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  • Crianças-lobo
    Iniciado por MissTiny
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Rudyard Kippling escreveu sobre um jovem índio que foi adoptado por uma família de lobos. Vendo que o garoto não possuía pêlos eles o chamaram de "Mowgli" (Pequeno Sapo). Ele cresceu para se tornar um caçador e com o tempo acabou matando Shere-Khan, o tigre – a maior ameaça para sua matilha.
Histórias, em muitos casos, possuem alguma base na realidade. Nos início do século XX surgiram vários relatos de crianças lobo vindos da Índia e de crianças babuíno, crianças gazela e crianças macaco vindos da África. Elas foram classificadas como Homo ferus pelo biólogo sueco Carolus Linnaeus no século XVIII mas o nome pelo qual ficaram conhecidas popularmente foi o de crianças lobo, devido ao seu comportamento selvagem, seu desdém pelas autoridades, desgosto por roupas e em muitos casos uma grande afinidade por carne crua.

Essas crianças muitas vezes uivavam, mostravam os dentes para mostrar desprazer, arfavam quando sentiam calor e corriam de quatro, como foi o caso de Amala e Kamala – duas garotas ferais encontradas em Calcutá, Índia. Um missionário local tocou três lobos adultos de uma toca e lá dentro deitadas em posição fetal junto com dois filhotes de lobo estavam duas garotinhas. Elas foram colocadas numas pequenas jaulas e transportadas para o orfanato local. A viagem acabou desgastando muito as garotas e quando finalmente chegaram ao seu destino mal tinham forças para beber água de lenços húmidos. Amala morreu um ano depois com dois anos e meio de idade. Kamala – que já tinha oito anos quando a encontraram – viveu até os dezessete anos quando finalmente morreu de intoxicação. Provavelmente por causa da dieta a que a submeteram. Actualmente se acredita que muitas dessas crianças eram gravemente autistas. Muitas, como Amala e Kamala, exibiam as mesmas características que as chamadas crianças lobo: elas mordiam, comiam carne crua, insensibilidade para frio ou calor e uma grande afinidade para com sons e aromas.

Jean Grenier, um lobisomem assumido, exibia todo o comportamento patológico característico das crianças lobo. Uma corte o declarou culpado de ser lobisomem e o sentenciou à morte; subsequentemente recebeu o perdão e foi condenado a passar o resto da vida num Monastério Franciscano. Um caso muito mais benigno que marcou a história do tratamento de garotos lobos foi o de Victor de Aveyron da França, que foi diagnosticado como sendo autista por Jean Itard que pacientemente e amorosamente trabalhou com o garoto por anos. Victor nunca aprendeu a falar e permaneceu apresentando muito do seu comportamento selvagem, mesmo assim viveu até a idade relativamente avançada de quarenta anos.

Existem crianças abandonadas ou perdidas em locais ermos que acabaram por ser adoptadas por animais. Estas crianças criam hábitos semelhantes aos dos seus cuidadores. Quando são encontradas com mais de cinco anos as dificuldades de adaptação e da fala são em geral mais dificeis.