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  • Mediuns-eles vêem espíritos
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No rádio tocava Oceano, de Djavan. Maurício ia de São Paulo a Santos e acabava de entrar no primeiro túnel da Rodovia dos Imigrantes. Foi quando sentiu um calafrio e ouviu:

– Ai, gosto tanto dessa música.

– Tia, o que a senhora está fazendo aqui?, disse Maurício, reconhecendo a voz.

– Ué, estou indo para a praia, responde a tia, com naturalidade.

– Mas a senhora não pode. A senhora está morta faz uma semana.

Dona Rosa, a tia de Maurício que apareceu no carro de repente, reclamava de que estava perdida e ninguém tinha ido buscá-la. "Só vi o Zé [o irmão dela], mas parecia que ele estava de fogo", disse. Sem saber o que fazer, o sobrinho sugeriu que­ ela aguardasse pa­ra seguir seu caminho. Antes de sumir do veículo, a mulher agradeceu a coroa de flores e só não deixou mais perplexo o administrador e engenheiro eletricista Mau­rício Casagrande porque essa não era a primeira vez que algo parecido acontecia. As primeiras manifestações estranhas apareceram na infância, mas foi depois dos 27 anos que ele passou a protagonizar cenas de horror: acordava durante a noite e via figuras cadavéricas no quarto, ouvia vozes e começou a adivinhar data e hora da morte de pessoas próximas. Entre o susto e o incômodo, buscou ajuda médica com psicólogos, psiquiatras, neurologistas. Nun­ca encontrou nada errado.

Para a ciência, espíritos não existem. Nossa personalidade, nossa inteligência, nosso caráter, tudo é determinado pelas conexões cerebrais. Quando morremos, as células têm o mesmo fim, sem deixar possibilidade para alma ou fantasmas aflorarem. Mas os próprios cientistas reconhecem que relatos de experiências sobrenaturais e de contato com os mortos, como o do engenheiro Maurício, estão presentes em diversas civilizações e são quase tão antigos quanto a escrita. A possessão por deuses e demônios aparece desde 2000 a.C. O Tratado do Diagnóstico Médico e do Prognóstico, um conjunto de 40 pedras ba­bilônicas dedicadas à medicina, descreve as alucinações auditivas e as ausências súbitas com um caráter sobrenatural. Hieróglifos também revelam que os egípcios acreditavam que mortos ou demônios entravam no corpo dos vivos e provocavam tais sintomas. O caráter sagrado também esteve presente na Grécia antiga, onde alucinações eram chamadas de "doença sagrada" ou "doen­ça da Lua". Com o advento do cristianismo, os inúmeros deuses deixaram de ser a causa para esses fenômenos. Surgiram as explicações naturais, como a de que a Lua provocava o aquecimento da Terra e isso faria o cérebro derreter, gerando as crises. Na Idade Média, quem tinha alucinações era considerado herege. Joana D'Arc, queimada em 1431 quanto tinha 29 anos, começou a ouvir vozes e perceber luzes estranhas ainda adolescente. Hoje, os espíritos inspiram todo um gênero de cinema – os filmes de terror –, sem falar em contos da literatura universal, novelas e conversas em família. Com tantas histórias distantes, porém parecidas, é muito fácil acreditar que há algo além ao nosso redor.

Apesar de tantos relatos semelhantes, só nos últimos 20 anos é que o assunto saiu dos filmes de terror e voltou a ocupar as páginas de estudos científicos sérios. As pesquisas focam desde o perfil dos chamados médiuns a análises neurológicas que relacionam alucinações a epilepsia e ao fenômeno do déjà vu. Ainda não existe uma explicação definitiva do fenômeno da mediunidade, mas há conclusões suficientes para destruir vários mitos sobre o tema.

Quem vê gente morta?

