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  • A minha história
    Iniciado por emiliejane
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Boa noite!
Sou nova no fórum e não sei se este tópico em, particular, já foi ou não discutido noutro lugar. Depois de muito procurar na Internet sem qualquer sucesso achei que este seria o local indicado para dar a conhecer a minha história. Espero que me ajudem e que tenham paciência para ler um "testamento" destes... :)

Sou uma pessoa com mediunidade aflorada desde criança, apesar de me tentar convencer do contrário. A (longa) história que vou contar acompanha-me há muito tempo, intriga-me e alimenta-me, ao mesmo tempo. Conheço uma pessoa (que me é muito especial) há muitos anos, perto de dez. Quando o conheci senti de imediato uma sensação muito estranha dentro de mim, quase inexplicável, como se perto dele me sentisse em casa, em segurança ou até mesmo em família. Apesar de ter aquele feeling de já nos termos conhecido no passado ambos chegámos à conclusão de que aquela teria sido a primeira vez, isto é, quando travámos conhecimento não passávamos de dois estranhos. A aproximação foi gradual mas sempre muito intensa, motivada pelas inúmeros pontos que temos em comum (ex. data de nascimento, local de nascimento, bairro onde crescemos, escolas onde andámos, gostos e preferências culturais e, inclusivamente, parecenças físicas ou tanto ou quanto assustadoras, como se fôssemos irmãos gémeos). Sempre que nos encontrávamos ambos sentíamos uma energia muito bonita no ar... Um olhar ou outro mais intenso, um toque de mãos, um abraço mais prolongado do que o habitual. Sentia-me muito bem na sua presença. Contudo, o seu olhar fazia-me confusão... Era um olhar profundo, fixo, como se lesse todos os poemas que o meu coração gritava naquele momento, como se me estudasse em profundidade e soubesse todos os segredos que eu fazia questão de guardar a sete chaves. O nosso pensamento parecia estar ligado por uma linha invisível, o que me fazia alguma confusão uma vez que não havia qualquer compromisso, éramos apenas dois bons amigos que partilhavam as mesmas paixões na vida. Nunca conheci uma pessoa tão especial como ele, tão sincero, tão preocupado com os outros, que abre mão de tudo para me proteger. Há quem comente que nos conhecemos numa vida passada.

Há cerca de dois anos algo menos bom aconteceu entre nós. Houve um afastamento gradual, o contacto permanente deixou de existir e eu jurei a mim mesma que, de uma maneira ou outra, teria de o apagar do meu coração. Era impossível. Tentei de todas as formas apagar quaisquer sinais que me transportassem a esta amizade: cheiros, músicas, filmes, lugares, sabores, amigos... Em vão. Levou algum tempo mas passados alguns meses o meu pensamento já tinha "voado para outra freguesia", apesar de ainda me lembrar com carinho de tudo o que passámos em conjunto. Apenas não me trazia lágrimas aos olhos, já era natural e saudável. No entanto, o ano passado, houve um reencontro casual que, inevitavelmente, revelou a mesma intensidade do passado. Se era amor? Se era algo igualmente forte? Nunca entendi, mas sabia bem e era mágico. Prometi que voltaria a estabelecer contacto com ele, que nos poderíamos encontrar novamente, que não o iria largar. Mas tal não aconteceu. E porquê? Porque me senti invadida pelo medo de me intrometer em algo que já não me pertencia. Afinal, após o longo período de afastamento, não sabíamos da vida privada de cada um. Conclusão, afastei-me propositadamente para não me magoar novamente. Ele acabou por fazer o mesmo.

Já há cerca de um mês, por força das circunstâncias, vi-me obrigada a mudar de local de residência, para o centro de Lisboa. Após a azáfama da mudança comecei a dar conta de certas coisas que iam acontecendo à minha volta. Desde cheiros nas ruas que me remetiam para um certo perfume (e que mais ninguém era capaz de cheirar), números, horas curiosas, frases nos mupis das paragens de autocarro com as quais me cruzava, matrículas dos carros com as iniciais do nome dele, datas de eventos que me eram muito familiares. Eram apenas coincidências mínimas que tornavam o meu dia muito mais engraçado. Apesar de deitar os olhos nunca levei esta sequência de eventos muito a peito, era uma brincadeira divertida com a qual me entretinha. Inclusivamente vislumbrei um carro com o mesmo modelo e matrícula do seu a passar por mim, mas rapidamente me mentalizei que teria de ser realista e parar de imaginar coisas.

Até há duas semanas. Acordava sempre à mesma hora (de madrugada, perto das 4 da manhã), com uma sensação de que alguém me vigiava de perto. Deitava-me, de novo, na cama e sentia uma energia muito forte perto de mim, como se alguém estivesse a deitado mesmo ao meu lado, a observar-me. O meu cão acordava, sensivelmente à mesma hora, como se desse conta de movimentos estranhos dentro do quarto. Houve, inclusivamente, uma manhã em que encontrei uma pena preta com uma risquinha branca na minha almofada. Como já disse, nunca pretendi dar atenção a estes acontecimentos e, mesmo assim, sonhava com uma figura (indistinta) que me abraçava e protegia, praticamente todas as noites... Nunca cheguei a distinguir traços físicos ou voz. Era apenas alguém que eu não reconhecia. Mas que me era muito familiar. Ainda hoje oiço e sinto movimentações no silêncio da noite, presencio cortes súbitos de energia, sinto leves toques nas costas ou nos braços, o mesmo perfume doce no ar que mais ninguém detecta...

