Hospital Dona Estefânia

Olá a todos.

Conheço muito bem a zona onde se situa o Hospital de D. Estefânia e vivi na zona da Penha de França, não muito longe dali, até há bem pouco tempo.
Pessoalmente, nunca necessitei dos serviços desse hospital, mas cheguei a acompanhar o meu filho em duas ou três consultas.
Para este site, talvez mais importante seja eu conhecer pessoas da minha geração e da geração anterior que já lá estiveram internadas quando eram crianças.
Todas são unânimes em reconhecer a tranquilidade que se sente no hospital. E duas, de gerações diferentes e que não se conhecem entre si, falam de choros distantes que se ouvem e barulhos no sótão.
Desconheço a veracidade destes relatos, mas achei-os curiososo. Desconheço igualmente, se o sótão do hospital tem qualquer tipo de utilidade.
Além destes relatos, lembro-me de a minha avó dizer que uma enfermeira, que tratou da beata Jacinta, ter enlouquecido ou se suicidado logo após a sua morte. Ouvi isto quando era muito pequeno e não posso precisar se terá sido bem isso que a minha avó me contou.
Sei que o quarto com os utensílios da vidente de Fátima foi preservado.
Em todo o caso, se houver alguém mais conhecedor que possa acrescentar algo mais, agradeço.

Eu infelizmente já passei grande parte da minha vida na Estefania, e passei lá longos meses, lembro-me bem quando tinha apenas 6 anos, ainda a Estefania era um hospital velho, não todo arranjado e colorido como é hoje em dia, todos os corredores me metiam medo, sempre foi um hospital muito sombrio, digo-vos que não era fácil passar lá as noites. Mas uma coisa é certa, da unica vez que consegui me sentir bem e dormir bem na Estefania foi de uma das ultimas vezes que fui internado e devido ao encerramento do Serviço de Ortopedia para obras mandaram me para um quarto de um outro serviço, que vim a saber mais tarde, tinha sido o serviço onde a Jacinta tinha estado, e o meu quarto, o quarto onde ela morreu.

Eu estive lá internada no serviço de contagiosos em 1985, fiquei lá um mês inteiro pois os médicos não conseguiam saber o que é que eu tinha,lembro-me dos corredores horrorosos e de uns quartos envidraçados onde colocavam as crianças mais doentes, em estados terminais...lembro-me das caras, dos choros durante a noite, dos gritos...e de como queria a minha mãe.
Recordo-me vivamente de uma noite em que queria ir á casa de banho, então chamei chamei pela minha mãe para me levar á casa de banho e escutei uma voz que me disse «Vou já...»...tenho quase a certeza que estava a sonhar, acordei a meio da noite com a enfermeira a mudar-me os lençóis .

Se existe coisa de que me recordo como se fosse um filme,e é aí que partilho da mesma opinião do FALLZONE, a hora de adormecer era a mais delicada, ouvia barulhos vindos de todo o lado,via sombras esquisitas no quarto e tinha que dormir todos os dias virada para a parede.
Andar nos corredores quando a noite caia era para esquecer, aquele serviço tinha poucas enfermeiras de noite, e era ridiculamente assustador, ainda hoje me recordo de todos os pormenores que me faziam tremer de medo.
Digo-vos abertamente que foi a pior experiência da minha vida, porque era uma criança.
Avisaram os meus pais que eu tinha poucos dias de vida, estive ás portas da morte em 85...mas segundo a minha familía-que rezava todos os dias a Nª Senhora, e ao Dr.José Tomás de Sousa Martins...foi graças aos mesmos que me diagnosticaram com uma coisa tão simples como -principio de meningite- trataram-me, curaram-me e graças a Deus salvei-me.
Mas as recordações daquele sitío trago-as comigo...

;)xxx

O Documentário é realmente muito interessante, não abusa a nível de teorias, os testemunhos são credíveis, e os casos reais, muito bom

Concordo plenamente.

Se esta informação só lhe chegou depois, é algo que deixa a pensar... Terá a anterior presença e partida de uma das beatas de Fátima, algo que ver com a sensação de paz que se experimenta naquele quarto?

(Eu não tenho problemas com hospitais... Aliás, gosto bastante do ambiente que lá se vive... Apesar de já ter sentido algumas presenças, mas nenhuma delas ameaçadora... )

Não quis alongar a minha resposta a este tema acima mas foi só ver este comentário para o fazer. De alguns hospitais que conheço mais ou menos assombrado este é assombrado por uma presença Santa que apenas dá conforto. O medo já faz parte do Homem. Lugar diferente , solidão, dor, gemidos, etc. Mas não nego a existência de almas, contudo acho que o Hospital é abençoado.

Muitos parabéns pela informação, eu que trabalho na área da história e memória da Cidade de Lisboa considero muito completa esta informação, quanto ao facto de ser "assombrado" não sei nada! Mas ficará para quem quiser fazer mais pesquisa
Blumah

boa tarde.
sou frequentadora mais ou menos assídua deste hospital, irei lá estar novamente daqui a pouco menos de 2 semanas e da 1a vez que lá estive foram 15 dias com poucas saídas de lá (há coisa de 4/5 meses).
Na altura não fazia ideia que diziam ser assombrado mas, quando lá tive de ficar, percebi porquê.
Quando entrei no hospital senti uma angustia gigante e, dado que o hospital tem a disposição quadrada, é um bocado estranho.
à noite, para fumar, tem de se ir à rua e por isso eu tinha de sair do serviço onde estava e passar 2 corredores para descer. por diversas vezes senti que estava a ser observada e, obviamente, não andava ninguém nos corredoras às 00h....