Primeiro mito: o de que pessoas que afirmam ver espíritos são malucas. Em boa parte dos casos, quem vive esse fenômeno são profissionais com ensino superior, pais e mães de famílias de classe média e alta, que mantêm a experiência em segredo e recorrem a dezenas de médicos para saber o que está acontecendo. Em 2005, o psiquiatra Alexander Moreira de Almeida, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e membro do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos (Neper) da USP, aplicou testes psicológicos em 115 médiuns da capital paulista. A maioria deles era formada por pessoas que afirmavam incorporar espíritos, falar coisas que estão sendo ditas por mortos, ter visões e ouvir vozes. Almeida descobriu que pessoas bem instruídas e ocupadas formavam sua amostra: 46,5% tinham escolaridade superior e apenas 2,7% estavam desempregados. "Esses dados mostram que não são pessoas desajustadas socialmente", diz. A maior revelação veio dos resultados do SQR (Self-Report Psychiatric Screening Questionnaire), um questionário aplicado para detectar transtornos mentais. Quanto mais respostas positivas, mais alta é a probabilidade de a pessoa ter um transtorno. "Em menos de 8% delas o resultado deu positivo, o que é muito pouco. Na população brasileira, esse índice fica entre 15% e 25%." Outra surpresa veio com o teste de Escala de Adequação Social. O psiquiatra verificou que os médiuns que relatavam incorporar espíritos com uma freqüência maior eram os mais ajustados socialmente e também aqueles que menos tinham sintomas de transtornos psiquiátricos.

A notícia é um alívio para quem sofre a pressão de viver experiências mediúnicas e se pergunta o tempo todo onde está o limite entre a loucura e a sanidade. "Sou um cara cético. Até hoje me pergunto se o que vejo não é criação da minha cabeça", diz Maurício Casagrande. "Quando as imagens ficaram mais freqüentes, achei que estava ficando esquizofrênico e fui procurar ajuda na medicina." Maurício chegou a dormir duas noites no Hospital São Paulo, vigiado por equipamentos de mapeamento cerebral, e a tomar ansiolíticos, que não o impediram de continuar acordando com presenças fantasmagóricas. Apesar das inúmeras tentativas, não se descobriu nenhum transtorno mental. "Até que um dia um médico falou para eu procurar um lado mais espiritual. Veja só: um médico falando isso!", diz ele.

As consultas médicas também fizeram parte da adolescência de Regina Braga, hoje com 52 anos. Aos 15, ela começou a acordar rodeada de estranhos. "Eram figuras grotescas. Eu via pessoas com os olhos esbugalhados em cima de mim. Comecei a entrar em parafuso", diz. Os pais passaram a levá-la a médicos, que receitavam calmantes. "O tranqüilizante era uma porta de acesso maior. Eu relaxava, ficava indefesa e os ataques à noite eram mais ferozes." Aos 17 anos, Regina entrou em uma espécie de coma. "Os médicos fizeram de tudo para que eu despertasse, mas eu não tinha nenhuma reação." Ao sair do que chama de "transe", foi transferida para a clínica de um médico espírita, que soube tratá-la (leia ao lado boxe sobre a doutrina). "Se fosse outro médico, acho que me mandaria para um hospício."

O medo de ter problemas mentais impede muitas pessoas de falarem abertamente sobre o assunto. "A literatura médica diz que de 15% a 30% da população tem algum tipo de vivência sobrenatural. Essas pessoas não contam para ninguém por medo de acharem que estão loucas", afirma o psiquiatra Almeida. O engenheiro Maurício é um exemplo de quem evita propagandear. "Se tem uma coisa que não suporto são os 'esochatos', aquele bando de esotéricos que ficam tentando convencer a pessoa a seguir alguma idéia. Tenho medo de rótulos, por isso prefiro não comentar", diz.

Os médiuns na história

De fato, os cientistas que começaram a estudar esses fenômenos foram os que tratavam doenças mentais. Em 1889, o psiquiatra francês Pierre Janet foi o primeiro a propor a existência de uma segunda consciência. Para ele, quando a personalidade perdia a coesão (o fluxo normal de idéias e pensamentos), uma corrente secundária de idéias, vontades e imagens se sobrepunha à consciência, gerando automatismos motores e sensoriais – responsáveis pelos chamados fenômenos paranormais. O contemporâneo William James, psicólogo americano, defendeu a tese de que a possessão mediúnica era uma forma de personalidade alternativa em pessoas que não tinham problemas mentais: uma espécie de dupla personalidade. Ele não descartou que um espírito desencadeasse essa segunda identidade. Já o professor de cultura clássica Frederic Myers dedicou-se a estudar o inconsciente. Ele defendeu que existia na mente uma consciência subliminar, que raramente emergia – quando isso acontecia, o resultado era a manifestação mediúnica. Até mesmo Sigmund Freud deu palpites sobre a mediunidade. Para ele, os estados de possessão correspondiam às nossas neuroses: os demônios seriam os desejos considerados maus que foram reprimidos. "Aos nossos olhos, os demônios são desejos maus e repreensíveis, derivados de impulsos instintivos que foram repudiados e reprimidos", afirmou ele no livro Uma Neurose Demoníaca do Século 17, de 1923.