Anteontem, após sair do trabalho, deitei o olho (muito repentinamente) para um local que nunca observo. E no meu campo de visão estava estacionado o carro dele. Precisamente duas ruas abaixo da minha, num local destinado a residentes. Não quero acreditar que se trata de um sinal ou que todos estes acontecimentos recentes se encontram interligados porque sou uma pessoa muito racional para perder tempo com este tipo de coincidências. Mas algo me diz que ele não desapareceu totalmente da minha vida, apesar das minhas tentativas. Porque volta ele sempre? Existe alguma razão para que isto me esteja a acontecer?

Por favor, gostaria mesmo que alguém me desse a sua opinião sobre este assunto. Devo perder o medo e contacta-lo? Precisava tanto de o ter novamente perto de mim. Uma necessidade que nunca consegui explicar, como se ele fizesse parte de mim. Conhecemo-nos a fundo, nem são necessárias palavras para que a conversa flua.
O querem estes pequenos sinais dizer?

Muito obrigada desde já!
Emmy

Trish
#1
Achei a tua história muito interessante e em certas coisas que descreveste identifiquei me nelas. Da experiência que tenho posso te garantir que os pequenos sinais, por mais que nós não damos importância querem mesmo dizer algo. Apesar de na tua historia ter havido um afastamento gradual entre vocês a verdade é que tem mesmo uma grande ligação que acredito também que já venha de vidas anteriores, como até podem mesmo ser almas gémeas.
Acho fantástica essa ligação e sei bem o que é ter uma ligação desse género :)

Quando temos uma ligação destas com alguém, por mais que nos afastemos tanto naturalmente ou por nossa vontade, essa ligação mantém se e por isso é que recebemos esses sinais porque o que está ligado a nós fica ligado para sempre :)

Citação de: emiliejane em 07 abril, 2014, 21:17
Não quero acreditar que se trata de um sinal ou que todos estes acontecimentos recentes se encontram interligados porque sou uma pessoa muito racional para perder tempo com este tipo de coincidências.

emmy, ñ acredito em coincidências! tua história é muito interessante...  ;)

alu
Olá Emmy  :)

A tua história faz-me lembrar muito a minha...Há uns anos atrás, aí com 16 anos, apaixonei-me como louca por um homem que tinha uns belos 30 anos. Nunca houve nada entre nós, apenas uns olhares, um flirt, até porque eu era muiiito nova para ele e ele era amigo da minha familia... O "estranho" da história é que havia sempre coisas estranhissimas a acontecer... Uma vez decidi ligar-lhe, ele não tinha o meu número de telefone, mas como ele não atendeu, eu esqueci o assunto e fui para as aulas...Nesse mesmo dia, quando saí das aulas e cheguei á paragem do autocarro...surpresa da minha vida, ele estava lá...Nunca o tinha visto naquele lugar antes, nunca mais o vi naquele lugar depois...não falamos, peguei nas minhas coisas e desapareci dali, limitei-me a fugir e ir embora apenas no autocarro seguinte para não ter de partilhar o mesmo espaço que ele sem poder sequer abrir o meu coração... Passei dois anos da minha vida completamente apaixonada por ele, sofri imenso porque nunca dei um passo que fosse no sentido de me aproximar, por causa da diferença de idades e tudo isso... Passei por uma fase muito complicada, muito em baixo, perto de fazer um disparate, porque achava que ele era o único homem para mim...o extraordinário para mim é que, sempre que eu fugia de um lugar que ambos frequentavamos, na tentativa de o esquecer e seguir com a minha vida, ele aparecia noutro lugar qualquer que apenas eu costumava frequentar, de cada vez que decidia fugir, era como se ele me encontrasse...Aconteceu inúmeras vezes encontrá-lo em lugares estranhos para os hábitos dele e sempre em momentos em que ou eu estava muito mal por alguma razão, ou tinha decidido afastar-me e esquecer... era mesmo estranho. Hoje estou feliz e apaixonada com alguém que amo do fundo do coração e que sei que é "o tal"... e ele, ele continua solteiro... Claro que não sei o que poderia ter sido, isso porque se todas as "coincidências" eram sinais, eu optei por ignorar e esquecer e não me arrependo nem um pouco...

No teu caso parece-me que há uma ligação muito especial entre vocês e que tu não estás bem sem ele...Porque não tentas saber? Pode ser que sofras, mas também pode ser que todos os sinais estejam certos e não seja para sofrer...quem sabe? Parece-me que a vossa ligação é muito...na falta de melhor palavra vou usar "espiritual"... Eu não sou nenhuma entendida, mas será que há mais alguma coisa por trás destas coincidências? e se houver, será que não te estão a mostrar o caminho a seguir?