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  • Prelúdio da volta à vida corporal
    Iniciado por Anitacleo
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As encarnações e desencarnações são fases importantes e necessárias, que se alternam por uma imensidade de vezes, na escala evolutiva do Espírito.

Assim como, para o Espírito, a morte do corpo é uma espécie de morte, ou antes, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos pelo mundo corporal, como o homem deixa este mundo por aquele.

A desencarnação é um processo de síntese; síntese orgânica e síntese psíquica.

A encarnação é um processo de análise. É a subdivisão da consciência em faculdades diversas e do sentido único em sentidos múltiplos, para facilitar o seu exercício e conduzir ao seu desenvolvimento.

A união de alma e corpo começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. O invólucro fluídico é que liga o Espírito ao gérmen, e essa união vai-se adensando, torna-se mais intima de momento, até que se completa quando a criança vem à luz. No período intercorrente, da concepção ao nascimento, as faculdades da alma são pouco a pouco assomadas pelo poder sempre crescente da força vital, que diminui o movimento vibratório do perispírito, até o momento em que, não atingido o mínimo perceptível, o Espírito fica quase totalmente inconsciente. Dessa diminuição de amplitude do movimento fluídico é que resulta o esquecimento.

"Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo de formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior."

"Desde que este ( o Espírito) é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, `a medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações."

André Luiz nos relata, detalhadamente, o imenso carinho e os inúmeros cuidados que o Mundo Espiritual dedica ao processo reencarnatório.

Na admirável obra Entre a Terra e o Céu, ele nos narra a elevada curiosidade de Hilário, que obtèm de Clarêncio profundas explicações sobre a intimidade da encarnação.

"Os princípios organogênicos essenciais do perispírito de Júlio (o reencarnante) já se encontram reduzidos na intimidade do altar materno, e, a maneira de um imã, vão aglutinando sobre si os recursos de formação do novo vestuário de carne que lhe será o vaso próximo de manifestação."

"A reencarnação, tanto quanto a desencarnação, é um choque biológico dos mais apreciáveis. Unidos à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre influência de fortes correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática."

"Durante a gravidez de Zulmira, a mente de Júlio permanecerá associada à mente materna, influenciando, como é justo, a formação do embrião. Todo o cosmo celular do novo organismo estará impregnado pelas forças do pensamento enfermiço de nosso irmão que regressa ao mundo. Assim sendo, Júlio renascerá com as deficiências de que é ainda portador, embora favorecido pelo material genético que recolherá dos pais."

Em Missionários da Luz, deparamos com preciosas ilustrações a respeito da complexidade de iniciativas que o Plano Espiritual realiza, sempre que retorna ao mundo corporal um Espírito em resgate ou complementação de tarefas mal executadas em vida anterior.

Um bondoso orientador espiritual (Alexandre), interessado no sucesso reencarnatório de seu protegido (Segismundo), comenta com Herculano:

"Já observei o gráfico referente ao organismo físico que o nosso amigo receberá na idade madura, como consequência da falta cometida no passado. Segismundo experimentará grandes perturbações dos nervos cardíacos, mormente os nervos do tônus."

"Com exceção do tubo arterial, na parte a dilatar-se para o mecanismo do coração, tudo irá muito bem. Todos os genes poderão ser localizados com normalidade absoluta."

Interessado na reencarnação de Segismundo, fala, com relação aos seus futuros pais:

"Voltaremos a vê-los no dia da ligação inicial de Segismundo com a matéria física. Preciso cooperar, na ocasião, com os nossos amigos Construtores, aos quais pedi me apresentassem os mapas cromossômicos, referentemente aos serviços a serem encetados.

Em relação ao sofrimento por que passava Segismundo para sua encarnação explica:

"Desde muito, e, particularmente, desde a semana passada, está em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. À medida que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou em nossa esfera, através da assimilação dos elementos de nosso plano. Semelhante operação é necessária para que o organismo perispiritual possa retornar a plasticidade que lhe é característica e, no estágio em que ele se encontra, o serviço impõe-lhe sofrimentos.

Mas nem todos os reencarnantes devem passar pelos mesmos sofrimentos. É que, diz o Orientador, "os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. As facilidades e obstáculos estão subordinados a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso a Crosta ou na libertação dos veículos carnais. Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o nosso concurso."


Fonte:Espiritismo na rede
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