A neurologia também tentou cercar o mistério. O inglês John Hughlings Jackson sugeriu que as crises não passavam de uma descarga ocasional, excessiva e inadequada do tecido nervoso sobre os músculos, assim como a epilepsia. Na década de 1950, os médicos Wilder Penfield e Theo­dore Brown Rasmussen, do Instituto Neurológico de Montreal, no Canadá, fizeram cirurgias em pacientes com epilepsia acordados. Graças a elas, o mundo descobriu muito sobre o cérebro. Quando os médicos estimulavam uma área do cérebro, o paciente mexia a mão; em outra, o pé. Ao estimularem áreas relacionadas à gustação, o paciente sentia um gosto na boca. Também ouvia sons sem sentido, via bolas e estrelas. "Foi assim que mapearam o cérebro humano", afirma Elza Yacubian, neurologista especializada em epilepsia da Universidade Federal de São Paulo.

A busca por explicações para os fenômenos tidos como paranormais rendeu também descobertas de instrumentos da neurologia usados até hoje, como o ele­­­troencefa­lograma, que registra a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos colocados na cabeça do paciente. O a­pa­relho foi criado pelo psiquiatra alemão Hans Berger, fascinado pelos poderes da mente desde a década de 1890, quando foi soldado do Exército alemão. Durante um exercício militar, Berger sofreu um acidente de cavalo. Logo depois, seu pai, sem saber o que havia acontecido, enviou-lhe um telegrama para saber como o filho estava – a irmã de Berger tinha dito ao pai que sabia que ele havia sofrido um acidente. O psiquiatra ficou fascinado pela adivinhação da irmã: passou a acreditar em paranormalidade e decidiu estudá-la. "Ao criar o eletroencefalograma, em 1929, ele esperava que o aparelho desse respostas a experiên­cias que julgava fora do comum", diz Elza. "Uma de suas maiores decepções foi constatar que o eletroencefalograma é normal em pacientes que têm problemas psiquiátricos e nas pessoas que relatam experiências sobrenaturais."

#1
O que diz a ciência

Depois da criação do eletroencefalograma, apareceram a ressonância magnética, a tomografia computadorizada e a ressonância funcional. Com elas, já se conseguiu mapear no cérebro até as á-reas que despertam as emoções e controlam funções específicas do corpo, como enxergar em profundidade ou reconhecer faces. Mas esses equipamentos não são suficientes para detectar a química envolvida na troca de impulsos elétricos e as alterações celulares de quem afirma ver espíritos. Para os cientistas, é por causa dessa falta de recursos mais precisos que os exames feitos pelo engenheiro Maurício não apontam anormalidades. "Quando o bebê está sendo formado, bilhões de células embrionárias migram para formar 6 camadas do córtex", afirma a neurologista Elza. "Nem a melhor ressonância magnética consegue detectar falhas nesse nível."

Mesmo assim, no mundo das hipóteses médicas, os relatos de retorno dos mortos à Terra não passam de ficção criada pela máquina chamada cérebro. Desde os primeiros estudos, a epilepsia virou explicação para manifestações de mediunidade, idéia que é seguida até hoje. Ataques epilépticos são o ponto máximo da hiperexcitabilidade do cérebro, que responde mandando ao corpo reflexos não só motores. Epilépticos sofrem também reações olfativas – como sentir cheiros estranhos repentinamente – visuais e sonoras, como ter alucinações. Isso mesmo, alucinações, muito parecidas com as de quem afirma ver espíritos. "Uma excitabilidade diferente poderia ser a explicação para fenômenos não patológicos de visões e audições", afirma Elza Yacubian. Há tipos de epilepsia que são muito relacionados a relatos sobrenaturais. A epilepsia do lobo temporal do cérebro, por exemplo, provoca alucinações e induz à religiosidade. Essa parte do cérebro é tida como a responsável pela religiosidade: pessoas com lesões nela costumam desenvolver uma religiosidade extrema. Acredita-se, por exemplo, que o fanatismo religioso do pintor Vincent Van Gogh tenha vindo da epilepsia no lobo temporal.

