Tudo nada ...

Excertos ...

Estou bem ... bem mal ...

Pouca, e tanta coisa importa,
Segue timida, desinibida...
Vida de linha direita, é uma reta muito torta,
Sobrevivência folgada, existência sofrida ...

É tão pesado, o peso do algodão,
Num íngreme escalar, flutua ..
Ideia bizarra, sedenta de atenção,
No brilho diurno, da Lua ...

Aquela indiferença, a importante sensação,
Fingo não ver, mas vou olhando ...
Afastamento próximo e longínqua atracção,
Olhando, e o que vejo me cegando ...

Esta minha sorte, tão azarada,
Me dá, e dando não tenho...
Coisa infame, doçe abençoada,
Tudo novo, é tudo velho ...

Falta-me, o que já tenho seguro,
Muito pouco, é talvez suficiente ...
Como o brilho intenso do escuro,
Fico alerta, estando dormente ...

Soltando-me, tento me agarrar,
Tudo é meu, e meu nada há...
Tenho mãos cheias, repletas de ar,
Vindo para cá, caio para lá ...

E no lar, sou vagabundo,
Estou sozinho, na multidão ...
E no universo, deste mundo,
Vou escolhendo, sem opção ...

Mergulho, nesse vazio imenso,
Num alto voo, lento é o caminhar ...
Passam horas e dias, tudo inerte ... intenso,
Aqui esperando parado, espero te alcançar ...

Sou, mesmo que por vezes não seja,
Não estando, fico onde me deixas estar ...
Dizendo "Amo-te" furiosamente, como quem beija,
Entre os gritos surdos, do meu chorar...

by: Seth

Quantas contradições! Mas delas também é feita a vida e o amor, não é mesmo? Mas na hora certa, que pelo sol ou pela lua, o caminho há de se endireitar.

Estava com saudades de tuas palavras...