele um dos mais famosos....
Mas se querem a minha opinião, acho que não estamos sozinhos e que podem existir seres como vampiros, porque não?! :)



Mensagem alterada devido à utilização de abreviaturas e linguagem de chat/SMS.



Eu cá gosto mais de vampiros, mas o que curto mesmo deste tópico são sempre estes relatos das aldeias e vilas, fazem por em questão "Será que é real? Até que ponto?"

reprotek
#36
talvez porque nas aldeias e vilas, a forma de vida seja mais calma do que nas cidades, n sei :-/

a minha avo contou uma vez uma historia sobre uma bruxa que a noite «ia correr o fado» aqui na minha região. contou-me k ela e o meu avo estavam na varanda á noite, e viram a vizinha a ir á casa de banho que naquela altura era cá fora e viram-na entrar e passado minutos só saiu de la um gato preto.esquisito não?! eu acredito nela.....



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#37
Sim mais calma, todos se conhecem

#38
Citação de: Zühl em 30 abril, 2009, 19:30
Uma história que a minha bisavó me contava quando era novo:
No Carvalhal(perto de Grandola acho),quando ela ainda era mais jovem,havia um pinhal onde ela costumava ir,com um carrinho de mão,apanhar lenha e pinhas.Certo dia,enquanto ia andando pelo pinhal,viu um homem a esfregar-se e a rebolar-se pelo chão.Com medo,ela saiu dali e continuou.Passado pouco tempo voltou para trás para ter que sair do pinhal para voltar prara casa.
E no sitio onde estava o tal homem,estava um burro,e as roupas do homem espalhadas pelo chão.Então ela largou o carrinho de mão e começou a correr e só parou quando chegou a casa...

Gostava que hoje em dia ela ainda fosse viva para saber mais sobre essa história,pois fui investigar isso e realmente existem relatos que,em certas localidades,sao vistos burros e não lobos,perto de roupas,e de pessoas que tiraram as roupas a esses "animais" (diz-se que se vir um animal perto de roupas de pessoa e,ao lhes tirar a roupa,elesficam furiosos e atacam tudo o que tiver à frente)

Achei que deveria partilhar esta história apesar de ainda estar um pouco de pé atrás nesta area dos "monstros".

Enjoy ;)



Olha Zuhl, a propósito de burros e roupa, existe uma lenda típica da Península Ibérica, de uma Mula sem cabeça que deambula por aí, assustando as pessoas...
Já soube mais, sinceramente...
Mas já não me recordo, li isso algures...
Creio que essas mulas eram mulheres  se transformavam, por alguma razão má...
Investiguem Malta, é fixe ;)

Os Lobisomens é um mito muito intrínseco nas lendas de Portugal.
Vampiros é que já não se ouve falar muito...
Agora essa de "correr o fado" nunca tinha ouvido.
Burros, bois, gatos pretos, pessoas com pés de cabra...
Dessas já tinha ouvido falar, algures pelo fórum, não me recordo de quem nem de quando Undecided
Olha, fixe.
Ainda Bem que há histórias para contar, sempre desperta um pouco de mistério, magia, e ocultismo pela Malta.



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#39
Citação de: BreakGirl em 01 fevereiro, 2010, 03:17
Olha Zuhl, a propósito de burros e roupa, existe uma lenda típica da Península Ibérica, de uma Mula sem cabeça que deambula por aí, assustando as pessoas...
Já soube mais, sinceramente...
Mas já não me recordo, li isso algures...
Creio que essas mulas eram mulheres que se transformavam, por alguma razão má...
Investiguem Malta, é fixe ;)

Eu já tinha houvido falar de mulas sem cabeça, mas julgava que fosse mais folclor do meio rural no Brasil, achava que eram só histórias para assustar crianças para n se meterem no mato à noite, pelos menos foi o que ouvi, já como o saci, e uma criatura qqer que diziam que andava com pernas ao contrário (andava de costas diziam, tinhas os pés e joelho para trás e o tronco normal...) Mas vou investigar a ver o que é que descubro...

Dito isto dito feito...

A Mula-sem-cabeça é uma lenda do Folclore brasileiro.

[editar] História
A versão mais difundida é de que se uma mulher, virgem ou não, estivesse fazendo sexo e fosse interrompida por um padre católico se transformaria em Mula-sem Cabeça. Outra versão é que, se um padre engravidasse uma mulher e a criança fosse do sexo feminino viraria mula-sem cabeça e se fosse menino seria um lobisomem.