Para o InterPsi, um grupo de pesquisadores da PUC-SP que se dedica a encontrar explicações lógicas e científicas para fenômenos sobrenaturais, a epilepsia é só uma das possíveis soluções do mistério. Além dela, outros estados alterados da mente se relacionam a alucinações. "Freqüências sonoras, campos magnéticos e estados de transe podem provocar efeitos sensoriais", afirma o psicólogo Welling­­­­ton Zangari, pesquisador do Laboratório de Psicologia Social da Religião na USP e membro do InterPsi.

Zangari cita o caso que aconteceu num escritório de engenharia da Inglaterra na década de 1980. Vários funcionários afirmavam ver fantasmas em uma das salas, que em pouco tempo ficou conhecida como mal-assombrada. Foi um engenheiro do próprio escritório, chamado Vic Tandy, que desfez o mito: as aparições eram, na verdade, uma reação do globo ocular, que vibrava influenciado pela freqüência de infra-som de um ventilador, borrando a visão de quem entrava ali.

Sabe-se, também, que alucinações são comuns em pessoas com estados graves de fome ou em quem fica 3 dias sem dormir. "Nessas situações, os neurônios funcionam de forma anormal, criando uma realidade paralela", afirma a neurologista Kátia Lin, da Unifesp. "Não significa que a pessoa esteja louca ou doente."

Se o cérebro é a chave para as alucinações, os cientistas se dedicam agora a saber quais circuitos movem essa engrenagem. Em setembro passado, o médico Olaf Blanke, da Escola Politécnica de Lausanne, na Suíça, criou em laboratório aquela sensação desagradável de ter uma presença parada às costas. A cobaia foi uma mulher de 22 anos, com epilepsia, que se submetia a uma cirurgia para retirar a lesão que provocava as crises.

A equipe de Blanke aplicou estímulos elétricos em pontos do lado esquerdo do cérebro. A reação foi sinistra: a mulher sentiu que alguém estava atrás dela. Empolgados, os médicos estimularam ainda mais a área e a paciente foi capaz de descrever o ser invisível como uma pessoa jovem. Os pesquisadores, então, pediram que ela tentasse abraçar os joelhos. Ao se abaixar, a mulher podia jurar que a presença que sentia tinha segurado seus braços.

A área estimulada está relacionada à noção corporal – sem ela fica impossível, por exemplo, mexer os braços na hora de trocar de roupa, por mais que o braço esteja perfeito. Para o médico Olaf Blanke, estímulos nesse ponto podem explicar não só a presença fantasma, como também os relatos sobre viagens feitas fora do corpo. A tese é reforçada por uma experiência similar realizada em 2002. Ao tentar identificar a área de lesão de uma inglesa de 43 anos, com epilepsia havia 11, Blanke estimulou o giro angular, uma área que fica na parte posterior do lobo temporal, e se surpreendeu com o resultado: a mulher sentiu como se tivesse saído do corpo e levitado 2 metros acima da mesa de cirurgia. "O giro angular é importante para processos cerebrais associados à experiência extracorpórea", afirmou Blan­­­­ke na revista Nature.

Tentar reproduzir fenômenos espirituais em laboratório não é novidade. Desde a década de 1980, o neurologista canadense Michael Persinger faz testes com ondas eletromagnéticas em pessoas normais. A experiência consiste em colocar capacetes, que geram uma espécie de campo magnético, em voluntários vendados, dentro de uma sala escura e com isolamento acústico. À medida que o pesquisador estimula o lobo temporal, os voluntários têm sensações de fazer inveja a qualquer usuário de alucinógenos: olhos que se mexem e viram luzes roxas, visões de incêndios, demônios, des­locamento do corpo e cenas da infância como se acontecessem no presente.

Ou seja: para a neurologia, ver espíritos é resultado de uma disfunção cerebral ainda não diagnosticada. Os sintomas são parecidos com os de doenças como epilepsia, esquizofrenia (que provoca alucinações auditivas e delírios de perseguição), tumores cerebrais (que podem causar alucinações) e transtorno de identidade dis­sociativa, quando o doen­te tem dupla identidade, ouve vozes e muda sua caligrafia. Mas a causa seria bem diferente da dessas doen­ças e estaria relacionada a erros de sinapse do cérebro. "Se há áreas do cérebro capazes de fazer contatos por telepatia, a ciência simplesmente não tem como refutar ou comprovar", diz a neurologista Kátia Lin. Talvez nem mesmo o cérebro abrigue todas as explicações. "Há uma tendência hoje de reduzir tudo a causas cerebrais", diz o psicólogo Wellington Zan­gari, do InterPsi. "Mas não dá para entender tudo sem um olhar antropológico, cultural e psicológico."

