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  • Lagoa Vermelha
    Iniciado por BACHOR
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Lenda local do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Espero ler suas opiniões sobre o assunto.

Lagoa Vermelha
A primeira tentativa dos padres jesuítas, que resultou na fundação de 18 Povos Missioneiros no Rio Grande do Sul, deu em nada. Os bandeirantes de Piratininga, que haviam arrasado as reduções do Guairá caçando e escravizando índios para a escravidão das lavouras de cana-de-açúcar de São Paulo e Rio de Janeiro, quando souberam que os padres tinham vindo mais para o sul e erguido suas aldeias no Tape, vieram aqui fazer o que sabiam fazer. Assim e aos poucos, os padres tiveram que refluir para o oeste, fazendo agora na volta o mesmo caminho que tinham feito na vinda.
E nessa fuga tratavam de levar consigo tudo o que podiam carregar. O que não podiam, queimavam ou enterravam. Casas, plantações, até igrejas foram incendiadas, para que nada ficasse ao emboaba agressor.
Pois diz-que numa dessas avançava pelo Planalto, no rumo da Serra, uma carreta carregada de ouro e prata, fugindo das Missões. Ali vinha a alfaia das igrejas, candelabros, castiçais, moedas, ouro em pó, um verdadeiro tesouro cujo peso faziam os bois peludearem. Com a carreta, alguns índios e padres jesuítas e atrás deles, sedentos de sangue e ouro, os bandeirantes.
Ao chegarem às margens de uma lagoa, não puderam mais. Desuniram os boise atiraram a carreta com toda a sua preciosa carga na lagoa, muito profunda. E vai então os padres mataram os índios carreteiros e atiraram os corpos n'água, para que não contassem a ninguém onde estava o tesouro. Com o sangue dos mortos, a lagoa ficou vermelha.
E lá está, até hoje. Ao seu redor, cresceu uma bela cidade, que tomou seu nome - Lagoa Vermelha. E cada que um dos seus moradores passa na beira das águas coloradas, lembra que ali ninguém se banha, nem pesca, e segundo a tradição, a lagoa não tem fundo. E nas secas mais fortes e nas chuvaradas mais brabas, o nível da lagoa é sempre o mesmo.
Antes de Julgar, procura ser justo; antes de falar, aprende. Eclesiástico cap 18 verc 19

ILYM

Predatorpt
Gostei muito dessa lenda, especialmente a parte do ouro, que me faz lembrar as histórias do "El Dorado" (apesar de haver quase 2 séculos de diferença):

CitaçãoEldorado (do castelhano El Dorado, "O Dourado"), Manoa (do achaua manoa, "lago"), ou Manoa del Dorado é uma lenda que se iniciou nos anos 1530 com a história de um cacique ou sacerdote dos muíscas, indígenas da Colômbia, que se cobria com pó de ouro e mergulhava em um lago dos Andes. Inicialmente um homem dourado, índio dourado, ou rei dourado, foi depois fantasiado como um lugar, o reino ou cidade desse chefe legendário, riquíssimo em ouro.

Nas lendas da América Central e do Sul há imensas que fazem referências a lagos cheios de ouro nas suas profundezas. Será que por detrás de tanta lenda há alguma verdade?

Com a colonização europeia (nomeadamente a Espanhola) acredito que muitas riquezas tenham sido escondidas dos invasores (e realmente os lagos e cenotes eram os ideais para isso) e com o tempo esses actos acabaram por dar origem a estas lendas, havendo uma junção entre a ideia de água profunda/tesouros escondidos que perdurou até aos dias de hoje.

Mas voltando à lenda da Lagoa Vermelha, num site encontrei mais alguma informação:

CitaçãoLendas sobre tesouros enterrados ou atirados em rios e lagoas pelos jesuítas existem muitas aqui no Rio Grande do Sul, principalmente por que não desejam que caíssem em mãos erradas. Conta-se inclusive que os padres escondiam relíquias dentro das imagens dos santos ou até mesmo se metiam dentro delas para convencer os índios de que os santos falavam. Esses seriam os legítimos "santos do pau oco", expressão usada mesmo em nossos dias para designar os hipócritas e dissimulados.

Os moradores mais antigos da cidade de Lagoa Vermelha dizem a verdadeira lagoa que gerou a lenda não existe mais, pois foi aterrada no centro da cidade e a atual, que é ponto turístico, nada tem a ver com toda a história, segundo nos conta Antonio Augusto Fagundes. Segundo ele, " Demétrio Dias Moraes, escritor lagoense de prestígio, escreveu dois livros sobre sua cidade natal. No primeiro, não inclui os aspectos lendários, mas no segundo, sim. Brasil Grande e a História de Lagoa Vermelha, o segundo livro, é uma ampliação do primeiro e lá está a velha lenda que o autor chama: O Tesouro da Lagoa. Ele conta como os padres jesuítas atiraram na lagoa os muares carregados com as riquezas sacras das missões. "

Fidelis Dalcin Barbosa, um outro autor, escreveu "Lagoa Vermelha e sua História", cuja versão é igual a de Demétrio, entretanto, acrescenta que se algum dia, o tesouro for retirado de dentro da lagoa, todos os rios da região irão secar. E no final ainda fala que a verdadeira lagoa estaria mesmo soterrada.

retirado de: http://contosdeadormecer.wordpress.com/2010/06/17/a-lenda-da-lagoa-vermelha-brasil/

#3
Se sabes alguma lenda compartilhe também.