Para que ela não se manifeste, o padre deve amaldiçoá-la antes de celebrar cada missa. Segundo Pereira da Costa, isso deve ser feito antes de tocar a hóstia, no momento da consagração. Em alguns lugares, basta causar-lhe um ferimento, tirando-lhe sangue.Ao encontrar uma mula, é preciso esconder as unhas a fim de não atrair a sua ira.

A Mula-sem-cabeça sai pelos campos soltando fogo pelas ventas e relinchando, apesar de não ter cabeça. Ela é descrita como um animal negro, com pelos brancos na cabeça, olhos cor de fogo, pata na forma de laminas afiadas, com um relincho apavorante (Que seria um misto de relincho com gemido humano) e solta fogo pelas ventas. Seu encanto, segundo a lenda, somente será quebrado se alguém conseguir tirar o freio de ferro que carrega. Em seu lugar, aparecerá uma mulher arrependida.

Diz a lenda que, se escutares na madrugada o cavalgar da mula-sem-cabeça, confirmado pelo som aterrorizante emitido por ela, jamais deve olha-la, nem ao menos espia-la,pois, aquele que a espiar, será surpreendido com a mesma vindo em sua direção.

Também há uma versão mais antiga ainda, que conta que em um certo reino, a rainha tinha a mania de ir certas noites ao cemitério, sem permitir que ninguém a acompanhasse. O rei, então, decidiu seguir sua mulher, secretamente, durante uma dessas saídas, e encontrou-a debruçada sobre uma cova, que abrira com as próprias mãos cheias de anéis,devorando o cadáver de uma criança, enterrada na véspera. O rei, então, soltou um berro horrível, e quando sua mulher viu que fora pega em flagrante, soltou um berro mais terrível ainda, se transformando assim na Mula-Sem-Cabeça.

_________________________________-

Uma listinha de bichos do sítio:

A carruagem de Ana Jansen • A criação da Noite • Andurá • Anhum • Boitatá • Boiúna • Boto • Cabeça de Cuia • Cabeça satânica • Caboclo d'água • Cabra Cabriola • Cainamé • Caipora • Capelobo • Capeta do Vilarinho • Caupe • Cavalo-d'água • Chupa-cabra • Cobra Norato • Comadre Fulozinha • Corpo-seco • Cumacanga • Cuca • Curupira • Frade e a Freira • Iara • Jaci • Jupi-pari • Lenda da Amorosa • Lobisomem • Loira do banheiro • Loira do Bonfim • Mãe-de-ouro • Mão de Luva • Mapinguari • Mula-sem-cabeça • Mulher de branco • Negrinho do Pastoreio • Negro d'Água • Nhanderuvuçu • Palhaço do coqueiro • Papa-figo • Parajás • Pisadeira • Pretinho aleijado • Romãozinho • Rudá • Saci Pererê • Salamanca do Jarau • Serra do Sabarabuçu • Teiniaguá • Teju Jagua • Tucupi • Tupã • Yvy marã e'ỹ • Vitória-régia


Dica: ponham mula sem cabeça no wikipedia e terão acesso a estas criaturas aqui mencionadas



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Fogo, o teu site deve estar enganado...
Tenho a certeza que li que era na Peninsula Ibérica.
Aliás, é pena não os ter aqui comigo, não sei se algum membro conhece os livros do Escuteiro Mirim...
É uma colecção de 20 pequenos livros, e num deles está lá a Mula sem Cabeça da Peninsula Ibérica.
É pena, pqe mudei me à poucos meses e esses livros encontram se algures num armazém, esquecidos...

#41
Citação de: BreakGirl em 01 fevereiro, 2010, 21:54
Fogo, o teu site deve estar enganado...
Tenho a certeza que li que era na Peninsula Ibérica.
Aliás, é pena não os ter aqui comigo, não sei se algum membro conhece os livros do Escuteiro Mirim...
É uma colecção de 20 pequenos livros, e num deles está lá a Mula sem Cabeça da Peninsula Ibérica.
É pena, pqe mudei me à poucos meses e esses livros encontram se algures num armazém, esquecidos...

Não estou enganado não, lembro-me perfeitamente de ter visto essa figura no gibis do Chico Bento quando era míudo ( Turma da Mônica  ::)  ) das duas uma ou essa figura veio da nossa Península para lá, ou de lá para cá, pois uma coisa é certa: uma coisa é ser típico de cá, outra é ter origem de lá, de onde é que esse bicho veio fazem uma boa questão...


