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Moon*
Brasão



Brasões de Armas dos Estados Membros da União Europeia e Bandeira da UE


"Um brasão de armas ou, simplesmente, brasão, na tradição europeia medieval, é um desenho especificamente criado - obedecendo às leis da heráldica - com a finalidade de identificar indivíduos, famílias, clãs, corporações, cidades, regiões e nações.

O desenho de um brasão é normalmente colocado num suporte em forma de escudo que representa a arma de defesa homónima usada pelos guerreiros medievais. No entanto, o desenho pode ser representado sobre outros suportes, como bandeiras, vestuário, elementos arquitectónicos, mobiliário, objectos pessoais, etc.. Era comum, sobretudo nos séculos XIV e XV, os brasões serem pintados ou cosidos sobre as cotas de malha, o vestuário de protecção usado pelo homens de armas. Por isso, os brasões também são, ocasionalmente, designados por cotas de armas.

Em sentido restrito, o termo brasão refere-se apenas à descrição do desenho inserido no escudo de armas. No entanto, em sentido lato, pode designar-se por brasão a descrição do conjunto das armas, incluindo, além do escudo, os elementos exteriores (coronel, timbre, virol, paquifes, etc.). Por extensão, o termo brasão, passou a aplicar-se não só à descrição, mas, também ao próprio objecto descrito: o escudo ou o conjunto armorial completo.

Não se sabe, com rigor, quando é que esta prática teve início. O campo de estudo dos brasões denomina-se heráldica. Os brasões não eram fornecidos ao acaso para as pessoas. Tiveram as suas origens em actos de coragem e bravura efetuados por grandes cavaleiros. Era uma maneira de os homenagear e às suas famílias. Com o passar do tempo, como era um ícone de status, passou a ser conferido a famílias nobres no intuito de identificar o grau social delas, assim sendo, somente os heróis ou a nobreza possuíam tal ícone e o poderiam transmitir a seus descendentes.

A partir do século XIX, com a ascensão ao poder da Burguesia e o declínio da Aristocracia, o brasão foi perdendo a sua importância. No século XX o brasão renasceu, mas, desta vez, aplicado na simbologia de municípios, corporações, estados e outras entidades colectivas. De observar que, desde o século XIX, por tradição, muitas dessas entidades chamaram "brasões" aos seus emblemas distintivos. No entanto, muitos desses emblemas, são falsos ou pseudo brasões, já que, apesar da denominação formal de "brasão", não obedecem às regras da heráldica.

Atualmente os brasões - e os pseudo brasões - são muito freqüentes e fáceis de encontrar. Cada autarquia - freguesia, município ou região - tem o seu, assim como a sua bandeira, onde figura o brasão, motivo de orgulho para muitos dos habitantes de cada freguesia. Várias colectividades e Clubes Esportivos também adotaram como símbolo um brasão que os identifique.



Tipos de brasões

Os brasões podem dividir-se em diferentes classes, segundo as entidades que representam. A classificação básica, divide-os em duas classes:

   1. Brasões simples: representam uma única entidade;
   2. Brasões compostos: combinam dois ou mais brasões, cada qual representando uma entidade diferente.

Os brasões também podem ser classificados segundo a categoria da entidade que representam:

   1. Brasões de soberania: representam um monarca ou um estado soberano;
   2. Brasões de titulares: representam o titular de um cargo ou de uma honra;
   3. Brasões de família: representam, em sentido restrito, o chefe de uma família e, em sentido lato, o conjunto da família;
   4. Brasões eclesiásticos: representam um titular eclesiástico ou uma entidade colectiva religiosa;
   5. Brasões corporativos: representam uma entidade colectiva moral, tanto civil como militar;
   6. Brasões de domínio: representam uma entidade territorial não soberana.

Além disso, os brasões ainda podem ser classificados segundo as suas características ou o seu historial:

   1. Brasões assumidos: assumidos pela própria entidade que representam, ao invés de terem sido concedidos por uma autoridade superior;
   2. Brasões acrescentados: ao desenho os quais foram acrescentadas peças honrosas ou feitas outras alterações, como forma de recompensa da entidade que representam;
   3. Brasões a inquirir: que infringem, propositadamente, uma ou mais regras da heráldica, como forma de significar algo que deve ser inquirido;
   4. Brasões falsos ou pseudo brasões: emblemas, insígnias, marcas ou distintivos de entidades, por elas usadas como brasões mas que, por não respeitarem os critérios mínimos estabelecidos pela heráldica, não podem ser considerados verdadeiros brasões de armas.