Mais longe ainda está a explicação para fenômenos como previsões do futuro, o meio como os médiuns costumam saber da morte de parentes. Como alguém pode ser capaz de atravessar o tempo? Será só uma coincidência? Também há o problema dos relatos de luzes que acendem sozinhas à noite, gavetas, portas que aparecem inexplicavelmente abertas. Enquanto uma explicação definitiva não aparece, quem acredita ver espíritos prefere tentar levar a vida normalmente, como a advogada Margareth Pummer. "O assunto é tão sério que não faço propaganda. Evito conversar sobre isso e assim vou vivendo", diz.

"Foi feliz o cara que fez O Sexto Sentido. Eu tinha experiências similares às do filme. Aos 27 anos, aconteceu um episódio horroroso. Estava em Ubatuba e tive uma visão: Gente ensangüentada, faltando um pedaço da cabeça, aquele branco cadavérico. me acostumei a acordar gritando, sentindo que alguém me cutucava. o ponto culminante foi Antes de eu casar. procurava apartamento na vila mascote, em são paulo, e nada dava certo. Uma noite veio aquele monte de visões insuportáveis no meu quarto e alguém falou: 'Você não vai conseguir morar nesse bairro, porque ele foi uma fazenda, houve disputas em família e mataram gente ali'. fiquei assustado e decidi morar em outro lugar. Há 5 anos, uma prima distante teve um AVC. Uma noite, veio um ser e falou: 'A Vera já foi. Em dois dias ela sai do físico'. Nunca tinha tido nada tão claro. Contei para minha mãe e Dois dias depois a mulher morreu. Chega a um ponto tão horroroso que, se alguém vai para o hospital, já sei se sai ou não. Aliás, hospital é um dos lugares a que não posso ir. Cemitério, de jeito nenhum – sempre que vou, volto acompanhado"

Maurício Casagrande, de 31 anos, administrador e engenheiro eletricista especializado na área de telecomunicações.Já psicografou duas vezes. Ateu.

"Aos 15 anos, comecei a acordar à noite e ver espíritos rodeando a minha cama. Eram figuras grotescas, machucadas, que faziam ameaças. Eu chorava muito. Por causa das crises, perdi o ano na escola e passei a tomar calmantes. Achavam que eu estava doida, mas eu tinha certeza do que via. Graças a um médico espíritA, não fui parar num hospital psiquiátrico. Comecei a entender que O QUE CHAMAMOS DE SOBRENATURAL não era incomum NEM ASSUSTADOR. Hoje, Reservo uma ou duas horas por semana para psicografar um livro. Vou ao computador, O ESPírito senta ao meu lado e começa a ditar."

Regina Braga, de 52 anos, secretária-executiva. Católica, começou a seguir o espiritismo aos 17 anos.

"Começou depois que voltei do Japão, em 2001. Um dia, a TV ligou de madrugada, Passando a nota de falecimento do Mário Covas. Por 3 meses, acordei naquela hora. depois, comecei a ver sombras embaixo da porta e roupas flutuando. pensei que tinha um problema psiquiátrico. Essa descrença é o pior: seus olhos presenciam algo e sua mente não quer aceitar. Outra vez, no trabalho, a tia de minha assistente ligou para saber se sua irmã, no hospital, passava bem. Eu atendi e ela me disse seu nome: Carmela. Quando contei para minha assistente, ela começou a chorar: sua tia carmela tinha morrido havia 4 anos. como foi que eu adivinhei o nome da tia dela?"

Emerson Ogata, 31 anos, cabeleireiro, procurou ajuda na doutrina espírita.