O site citado acima, deve ter pego a lenda, no site da RBS ou do governo do estado, eu copiei da RBS, e está como domínio público.
Antes de Julgar, procura ser justo; antes de falar, aprende. Eclesiástico cap 18 verc 19

Boas BACHOR!

Se possível, coloca no teu primeiro post a fonte do teu texto.

Obrigado
ILYM

Predatorpt
Citação de: BACHOR em 29 agosto, 2011, 05:24
Se sabes alguma lenda compartilhe também.

O site citado acima, deve ter pego a lenda, no site da RBS ou do governo do estado, eu copiei da RBS, e está como domínio público.

A lenda está tal e qual:

CitaçãoA LENDA

"A primeira tentativa dos padres jesuítas, que resultou na fundação de 18 Povos Missioneiros no Rio Grande do Sul, deu em nada. Os bandeirantes de Piratininga, que haviam arrasado as reduções do Guairá caçando e escravizando índios para a escravidão das lavouras de cana-de-açúcar de São Paulo e Rio de Janeiro, quando souberam que os padres tinham vindo mais para o sul e erguido suas aldeias no Tape, vieram aqui fazer o que sabiam fazer. Assim e aos poucos, os padres tiveram que refluir para o oeste, fazendo agora na volta o mesmo caminho que tinham feito na vinda.

E nessa fuga tratavam de levar consigo tudo o que podiam carregar. O que não podiam, queimavam ou enterravam. Casas, plantações, até igrejas foram incendiadas, para que nada ficasse aos bandeirantes.

Pois diz que numa dessas avançadas pelo Planalto, no rumo da Serra, uma carreta carregada de ouro e prata, fugindo das Missões.

Ali vinha a alfaia das igrejas, candelabros, castiçais, moedas, ouro em pó, um verdadeiro tesouro cujo peso faziam os bois peludearem. Com a carreta, alguns índios e padres jesuítas e atrás deles, sedentos de sangue e ouro, os bandeirantes.

Ao chegarem às margens de uma lagoa, não puderam mais.

Desuniram os bois e atiraram a carreta com toda a sua preciosa carga na lagoa, muito profunda. E aí então os padres mataram os índios carreteiros e atiraram os corpos n'água, para que não contassem a ninguém onde estava o tesouro. Com o sangue dos mortos, a lagoa ficou vermelha.

E lá está, até hoje. Ao seu redor, cresceu uma bela cidade, que tomou seu nome – Lagoa Vermelha. E cada um dos seus moradores que passa na beira das águas coloradas, lembra que ali ninguém se banha, nem pesca, e segundo a tradição, a lagoa não tem fundo. E nas secas mais fortes e nas chuvaradas mais bravas, o nível da lagoa é sempre o mesmo."

Só acrescentam aquela explicação que citei.

O que é interessante é que há um site brasileiro que conta a lenda, mas basicamente indica que os Índios se sacrificaram de livre vontade para proteger o ouro:

CitaçãoA Lenda de Lagoa Vermelha

Conta-se que na época das Missões e Reduções Jesuíticas os padres acossados pelos mamelucos, procuravam esconder o seu gado e mais as relíquias das Reduções.

Numa certa ocasião vinham eles com uma caravana de índios e alguns cargueiros com bruacas, conduzindo ouro e outros objetos da riqueza sacra das Reduções.

Perseguidos pelos rapinadores num percurso de mais de cinquenta léguas, estavam na iminência de serem alcançados.

Ao depararem com o perigo à vista, apertaram o passo e quando já quase na presença dos perseguidores, não tiveram dúvidas em meter os muares carregados lagoa adentro. Os animais sob o peso da carga, puxados pelos índios, entravam na lagoa, submergindo, morrendo e sepultando consigo no líquido da lagoa a preciosa carga.

Daí então para cá, as águas tornaram-se de uma cor vermelho amarelada, que nunca mudou de tom, simbolizando o ouro sagrado.

A lagoa ficou perene em tudo, nunca mudou de cor, nunca aumentou de volume e também não diminui com secas; não transborda e a sua quietude no ambiente da plaga campestre constitui a proteção de uma riqueza inviolável e sagrada, confiada à sua perenidade.

Até hoje , nimguém pode desvendar o mistério da lenda.

A lagoa é bem profunda, existe muito lodo no leito e a população respeita com amor religioso o preceito da lenda. Essa fé à lenda, afasta os ambicosos e ninguém se aventurou em profaná-la.

Assim foi e assim será, diz a lenda, porque se um dia alguém esgotar a fonte sagrada, secarão as águas dos rios e tudo se transformará em deserto.

retirado de: http://www.lagoavermelha-rs.com.br/lendalv.html

gostei desta lenda.acho que ja tinha ouvido falar por alto