Os brasões também podem ser classificados ainda quanto:

   1. Estilo de Coroa mural: aldeia, vila, cidade e cidade capital;
   2. Forma de seus elementos fundamentais - os escudos: francês antigo, francês moderno, somático ou samnítico, oval (feminino; mulheres casadas), losangos (feminino; mulheres solteiras; símbolo da virgindade), de torneio ou bandeira, italiano, suíço, inglês, alemão, polaco, espanhol, português e da Flandres e formas diversas;
   3. Tipos de suporte: apoios, sóstenes, suportes e tenentes.


Elementos de um brasão


Um brasão ou umas armas têm como elemento fundamental o escudo. É o escudo que contém o desenho fundamental em que consiste o brasão.

Os restantes elementos de umas armas, são, os chamados elementos exteriores, que incluem:

   1. Grito de guerra ou grito de armas: é uma palavra ou frase curta (interjeição) de incentivo ao combate ou à acção. Normalmente, é colocado num listel, sobre o conjunto das armas;
   2. Timbre: representa os emblemas que os cavaleiros colocavam no topo dos seus elmos, para melhor serem identificados nos torneios. O timbre é colocado sobre o virol e, ao contrário das figuras inseridas no escudo, pode ser figurado de forma naturalista;
   3. Coroa ou Coronel: representa a categoria da entidade representada pelo brasão. É chamada de coroa, se corresponde a uma entidade com soberania e coronel, nos restantes casos. Conforme o país ou a representação artística do brasão, a coroa ou coronel pode figurar sobre o elmo, sobre o pavilhão ou manto, ou, directamente sobre o escudo;
   4. Virol: é a reprodução da fita que amarrava o timbre ao elmo. Representa-se com duas cordas entrelaçadas, uma da cor do metal principal do escudo e a outra da cor do esmalte principal;
   5. Elmo: é a reprodução dos elmos dos cavaleiros. Na heráldica de alguns países a cor, o formato e a posição do elmo, indica o estatuto da entidade representada;
   6. Paquifes: são a reprodução do tecido que alguns cavaleiros colocavam sobre os elmos, para se protegerem do calor. São, normalmente representados com duas cores, uma a do metal principal do escudo e, a outra, a do esmalte principal;
   7. Pavilhão: representa um pavilhão ou tenda de campanha medieval. É, normalmente, representado a envolver o escudo e outros dos seus elementos exteriores, tendo, no seu topo a coroa correspondente à entidade representada;
   8. Manto: representa a peça de vestuário homónima, que cobre, simbolicamente um soberano ou alto membro da nobreza. Normalmente, envolve o escudo, tendo, no seu topo, a coroa ou coronel correspondente à entidade representada;
   9. Suportes ou Tenentes: são figuras que suportam o escudo. São chamados tenentes se representam seres humanos e suportes, nos restantes casos. Normalmente são representados aos pares, um de cada lado do escudo. Ocasionalmente pode ser representado apenas um, atrás do escudo;
  10. Insígnias: representam o cargo que uma pessoa representada pelo brasão detém. É comum representá-los como dois objectos cruzados atrás do escudo;
  11. Troféus: são a reprodução de objectos, geralmente armas e bandeiras, para significar feitos militares. São, normalmente colocados atrás do escudo;
  12. Condecorações: são a reprodução das insígnias das condecorações que, a entidade representada, detém. São colocadas em colares à volta do escudo, pendentes do mesmo ou, caso sejam cruzes, atrás do escudo, apenas com as pontas aparentes;
  13. Divisa: é o lema da entidade representada. É colocado num listel, sob o escudo.

De observar que o único elemento obrigatório de um brasão de armas é o seu escudo. Independentemente de terem sido atribuídos elementos exteriores a um brasão, este pode ser representado apenas pelo seu escudo, ou até, pelo desenho incluído no escudo, colocado sobre outro tipo de suporte.

Por outro lado, em certas representações artísticas de um brasão de armas, podem-lhe ser acrescentados certos elementos exteriores que não lhe tenham sido, formalmente, atribuídos. É o caso, por exemplo, dos suportes e dos tenentes, colocados em certos brasões apenas como decoração.

Já outros elementos exteriores, só podem ser colocados na representação de um brasão, no caso de terem sido, formalmente atribuídos ao titular do mesmo. É o caso, por exemplo, das coroas e dos coronéis.