"No início, eu tinha medo. durante os pesadelos, me esforçava para acordar e gritar. quando Meu marido acordava, tudo sumia. Um dia lembrei de uma prece. Saí do corpo e fui conversar com os espíritos. Virou um exercício comum. Às vezes, vem uns que querem me assustar, mostram a língua, xingam. Nesse momento, eu falo: 'fora daqui'. Mas muitas vezes eles vêm para conversar. Já aconteceu de funcionários entrarem na minha sala quando eu respondia em voz alta. É como se fossem grandes amigos. Em 2005, meu filho mais velho foi seqüestrado. Ficou 53 dias em cativeiro e a melhor coisa que aconteceu foi ter contato com espíritos. A primeira coisa que ouvi foi 'Tenha fé, seu filho vai voltar'. Todos os dias eu tinha esse estímulo. Depois do 35o dia, as pessoas me ligavam para dizer que ele estava morto. Nessas horas, eu ouvia: 'Seu filho está vivo, fique calma'. as vozes estavam certas. Não tem dinheiro que pague esse apoio."

Margareth Pummer, 48 anos, advogada e gerente de departamento de qualidade e meio ambiente. Segue a doutrina espírita há 17 anos e hoje é médium.



Para saber mais
Epilepsia: Da Antiguidade ao Segundo Milênio

Elza Yacubian, Lemos Editorial, 2000.


Site do grupo de pesquisa InterPsi, da PUC-SP.


Revista de Psiquiatria Clínica.


O que diz o espiritismo
Seguidores acreditam que espíritos vivem em simbiose com os vivos
É por causa de perguntas sem respostas satisfatórias que doutrinas como o espiritismo fazem adeptos. Por dia, passam pela sede da Federação Espírita de São Paulo cerca de 9 mil pessoas. O entra-e-sai não é só de quem vê assombração – aliás, essa é uma minoria. Muitos chegam lá à procura da cura para uma doença ou desejam se comunicar com mortos. Para o espiritismo, não há dúvida: espíritos existem e vivem em simbiose com pessoas de carne e osso, algumas vezes dando uma forcinha e em outras tocando o terror.

Segundo a religião, existem vários mundos em diferentes estágios de evolução. Espíritos de luz, mais evoluídos, dificilmente são vistos vagando por aí – em geral, só os médiuns conseguem senti-los. Nós, pobres mortais, estamos mais sujeitos a topar com um brincalhão – daqueles que gostam de assustar, fazer caretas e atrapalhar o bom andamento da vida. "Podemos ver esses espíritos zombeteiros principalmente em situações de desequilíbrio. Se aceitarmos vibratoriamente a sua condição, e isso acontece quando não estamos desprendidos do egoísmo, do orgulho, das vaidades e do apego material, eles poderão nos acessar", diz Silvia Cristina Puglia, presidente da Federação Espírita de São Paulo. O que vemos, explica ela, não é o espírito em si, mas seu perispírito – um meio-termo entre o corpo e a alma. "Temos mais condição de ver espíritos atrasados, que parecem carnais." Para a doutrina, a comunicação só acontece por causa de uma troca do que Allan Kardec, o pai do espiritismo, chamou de "fluido".

O protestante francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), que mais tarde viria a adotar o nome "Allan Kardec", teve o primeiro "contato espiritual" aos 50 anos. Na época, as festas francesas eram animadas pelos fenômenos das mesas girantes – as mesas giravam, pulavam e responderiam a perguntas dando pancadas no chão. Dessas e de outras observações, Rivail chegou à conclusão da existência de um plano espiritual e reuniu suas idéias em O Livro dos Espíritos (1857).

"Os espíritos revelaram a Kardec que a natureza material é uma coisa fluida, que tem o mesmo princípio da matéria densa, mas é mais sutil", afirma o físico espírita Alexandre Fontes da Fonseca, da USP. "Há hipóteses tratando os fluidos como ondas eletromagnéticas."

Os fluidos seriam a base da explicação para a materialização das assombrações e fenômenos como as portas que abrem sozinhas, os copos que mexem e os ruídos inexplicáveis.

Parabéns Nita, muito bom artigo, aprendi muito ao lê-lo :)
Não existe nada como o sobrenatural, existe sim, a nossa natureza desconhecida.