Uma coisa boa a escrever nas nossas cabeças: não existem ideias erradas ou certas, mas sim ideias mal ou melhor estruturadas, uma coisa é de onde isso veio, outra é de onde é só típico, és assim tão boa em História Cultural para determinares se isso está errado ou certo?   ;) :D

"A Mula-sem-cabeça é uma antiga lenda dos povos da Península Ibérica, que foi trazida para a América pelos espanhóis e portugueses. Esta história também faz parte do folclore mexicano (conhecida como "Malora") e argentino (com o nome de Mula Anima). Pressupõem-se que este mito tenha nascido no século doze, época em que as mulas serviam de transporte para os padres.

No Brasil, a lenda disseminou-se por toda a região canavieira do Nordeste e em todo o interior do Sudeste. A Mula-sem-cabeça, representa uma espécie de lobisomem feminino, que assombra povoados onde existam casas rodeando uma igreja.

Segundo esta lenda, toda a mulher que mantivesse estreitas ligações amorosas com um padre, em castigo ao seu pecado (aos costumes e princípios da Igreja Católica), tornar-se-ia uma Mula-sem-cabeça. Esta história tem cunho moral religioso, ou seja, é uma repreensão sutil ao envolvimento amoroso com sacerdotes e também com compadres. Os compadres, eram tidos como pessoas da família, e qualquer tipo de relação mantida entre eles, era considerada incestuosa.

A metamorfose ocorreria na noite de quinta para sexta-feira, quando a mulher, em corpo de mula-sem-cabeça, corre veloz e desenfreadamente até o terceiro cantar do galo, quando, encontrando-se exaurida e, algumas vezes ferida, retorna a sua normalidade. Homens ou animais que ficarem em seu trajeto seriam despedaçados pelas violentas patas. Ao visualizar a Mula-sem-cabeça, deve-se deitar de bruços no chão e esconde-se "unhas e dentes" para não ser atacado.

Dizem também, que se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece.

A mula-sem-cabeça também é conhecida como a burrinha-do-padre, ou simplesmente burrinha."


BreakGirl deves se calhar ter lido este texto, foi um dos que encontrei com referência à Peninsula Ibérica. É natural que o mito tenha passado da Europa para a America devido à colonização.

Também existe esta versão:

Por Rosalina Rocha Araújo Moraes
Introdução

A mula-sem-cabeça é um personagem de uma lenda do folclore brasileiro que possui corpo de eqüino e uma tocha de fogo no lugar da cabeça. De acordo com a região do nosso país pode haver variações na nomenclatura utilizada, podendo ser chamada de: "Mulher de Padre", "Mula de Padre", "Mula Preta", entre outros.

Entre as diversas descrições que existem é comum atribuir à mula-sem-cabeça as seguintes características:

- sua cor é sempre marrom ou preta;
- não possui cabeça, mas sim uma tocha de fogo no lugar;
- traz, nos cascos, ferraduras de ouro ou de prata que fazem um enorme barulho;
- relincha muito alto podendo ser ouvida há muita distância;
- costuma imitar gemido humano;
- só aparece altas horas da madrugada e dá preferência às noites de quinta e de sexta-feira quando faz lua cheia;

Como é comum às histórias populares não se sabe ao certo quando nem em que região brasileira surgiu essa lenda. O certo, é que é uma história contada com o firme intuito de assustar as meninas e moças dos povoados brasileiros desde os primeiros séculos. Dessa forma os pais buscavam manter, por meio do medo, o controle das filhas e a garantia da manutenção de princípios morais.

A versão mais conhecida

A versão mais conhecida e tradicional da lenda conta que, há muitos anos uma jovem e um padre de um arraial do interior do Brasil, se apaixonaram e tiveram um relacionamento amoroso. Como castigo pelo pecado cometido recaiu sobre a moça uma maldição que a condicionou para todo o sempre a transformar-se, em determinadas noites, em uma terrível mula de cabeça de fogo que sai pelas ruas "cumprindo o seu fadário, a correr desabaladamente, ao fúnebre tilintar de cadeias que arrasta, amedrontando os supersticiosos" (Aurélio, 2004). Acreditam então, os mais supersticiosos, que sempre que, em algum lugar, uma mulher e um padre tiverem um relacionamento amoroso a maldição se repetirá.