Formas do escudo

O escudo, ou seja, o suporte material básico do brasão de armas, foi sendo representado, conforme a época e o local, com diversos formatos, alguns deles bastantes fantásticos e rebuscados. Os principais são os seguintes:



   1. Escudo clássico, ogival ou lanceolado: tem a ponta inferior em forma de lança ou ogiva. Sendo um dos mais antigos formatos de escudo, no século XX voltou a ser o tipo mais usado na Europa e nos países de influência europeia;
   2. Escudo francês, quadrado ou samnítico: tem um formato, aproximadamente quadrado, mas com os dois cantos inferiores arredondados e com uma pequena ponta na base. Introduzido, primeiro, em França, este formato de escudo tornou-se o tipo mais usado na Europa e nos países de influência europeia, durante o século XIX;
   3. Escudo oval: tem um formato oval. Com utilização generalizada durante o século XVIII, tornou-se, na heráldica portuguesa, o formato de escudo privativo do clero. Em outros países é o formato privativo dos escudos femininos;
   4. Lisonja: tem um formato em paralelogramo, com os quatro lados iguais. Na heráldica portuguesa e da maioria dos países europeus é o formato de escudo privativo das senhoras que não sejam titulares ou chefes de família. Na Catalunha e em outros territórios da antiga Coroa de Aragão é o formato de escudo de utilização generalizada;
   5. Escudo de torneio ou de bandeira: é um quadrilátero como sete partes de largura por oito de altura. Era o formato do escudo físico, utilizado pelos cavaleiros nos torneios medievais;
   6. Escudo italiano ou de cabeça de cavalo: tem o formato aproximado da parte frontal da cabeça de um cavalo. Utilizado, inicialmente, na Itália, durante o renascimento, este tipo de escudo baseava-se no formato das peças de armadura que protegiam a parte frontal da cabeça dos cavalos de batalha;
   7. Escudo suíço: de formato semelhante ao do escudo clássico, mas com a parte superior recortada;
   8. Escudo inglês: de formato semelhante ao do escudo francês, mas com uma "orelha" triangular em cada um dos bordos superiores. Este formato de escudo foi usado no século XVIII pelos nobres da Inglaterra, distinguindo-se dos escudos plebeus, pelas "orelhas";
   9. Escudo alemão: escudo de ponta arredondada ou ogival, com um recorte redondo num dos cantos superiores. Formato de escudo usado em torneiros pelos cavaleiros renascentistas, servindo o recorte superior para apoiar a lança;
  10. Escudo polaco/polonês ou russo: escudo de ponta arredondada, com recortes arredondados simétricos nas laterais e, geralmente, também na parte superior;
  11. Escudo português, espanhol, flamengo, ibérico, peninsular ou boleado: escudo com a ponta redonda. Actualmente é o escudo de uso dominante em Portugal. Também é bastante utilizado na Espanha, Brasil, Alemanha e Países Baixos;


Organização do Escudo


Ao descrever-se a organização de um escudo, deve ter-se em conta que ele é descrito pelo ponto de vista do, suposto, portador do escudo. Assim, por convenção a direita (ou dextra) do escudo é a esquerda de quem o olha de frente. Igualmente a esquerda (ou sinistra) do escudo é a direita em relação ao observador frontal.

O escudo organiza-se em 9 zonas fundamentais, chamadas pontos:

   1. Cantão direito do chefe;
   2. Ponto do chefe ou, simplesmente, chefe;
   3. Cantão esquerdo do chefe;
   4. Ponto do flanco direito, ou, simplesmente flanco direito;
   5. Ponto do centro, coração ou abismo;
   6. Ponto do flanco esquerdo, ou, simplesmente flanco esquerdo;
   7. Cantão direito da ponta;
   8. Ponto da ponta ou, simplesmente ponta;
   9. Cantão esquerdo da ponta.

Adicionalmente existem: Ponto de honra (H) e Umbigo (N).
Os pontos podem ainda agrupar-se, formando quatro partes: Chefe (por extensão) - agrupando os pontos 1, 2 e 3, Flanco direito (por extensão) - agrupando os pontos 1, 4 e 7, Flanco esquerdo (por extensão) - agrupando os pontos 3, 6 e 9 e Ponta (por extensão) - agrupando os pontos 7, 8 e 9.


Partições e subpartições do escudo


O escudo pode ser subdividido em partições obtidas através de quatro traços principais, correspondentes aos golpes de espada que lhe podiam ser desferidos:

   1. Partido: traço vertical, de cima a baixo do escudo;
   2. Cortado: traço horizontal, do flanco direito ao esquerdo do escudo;
   3. Fendido: traço diagonal, descendo do canto direito até ao esquerdo do escudo;
   4. Talhado: traço diagonal, descendo do canto esquerdo até ao direito do escudo.

Repetindo a mesma ou combinando várias das partições, pode obter-se um sem número de subpartições, bem como peças de honra, obtidas a partir daquelas. "

Fonte: Wikipédia