Tem informação muito boa. Parabéns.
Iei Or (faça-se luz)
Shalom Aleichem

#4
Está exaustivamente elaborada, mas de pouco serve para quem tem estas características e as usa, só a prática criou a teoria. Por mais que se demonstre de nada serve, porque onde a ciência entra, a explicação é sempre física e relacionada com este estado de vida. As muitas explicações científicas acabam por ser distorcidas, e falham pela sua falta de conhecimento na área. Coloco aqui algumas questões da experiência pessoal.
- Como se explica estar em Portugal, e contatar um espírito de uma pessoa viva no outro lado do mundo, numa língua diferente e ser reconhecida pelo familiar na sua tradução.
- Como, se uma pessoa está doente visível e com todos os exames, e ao falar por ela o espírito  que lhe causou o mal, e ao ser encaminhado tudo passou
- Como, falar de arremessos de objetos dentro de casas e ao falar com o espírito que causou, tudo passou
- Como se ao incorporar num ser humano um espírito,um familiar do mesmo, este afirma ser a voz e gestos dessa entidade que é totalmente desconhecida do médium
- Acrescentaria, uma comunicação de Herculana em 3/4/10 (Espírito familiar)

"Meus filhos, se vocês soubessem o quão bonito e calmo é isto aqui...assustava a pessoa mais calma aí de baixo," vocês não têm possibilidades, nem o vosso cérebro tem capacidade para entender isto, só realmente quando aqui estiverem.

- Como é possível um médium estar a descrever uma entidade ao meu lado como sendo a minha avó e tudo dar certo sem nunca a ter visto.
- Como é possível um quarto fechado à chave e controlado aparecer sempre todo desarrumado, e depois de se falar com o espírito que o fazia, tudo ficou bem
- muito mais poderia contar, tenho que reconhecer que nem todos podem comunicarem quando e como querem, aprendendo ou não, não se trata de uma vontade nossa mas sim da vontade deles, assim o expressam vários, de resto sempre que a ciência se mete nisto só faz asneira.
É a minha apreciação, válida como qualquer outra.  



Mensagem alterada devido à reincidência de erros ortográficos.Por favor utilize o verificador ortográfico que o Fórum dispõe.Consultar Regras Gerais do Fórum, alínea 24. Obrigado.





No centro da ciência existem grupos fundamentalistas que chamam de pseudociência todo o tipo de investigação que não usa métodos científicos tradicionais.

O problema do método científico tradicional é que, para além de ser reducionista, ele limita a que as experiências só devolvem dados válidos quando realizadas em laboratório e sob condições muito, mas MUITO, específicas, muitas vezes eliminando elementos do ambiente que podem ser fundamentais para a reprodução do fenómeno.

Alguns fenómenos paranormais, com certeza só se observam em condições muito específicas mas, por vezes, só se reproduzem em determinados ambientes; devido a estes factores, o método científico tradicional, remove variáveis que podem ser cruciais para a reprodução do fenómeno.

Talvez as EQM sejam o que existe de mais sólido para a pesquisa científica sobre a consciência... mas dada a subjetividade do objecto de estudo - varia de individuo para individuo - torna-se difícil chegar a resultados consistentes.
[b]Ressonância[/b]: "...Nessas frequências, até mesmo forças periódicas pequenas podem produzir vibrações de grande amplitude, pois [b]o sistema armazena energia vibracional[/b]."

Olá sem duvida muito interessante a sua exposição, li com atenção, de grande valia para quem não tem videncia, ou para quem a tem e não sabe como usar. Quero só retificar, que quando se comunica com as entidades, não são mortos como costumo ler em alguns comentários, a comunicação é feita com o espirito de um corpo vivo ou morto pouco interessa, posso relatar um caso desta semana.

COMUNICAÇÃO ESPIRITUAL, SONHO, AMARRAÇÃO, ENCAMINHAMENTO
- Neste relato, pode verificar.se, um sonho de uma chapada na cara que era um aviso do espirito pedindo ajuda, -  a entrada na luz, a passagem para o plano superior, a amarração em que apanhou esse espirito e o encaminhamento, e depois a conversa com o espirito da mulher que fez a amarração, não foi descrito aqui, mas identificou-se.

