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  • A rebelião das baratas
    Iniciado por Jeff London
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Jeff London
A casa até que não era tão velha, quer dizer, dava até pro gasto. O problema todo era a ligação de esgoto, mal feita e mal projetada. Isso não dava boa coisa. Fora o cheiro que baixava de vez em quando, tinhas as malditas baratas que apareciam a toda hora, e em todo lugar. Ora vinham do ralo, bem na hora do banho. Ora dos canos da pia, bem na hora de se lavar os talheres, e ora vinham do vaso sanitário, bem na hora... bem... essa parte deixa pra lá.
O fato é que já era uma infestação! E mauricio já tinha declarado guerra a todas. Nem tinha mais asco delas. Com a mão mesmo costumava esmagá-las. Além do básico de pisotea-las, queima-las, achatá-las, assassiná-las, borrifá-las, jogar bomba atômica sobre elas, e disparar nelas com armas de fogo de grosso calibre... enfim, o básico mesmo.
Um dia chega em casa. Tudo numa boa! Jamais havia sido tão bem tratado... jantar levado na cama, o quarto arrumado pela irmã que sempre só atazanava, os trabalhos escolares feitos pelo próprio pai, além do tapinha amistoso nas costas do irmão mais velho, que apenas um dia antes, só sabia dar cascudos.
Que dia maravilhoso! - pensou ao deitar-se.
Só não tardou a maçaneta da porta girar, e os parentes entrarem com sorrisos estranhos no rosto...
Caraca velho! - disse pro irmão - Assim você me pega com as calças na mão.
-Que cara são essas? - Mal terminou a pergunta, e milhares de baratas imundas, da casca grossa e brilhante, abandonaram o couro vazio de seus hospedeiros. Saiam pela boca, olhos e outros lugares que não vem ao caso mencionar.
Eram muitas... e voavam... não poderia ser pior!  Barata voadora!
Mauricio corria feito gazela manca. Porta, escada, parede de concreto? Que é isso, nem tomou conhecimento...
O problema é que pra onde corria tinha barata.
Uma lagartixa apareceu para ajuda-lo, achando que ia se banquetear. Mas foi devorada pelas baratas! Mauricio seria o próximo.
Quando estamos apertados, costumamos ter lampejos de genialidade. Mas com Mauricio não era assim, por isso se lembrou da magno 44 que ele guardava debaixo da pia,para detonar as baratas que apareciam, e deu um tiro certeiro no botijão de gás!
É... o quarteirão todo foi pelos ares. Pelo menos, as baratas também.
Mauricio foi preso... pasmem... não por ter mandado todo o quarteirão pro inferno. Mas por portar arma sem autorização ( lembrem-se, essa estória se passa no Brasil, né ).
Já na cela, cercado por quatro homens, gabava-se por estar em cela especial por ter curso superior.
De repente, os quatro homens murcham como balões que se esvaziam, e advinhem.... isso mesmo... Baratas!




Faz-me lembrar o relato do Buhr.
É um bom conto, interessante, mas deveria antes ser colocado na parte de Literatura, já que aqui é para casos reais.