Diz o dito popular que a mulher que carrega essa maldição procura sempre uma encruzilhada para se transformar na assombração. Daí percorre "sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos" (site: http://sitededicas.uol.com.br/folk10.htm ). Por isso mesmo para não ser atacado, os mais velhos aconselham que quem a vir tem que jogar-se rapidamente de bruços no chão e esconder os olhos, as unhas, e os dentes. Embora não se saiba qual o motivo desse fascínio da mula por essas partes do corpo, dizem que essa estratégia funciona e que feito isso a besta se afasta.

Variações da lenda

Há ainda outras versões menos conhecidas dessa lenda:

•uma que atribui a metamorfose da mula-sem-cabeça à perda, pelas moças, da virgindade antes do casamento;

•outra faz referência a uma rainha que tinha o hábito de devorar cadáveres de crianças no cemitério. Certa noite, tendo sido seguida e flagrada pelo rei cometendo o ato delituoso, teria se transformado na aberração e saído em disparada pelas matas para nunca mais reaparecer.
•Há ainda versões que envolvem a maldição do padre e não da moça. Nesses casos o padre é condenado a passar a eternidade transformando-se em um "padre-sem-cabeça" que sai nas noites de lua cheia assustando as pessoas. Dizem que às vezes é visto correndo a pé e outras montado em um cavalo fantasma.
Possibilidades de interpretações

É importante observar que todas as versões apontam para a manutenção de princípios defendidos tanto pela igreja católica quanto pela sociedade ao longo da história do Brasil.

O celibato dos padres é, ainda hoje, um assunto polêmico, nem por isso a igreja abre mão desse princípio. Poder-se-ia talvez atribuir essa versão da lenda ao momento histórico da chegada dos jesuítas no Brasil, pois sabe-se que era comum naquela época situações de concubinato entre padres portugueses e nativas brasileiras.

Também no caso da rainha que devorava cadáveres é possível fazer uma relação com o período jesuítico. A história afirma que ao chegarem ao Brasil, um dos principais desafios desses religiosos era combater a antropofagia, ou seja, a prática dos índios de consumirem carne humana. Na cultura indígena esse não era um ato pecaminoso, pelo contrário, ao devorar seus semelhantes acreditavam receber destes, características como sua força, saúde, valentia, etc. Para a igreja católica e para a cultura européia, no entanto, essa atitude era demoníaca e inadmissível, por isso deveria ser banida.

No caso da versão que trata da perda da virgindade, mais uma vez tem-se uma ligação com as crenças da igreja católica e da sociedade européia. Entre os nativos brasileiros não existia a cultura do casamento e as relações sexuais aconteciam espontaneamente entre os membros da tribo. No caso da civilização européia, porém, o casamento era uma instituição importantíssima e a virgindade era uma condição para que uma jovem pudesse se casar. Uma moça que tivesse relações sexuais antes do casamento era excluída da família e marginalizada da sociedade.

Nas variações que envolvem a maldição do padre e não da mulher esta é vista como a vítima, que teria sido envolvida e seduzida pelo religioso ou muitas vezes tomada à força, vítima de estupro ou abusos sexuais. Mais uma vez percebe-se a intenção clara da igreja de coibir a prática do sexo pelos padres, nesse caso, com o agravante da não permissão da parceira que só se submete a tal ato devido à violência física ou moral que sofre.

Bem, seja qual for a versão, diz-se que o feitiço da mula-sem-cabeça só será quebrado no dia em que alguém conseguir lhe arrancar o cabresto, retirar os freios de suas narinas, ou feri-la com um alfinete virgem retirando-lhe pelo menos uma gota de sangue. Em de Santa Catarina acredita-se que para descobrir se uma mulher é concubina de um padre basta por no fogo "um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é" (site: http://sitededicas.uol.com.br/folk10.htm).

Para concluir fica a reflexão: a lenda da mula-sem-cabeça é apenas uma narrativa do folclore brasileiro utilizada para distrair e assustar em noites de contação de história ou teria uma lógica controladora por trás dessa narrativa fantástica?
Sou como sou, quem gosta, muito bem.
Quem não gosta, paciência!
Viva a liberdade de escolha!

O que eu gostava de saber é como é que se chamava uma figura do folclore brasileiro, que fala sobre um rapaz que tem a particularidade de ter as pernas ao contrário (em vez de ter joelhos e pés para a frente tem nas "torcidas" para trás, tem todos os dentes canino e tem cabelo de fogo.

Ao que sei, diziam que ele habitava nas florestas e n sei mais do que isto, alguém está a reconhecer este personagem do folclore brasileiro?