João sou eu, os outros nomes foram alterados.
7/9/12 19h,    Fizeram mal ao filho da Ana, ela é uma cabra, mora por cima da loja dele, e está a fazer tudo para que tenham prejuízos, é a irmã da Ana (mãe do Xico sócio do minimercado) a que andou com o marido dela, e sabe que o filho também não gosta dela derivado a isso, (estávamos prestes a findar esta parte quando a entidade avisa; atenção há um espirito amarrado!...).
Chamei por esse espirito, dizia:
" Eu não quero fazer mal a ninguém, ela é muito má, amarrou-me, dei uma chapada no Xico quando dormia, (sentiu uma chapada a dormir parecia mesmo real, confessou) queria que ele acordasse para me salvar, não quero estar nesta situação. Eu sou lá da terra da Ana, ela conhece-me, sou o Zé que morreu á pouco tempo, sou primo dela; eu que gosto tanto da Ana e do meu sobrinho, não quero fazer mal a ninguém, (João, fiz o encaminhamento deste espirito, e enviei outros de luz para o ajudarem) dizia, sinto a energia deles ao longe, e vão-se aproximando!.. Está quase, (deu um alivio e foi) " agora estou bem, estou vendo uma luz tão linda que nunca vi igual (este espirito do Zé passou o tempo soluçando)
De seguida chamei o espirito dessa mulher, viva, foi identificada, tive um diálogo com ela, mas que agora não vem aqui para o caso.
Relato ainda que no dia a seguir encontraram um trabalho de amarração feito junto a uma montra desse estabelecimento, mas como estava numa porta mais escondida ninguém tinha dado por nada. Conclui que o trabalho tinha mesmo sido feito.
Espero tenha elucidado, pois não sou grande mestre a escrever.

Citação de: joao lourenco em 07 setembro, 2012, 23:39
Olá sem duvida muito interessante a sua exposição, li com atenção, de grande valia para quem não tem videncia, ou para quem a tem e não sabe como usar. Quero só retificar, que quando se comunica com as entidades, não são mortos como costumo ler em alguns comentários, a comunicação é feita com o espirito de um corpo vivo ou morto pouco interessa, posso relatar um caso desta semana.

COMUNICAÇÃO ESPIRITUAL, SONHO, AMARRAÇÃO, ENCAMINHAMENTO
- Neste relato, pode verificar.se, um sonho de uma chapada na cara que era um aviso do espirito pedindo ajuda, -  a entrada na luz, a passagem para o plano superior, a amarração em que apanhou esse espirito e o encaminhamento, e depois a conversa com o espirito da mulher que fez a amarração, não foi descrito aqui, mas identificou-se.

João sou eu, os outros nomes foram alterados.
7/9/12 19h,    Fizeram mal ao filho da Ana, ela é uma cabra, mora por cima da loja dele, e está a fazer tudo para que tenham prejuízos, é a irmã da Ana (mãe do Xico sócio do minimercado) a que andou com o marido dela, e sabe que o filho também não gosta dela derivado a isso, (estávamos prestes a findar esta parte quando a entidade avisa; atenção há um espirito amarrado!...).
Chamei por esse espirito, dizia:
" Eu não quero fazer mal a ninguém, ela é muito má, amarrou-me, dei uma chapada no Xico quando dormia, (sentiu uma chapada a dormir parecia mesmo real, confessou) queria que ele acordasse para me salvar, não quero estar nesta situação. Eu sou lá da terra da Ana, ela conhece-me, sou o Zé que morreu á pouco tempo, sou primo dela; eu que gosto tanto da Ana e do meu sobrinho, não quero fazer mal a ninguém, (João, fiz o encaminhamento deste espirito, e enviei outros de luz para o ajudarem) dizia, sinto a energia deles ao longe, e vão-se aproximando!.. Está quase, (deu um alivio e foi) " agora estou bem, estou vendo uma luz tão linda que nunca vi igual (este espirito do Zé passou o tempo soluçando)
De seguida chamei o espirito dessa mulher, viva, foi identificada, tive um diálogo com ela, mas que agora não vem aqui para o caso.
Relato ainda que no dia a seguir encontraram um trabalho de amarração feito junto a uma montra desse estabelecimento, mas como estava numa porta mais escondida ninguém tinha dado por nada. Conclui que o trabalho tinha mesmo sido feito.
Espero tenha elucidado, pois não sou grande mestre a escrever.


Bem... a ser verdade... é daqueles casos complexos por envolverem várias entidades e diferentes formas de interação... já encontrei relatos de casos complexos, como este, no domínio da Apometria. Não é fácil acreditar que possa existir uma interação tão complexa sem nos aperceber-mos disso no dia-a-dia.
[b]Ressonância[/b]: "...Nessas frequências, até mesmo forças periódicas pequenas podem produzir vibrações de grande amplitude, pois [b]o sistema armazena energia vibracional[/b]."